(11-01-2008)
Mota Cardoso (1936 - 2007)
É
com profundo pesar que comunicamos o falecimento do Coronel Mota
Cardoso. Grande apaixonado da modalidade, o seu desaparecimento
deixa-nos, irremediavelmente, mais pobres.
(02-12-2007)
Paul Soloway
Paul Soloway faleceu! Com o seu desaparecimento, o
bridge mundial perdeu um dos seus mais exímios praticantes.
Do seu notável palmarés destacam-se cinco vitórias
na Bermuda Bowl - Monte Carlo, 1976; Manila, 1977; Rio Janeiro,
1979; Bermuda, 2000 e Monte Carlo, 2003. Em 2005 esteve na Bermuda
Bowl do Estoril, integrando a equipa 1 dos EUA, que se classificou
em 2º lugar e onde nos brindou com inolvidáveis momentos.
A doença afastou-o da disputa da última Bermuda
Bowl, disputada na China. Grande Mestre Mundial, entre muitos
outros títulos, o seu nome ficará, para sempre,
ligado à modalidade.
(02-12-2007)
Ainda o Festival dos Açores
A propósito do artigo que publiquei sobre o Festival dos
Açores, recebi o seguinte esclarecimento do João
Barbosa, que abaixo trancrevo. Apenas duas notas breves sobre
o assunto: em primeiro lugar, neste espaço publicamos todas
as opiniões que nos chegam, desde que as mesmas não
saiam fora do debate civilizado de ideias, pelo que não
se entende o comentário infeliz do João Barbosa
no Forum Lusobridge, sobre a eventualidade do seu artigo não
ter direito a publicação. Vê-se, de facto,
que não é um leitor assíduo deste site. Uma
nota ainda para o último o parágrafo do texto, em
jeito de esclarecimento: em lado nenhum do meu artigo se lê
ou se pode entender algo contra o acto de chamar o árbitro;
apenas entendo que está a aumentar a agressividade à
mesa de jogo, que essa agressividade se vem constituindo como
um factor desmobilizador para um número cada vez mais significativo
de bridgistas e que todos os agentes do jogo, dirigentes, árbitros
e jogadores têm de reflectir seriamente sobre esta realidade.
Para terminar, quero dizer que o que me levou a escrever a nota
final no artigo sobre o Festival dos Açores não
foi apenas o episódio relatado pelo João Barbosa,
mas um conjunto de acontecimentos que ocorreram ao longo do torneio.
Fica então a sua versão dos factos para que, quem
os viveu, possa daí tirar as conclusões que entender.
Luís Oliveira
ARTIGO DE OPINIÃO Caro Sr. Luís Oliveira |
(22-10-2007) A despropósito - artigo de opinião de Miguel Matos
ARTIGO DE OPINIÃO Depois de tantos artigos a propósito achei que estava na altura de fazer um a despropósito. Não tive, infelizmente, oportunidade de ler o tão mal afamado artigo que saiu na Visão. No entanto, fui ver ao número seguinte se tinha saído alguma mensagem/comentário ao dito artigo, alguém que tivesse enviado alguma carta/comentário mas não consegui encontrar. Mas como disse, não li, e como tal não vou comentar. Mas o que é mais que certo é que o Bridge não precisa deste tipo de "ataques" para morrer. Disso, de matar este desporto, têm-se os próprios praticantes e dirigentes encarregado de o fazer brilhantemente. Aliás, não é preciso ir muito longe. Basta ler os artigos de opinião que me precederam. Uns não são capazes de estar calados, outros parece que não querem... Eu, muito provavelmente, enfermo
de um pouco de ambos os problemas, e quando vejo alguém
a trazer a lume o mau ambiente que se vive em todos os torneios,
quando vejo a falta de educação com que a maioria
dois bridgistas se tratam uns aos outros, não posso deixar
de vir aqui dizer-vos algo muito simples: Estou neste momento a jogar
um torneio de equipas e já vi de tudo e já me aconteceu
de tudo. Mas isto foi apenas um fait-divers.
Numa outra jornada do mesmo torneio, fui objecto de 3 chamadas
de árbitro, cada uma por razões mais ridículas
que a anterior. Parece que quanto mais se chamar o árbitro
e com quanto mais agressividade o fizermos, parece que mais hipoteses
de sucesso se tem no protesto. Posto isto, que mais se pode dizer.... Será que vale a pena investir em regulamentos e coisas afins para servirem para pouco mais que nada...? Saudações bridgisticas
(ou se calhar não...) Miguel Matos |
(22-10-2007) Resposta da FPB ao artigo da Visão
Revista VISÃO Lisboa, 18 de Outubro de 2007 Na VISÃO nº762,
na secção Sociedade-Comportamento, um artigo sobre
jogos de cartas - Canasta, Poker e Bridge - sugere que o Bridge
é um jogo onde o ambiente é bastante agressivo
e " os participantes.....perdem as estribeiras e chegam
a vias de facto"sic. Agradecendo a V/compreensão, |
(18-10-2007) A propósito do Campeonato Nacional Equipas Open - comentário de Tiago Canelas (ver artigo de Manuel Oliveira)
ARTIGO DE OPINIÃO Boa tarde, |
(15-10-2007) A propósito de mais um episódio no bridge nacional e não só...
Mais uma polémica estalou no bridge nacional, com a desclassificação da equipa de Tiago Canelas nas meias-finais da prova. O facto, para além de ser mais uma pedrada no charco em que caiu a nossa actividade desportiva, veio aumentar ainda mais a tensão existente na vida federativa, numa altura em que o bridge necessita de uma profunda e serena reflexão. A inversão deste processo de auto-destruição em que nos temos deixado envolver só será possível se nos disponibilizarmos para inventariar os graves problemas que afectam a modalidade e para, num clima de diálogo franco e aberto, encontrar soluções consensuais para os ultrapassar. Tal como referi na minha resposta ao Tiago Canelas, não vou manifestar a minha opinião sobre este caso concreto porque, em primeiro lugar, havendo ainda a hipótese de recurso da decisão para o Conselho Juridiscional, é bom que se deixem os organismos competentes decidir em plena consciência e sem pressões ou movimentos de opinião. Depois sim, poderá ser tempo de comentários. Por outro lado, não tenho dos factos conhecimento directo, antes sei o que vem explicitado nas diferentes versões e que, por serem divergentes, requerem uma análise mais profunda e mais documentada de quem de direito.
Mas poderei acrescentar que tenho sobre estas matérias a mesma posição de sempre: entendo que os regulamentos devem ser alterados sempre que se entender que tal se justifica mas que, até lá, devem ser escrupulosamente cumpridos. Esta é a única forma de credibilizar a actividade desportiva e de transmitir aos praticantes um sinal de total transparência. A permissividade em que caímos, com a adulteração sistemática e impune dos regulamentos, propositadamente ou não elaborados com vários buracos negros, tem sido terreno fértil para quem se alimenta destas indefinições na defesa de interesses próprios e será, senão a principal, uma das principais causas para o descrédito da modalidade entre os seus praticantes. Temos todos de perceber, com urgência, que não é possível continuar a viver com regras elásticas, que ora esticam ora encolhem consoante os jogadores envolvidos. Quem gere, tem de encarar os praticantes em pé de perfeita igualdade, independentemente dos seus méritos desportivos e do seu estatuto mais ou menos VIP no seio do bridge nacional. Diria mesmo que o exemplo terá de vir de cima e que aos melhores jogadores competem maiores responsabilidades, seja no campo do cumprimento das regras instituídas, seja no seu comportamento cívico e desportivo, principalmente quando se defrontam com jogadores mais fracos. Quanto aos praticantes têm de, nos locais próprios e no tempo certo, defender as suas ideias, mas têm de estar disponíveis para respeitar os regulamentos das provas e as leis do jogo, sem o que não há actividade desportiva que resista.
Sobre este caso concreto é o que me apraz opinar. Mas, já agora, gostaria de deixar alguns comentários que, não tendo a ver com o caso em discussão, me vêm preocupando muito mais e para os quais peço a vossa reflexão. Infelizmente, vamos assistindo, com preocupante frequência, a atitudes indignas para com outros praticantes, árbitros e dirigentes, quantas vezes passando para além dos limites mínimos da civilidade e da boa-educação, sem que as estruturas responsáveis tenham capacidade (ou vontade) para agir em conformidade. E aqui reside, em meu entender, a principal causa de abandono da actividade desportiva por parte de muitos praticantes, que não estão na disposição de continuar a pagar para serem insultados, preferindo o bridge online, onde a solução para este tipo de problemas está à distância de um simples clique. Raro é o torneio federativo ou o Festival onde não se assistam a cenas inacreditáveis, que depois não têm qualquer consequência disciplinar ou desportiva. Os resultados estão à vista: a impunidade em que navegamos e que brinda, por omissão, comportamentos impróprios e indignos de uma escassa minoria de praticantes, tem vindo a afastar do pano verde muitos outros, que não estão no bridge para disputar títulos ou prémios em dinheiro, mas apenas para praticar, num ambiente simpático e civilizado, este jogo fascinante. Não podemos continuar a permitir que um restrito número de jogadores continue a fazer vingar a lei da selva.
Proponho-vos, caros amigos,
um pequeno exercício:
Imaginem-se num torneio de bridge; ao longo do torneio vão
ouvindo diversas chamadas de árbitro, algumas em tom normal
e cordato outras intempestivas e em linguagem pouco própria,
seja na forma seja, quantas vezes, no próprio conteúdo.
Que nomes vos ocorrem imediatamente, para o segundo caso?
Pois é! Sou capaz de apostar que alguns dos nomes que ocorrem
a cada um de nós conquistam o pleno, outros andam lá
perto. Como sou também capaz de apostar que o número
de nomes constantes nesta lista virtual são muito poucos,
se comparado com o universo de praticantes. Chamar o árbitro
não é crime, antes deve fazer parte integrante do
jogo. Mas quando se chama o árbitro de uma forma já
de si incriminatória e ofensiva para com os adversários,
quando se montam inquéritos de terceiro grau sobre o significado
de situações competitivas a jogadores que mal sabem
contar os pontos, recolhendo, de imediato, argumentos para um
protesto posterior se as coisas derem para o torto, quando se
desencadeiam inacreditáveis formas de pressão sobre
jogadores mais fracos, quando se comenta, de forma humilhante
e desabrida a incapacidade técnica de um adversário
em resolver um determinado problema, está-se a contribuir,
de forma determinante, para a desertificação da
modalidade. O que eu pergunto é do que se está à
espera para tomar medidas drásticas contra repetidas atitudes
de um pequeno número de praticantes, que se sente no direito
de condicionar o prazer de tantos outros na prática da
modalidade?
A dignificação e credibilização das actividades federativas exige que sejam dados claros sinais de mudança, com urgência. Ou aceitamos para o bridge as linhas filosóficas do associativismo e implementamos todas as medidas necessárias para as defender ou, disso abdicando, acabaremos por contribuir para meter o bridge num gueto, apenas acessível a uma escassa minoria de jogadores, seja por serem bons jogadores, seja por terem olhos azuis, seja por qualquer outro critério discriminatório que nada tem a ver com o bridge enquanto modalidade desportiva. E aí será então tempo de abdicar ou de encontrar alternativas!
Luís Oliveira
(15-10-2007) Resposta ao artigo de Tiago Canelas (ver em)
ARTIGO DE OPINIÃO Constituiu para mim um enorme
desapontamento ler na página do Quinto Naipe a nota que
o Tiago Canelas enviou a pretexto dos comentários do Luís
Oliveira sobre Manuel Vasques de Oliveira |
(14-10-2007) A propósito do Campeonato Nacional Equipas Open - um artigo de opinião de Tiago Canelas (ver resposta de Manuel Oliveira)
ARTIGO DE OPINIÃO Em resposta ao que li sobre
o artigo da Visão, só me ocorre perguntar ao
Luís como é que pode ser respeitado e considerado
desporto uma modalidade em que na fase final da sua prova máxima
acontece o que vou relatar a seguir: Tiago Canelas dos Santos |
Um esclarecimento ao Tiago (que corrigi hoje, dia 15, para clarificar a minha opinião sobre o assunto)
Meu caro Tiago,
O que se passa no bridge desportivo é o que se passa em qualquer outra modalidade desportiva. O que faz do bridge um desporto é a capacidade que os jogadores e as Instituições têm de recorrer de decisões que consideram erradas. Para tal estão definidos os mecanismos estatutários que dão a possibilidade aos praticantes de, legitimamente, defenderem os seus interesses.
Pessoalmente, acredito e defendo que temos de pugnar, antes do mais, pelo cumprimento dos regulamentos e da lei e de utilizar as ferramentas à nossa disposição para contribuir para a sua melhoria. Mas isto é um assunto interno do bridge nacional. Pela minha parte, dispenso que um qualquer "jornalista", sem qualquer ligação à modalidade, venha opinar sobre uma actividade que tem consumido uma larga fatia dos meus tempos livres, nos termos em que o fez. Os problemas (e muitos são) que afectam a modalidade são para ser resolvidos (ou não) pelos seus praticantes e pelas estruturas que os representam e que, para o efeito, foram por eles eleitas. A morte lenta do bridge de que falas e que tantas vezes tenho referido como sendo uma ameaça real, só poderá ter solução se, dentro de portas, soubermos abrir as nossas mentes para uma discussão sincera e serena e para aceitar os contributos de todos os que estão verdadeiramente interessados no desenvolvimento da modalidade. O que não entendo é qual a relação que encontras entre os factos que relatas e o meu artigo de opinião: nada tenho a ver com a decisão do árbitro e da F.P.B., o que conheço dos factos é o que ontem à noite ouvi e o que hoje tu relatas e, acima de tudo, nenhuma competência me assiste para os julgar, o que é diferente de sobre eles ter ou não opinião (que tenho).
Resta-me apenas dizer que compreendo a vossa frustração de não poder jogar. Se entendes ter sido lesado nos teus direitos, podes e deves recorrer da decisão junto do Conselho Juridiscional da FPB. Se este órgão soberano te der razão, resta-lhe anular a final e mandar realizar o referido encontro das meias-finais. Não me parece que isto seja um drama, antes o desenrolar normal da vida federativa. O que quero realçar é que é exactamente pelo facto de existirem mecanismos como este que o bridge é uma modalidade desportiva.
Não sei se respondi às tuas questões, mas creio que as dirigiste à pessoa errada: os factos que relatas nada têm a ver comigo e não retiram uma vírgula à minha indignação pelo teor de um artigo que maltrata o bridge e, por isso, todos os seus praticantes.
Um abraço
Luís Oliveira
(12-10-2007)"Baralha, corta e dá" - um exercício de mau gosto!
O bridge nacional foi "brindado" com uma reportagem(?) da revista Visão onde, sob o título "Baralha, corta e dá", se mistura o bridge com o póquer e a canasta, para além de manifestar uma confrangedora ignorância sobre o que é o bridge desportivo. Em primeiro lugar, o bridge relaciona-se tanto com o póquer ou com a canasta como as partidas de futebol com os amigos do meu bairro com o futebol, enquanto modalidade desportiva. No primeiro caso há em comum as cartas, no segundo caso, a bola. Nada mais! O que não torna nenhuma das referidas actividades melhor ou pior que as demais. São apenas diferentes!
Mais se estranha que, tendo o articulista contactado com o Presidente da FPB e com os responsáveis de dois clubes lisboetas, nada mais lhe tenha ocorrido que a pobreza franciscana que revela em todo o seu trabalho. O bridge é, antes de mais, uma modalidade desportiva, como tal reconhecida pelo Estado português, pela FADU (Federação Académica do Desporto Universitário) e pelo Comité Olímpico Português.
Portugal organizou, em 2005, o Campeonato do Mundo onde participaram jogadores de todos os cantos do Mundo. Durante 15 dias, mais de 1500 pessoas, entre jogadores, treinadores, árbitros, dirigentes, jornalistas e acompanhantes estiveram presentes no Pavilhão de Congressos do Estoril. Deste evento resultou um retorno muito significativo em receitas para todas as actividades envolventes, com ocupação de camas, restauração e toda a actividade comercial e turística que gerou. Para além disso, a excelência da organização, unanimemente reconhecida, granjeou prestígio e admiração de todos os que estiveram presentes e dos muitos milhares de pessoas que, por todo o Mundo, seguiram, diariamente, o acontecimento, em directo, através da Internet. Embora a cobertura mediática em Portugal tenha ficado muito além do justificado (afinal, durante o evento não se registou nenhum homicídio, nenhum atropelamento e fuga e nem sequer se verificou a chegada do Mourinho ao aeroporto da Portela, pelo que, não havendo qualquer notícia de "interesse público", as televisões se mantiveram ruidosamente silenciosas), conseguiu-se, mesmo assim, chamar a atenção da imprensa escrita, com vários jornais a publicarem artigos sobre o evento e sobre a modalidade. Já antes Portugal tinha organizado, com pleno sucesso, dois campeonatos da Europa, um campeonato da CEE e umas Universíadas e mantem-se na rota de novos e importantes eventos internacionais.
O bridge é ensinado nas Escolas e, durante vários anos, esteve integrado no Desporto Escolar, vigorando ainda hoje um protocolo entre a FPB e o Ministério da Educação. Mesmo numa fase mais negra do bridge escolar, tivémos este ano a experiência da Figueira da Foz, onde 119 jovens estiveram envolvidos em cursos de iniciação. Para além dos clubes de bridge tradicionais, várias são as instituições sócio-profissionais que apoiam secções ou mesmo clubes de bridge, com actividades regulares (Ordem dos Engenheiros, Associação 25 Abril, Clube Nacional de Ginástica, Banco de Portugal, só para citar alguns). O bridge online recebe a visita diária de largas dezenas de jogadores nacionais e várias são as organizações que promovem e apoiam eventos de bridge, que trazem até nós muitos jogadores estrangeiros, que dinamizam e promovem o turismo nas regiões onde se realizam, de que os eventos anualmente organizados nos Açores e na Madeira são um bom exemplo.
Estes são alguns factos que podiam ter sido notícia no artigo da Visão. Um trabalho mais profundo poderia ter levado o articulista às raízes históricas do bridge ou à descoberta das suas principais características. Em vez disso, o artigo mais não fez que dar aos leitores da Visão uma imagem completamente distorcida da modalidade.
Na dupla qualidade de amante da modalidade e de leitor assíduo da Visão, não posso deixar de lamentar profundamente a péssima qualidade do artigo, onde nem as fotografias se salvam. Espero que, no mínimo, a FPB actue junto dos responsáveis da revista, no sentido de solicitar espaço para desmontar algumas das ideias mais chocantes, transmitidas pelo articulista, embora seja ténue a esperança que tal venha a acontecer. O bridge queixa-se, com razão, da sistemática ausência de visibilidade mediática. Mas, muito pior que isso, são artigos deste género, que ofendem e indignam os praticantes da modalidade. Que nos ignorem, paciência. Mas que nos ofendam - ARRE PORRA QUE É DEMAIS!!!
Luís Oliveira
(28-07-2007)
- JOÃO REIS - MAIS UM AMIGO DO BRIDGE QUE DESAPARECE
|
(1927-2007) Faleceu o Engº João Reis, pessoa marcante na história do bridge nacional. Foi Presidente da F.P.B. nos períodos de 1970 a 1972 e de 1977 a 1980. O bridge nacional perdeu um praticante dedicado e uma das suas mais emblemáticas referências. Aos familiares manifestamos a nossa solidariedade e o nosso pesar. |
(28-07-2007)
- ARTIGO DE OPINIÃO
Do João Paulo Rocha
Pinto recebemos este artigo de opinião que, com muito prazer,
transcrevemos. O bridge nacional está a entrar numa fase
de grandes decisões. Contributos como os do João
Paulo são uma mais-valia importante para a modalidade.
Que o exemplo frutifique!
ARTIGO DE OPINIÃO Ponderei muito antes de escrever
este artigo já que quem se mete nestas "lides"
normalmente só arranja inimizades ou é apontado
como candidato " a lugares". Desde já anuncio
que não pretendo atacar ninguém, muito menos aqueles
que bem ou mal tem "dado a cara" pelo bridge. Também
não aspiro a "lugares" até porque a minha
actual actividade profissional o não permite. Deixo ainda algumas notas
soltas de aspectos que considero importantes para o progresso
do brigde e para a futura Direcção: Por falar em dinheiro acabo
com duas sugestões e um desejo. Para grandes crises grandes remédios. É preciso um tratamento de choque para "cativar" filiados e ajudar os Clubes. Talvez quota anual zero ou simbólica durante um ano ou dois, inscrições nas provas baratas, bónus aos Clubes, etc. Sem semear não se colhe. Não posso acabar sem
desejar todo o êxito ao Clube de Bridge do Porto e à
Equipa do Paulo Sarmento. João Paulo Rocha Pinto |
(25-07-2007)
- PRIORIDADES
Do amigo Manuel Oliveira, recebemos uma reflexão sobre
o bridge nacional, que reproduzimos. Felizmente, ainda vai havendo
quem se preocupe...
Pelos vistos só existem
dois filiados, para além do criador deste espaço,
interessados em discutir pública e abertamente as questões
relacionadas com a prática do bridge federado. A actual Direcção
da FPB decidiu, embora tarde, submeter à aprovação
da Assembleia-geral a decisão de fazer coincidir a época
desportiva com o ano civil. Todo este arrazoado mais não
é no entanto que um intróito à questão
de fundo que pretendo abordar neste comentário. Deixando a ironia: (1) A referência ao CBL não é crítica, antes pelo contrário, muito pior estariam as coisas se não houvesse CBL Manuel Vasques de Oliveira |
(15-07-2007)
- ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA DA F.P.B.
O texto que a seguir publicamos foi-nos enviado por Inocêncio
Araújo, com pedido de publicação. Do que
me foi dado perceber, julgo que a solução aprovada
em A.G. é equilibrada e poderá colocar alguma paz
e tranquilidade na recta final deste mandato federativo.
Rescaldo da Assembleia Geral
da FPB A Assembleia Geral (AG) da FPB que ontem se realizou, apesar de alguns momentos menos agradáveis, devido a algumas intervenções mais exaltadas, acabou por demonstrar que as estruturas federativas funcionam e que o sistema de representatividade prescrito nos actuais estatutos dá uma legitimidade acrescida às decisões tomadas nas AG. Ontem, estiveram presentes ou representados na AG, 13 dos 22 Clubes filiados na FPB, Clubes esses que representam 62% dos praticantes federados. Aliás, na maioria das AG realizadas depois da entrada em vigor dos novos estatutos, tem havido este nível de participação ou superior. Muitos de nós, responsáveis pelos Clubes, dirigentes federativos e associativos, ou simples praticantes, não estamos ainda totalmente preparados para lidar com este tipo de organização. Devo no entanto referir que ontem assistimos a algumas intervenções que revelam já uma grande dose de maturidade do espírito associativo. A AG aprovou uma grande parte da proposta da Direcção, excluindo apenas o Torneio de Selecção do conjunto de 5 Campeonatos Nacionais programados para o período de Setembro a Dezembro de 2007. Parece-me que foi uma decisão acertada, já que a realização do referido Torneio de Selecção estava longe de ser consensual, quer junto dos praticantes que normalmente participam nesta prova, quer junto da generalidade dos praticantes e responsáveis pelos Clubes e Associações Regionais. Sendo assim, deixar a decisão para a futura Direcção, que terá todo o tempo para realizar um Torneio de Selecção, se assim o entender, pareceu-me uma decisão de inegável bom senso. Quero ainda dizer que não posso concordar com a opinião manifestada por alguns dirigentes federativos, de que a não realização do Torneio de Selecção esvazia o conteúdo da acção da Direcção. Admiti-lo, seria considerar que a acção da Direcção da FPB se resume à organização dos Torneios de Selecção. Não há dúvida que as Selecções Nacionais são uma parte importante da actividade da Direcção, mas há um vasto conjunto de outras actividades que fazem parte das suas responsabilidades e que a comunidade bridgística espera ver realizadas por quem se propôs fazê-lo quando há quatro anos se candidatou e mereceu o nosso apoio unânime. Para além da gestão corrente dos assuntos administrativos, a organização das provas federativas aprovadas pela AG, a preparação dos contratos de apoio do IND para 2008, a homologação das provas realizadas e a realizar, a actualização do ranking dos praticantes, o apoio às acções de formação em curso, a publicação da revista da FPB, a actualização do site, a elaboração dos regulamentos que constam do programa de actividades da actual Direcção e que ainda não foram submetidos à AG, são apenas alguns exemplos que demonstram que a actividade da Direcção não se esgota na organização dos Torneios de Selecção. |
(16-06-2007)
- CALENDÁRIO DE PROVAS: UMA QUESTÃO A REVER, COM
URGÊNCIA...
Fomos informados que o
Campeonato Nacional de Equipas de 2ª categorias não
se realiza, como habitualmente, na Urgeiriça. Entretanto,
nenhuma informação foi tornada pública sobre
o que se passa com esta prova: onde e quando se realiza, se é
que se realiza e quem organiza. Este caso, a juntar a outros casos
de provas que são calendarizadas e que depois não
se realizam, merece de quem de direito, uma resposta urgente e
eficaz. Porque não é justo que sejamos obrigados
a enfrentar um calendário habitualmente congestionado de
provas para depois ficarem datas livres, porque as entidades organizadoras
decidem não as realizar. Mais grave ainda quando não
nos é dada qualquer justificação para este
tipo de ocorrência. Os jogadores merecem ser tratados com
respeito, porque são eles o motor da modalidade, para além
de serem também quem paga. Sem eles não há
bridge!
O problema tem de ser abordado
em duas partes distintas:
- por um lado temos as entidades privadas que reservam datas no
início de cada época para a realização
de determinados eventos. A estes deverá a FPB exigir o
cumprimento de um conjunto de obrigações que defendam
os bridgistas de algumas iniciativas que mais não são
que ideias. Só que, quando a ideia "queima" um
fim-de-semana do calendário e depois não passa de
uma ideia, as consequências são gravosas e têm
de ser suportadas pelos faltosos e não pelos suspeitos
do costume: os jogadores! O pagamento de uma taxa de calendário,
suficientemente penalizadora para afastar os projectos sem qualquer
tipo de suporte é um dos caminhos e trata-se de um mecanismo
que já está em vigor há uns anos. Resta saber
se está a ser praticado. Outra consequência deverá
ser a recusa de reserva de datas durante um período significativo,
para qualquer entidade organizadora que não cumpra as obrigações
assumidas.
- há ainda a considerar a não realização
de provas oficiais: por vezes os motivos não são
imputáveis à organização, como seja,
por exemplo, a ausência de quorum. Mas compete a
quem dirige, requacionar os moldes de disputa da prova em causa
para épocas futuras e mesmo a sua continuidade. Por outro
lado, a informação aos filiados deve ser prestada
em tempo útil e não, como é hábito,
esperar sejam eles a descobrir, como acontece agora com o Campeonato
Nacional de Equipas de 2ª categorias, marcado para a Urgeiriça,
com a organização a ter sido delegada pela FPB à
Associação Bridge Centro, facto que não justifica
o alheamento da FPB, já que se trata de uma prova nacional.
Este clima de "vale tudo", dá ideia da profunda crise em que estamos mergulhados e, uma vez mais, demonstra que não basta assacar todas as culpas para cima da FPB que, também aqui tem as suas responsabilidades, é certo, mas não está só. Todos nós, os que gostam verdadeiramente da modalidade e não andam cá apenas para satisfazer obscuros interesses ou para alimentar feiras de vaidade pessoal, temos de saber fazer mais e melhor pelo bridge nacional. Ou seremos co-responsáveis pela sua morte.
Luís Oliveira
(13-06-2007)
- ÉPOCA DESPORTIVA vs ANO CIVIL...
A Direcção
da FPB publicou, no seu site, um comunicado onde manifesta a sua intenção
de prolongar a actual época desportiva até Dezembro
de 2007, para assim a fazer coincidir com o ano civil.
Estando absolutamente de acordo com a necessidade de fazer coincidir
estas datas, tenho muitas dúvidas quanto à oportunidade
da decisão agora tomada, quanto à sua legalidade
e, principalmente, quanto à "bondade" dos princípios
que a orientam. Passo a explicar:
- No que respeita à oportunidade, parece-me perigoso tomar esta medida em cima do fim da época, originando assim a necessidade de andar a inventar provas até Dezembro. A transição deveria ser, em meu entender, planeada no início de uma nova época, "esticando-a" por mais uns meses o que permitiria mesmo algum desafogo de calendário. Ou seja, planear a época 2007-2008 de Setembro de 2007 a Dezembro de 2008, começando a época seguinte em Janeiro de 2009. Por outro lado, sendo esta uma medida de fundo, é estranho que só agora, em final de mandato, a Direcção tenha acordado para esta realidade, tomando uma decisão que terá repercussões importantes na vida desportiva do próximo elenco directivo. Parece-me mais uma "voz fora de tempo"!
- Quanto à legalidade da decisão, embora leigo em questões de âmbito jurídico, parece-me que a mesma carece de autorização da Assembleia Geral, já que vai alterar, de forma radical, o plano de actividades em vigor, votado e aprovado em A.G. Os especialistas que se pronunciem sobre esta questão, mas não me parece que uma decisão da Direcção seja suficiente para implementar esta medida
- Finalmente, a "bondade" dos princípios orientadores: ao que parece da leitura do comunicado federativo, a decisão teve em conta as posições defendidas por várias Associações Regionais. Que eu saiba, tais posições não são novas, sendo esta uma matéria recorrente. Então, porquê só agora a decisão? Porquê no final de uma época desportiva e no final do mandato da actual Direcção? O que me parece ser uma resposta clara a estas interrogações aparece logo a seguir no comunicado federativo, quando o mesmo aborda a questão das selecções. A Direcção da FPB prepara-se para estabelecer os critérios para a escolha dos representantes nacionais aos próximos Campeonatos da Europa. Para além de se tratar de um grave condicionante para os próximos dirigentes, esta "urgência" deixa-me preocupado, porque as contínuas trapalhadas com os regulamentos e sucessivas alterações relativamente à prova mais importante do calendário federativo, fazem prever mais alguns capítulos nos lamentáveis folhetins que já foram escritos. Além de que outras questões se colocam: imagine-se que o próximo elenco directivo, por dificuldades financeiras, falta de financiamento ou, simplesmente, por vontade política, entende não estarem reunidas condições para enviar uma representação nacional. Mas como, se nascem presos a um compromisso assumido (indevidamente, digo eu) pelos actuais dirigentes? Mesmo sem se equacionarem situações tão extremas, com que margem de manobra ficarão para, se quiserem, introduzir alterações nos métodos de selecção, nos programas de preparação, etc..?
São muitas as minhas interrogações, mas de uma coisa estou certo: o bridge nacional necessita de uma profunda e urgente reforma, em todos os sentidos. Reformulação do calendário e dos regulamentos desportivos; uma eficaz política de captação de novos jogadores; um conjunto de acções concretas que visem trazer de novo ao seio da família bridgística muitos praticantes que, desencantados com os caminhos que vamos trilhando, se afastaram; conquistar para estas acções não só as Associações Regionais, que têm vivido de costas voltadas para a vida federativa, mas, fundamentalmente, os clubes de bridge; credibilizar a Instituição, assolada por um conjunto de acontecimentos, que vêm deixando marcas de desconfiança numa larga fatia de filiados.
Estes são alguns dos mais prementes problemas do momento, a que a actual Direcção nunca soube dar resposta, sendo quase sempre parte do problema que não da solução. Creio que se estão a criar as condições para um final de mandato em que a necessidade de uma transição serena, poderá ser comprometida com o aparecimento de mais conturbação, o que virá tornar ainda mais hercúlea a tarefa dos próximos dirigentes.
Algo me diz que voltarei ainda a este assunto. Receio que pelos maus motivos...
Luís Oliveira
(25-05-2007)
- DISCORDO...
por Inocêncio Araújo
Como praticante e dirigente
desportivo, não posso deixar de manifestar o meu total
desacordo com algumas das ideias expressas pelo Manuel Oliveira
no seu artigo de opinião sobre o controlo anti-dopagem,
publicado em 21 de Maio(ver artigo abaixo).
Devo começar por dizer que concordo com o Manuel
Oliveira no que se refere à total falta de adequação
da regulamentação anti-dopagem ao Bridge Desportivo.
Não posso porém estar de acordo com a referência
ao papel desempenhado, neste caso, pelos dirigentes desportivos.
A actual Direcção da FPB é totalmente responsável
pelo que tem sucedido e pela actual situação, não
só pela forma como introduziu a regulamentação
anti-dopagem no Bridge Desportivo, sem o necessário esclarecimento
dos filiados e dos praticantes, mas também como geriu o
primeiro caso de infracção ao regulamento e pela
total ausência de medidas de apoio aos praticantes que utilizam,
por necessidade, produtos considerados "dopantes".
Não posso igualmente concordar com a atribuição
de culpa aos actuais estatutos pela situação em
que se encontra o bridge português. Os estatutos da FPB
contêm todos princípios e mecanismos necessários
ao bom funcionamento e expansão do bridge desportivo. O
que se tem passado é que os dirigentes federativos não
têm sabido, ou querido, utilizá-los correctamente.
Também não estou de acordo com os caminhos apontados
pelo Manuel Oliveira "para resolver a crise": "voltarmos
à antiga" (quando tudo era decidido por meia dúzia
de pessoas que frequentavam um Clube Lisboeta?). E muito menos
estou de acordo com o que o Manuel Oliveira preconiza para as
representações internacionais: "com o dinheiro
disponível (leia-se com o dinheiro dos praticantes, já
que advoga que se abdique dos subsídios), "ou entregue
a quem tenha meios para o fazer" (o que realmente não
me parece um mérito desportivo).
Todos temos direito a exprimir as nossas opiniões. Mas
há opiniões que, pelo que representam de crítica
estéril e negativista, devem ser combatidas pela razão
e pela prática.
(21-05-2007)
- OPINIÃO...
TEXTO:
Perfeitamente de acordo
com o comentário. (ver artigo abaixo)
Eu próprio só por mero acaso não fui ontem
ao controlo. E gostava de saber o que se seguiria. De facto sou
um daqueles casos dados como exemplo:
Sofro de insuficiência cardíaca tendo inclusivamente
já sido operado ao coração e tomo - e tomarei
para o resto da vida - dois medicamentos que fazem parte da lista
das substâncias proibidas.
E, como é referido, não só me obrigam a renovar anualmente o pedido da autorização, como este ano o CNAD me exigiu aquilo a que chamou ' o relatório médico actualizado' e que eu não sei o que é nem estou interessado em saber.
Para quem não conhece o documento que se tem que enviar ao CNAD para eles nos deixarem jogar bridge, apenas digo que o mesmo é assinado pelo praticante e por um médico que atesta o seguinte:
1. O diagnóstico
e a informação médica necessária.
2. Que não existem fármacos alternativos que não
contenham substâncias proibidas.
3. O nome, dosagem, via de administração e frequência
da medicação.
4. A duração prevista do tratamento (no meu caso
está lá escrito claramente: para sempre).
5. A identificação do médico e a declaração/certificação
de que o tratamento é apropriado e que não existe
medicação alternativa satisfatória (outra
vez para não restarem dúvidas!).
E mesmo assim, repito, querem-me obrigar (e ao desgraçado
do médico que tem mais que fazer e não recebe um
tostão por isto) a escrever a mesma coisa todos os anos
e, pelos vistos, nem isto é suficiente.
E como não lhes mandei, nem mandarei, nenhum 'relatório
médico actualizado' pois o mesmo consta já do formulário
de pedido de autorização, se tenho
ganho o torneio era provavelmente mais um a deixar de jogar o
tal 'bridge desportivo' (ah.ah.ah).
Altos - muito altos - desígnios fizeram contudo que perdesse
o primeiro lugar em que me encontrava na última mão
do último encontro devido a um desfasamento (que entre
nós é raro) sobre o significado de uma voz em termos
da força da mão, o que nos levou a não marcar
um cheleme perdendo assim 9
IMP's na mão em vez de ganhar 7 IMP's, e a derrota no encontro,
calculem por quanto? Acertaram! 9 IMP's. E até podíamos
perder o encontro por 16-14 que
vencíamos à mesma a prova.
Voltando ao CNAD:
Como presumo que não fazem isto para gozar connosco, a
conclusão que retiro é que são mais estúpidos
- e não tenho medo de usar a palavra - do que manda
a cartilha, e a cartilha já permite muita estupidez.
Só tenho de facto pena que os dirigentes da Federação
não tenham coragem para abdicar dos subsidiozinhos e não
mandem esta malta toda às malvas - e não digo estes
dirigentes em particular porque os que vierem a seguir também
seguramente não o farão.
Já reconheci publicamente por variadíssimas vezes, e não me importo de o repetir mais uma, que estava errado quando defendi a adesão do Bridge aos estatutos em vigor para as modalidades ditas de 'interesse público desportivo'.
Infelizmente não é esse o entendimento da maioria dos praticantes que se interessam e participam nos debates. E como tal, e como se vem verificando desde que os presentes estatutos entraram em vigor, em lugar de se expandir, o bridge federativo, e até mesmo o bridge de 'festival', está em franco e rápido declínio e corre o risco de desaparecer a curto prazo.
E para mim, a única forma de evitar isto é voltarmos à antiga - o mínimo de organização administrativa, redução significativa do número de provas oficiais, e representação internacional com o dinheiro disponível ou entregue a quem tenha meios para o fazer. Mas que se acabem as dependências porque o bridge em Portugal não tem dimensão para a organização que presentemente é exigida e que custa muito dinheiro e muito mal-estar.
Como é preciso realizar receitas para pagar os encargos, organizam-se muitas provas e como o número de jogadores não cresce - antes pelo contrário - as provas têm cada vez menos participantes, portanto cada vez menos interesse, logo ainda menos participantes, e assim sucessivamente até ao esvaziamento final.
E, a propósito de final, termino dizendo que o absurdo da situação relatada no artigo é mais uma prova de que uma modalidade em que têm que ser os praticantes a ocupar os cargos directivos não pode nunca estar sujeita às regras feitas para modalidades e organizações completamente diferentes, e nem é preciso invocar a Constituição para dizer que todas as pessoas devem ter os mesmos direitos nas mesmas situações.
Manuel V. Oliveira (com um abraço)
(20-05-2007)
- O PAÍS DO FAZ DE CONTA...
O controlo anti-dopagem
entrou na vida federativa por imposição legal. Sendo
o bridge uma actividade com estatuto de utilidade pública
desportiva, com direito a subsídios estatais, o facto parece
ser absolutamente normal. Já quanto à legislação
propriamente dita, no que ao bridge diz respeito, bem como a outras
modalidades afins, é a mesma absolutamente ridícula.
Equiparar os praticantes de bridge, com um leque de idades que
vai dos 8 aos 80 anos, aos praticantes de modalidades como o futebol
e o ciclismo, por exemplo, é algo que escapa ao entendimento
de qualquer cidadão, à excepção das
doutas cabeças que nos vão (des)governando.
Na modalidade são conhecidos vários casos de praticantes
que sofreram cirurgias, por problemas cardíacos. Tratando-se
de algo inalterável (as operações ocorreram)
e de a medicamentação ter de acompanhar o doente
para o resto da vida, pareceria normal que aos praticantes nestas
condições bastasse fazer prova do facto, UMA VEZ!
Aqui entra o "simplex" à portuguesa, onde o exército
de burocratas se perfila na linha da frente: qual quê? Há
que, todos os anos, apresentar a mesma prova, acompanhada de mais
e mais relatórios médicos, não vá
o praticante ter comprado um coração novo no Mercado
da Ribeira e ter optado por manter a medicamentação
apenas para garantir maior potência dos neurónios
no manejo dos contratos mais complicados. Haja paciência
para tanta estupidez, uma vez que parece não nos restar
já nenhuma ponta de coragem para dizer BASTA!
Para juntar mais umas achas a esta fogueira, ao que parece a FPB
apresenta ao CNAD uma lista de provas passíveis de controlo.
No caso do Sunday Times nacional, o CNAD comunicou à FPB
que a prova iria ser sujeita a controlo, sendo que esta decisão
tinha carácter sigiloso, isto é, os praticantes
não poderiam ser informados do facto. Acontece que o facto
foi de carácter sigiloso apenas para alguns, uma vez que
vários directores da FPB estavam a jogar a prova e, na
sua qualidade de praticantes, tiveram acesso a uma informação
a que não tinham direito. Ou eu estou a ficar maluco de
todo ou a isto chama-se violar princípios constitucionais,
como seja o de todos os cidadãos serem iguais perante a
Lei!
Vivemos, caros amigos, no País do faz de conta, onde a
luta pelas grandes causas (e o combate ao doping no desporto é
uma grande causa), é rapidamente reduzida a um conjunto
de estatísticas para burocrata ver.
Os episódios que vêm rodeando a questão do
doping já fizeram "sangue" no bridge nacional
e, ou muito me engano, ou vão ainda fazer muito mais. E
esta é mais uma das muitas razões pela qual penso
ser urgente equacionar profundamente a modalidade. Isto já
lá não vai com remendos: temos de pensar tudo outra
vez e, se necessário, começar tudo de novo. A alternativa
é continuar a morrer...
Luís Oliveira
(02-05-2007)
- MORREU ALVIN ROTH...
Aos 92 anos de idade morreu
um dos mais talentosos bridgistas de sempre. Criador do dobre
negativo e do 1ST forcing em resposta a aberturas em naipes ricos,
venceu 26 campeonatos nacionais com 11 diferentes parceiros e
fundou, com Charles Goren, uma Escola de Bridge (Charles Goren
School of Bridge). Jogou por três vezes a Bermuda Bowl,
a que corresponderam 3 medalhas de prata. Conquistou ainda uma
medalha de prata nas Olimpíadas de 1968. Na Bermuda Bowl
que disputou em 1955, protagonizou um episódio insólito
e que permanece por explicar: chamou o árbitro quando era
declarante de um contrato de 2 espadas, afirmando que conhecia
a mão, que havia já jogado como defensor. Uma vez
que as cartas haviam sido dadas à mesa, o árbitro
não acreditou mas Roth reproduziu os 4 jogos, carta por
carta. O jogo foi, obviamente, anulado mas nunca se conseguiu
explicar a ocorrência. Para além de jogador e formador,
foi ainda autor de várias obras famosas, das quais se destaca:
Al Roth on Bridge: The Roth-Stone System (1953), Picture
Bidding (1991), e foi co-autor de Bridge Is a Partnership
Game (1958), Modern Bridge Bidding Complete
(1968) e Bridge for Beginners (1970).
(dados recolhidos de um artigo de Phillip Alder, no New York
Times)
(02-04-2007)
- O ESTADO DAS COISAS...
Mesmo correndo o risco
de me tornar repetitivo, continuo (ainda) a recusar baixar os
braços e a assistir, de forma passiva, ao cada vez mais
evidente desmoronar do edifício federativo. Desde há
muito que todos os diagnósticos vêm apontando para
uma crise profunda, transversal a todos os sectores da modalidade.
Sendo mais ou menos consensual esta constatação
é, no mínimo, incompreensível que nenhum
passo seja dado para se tentar alterar o rumo dos acontecimentos:
o número de filiados diminui de forma que já deixou
de ser preocupante para se tornar assustadora, vão desaparecendo
Associações Regionais e Clubes de Bridge, baixa
a frequência nas provas federativas, degladiam-se argumentos,
ditos e mexericos entre as diversas estruturas federativas e o
sentimento de desinteresse vai-se, perigosamente, instalando num
número cada vez maior de filiados, com cada vez mais argumentos
para deixarem de o ser. A crise, essa, parece-se, cada vez mais,
com uma morte anunciada. Resta-nos a resignação
ou a luta: por mim prefiro a última à primeira,
por feitio e porque este é um desporto fascinante, pelo
qual vale a pena lutar.
Os factores que nos conduziram até aqui são muitos
e os responsáveis ainda em maior número. Assim:
1- Envelhecimento da população bridgística,
porque não tem havido a arte, o engenho e a vontade política
para renovar o quadro de praticantes, fruto de uma desastrosa
política de investimentos que, há anos a fio, vem
preferindo a gestão do curto prazo em troca de projectos
sustentados em áreas determinantes, como é o caso
da formação, entre outros. Este não é
um défice exclusivo desta Direcção mas de
quase todas as outras que a antecederam.
2- Inadaptação da FPB, Associações
Regionais e Clubes aos novos Estatutos que, até ao momento,
não têm correspondido, minimamente, às expectativas
iniciais: o número de filiados diminui em vez de aumentar,
os praticantes estão cada vez mais longe dos órgãos
de decisão, quando era suposto ser exactamente ao contrário,
os Clubes, definidos como o motor principal da modalidade, estão
cada vez mais de costas voltadas para as questões federativas,
o controlo e a participação activa dos filiados
é um cenário cada vez mais hipotético. E,
apesar de continuar a acreditar que o modelo dos actuais Estatutos
pode ser um elemento fundamental no desenvolvimento da modalidade,
temos de repensar tudo isto novamente. Porque ou se encontram
soluções para que os novos Estatutos cumpram as
expectativas que criaram ou se rebobina o filme e se regressa
à fórmula antiga onde, apesar de todas as crises,
nunca como agora a modalidade correu o risco de desaparecer ou
se constrói uma 3ª via, com bases sólidas e
conforme à experiência acumulada.
3- Um quadro competitivo completamente desadequado, com fórmulas
gastas e pouco ou nada motivadoras, regulamentos pouco rigorosos,
quer na sua génese quer na sua (não) aplicação,
confrangedora falta de diálogo quanto à programação
desportiva, ignorando-se, sistematicamente, as necessidades e
expectativas dos filiados, pouco ou nenhum interesse nas provas
ditas de segunda linha, afinal aquelas que mais directamente respeito
dizem à grande maioria dos filiados. Exemplos são
muitos, mas os 6 pares participantes no último Campeonato
Nacional de Pares Seniores ilustram bem a minha opinião.
Não chega fazer "copy & past" dos regulamentos
dos anos anteriores para o célebre livro branco, que nunca
foi muito de fiar mas que agora, com os novos procedimentos, não
chega à grande maioria dos filiados e colocar uma folha
de inscrições, a uma semana da prova, num placard
federativo que, por variados motivos, quase ninguém vê.
Quando desaparecem os filiados há que tentar saber porquê
e encontrar soluções para inverter a situação.
O mesmo quando desaparecem Associações Regionais
e fecham Clubes de Bridge, teoricamente, pilares de todo o sistema.
E perante este cenário, que acções tem desenvolvido
a FPB? Não digo que não existam, só que ninguém
as conhece e, sobretudo, nenhum resultado prático daí
tem surgido.
4- Confrangedora falta de informação e de debate
sobre os temas que mais afectam a nossa vida desportiva nos canais
oficiais da FPB, o que constitui sinal muito negativo para a imagem
dos dirigentes junto dos filiados, principalmente, junto daqueles
que mais necessitam de estímulos. Para me ficar por um
exemplo apenas, mantem-se no segredo dos deuses o número
real de licenciados na FPB. Que não conste no relatório
de exercício porque a realidade pode ser incómoda
para o relacionamento institucional da FPB com o IDP, enfim...
Mas este dado tem de ser do conhecimento de todos os agentes envolvidos
na modalidade, a começar, obviamente, pelos filiados.
5- Ressalta das Contas de exercício do ano de 2006 um prejuízo
superior a 14.000 Euros. Mesmo aceitando que os números
sejam justificáveis, não deixam de ser preocupantes.
A manter-se a actual tendência, para onde vamos? Até
quando pode a FPB suportar exercícios negativos? Que perspectivas
para o futuro imediato? Com os índices desportivos a cair
a pique, com os pesados encargos fixos que a FPB tem de suportar
mensalmente a asfixiarem a nossa (pouca) saúde financeira,
os anéis estão, rapidamente, a desaparecer e os
primeiros dedos começam a estar ameaçados.
6- O cada vez menor número de filiados constitui um dado
absolutamente irrefutável. Face a isto decidiu-se a FPB
por penalizar as filiações posteriores ao dia 1
de Abril com um agravamento de 50%. Esta medida, ou muito me engano,
ou irá servir de catalisador para o agravamento do problema:
todos os que não arranjaram motivação para
se licenciarem até agora, vão ficar, certamente,
com motivos acrescidos para não o fazerem. O principal
problema é que esta decisão é apenas uma
entre as muitas que configuram um profundo afastamento da Direcção
do pulsar e do sentir da grande maioria dos filiados, que são
a razão única para a existência da modalidade.
7- Mas o problema é demasiado complexo para que as culpas
se circunscrevam à Direcção da FPB. Neste
enorme emaranhado de problemas, não existem inocentes.
E todos nós, simples filiados, somos muitas vezes (talvez
mesmo vezes de mais) parte do problema em vez de sermos parte
da solução. Também já estive do lado
de lá e sei que a minha posição actual é
muito mais cómoda. Mas este facto, a juntar ao sentido
reconhecimento a todos os que emprestam o seu tempo e as suas
valências à causa federativa, não significa
que não possa (e não deva) contribuir, de forma
construtiva e leal, para a identificação e tipificação
dos problemas. Por isso, uma vez mais, aqui estou!
Este é o único
objectivo destas linhas! Não sou nem serei candidato a
qualquer tipo de alternativa de poder, porque entendo que já
dei a minha modesta contribuição e o bridge precisa
de sangue novo e de ideias novas. Apenas entendo que é
tempo de reunir energias, de discutir ideias e de encontrar consensos.
Vem aí uma nova época desportiva: é urgente
analisar os dados disponíveis, encontrar alternativas e
definir estratégias sustentadas de futuro. O que só
será possível se todos estiverem disponíveis
para participar numa discussão franca, aberta, sem complexos
e "sem cartas na manga". E não chegam manifestos
de boas intenções: é preciso agir e agir
já, antes que seja tarde de mais. Porque o bridge vale
a pena!
Luís Oliveira
(09-03-2007)
- TAÇA DE PORTUGAL 2007
De Manuel Oliveira recebemos um artigo de opinião sobre
a edição deste ano da Taça de Portugal, que
abaixo publicamos. De caso em caso, lá vamos andando até
ao estertor final que, a continuar tudo assim, não deve
tardar muito.
O estado a que chegámos Em 7 de Março, a FPB publicou no seu site o resultado do sorteio para a fase inter-regional, que ainda se encontra disponível para quem o quiser consultar, onde se verifica que estão por identificar todas as equipas da chamada Zona 1 (Norte e Centro) e as equipas do Sul do Tejo e Algarve da Zona 2. E isto 7 dias depois de ter terminado o prazo para a identificação das equipas. Quando soube através de um dos membros da sua Direcção que o sorteio tinha sido efectuado sem conhecimento dos capitães das equipas apuradas e dela própria, a ARBL, invocando as Normas Técnicas, apelou (sic) ao Presidente da Direcção da FPB para tomar as medidas que considerasse necessárias para que o acto realizado por um membro da Direcção da FPB (nomeando-o) fosse considerado nulo e sem efeito e que, de imediato, fosse agendado o sorteio da fase inter-regional da Taça de Portugal, de acordo com os requisitos das Normas Técnicas da FPB. Caso não fosse reposta a legalidade, a Direcção da ARBL manifestava a intenção de solicitar ao Conselho Jurisdicional a impugnação da prova. Esta é a mesma Direcção da ARBL que, ignorando as mesmas Normas Técnicas, efectuou o sorteio do Regional de Equipas sem a presença dos respectivos capitães embora para tal tenha sido expressamente solicitada pelo capitão de uma das equipas concorrentes a esse torneio, no caso concreto eu próprio. Entretanto, e ao que julgo saber, a Direcção da FPB decidiu efectuar um novo sorteio da fase inter-regional da Taça. No seu site permanece a informação de 7 de Março e desconheço se algum capitão de algumas das equipas foi informado do novo sorteio. E, entretanto ainda, a Direcção da FPB luta afincadamente eu diria estrebucha para manter o estatuto de Entidade de Utilidade Pública Desportiva e receber os correspondentes subsidiozinhos. E assim vai o Bridge que alguém há alguns anos apelidou de forma feliz de Desportivo. Haja saúde |
(20-01-2007)
- DESPORTIVISMO!
O torneio de Évora é, por diversos motivos, uma
prova de referência no bridge nacional: pela boa adesão
de bridgistas à iniciativa, pela excelência de toda
a organização e pelo simpático acolhimento.
A juntar a tudo isto, refira-se o caso relatado pelo filiado e
amigo Manuel Mendes, que aqui reproduzimos, e que merece destaque
pelo exemplo de desportivismo que encerra. Numa altura em que
o bridge nacional atravessa uma enorme crise, casos como este
são pequenos (grandes!) contributos na procura do caminho
a seguir. Com a devida vénia, aqui fica o relato de Manuel
Mendes:
Ex.mºs Senhores, Não é uma estória que vos vou contar, mas um acontecimento verdadeiro que, por ser muito raro, julgo que merece ser dado a conhecer no meio bridgístico. Trata-se de um acto de assinalável desportivismo que, por muitos de nós, deve ser apreciado como exemplo. Hotel da Cartuxa, 12 do corrente mês de Janeiro, jogava-se a 1ª sessão do Torneio de Évora. Na mesa 11 coube-nos (a mim e ao Fatal) defrontar o par Manuel Capucho- Maria João Lara. Jogámos ali os jogos 7 e 8. No 8, marcámos 3ST que carteei e cumpri com +4. Não reparei na marcação que fora feita no Bridgemates. No final da sessão, como não nos tinha corrido muito bem, conferi os resultados (confrontando a minha ficha de marcação com a folha de resultados que me fora dada) mas fazendo uma leitura meio de atravessado como costuma dizer-se. Não me apercebi de qualquer anomalia. No dia 13, pouco antes do início da 2ª sessão, chegou junto de mim Manuel Capucho que me perguntou se não conferira os resultados no final da sessão. Respondi-lhe que sim, mas que nada encontrara de anormal. Perguntou-me então se me lembrava de ter carteado 3ST contra ele e de ter cumprido com +4. Respondi-lhe que sim. Disse-me então: é que 3ST +4 NV são 520 e minha mulher enganou-se e só lançou 3ST +3 (490) no Bridgemate, prejudicando-vos; mas não é preciso fazer nada, porque já fui ter com o Rui Marques e pedi-lhe para fazer a correcção. Atitude bonita que denota grande espírito desportivo! Tenho o prazer de solicitar à FPBridge que mande publicar este facto no Boletim Desportivo e aos Lusobridge e quintonaipe que o divulguem no seu SITE. Com os melhores cumprimentos Manuel Mendes |
(16-12-2006)
- STELLA CUNHA - O DESAPARECIMENTO DE UMA PESSOA MUITO ESPECIAL
|
(1923-2006) Vítima de um brutal acidente de
viação, faleceu no passado dia 27 de Novembro a
nossa estimada amiga Stella Cunha. A vida não se cansa
de nos abalar com estes tristes desenlaces, o nosso mundo ficou
irremediavelmente mais pobre. |
(03-12-2006)
- CLUBE DE BRIDGE AFAP: SUSPENSÃO DOS TORNEIOS DE REGULARIDADE...
Por decisão da Direcção
da AFAP foram suspensos os torneios de regularidade das 5ª
feiras. Desconhecemos se é ou não intenção
da Direcção manter a filiação do clube
na F.P.B. para o próximo ano.
Lamentamos este desfecho, já que se tratava de um projecto
que agregou mais de 40 filiados e vinha desenvolvendo uma actividade
de registo no cada vez mais pobre panorama do bridge nacional.
Entre Janeiro e Julho de 2006, período em que nos encontrámos
ligados ao projecto, a actividade do clube registou, para além
do número considerável de filiações,
a organização de actividades de formação,
a participação activa na vida federativa, quer em
provas desportivas quer nas A.G. da A.R.B.L. e da F.P.B. e um
encontro de equipas organizado em conjunto com o Clube Nacional
de Ginástica e a A.R.B.L. Para além disto era, às
5ª feiras, o clube com maior frequência de jogadores
em provas de regularidade.
A vida continua, mas o bridge lisboeta fica mais pobre, porque
privado de um espaço com excelentes condições
para a prática da modalidade.
(18-09-2006)
- CAMPEONATOS DA EUROPA: UM ARTIGO DE OPINIÃO DE MIGUEL
MATOS...
Recebemos do Miguel Matos
um artigo de opinião sobre a representação
nacional nos recentemente disputados Campeonatos da Europa que,
a seguir, transcrevemos:
Tem este "pequeno" comentário a ver com o que já foi escrito acerca do Torneio de Selecção, da própria Selecção e a nossa representação nos últimos Campeonatos da Europa. E começo pelo fim, pelos resultados.
Temos de dizê-lo com clareza e sem pruridos, foram desastrosos.
E, perdoa-me Luis, pouco me interessa se estão ao nível
de outros conseguidos no passado. Isso só me frustra ainda
mais porque tenho de concluir que foram desastrosos no passado
como foram desastrosos agora, com a agravante de que entretanto
pouco ou nada fizemos para inverter a Quanto à Selecção, ou se preferirem, quanto aos jogadores que a constituiram, importa dizer que tenho a certeza que fizeram o seu melhor e, seguramente, a sua frustração é muito maior que a minha porque eles próprios gostariam de ter tido a possibilidade de fazer melhor. Posto isto, voltemos à vaca fria..... O que é certo é que nessa altura, antes do BB, tínhamos alguém a planificar, estruturar e supervisionar tudo - tínhamos seleccionador/treinador. O que é certo é que nessa altura houve toda uma planificação, todo um trabalho que demonstrava claramente o que se pretendia e qual o caminho para esse desígnio. Foi interessante verificar que o que foi feito tinha dado belíssimos resultados. Mais, foi ainda mais interessante verificar na altura a quase unanimidade de opiniões acerca das razões para esse sucesso - uma fórmula de TS mais aproximada do que manda o bom-senso mas, e principalmente, o trabalho desenvolvido debaixo da responsabilidade do seleccionador, inclusive durante os campeonatos. Foi hilariante verificar que o processo de Selecção para este Europeu era, na opinião da FPB, em tudo igual ao anterior.... É como dizer que gostei muito do filme King Kong, só me pareceu que o macaco estava a mais. Foram ainda mais hilariantes todos os episódios que acompanharam este processo até ao seu epílogo. Exceptuando a infelicidade acontecida a Carlos Luiz (Força Campeão), o processo foi conduzido de tal forma que, como o Tiago Canelas bem fez notar, nenhum dos pares que alinharam no Europeu jogou, de facto, o TS. Como é possível? Agora, na minha modesta opinião, importa
não ficar a carpir enquanto se espera que a poeira assente.
Importa começar a preparar o futuro e este ano é
uma boa oportunidade justamente por não existir nenhum
torneio internacional de selecções. Cumprimentos bridgisticos. |
(29-08-2006)
- CAMPEONATOS DA EUROPA: ESCLARECIMENTO AO ARTIGO ANTERIOR...
Recebemos do Tiago o seguinte
esclarecimento ao seu artigo de ontem e aos meus comentários:
Luis, li atentamente os teus comentarios, e aproveito para esclarecer 3 pontos que podem ter sido mal interpretados: 1- Nunca visei os jogadores ou o seu empenho. Sou amigo de alguns deles e tenho a certeza que eles fizeram o possível e talvez o impossível para dignificarem o nome de Portugal; 2- Relativamente à experiência das parcerias, não tenho duvidas que existiam 2 parcerias que já tinha alguma rotina, mas tambem é verdade que estiveram pelo menos um ano sem jogar juntos. E esse ano não é compensável com 1 ou 2 meses de treinos; 3- Se é definida uma politica de focalização no conceito de par, não é compreensível que tenham sido tomadas determinadas opções. Para se ser coerente deveria ter-se substituido um par, e não um jogador. Um abraço, se puderes publicar agradecia para que não ficassem duvidas para quem ler o meu comentário. Tiago |
O que eu observei ao longo de este ano foi a tentativa de dar continuidade a um projecto que procurava valorizar a estabilidade e a consolidação de parcerias, e na verdade penso ser esse o santo graal que todos procuram. Uma selecção nacional constituida por 3 pares com experiência e rotina de jogo. No entanto, confesso que mais uma vez fiquei triste com o bridge português. Não foi pelo resultado obtido por aquela equipa que eu não consigo chamar de selecção nacional, porque esse era esperado, mas pelo facto dos responsáveis ainda não perceberem que têm de incentivar à criação de pares rotinados. E porque é que o resultado era esperado? Como a maior parte de vocês sabe, numa prova com as características do Campeonato da Europa vão existir muitas situações de pressão e de teste ao entendimento entre parceiros. Não interessa que existam em Portugal milhares de optimos jogadores se eles não comunicarem na mesma linguagem. É um facto indesmentível que não se pode esperar que um par recentemente constituido tenha trabalhado o suficiente para conseguir ter entendimentos sobre a maioria das situações, sobretudo com os métodos de treino que existem no bridge competitivo português Não importa o método utilizado para o torneio de selecção, não importa se vai o par A, B ou C, mas importa que os A, B ou C sejam pares e que comuniquem na mesma linguagem. Por esse motivo, tenho a certeza que qualquer equipa constituida por 3 pares que tenham jogado as ultimas fases do torneio de selecção teria feito melhor prestação que esta. E se existem regulamentos que definem que
a selecção nacional será constituída
por 3 PARES e não por 6 jogadores, NÃO COMPREENDO
COMO É POSSÍVEL QUE NENHUM DOS PARES QUE JOGOU
O CAMPEONATO DA EUROPA NA EQUIPA SUPOSTAMENTE DESIGNADA DE SELECÇÃO
NACIONAL,TENHA JOGADO O TORNEIO DE Esta selecção não foi resultado de um torneio de selecção e espero que a Direcção da FPB seja pela primeira vez coerente e faça a homologação daquele torneio com várias fases com um nome onde não exista a palavra selecção. A minha proposta para a designação é Torneio Fantasma, uma vez que todos viram mas não há provas que exista. Tiago Canelas |
(25-07-2006)
- DEMISSÕES NA F.P.B.
Do site da F.P.B. transcrevemos a seguinte notícia:
O Engº Rui Silva Santos e a Engª Paula Lima apresentaram o pedido de demissão dos cargos directivos que ocupavam na Federação Portuguesa de Bridge por motivos pessoais. Estes pedidos foram apresentados ao Presidente da Assembleia Geral da FPB, tendo as referidas demissões sido aceites. A FPB irá agora cooptar 2 novos elementos para preencher as vagas deixadas em aberto. |
Em mais um momento difícil para a modalidade, resta-me desejar que a Direcção da FPB encontre rapidamente uma solução para o problema.
Luís Oliveira
(09-05-2006)
- SELECÇÃO OPEN - Tudo decidido
Com a escolha do 3º par e do capitão não-jogador,
está completa a formação nacional que representará
Portugal nos próximos Campeonatos da Europa. Sofia Pessoa,
Carlos Luís, Jorge Cruzeiro, Nuno Matos, Nuno Paz e Rui
Silva Santos - jogadores - e João Paes Carvalho, capitão
de equipa.
Uma interpretação muito lata do regulamento da prova,
permitiu que a escolha do 3º par recaísse sobre dois
elementos da equipa classificada em 3º lugar e que, para
além disso, nem sequer formaram par durante a prova. Tanto
quanto julgo saber, esta escolha resultou da vontade expressa
pelos 4 jogadores que integram a equipa vencedora. A menos que
a solução fosse anti-regulamentar, o que não
me parece ser o caso, julgo ser lógico que, à falta
da figura do seleccionador, a opinião dos jogadores seleccionados
fosse levada em consideração. Porque, apesar de
já ter lido e ouvido várias opiniões contrárias,
que respeito, continuo a achar que, para uma prova com as características
dos Campeonatos da Europa, em que os jogadores partilham 15 dias
de grande intensidade emocional, o relacionamento pessoal e a
existência de uma forte cumplicidade entre todos, é
um factor muito importante para o rendimento desportivo do grupo.
Resta-me, portanto, desejar aos nossos representantes as maiores
felicidades para a difícil tarefa que vão enfrentar,
certo de que irão dar o seu melhor para dignificar as cores
nacionais.
Quanto ao futuro, penso que os vários episódios
que ocorreram ao longo de toda a prova de selecção
deverá merecer da Direcção da F.P.B. uma
profunda reflexão. Parece-me óbvio que o actual
modelo, construído em torno da figura de um seleccionador
nacional, deixa de ter qualquer sentido à falta deste.
Por outro lado, as inúmeras lacunas no regulamento, que
foram conduzindo a outras tantas situações delicadas
têm de ser resolvidas. Apesar de ser um convicto defensor
de um modelo por equipas, não creio que a escolha do método
de selecção seja a primeira prioridade: antes, devem-se
definir objectivos, direitos e deveres e criar os mecanismos indispensáveis
para que as representações nacionais constituam
uma mais-valia para todos os filiados e não apenas para
os directamente envolvidos. Só desta forma será
aceitável continuar a canalizar uma parte considerável
do limitado orçamento federativo para as Selecções.
Luís Oliveira
(20-04-2006)
- A F.P.B. E A INFORMAÇÃO
Embora não me competindo apresentar qualquer tipo de justificações
em nome da F.P.B., creio ser importante referir que a não
actualização da página federativa se deve
a um problema técnico de acesso ao respectivo servidor,
facto a que a F.P.B. será alheia. Esta situação
não invalida a urgente necessidade da F.P.B. rever a sua
política de informação aos filiados, nem
iliba a sua responsabilidade por não ter, atempadamente,
encontrado meios alternativos para ultrapassar este problema técnico.
Luís Oliveira
(20-04-2006)
- A PROPÓSITO DA SELECÇÃO DE SENHORAS (parte
2) - por Miguel Matos
Leio a "explicação" da FPB e devo dizer
que, embora reconheça algum esforço de fazer passar
a mensagem, não fico convencido.... longe disso.
Eu sou um associado, mas não sou obrigado enquanto tal
a andar à procura da informação que a FPB
quer ou não disponibilizar, muito antes pelo contrário,
é à FPB que cabe certificar-se de que a informação
chega a quem pode estar
interessada na mesma. A este propósito remeto para o ponto
7 do Plano de Actividades para este ano
7. COMUNICAÇÃO
A divulgação junto dos Associados e Praticantes
das principais actividades desenvolvidas pela Direcção
da FPB, pelos outros Orgãos Federativos e pelos nossos
Associados e Praticantes, será feita fundamentalmente através
de dois meios de comunicação:
* o Boletim Bridge Desportivo, como seu órgão oficial;
* o sítio da FPB na Internet.
E acerca do sítio da FPB pode ainda ler-se
A página da internet
da FPB, constituirá um meio privilegiado de comunicação,
que permitirá em tempo útil, a divulgação
de informação relevante e de interesse para o Bridge
Nacional. Continuaremos a ter como objectivo uma actualização
dinâmica do nosso site e uma coordenação com
o Boletim, de forma a não duplicar informação,
usando cada um dos meios de
forma adequada à informação a divulgar.
Acresce dizer que o dito sítio, que confesso já conheceu dias de alguma dinâmica, não é actualizado desde 23 de Março.... E por favor não me venham dizer que é por falta de novidades ou notícias.
Mas tudo isto é muito estranho... A participação neste Torneio já estava previsto no Plano de Actividades, leia-se o ponto 5 do mesmo
5. SELECÇÕES NACIONAIS
A Direcção
da FPB, no seguimento dos objectivos estabelecidos, irá
continuar a apoiar as selecções nacionais, para
o que conta obter a necessária cobertura orçamental,
através do IDP.
Para a época 2005-2006 estão previstas representações
nacionais nos Campeonatos da Europa de Equipas Open e Senhoras
em Varsóvia (Polónia), a realizar de 12 a 26 de
Agosto de 2006.
Como é que se chama
"apoiar" as Selecções ao abrir de inscrições
e condicionar a participação às inscrições
recebidas... Mas valia dizer, a equipa e a Sra. X com a Y maus
a Z com a G, se elas quiserem tudo bem, senão ficamos em
casa.
Porque não considerar uma prova específica no calendário...?
Ou em alternativa, porque é que se acabou com a figura
do seleccionador....
Abraços.
Miguel Matos
(20-04-2006)
- A PROPÓSITO DA SELECÇÃO DE SENHORAS - por
Miguel Matos
... mas não só.
A FPB decide publicar uma
nota em edital com vista à constituição da
Selecção de Senhoras. Eu pessoalmente tive conhecimento
deste assunto aqui no Quinto Naipe... Nem o site da FPB tem qualquer
menção, aliás o mesmo não é
actualizado à quase um mês.
É caso para dizer, dá Deus nozes a quem não
tem dentes. Depois da experiência da Venice Cup mais uma
vez se conclui que nada se aprendeu. Todo o trabalho feito foi
por água abaixo... pergunto, só agora sabíamos
que este Torneio se ia realizar ou, pior (muito pior), e como
alguns referem em surdina, a FPB tinha em seu poder um patrocínio
"adormecido" para o qual só
agora acordou....?
É caso para dizer como diz a canção: "para
melhor está bem, está bem; para pior já basta
assim".
Mas não, para pior
ainda não bastava assim, e a escolha do 3º "par"
da selecção Open promete.
Vejamos o regulamento:
1. A equipa nacional será, constituída pelos dois pares pertencentes à equipa vencedora do Torneio de selecção e por um par pertencente à equipa segunda classificada, escolhido pela equipa vencedora.
2. Caso o par convidado da equipa segunda classificada não queira integrar a selecção, a equipa vencedora pode convidar o outro par da equipa segunda classificada ou um par da equipa terceira classificada.
3. Caso ainda assim não seja possível encontrar um par disponível para integrar a selecção, a escolha do terceiro par será da responsabilidade da Direcção da Federação Portuguesa de Bridge por critérios que a mesma venha a definir.
4. A escolha do capitão não jogador será da responsabilidade da equipa e sujeita à aprovação da Direcção da FPB.
5. Para todos os efeitos a posição de qualquer equipa será a posição expressa pelo respectivo capitão.
Chamo a atenção
para o ponto 3. Este ponto é um "last resort",
ou seja, pressupõe que antes de ser abordado deverão
ser tentadas todas as hipoteses anteriores. Foram? Eu tenha as
mais sérias dúvidas, porque se bem conheço
os "quintais" do Bridge nacional alguns pares ficaram
logo arredados à partida de qualquer hipotese de escolha.
Mas vamos admitir que sim, que foram. Não seria de esperar
que os critérios tivessem alguma razonabilidade....? Então
andam os pares, uns mais que
outros é certo, a esforçar-se enquanto tal, treinando-se
e aprimorando-se para chegarem ao melhor lugar possível
no Torneio de Selecção, e vai daí a iluminada
FPB escolhe um Par que nunca o foi.... qual é exactamente
o significado da palavra Par que a FPB não percebe....?
Como é possivel tamanha
falta de bom senso....? Quais foram os critérios? É
que eu, o único que consigo descortinar é a falta
dele.... ou pior, muito pior, este tipo de escolhas sem critério
aparente pode levar alguém a pensar que os critérios
foram outros.... que aliás é o que normalmente acontece
quando se definem as regras depois do jogo, e ninguém se
dando ao trabalho
de nos elucidar quais foram.
Abraços.
Miguel Matos
(11-04-2006) - SELECÇÃO NACIONAL DE SENHORAS - UM REGRESSO AO PASSADO?
A Direcção da F.P.B. produziu, a este respeito, o seguinte comunicado:
A Direcção da F.P.B. na sua reunião no passado dia 14 de Março de 2006, decidiu abrir inscrições para as jogadoras interessadas em disputar o Campeonato da Eurpa de Senhoras, a realizar em Varsóvia de 12 de Agosto a 26 de Agosto de 2006.
Serão admitidas inscrições de jogadoras de 1ª Categoria e de 2ª Categoria de Espadas e Copas, individualmente ou por pares. As inscrições deverão ser feitas junto da FPB até dia 28 de Abril de 2006.
Dependendo do Curriculum e do Ranking das jogadoras inscritas e do número de inscrições, a Direcção da F.P.B. decidirá sobre o envio de uma Equipa Portuguesa de Senhoras ao referido campeonato e se vier a verificar-se, sobre a modalidade do processo de selecção.
A FPB assegurará à selecção de Senhoras as mesmas condições de deslocação que à Selecção Open ou seja, a confirmar-se o subsídio a atribuir para o efeito pelo IDP, custeará as despesas de viagem e de estadia em quarto duplo.
A Direcção da FPB
Confesso que de cada vez que releio o comunicado aumenta a minha estupefacção. Desde logo porque, embora a ideia não seja original, sempre me espanta que, para uma representação nacional numa prova de topo do calendário europeu, o único critério de selecção definido seja o da lista de inscrições. Tudo o resto é um confuso emaranhado de "ses" ou um grave conjunto de perigosas omissões. Depois da experiência (muito positiva) da Venice Cup, seria de esperar que a FPB aproveitasse as sinergias criadas para manter e ampliar um projecto sustentado para o bridge feminino. Em vez disso, optou-se por um regresso ao pior de um passado recente. O comunicado da F.P.B., pelas suas reticências, indefinições e omissões, abre a porta a mais uma situação potencialmente explosiva.
Outro aspecto que me faz imensa confusão é a forma encontrada pela F.P.B. para a (não) divulgação deste comunicado. Tanto quanto julgo saber, limitaram-se a afixá-lo num placard da sua sede, o que o torna disponível para um muito restrito número de filiadas. No mínimo, seria exigível que o comunicado fosse enviado, por correio, para o universo de jogadoras a que se destina. Ao não o fazer, a Direcção da FPB está, objectivamente, a discriminar todas as filiadas que, apesar de cumprirem os critérios (???) definidos no referido comunicado, dele não têm conhecimento. Será segredo?
Desculpar-me-ão pela franqueza, mas até parece ser esse o objectivo, tão absurda é a forma como o processo está a ser conduzido.
Enfim! Está cada vez mais cinzenta e menos interessante a vida federativa...
NOTA: Relativamente a este
artigo e no respeito pelos critérios que sempre nortearam
as minhas intervenções públicas, devo esclarecer
que fui ontem informado pela Direcção que o comunicado
da FPB foi enviado, por e-mail, para Clubes, Associações
Regionais e para as filiadas cujos endereços de e-mail
eram do conhecimento dos serviços federativos. Embora em
nada se alterem as apreciações que fiz sobre os
critérios adoptados fica a rectificação.
(20 de Abril de 2006)
Luís Oliveira
(14-03-2006) - CASO BURATTI - LANZAROTTI: EPÍLOGO
Em artigos de opinião
anteriores, manifestei a minha preocupação pelas
graves repercussões deste caso na imagem do bridge e as
minhas dúvidas e perplexidades perante os factos que vieram
a público. Não tinha na altura qualquer ideia formada
quanto à culpabilidade ou inocência dos jogadores
acusados. Grave é que, após ter sido proferida a
sentença, continuo a não ter. Isto porque, estranhamente,
um manto de silêncio continua a cobrir os principais pormenores
deste caso.
É certo que foram cumpridas todas as formalidades processuais
antes da Federação Italiana ter apresentado o veredicto
final. Em resumo, o par Buratti - Lanzarotti foi acusado e considerado
culpado de batota. Da decisão foi interposto recurso e,
apesar da redução da pena de suspensão, nada
se alterou quanto à substância da decisão.
Não vou questionar a decisão da F.I.G.B. Não
tenho dados para o fazer! O que pretendo questionar é,
exactamente, o não ter esses dados. Buratti e Lanzarotti
alcançaram, ao longo da sua carreira, muitos títulos
internacionais em representação da Itália.
Como eu, muitos milhares de praticantes se habituaram a admirar
a qualidade técnica do seu bridge e o sistema de marcação
por eles desenvolvido. Por tudo isto, a responsabilidade destes
jogadores é muito superior à dos jogadores comuns.
Por tudo isto, o assunto exige total transparência. E é
em nome dessa transparência que entendo que temos o direito
de ser informados sobre todos os factos! É em nome da transparência
que não entendo o silêncio! Um ensurdecedor silêncio,
quer no site da F.I.G.B. quer no site da E.B.L.: nem uma palavra!
Outra questão que me está a fazer alguma confusão
é a redução da pena inicial, decidida em
última instância. Isto porque, ao darem por provada
a utilização de métodos ilícitos na
transmissão de informação entre os jogadores
visados e atendendo ao facto de serem jogadores com grandes responsabilidades
no bridge internacional, não me parece que a decisão
possa ser justificada com eventuais circunstâncias atenuantes.
Por outro lado, porque me quer parecer que a dimensão da
pena é muito pouco importante neste caso. Em termos desportivos,
o veredicto de culpados corresponde a uma "sentença
de morte".
A confiança nas Instituições é de
fundamental importância para o desenvolvimento da modalidade.
Em meu entender, essa confiança constrói-se através
de uma relação absolutamente transparente entre
a Instituição e as pessoas que representa.
Esperemos então por mais esclarecimentos, ou seja, pela
divulgação pública dos factos mais relevantes
deste caso, nomeadamente, do acórdão do organismo
disciplinar italiano.
Luís Oliveira
(17-02-2006) - SELECÇÃO NACIONAL OPEN
Por Inocêncio Araújo
As representações nacionais que participaram nos últimos Campeonatos do Mundo (Bermuda Bowl, Venice Cup, Seniors Bowl e Transnacional) tiveram excelentes resultados, muito acima das expectativas, o que vem demonstrar que existe no bridge português capacidade para lutar, em todas as competições internacionais, por classificações bem melhores do que aquelas que normalmente têm ocorrido nos últimos anos.
Com excepção da brilhante vitória obtida pela selecção nacional open nos Campeonatos da CEE de 1998, todas as restantes participações das nossas selecções nas provas internacionais organizadas pela EBL e WBF tiveram resultados decepcionantes.
Dos resultados obtidos nos últimos Campeonatos no Mundo, merece-me uma especial análise o da Selecção Open. A Bermuda Bowl, pela fórmula em que é disputada, pelo número de encontros e mãos que envolve e pelo valor das equipas participantes, é a prova mais exigente do calendário internacional. Considero pois a participação da nossa Selecção nos Campeonatos do Mundo do Estoril extremamente relevante, em especial os resultados obtidos contra algumas das maiores potências do bridge mundial.
Na análise que pretendo fazer, duas perguntas se impõem. Será que estes resultados foram uma casualidade? Será que é possível melhorar e como?
A minha opinião é que de facto os resultados obtidos não foram obra do acaso e estão directamente relacionados com alguns elementos novos introduzidos pela Direcção da FPB no regulamento de selecção da equipa open para o Bermuda Bowl, elementos esses que se transcrevem:
"Introduzir, pela primeira vez nos últimos anos, o conceito de Seleccionador Nacional, como alguém que terá a última palavra sobre a constituição da Selecção de Portugal, a qual, apesar de condicionada, pelos resultados do Torneio de Selecção, de acordo com o regulamentado, será em definitivo escolhida pelo Seleccionador Nacional."
"Serão escolhidos para integrar o grupo de trabalho dirigido pelo Seleccionador Nacional e pela Comissão Técnica, a escolher, os pares integrantes das duas equipas finalistas e um outro par escolhido pelo seleccionador, entre os que tiverem integrado as equipas derrotadas nas meias-finais."
"A equipa nacional
será, em princípio, constituída pelos dois
pares pertencentes à equipa vencedora do Torneio de selecção
e por um outro a definir pelo seleccionador a partir do grupo
de trabalho."
"Se algum dos dois pares da equipa vencedora, não
cumprir o programa de trabalho, ou tenha durante a preparação
um comportamento desportivo ou eticamente reprovável, o
seleccionador tem o direito irrevogável, de o substituir
por outro dos pares da equipa de trabalho constituída."
Em resumo, a existência de um Seleccionador Nacional, com poderes para escolher os melhores de entre um conjunto de pares seleccionados com base nos resultados desportivos e a existência de um programa de preparação são factores essênciais para a melhoria dos resultados na alta competição. Não quero dizer com isto que o que se fez na época passada tenha sido perfeito. O método de escolha dos pré-seleccionados pode e deve ser melhorado e o programa de preparação também. Mas o regulamento da época anterior estava no bom caminho e deu alguns frutos.
A Direcção da FPB não soube retirar dos resultados do Bermuda Bowl as devidas ilações e, dando sinais de uma enorme falta de visão sobre o que é necessário fazer no bridge de alta competição, publicou um regulamento de selecção, para esta época, semelhante ao da época anterior do qual retirou exactamente os dois elementos determinantes atrás referidos: o seleccionador nacional e o programa de preparação.
Mas o mais grave disto tudo é a forma como a Direcção da FPB fundamenta a sua decisão. Nas considerações preliminares ao actual regulamento, justifica-se esta opção com base nos bons resultados obtidos. Mas o que de novo e positivo se fez na época anterior e que deu bons resultados é exactamente o que se retira do regulamento para 2005-2006.
A velha fórmula do "quem ganha o torneio de selecção vai lá fora", sem quaisquer outros factores de avaliação e independentemente de se preparar ou não, já provou que não dá os melhores resultados e não produz nenhum efeito positivo no bridge nacional. É uma fórmula que traduz uma visão egoísta, limitada e nada estruturante do bridge de alta competição.
Relativamente à segunda questão, é óbvio que se pode melhorar substancialmente a preparação dos pares que integram a selecção nacional, quer no domínio técnico quer no domínio psicológico.
Uma análise técnica detalhada dos erros cometidos, mão a mão, independentemente de quem os cometeu, daria boas indicações dos temas que se deveriam trabalhar nos futuros programas de preparação. De igual modo, a resistência à pressão competitiva deve ser objecto de preparação.
Os que se opõem à realização de um programa estruturado e continuado de preparação para o bridge de alta competição tem por hábito justificar a sua atitude com base na falta de recursos disponíveis para levar à prática um tal programa. Trata-se de uma posição confortável e simplista, mas que não corresponde à realidade. Os recursos existem. O problema é a forma como são aplicados. E além disso, um programa de preparação, devidamente estruturado e bem conduzido, seria concerteza objecto de novos apoios, até agora não explorados.
Esta é a única forma séria de encarar a participação de uma selecção em campeonatos internacionais. Evitar esta abordagem significa fugir à responsabilidade de gerir convenientemente os recursos disponíveis.
Inocêncio Araújo
(06-02-2006)
- SIM AO DEBATE DE IDEIAS, NÃO À ARRUAÇA
E AO INSULTO...
Neste espaço, tenho procurado apresentar as minhas opiniões
sobre aspectos que considero importantes, do bridge nacional.
É conhecida a minha posição sobre a política
desportiva da F.P.B. e, ainda recentemente, fiz uma análise
muito crítica sobre os acontecimentos que envolvem a 4ª
fase do torneio de selecção.
Este assunto tem provocado uma onda de reacções com, algumas delas, a resvalar do saudável e necessário debate de ideias, para uma lamentável sequência de insultos pessoais, que atingem a honorabilidade dos dirigentes federativos e não só.
Em face dos factos, quero deixar claro o seguinte:
1- Independentemente do direito de cada um criticar ou apoiar as acções desenvolvidas pelos dirigentes federativos, TODOS os filiados devem aos que se disponibilizam a servir esta causa pública, respeito, admiração e agradecimento. A persistência de alguns em confundir o direito à opinião (e até à indignação), com ataques e atentados à honra de quem empresta à F.P.B. o melhor que pode e sabe, está a MATAR o bridge que, a curto prazo, corre o risco de se tornar ingovernável.
2- Em nenhum momento do debate se pode perder a elevação na forma e a clareza no conteúdo sobre os argumentos esgrimidos. O recurso ao insulto pessoal é um sinal claro e óbvio de pobreza na argumentação, de falta de ideias ou, simplesmente, de má fé.
3- Sou do tempo em que, neste País, o cidadão não tinha direito à livre opinião, desde que discordante dos "donos da opinião". Por isso esta questão é tão importante para mim. A liberdade conquistada é demasiado preciosa para ser posta em causa com desvios grosseiros.
4- Os actuais dirigentes federativos têm cometido erros, como todos os que os antecederam (pela minha parte, tenho absoluta consciência do que contribuí neste capítulo e, melhor que ninguém, sei onde e como errei). Ser dirigente federativo, num universo muito especial e muito sensível, onde as "grandes causas" se movem muito mais pelo coração que pela razão, é uma tarefa muito complicada. Mas, acima de tudo, é um acto de coragem. Porque se sabe, à partida, o que se vai encontrar e, mesmo assim, se encontra força e motivação para dar a cara e servir o bridge.
5- Por força de tudo isto, quero manifestar, desta forma, à Direcção da F.P.B. a minha total e incondicional solidariedade, que podem usar como entenderem. Tenho sido um crítico "assíduo", ao longo do vosso mandato. Mas tal não me impede de respeitar o vosso trabalho, de vos estar grato pela vossa disponibilidade e de estar ao vosso lado contra este tipo de ataques de baixo nível.
Luís Oliveira
(02-02-2006)
- Crónica de uma crise anunciada...
Dou-vos a minha palavra que este era um dos casos em que eu desejava
não ter razão. Mas a "salganhada" do regulamento
do torneio de selecção só por milagre não
iria atear mais uns fogos. No mesmo dia em que escrevi o artigo
anterior, recebi os primeiros sinais de perturbação,
com o anúncio de desistência do par Miguel Matos
- João Fanha, acompanhado de um texto do Miguel que passo
a transcrever:
Li com o maior interêsse
o teu artigo e, porque acho que tens razão na maior parte
das coisas que escreves aqui estou...
Relativamente a última fase do torneio de selecção, importa salientar que mais de 80% dos pares já tinha feito equipa mesmo antes da realização do torneio, que é o mesmo que dizer que todas as parelhas fortes se associaram entre elas (embora algumas tivessem que depois de fazer contas de última hora...).
Sendo totalmente claro, não faz para mim qualquer sentido investir em mais um fim-de-semana (tempo é dinheiro, ou se preferirem é família, etc...) para jogar um torneio em que não tenho qualquer possibilidade de atingir os objectivos propostos, que para mim são sempre de passar à fase seguinte.
Claro que se poderá sempre argumentar que o regulamento era conhecido desde o princípio e, se calhar, mais valia eu ter ficado em casa também nos fins-de-semana das outras fases.... talvez.... mas assim, tendo-me qualificado até à fase em que se passa a equipas acho que esta conversa tem mais propriedade e a minha argumentação mais consequente.
Porquê esta versão
migratória de pares para equipas durante um mesmo processo
de selecção...? Interessa a quem...? É que
para o Bridge enquanto modalidade de alta competição
não consigo encontrar nenhum motivo de interêsse
(durante o torneio alguns dos participantes me diziam que interessava
à Direcção da FPB... Não percebo como
nem porquê... Ou então não
estou suficientemente por dentro das coisas para poder perceber).
Voltando ao assunto em questão, poderão os defensores desta fórmula afirmar que a mesma deu bons resultados no ano passado.... é verdade... mas também já deu maus resultados "noutro" passado não tão recente...
Estou à vontade paea
falar porque fui dos que sempre estiveram contra (está
escrito) esse aspecto especifico da fórmula de selecção,
e não me parece que lá porque a fórmula produziu
bons resultados no ano passado não se possa melhorar....
Deve haver sempre intenção de melhorar. Acho que
esta situação é inibitória do surgimento
de pares "em ascenção" ou
de outsiders, ou se quiserem, de novos valores, etc... a sensação
que se tem é que se pretende "assegurar" o mais
do mesmo no bridge nacional.
O nosso Bridge tem dimensão
diminuta, fracos recursos e poucos praticantes, sendo que os de
alta competição são ainda menos (eu diria
cada vez menos... E apetece pergunta porquê).
Neste contexto,acho grave que uma fórmula coloque, logo
à partida, de fora várias possibilidades de composição
da selecção, ou seja, esta fórmula tem o
enorme risco de não apurar os 3 melhores pares efectivamente....
com a agravante de que este ano nem seleccionador temos. Mas o
mais grave de tudo, disse-o (e escrevi-o) no passado e continuarei
sempre a dizê-lo e a escrevê-lo enquanto achar necessário,
é a falta de política da FPB em relação
às selecções, é o total investimento
a fundo
perdido, de estratégia e de convicções ou,
quiçá antes pelo contrário como dizem alguns,
continua a ser assim porque interessa que seja assim.
Não posso deixar
de me confessar perplexo quando após os excelentes resultados
produzidos pelas nossas selecções no BB (e afins)
não foi tomada UMA ÚNICA medida potenciadora dos
mesmos.... oops, peço desculpa, esqueci-me que se fez um
almoço de homenagem (bem merecido diga-se de passagem)....
FOR GOD SAKE.......
Como é possível que não tivessem sido consideradas
no regulamento medidas de excepção em relação
aos pares que nos representaram...??? Como é possivel que
o Nuno Paz - Carlos Luiz tenham sido obrigados a disputar a 2ª
fase...??? Como é possível que nada tenha sido feito
para, pelo menos, induzir à manutenção das
parcerias que nos representaram, ou seja, como é possível
que a FPB que tão poucos recursos tem, nunca tente tirar
partido dos investimentos que faz...??? Ou será que alguém
ainda tem dúvidas que isto é um jogo de pares e
que uma parceria precisa de tempo para atingir uma maturidade
competitiva, ou seja, altas performances (aliás, é
ver os resultados da 3ª fase e percebe-se do que é
que estou a falar)....???
No demais, achei muito interessante
jogar estas duas fases (a 2ª e a 3ª).... ficando absolutamente
comprovado que tenho o melhor parceiro do mundo e que seremos
sempre "outsiders". Outsiders porque infelizmente este
jogo de que tanto gostamos está (e provavelmente estará
sempre) associado à falta de educação, de
respeito e, constrange-me dizê-lo, até a alguma falta
de honestidade. Não querendo voltar a falar da folha de
Convenções, que mesmo numa 3ª fase de um torneio
de selecção ainda havia quem não tivesse,
ver ofensas entre parceiros é o pão nosso de cada
dia, faltas de respeito para com os adversários é
mato (sabiam que nos torneios da ACBL, SÓ a maior liga
do mundo, fanfar à mesa - e até em público,
dependendo da situação - pode ser motivo de penalização?),
outros à beira de apoplexias após uma derrota, enfim....
continua a ver-se de tudo neste jogo... e tudo por causa APENAS
de um jogo.... é triste.
É por isto que serei sempre um outsider.... ou como disse
a alguém no Sábado enquanto carpia a mágoas
pelo Benfica, se para ser bom jogador de Bridge é preciso
ser assim, então nunca vou ser assim.
Foi por isto que eu e o meu parceirinho renunciámos à participação na 4ª fase do Torneio de Selecção.
Saudações
Bridgísticas.
Miguel Matos
Não concordo com algumas partes da argumentação do Miguel, mas penso que ele tem razão nas questões essenciais que levanta. O problema é que a desmotivação cada vez maior de um grande número de praticantes já não se reduz às questões relacionadas com a "alta competição", antes atravessa toda a vida federativa.
No que ao T.S. diz respeito, a desistência de 2 pares (até ver...) veio pôr a nu graves lacunas no regulamento federativo. Em primeiro lugar, 16 apurados são 16 e não 14. As suplências previstas no regulamento, quando aplicáveis, não podem transformar os pares "repescados" em cidadãos de 2ª. Tudo isto porque, de acordo com o regulamento, agora clarificado(?) num esclarecimento publicado no site federativo, havendo 2 suplentes repescados eles terão, obrigatoriamente, de se constituir em equipa, não gozando dos mesmos direitos que os restantes pares, o que me parece absolutamente extraordinário, para já não dizer ilegal. A questão está em tentarmos perceber onde se quer chegar com este tipo de decisões. Por que carga de água a F.P.B. tem de interferir na constituição das equipas, desde que os pares que as compõem tenham ganho o direito de competir? Trata-se de uma arbitrariedade inqualificável e injustificável, seja à luz da verdade desportiva, do respeito pelos direitos dos praticantes ou do simples bom senso. Será que num próximo passo a FPB se irá arrogar ao direito de nomear a selecção administrativamente? Pensando bem, talvez assim tudo ficasse mais claro!
Mas ainda há mais! Ao que julgo saber, a Direcção da F.P.B. afirma que destas suas (fantásticas) decisões não pode haver recurso para o Conselho Juridiscional, com o argumento que 2 dos seus elementos são parte interessada na questão. Assim sendo, a Direcção da F.P.B. promoveu-se a "entidade divina" tendo, de uma penada, retirado aos praticantes o direito a recurso e, simultaneamente, esvaziado o C.J. dos poderes que lhe são conferidos pelos Estatutos. Que se pronunciem os especialistas, mas parece-me que além de infeliz esta é uma decisão ilegal. As incompatibilidades do C.J. terão de ser resolvidas à luz dos Estatutos que, por certo, têm prevista a substituição dos seus membros ou a transferência dos seus poderes para outro órgão, em casos como este. Tanto quanto me parece não deve e não pode a Direcção da F.P.B. enumerar os casos que têm direito a recurso e os que não têm. Porque este é um direito estatutário e, que eu saiba, a Direcção não tem autoridade para alterar os Estatutos ou para os subverter.
O bridge nacional trilha caminhos muito perigosos que, em minha opinião, podem levar a um ponto sem retorno. A política desportiva da F.P.B. é, como por várias vezes o disse, a grande responsável pelo estado a que chegámos. Mas o principal problema reside na indiferença com que a F.P.B. vai encarando os sinais de descontentamento que chegam, um pouco de toda a parte. Será que não é tempo de dizer BASTA?
A Direcção da F.P.B. é composta por filiados dedicados, que tentam fazer o melhor possível. Não tenho sobre isso qualquer dúvida! Uma vez mais afirmo a minha admiração pela sua disponibilidade e o meu reconhecimento pelos serviços prestados ao bridge nacional. Mas a persistência em fazer seguir o barco em direcção à tormenta, a recusa em ouvir outras opiniões, a inflexibilidade nas posições, por mais consensual que seja o descontentamento, está a conduzir-nos a um beco sem saída. Este perigoso jogo de "finca pé" não é um acto de coerência com um programa de acção ou uma linha de rumo, mas um sinal de preocupante arrogância.
Luís Oliveira
(30-1-2006)
- A propósito do Torneio de Selecção
Ultrapassada que está
a 3ª fase do Torneio de Selecção, penso ser
importante reflectir sobre algumas questões que envolvem
o regulamento da prova. Fui um dos que, no início da época
passada, saudou o modelo federativo, principalmente pela criação
da figura do seleccionador, com poderes suficientes para se poder
esperar uma mudança significativa na forma de encarar as
questões relacionadas com as representações
nacionais. Os acontecimentos vieram confirmar as expectativas,
não só pela boa prestação das equipas
portuguesas nos Campeonatos do Mundo mas, acima de tudo, pelo
trabalho realizado pelas diferentes equipas. Sendo certo que vários
foram os factores que influiram no resultado final, não
tenho dúvidas que este foi um dos principais: porque possibilitou
às diferentes parcerias apurar o momento de forma, porque
ajudou a fortalecer o espírito de grupo e porque o trabalho
desenvolvido pelas equipas ajudou a construir uma ligação
entre os nossos representantes e o resto do colectivo federativo,
factor que teve evidentes reflexos na forma como os jogadores
foram acarinhados e incentivados pelos muitos que, ao longo da
prova, se deslocaram ao Pavilhão de Congressos. A juntar
a tudo isto, a figura consensual do seleccionador nacional, João
Faria, pelo trabalho que desenvolveu e, acima de tudo, pela coragem
demonstrada em assumir um cargo muito complicado.
Nada disto significa que fosse um entusiasta incondicional do
modelo federativo: em primeiro lugar porque sempre fui contra
a política de isenções: em segundo lugar
porque sempre achei complicada a transformação de
uma prova de pares em equipas, nos moldes definidos. No entanto,
os poderes do seleccionador eram um factor de equilíbrio
em todo o processo e a experiência não correu mal.
Um ano passado, eis que, aparentemente, a fórmula federativa
se mantém, com o argumento dos resultados alcançados
terem sido bons. O que seria verdade, não fora o facto
de tudo ser agora, radicalmente, diferente. Com o desaparecimento
do cargo de seleccionador, tudo muda de figura e o que eu entendia
como uma operação complicada, penso ser agora uma
missão impossível. A passagem dos poderes do seleccionador
para a Direcção da FPB é um regresso ao passado,
para pior. Desde logo porque uma parte substancial dos directores
federativos é directamente interessada nas decisões
ou na arbitragem de eventuais problemas. Por outro lado porque
existe, em meu entender, uma forte probabilidade do sistema vir
a contribuir, de forma decisiva, para a adulteração
dos resultados desportivos, "forçando" à
desistência quem, em campo, conquistou o direito de seguir
em frente. Espero, sinceramente, estar enganado! Quanto às
isenções, nem será preciso esgrimir argumentos
já muito batidos, como seja o facto das isenções
partirem de uma classificação individual (o ranking
de jogadores) para ditarem o destino de uma equipa ou, neste caso,
de um par. Bastará uma análise fria dos números
para se concluir sobre a falibilidade do critério. Assim,
2 dos 8 pares isentos da fase 2 não conseguiram o apuramento,
i.e., 25%!!! Dos apurados temos que, na globalidade, o desempenho
nas duas séries foi, de forma nítida, inferior ao
dos pares não isentos.
Acho que é chegada a altura de se analisarem, em profundidade,
estas e muitas outras situações que, em meu entender,
estão a contribuir para o afastamento de cada vez mais
praticantes do "pano verde" e da própria vida
federativa. O bridge nacional precisa de se reinventar, urgentemente.
Há que lançar a discussão pública
sobre todos estes assuntos, sem complexos. Não chega reduzir
a discussão às estruturas federativas ou às
Assembleias Gerais: até lá chegar, há que
fazer trabalho de casa, num processo que tem de envolver os clubes,
principais motores do bridge desportivo e todos os praticantes
que possam e queiram contribuir para o encontrar de soluções.
É tempo de deixarmos de remar, cada um para seu lado. O
barco, assim, não só não sai do mesmo sítio,
como se arrisca a naufragar.
Luís Oliveira
(07-01-2006)
Dia 19 de Janeiro arrancam
os torneios de regularidade do Núcleo de Bridge da AFAP,
integrados nos «Simultâneos 100». Ao aceitar
o convite para organizar a actividade desportiva do Clube, o grupo
Quinto Naipe avança, desta forma, para um novo projecto
que, embora em moldes muito diferentes dos projectos anteriores,
manterá como principal prioridade a criação
de um espaço privilegiado para os jogadores com menos experiência
competitiva.
Com o desaparecimento do Clube de Bridge do G.C.P. ficou em aberto
um espaço que, em nosso entender, é importante para
o desenvolvimento da modalidade e que, como tal, urge preencher.
Vamos, como sempre fizémos no passado, "vestir mais
esta camisola". Com o mesmo empenho e com a mesma dedicação.
Os torneios serão dirigidos pelo João Fanha, árbitro
formado na Escola de Bridge e com um futuro promissor na arbitragem
nacional (que bem precisa de novos valores...). Mãos duplicadas
e impressas nas fichas ambulantes, diagrama das mãos para
os participantes no final de cada torneio, classificações
online na página do Núcleo (sediada na página
do Quinto Naipe) e apoio técnico permanente aos jogadores
mais inexperientes. O Clube, situado na Avenida Gago Coutinho,
possui excelentes condições, com uma sala agradável
e um magnífico espaço exterior, um serviço
de Restaurante de boa qualidade, com preços especiais para
os dias de torneio (6E por pessoa) e um simpático serviço
de Bar. Os torneios serão VERDES, podendo
os fumadores "matar o vício" no espaço
exterior anexo. Outro factor importante a ter em conta é
a facilidade de estacionamento. Para lá chegar, o melhor
é entrar pela Rotunda do Aeroporto, já que o Clube
fica do lado direito de quem circula no sentido Rotunda - Areeiro.
A inscrição nos torneios será de 4E para
os filiados pelo Núcleo e de 6E para os restantes jogadores.
Os juniores estão isentos de pagamento. Para os jogadores
que se queiram filiar através do Núcleo de Bridge
da AFAP, basta preencher e entregar o impresso próprio
que se encontra na página do Clube, juntamente com a importância
de 45E (valor da quota federativa). Tudo dito, agora só
falta mesmo a sua presença para tudo ser perfeito. Lá
nos encontramos no próximo dia 19!
Pelo Quinto Naipe
Luís Oliveira
(27-12-2005)
Quase a completar 5 anos
de existência, a página do Quinto Naipe ultrapassou
os 100.000 acessos!
Ao longo de todo este tempo e de muitas horas de trabalho, é
inquestionável que este espaço se tornou numa referência
do bridge nacional. Do projecto inicial pouco resta, para além
dos princípios filosóficos que o orientavam. Sem
qualquer intuito comercial, este é, antes de mais, um espaço
informativo sobre o que se passa no bridge nacional e internacional.
Sem qualquer critério selectivo ou restritivo. Aqui se
encontra informação sobre os pequenos e os grandes
torneios, sobre as provas organizadas pelo Quinto Naipe ou por
outras entidades, sobre provas federativas ou particulares. Este
espaço tem dado voz aos grandes eventos nacionais mas também,
com o mesmo destaque, às competições de âmbito
regional e às pequenas provas de clubes. Não se
trata de ausência de "critério editorial".
Este tem sido e será sempre o nosso critério. Não
filtramos a nossa informação com base no número
de participantes, no nome dos clubes organizadores, no nome dos
vencedores, ou em qualquer outro critério selectivo. Aqui
todos têm tido e continuarão a ter o seu espaço!
A página é também um espaço de conteúdos:
comentários, reportagens de provas internacionais, várias
páginas nela (gratuitamente) sediadas, desde páginas
de alguns Clubes de Bridge à página da Escola de
Bridge, onde se pode encontrar uma vasta gama de artigos técnicos,
incluindo um Manual de Iniciação online. O bridge
em Espanha ocupa também um lugar de destaque, com uma página
própria onde, para além do calendário de
provas, pode encontrar informação sobre os resultados
dos principais torneios.
À medida que fomos crescendo, tem aumentado a nossa preocupação
em manter a página "navegável". Daí
que os acessos aos mais variados assuntos sejam, tanto quanto
possível, transparentes para o utilizador. Das opiniões
recolhidas, podemos concluir que, também ao nível
do grafismo, este espaço tem agradado aos seus visitantes.
De tudo isto ressalta que estamos, obviamente, orgulhosos pelo
trabalho produzido. O que não significa estarmos conformados.
Dentro das limitações de tempo impostas por uma
actividade que é totalmente lúdica, são vários
os projectos que temos em carteira e que visam melhorar a qualidade
de serviço prestado. A grande aposta para 2006 será,
para além da informação, a página
da Escola, onde irão aparecer novos conteúdos técnicos.
Enquanto gostarmos do que fazemos, enquanto continuarmos a merecer
a vossa visita, cá continuaremos. Iremos manter, no futuro,
a mesma filosofia que adoptámos há quase 5 anos:
este espaço nunca terá motivações
comerciais, nunca exercerá qualquer tipo de restrição
à informação que presta, nunca discriminará
ninguém. Tal como já aconteceu no passado, continuaremos
a cometer erros. Cá estaremos, como sempre, para os assumir
e pedir desculpa.
Resta-nos agradecer a vossa colaboração activa neste
projecto, que se manifesta cada vez que a ele acedem. Este é
e será o nosso único retorno. Obrigado!
Pelo Quinto Naipe
Luís Oliveira
(21-10-2005)
Todas as atenções
e expectativas estão viradas para os Campeonatos do Mundo,
que começam amanhã, no Pavilhão de Congressos
do Estoril. Tal como noutros eventos, estamos certos que Portugal
saberá estar à altura da responsabilidade que lhe
foi conferida. Dirigentes, jogadores e número significativo
de filiados anónimos têm dedicado a este acontecimento
uma enorme dedicação e prestam ao bridge nacional
um inestimável serviço. Seguramente em nome de todos
os amantes da modalidade, os nossos sinceros agradecimentos.
Aos jogadores e jogadoras nacionais uma palavra de incentivo e
de confiança. É certo que irão dar o vosso
melhor para dignificar as nossas cores. Façam-no com a
vossa capacidade técnica e sentido de responsabilidade.
Mas, acima de tudo, desfrutem o momento único que vão
viver, com alegria.
Por mérito próprio, foram eleitos representantes
de todo um colectivo. Estamos convosco! Boa sorte!
(20-10-2005)
O caso Buratti-Lanzarotti visto por João Passarinho
Sobre o sucedido em Tenerife, opondo o par italiano Buratti-Lanzarotti,
ao israelita Roll-Bereket, embora não sendo jurista, não
posso estar de acordo - nem eu, nem a quase totalidade dos jogadores
de Bridge com quem debati este incidente - com a decisão
que na altura tomou a Comissão de Recurso, por evidente
falta de provas!
Numa abordagem simplista e objectiva (?) ao tema, e numa primeira
análise, trata-se da "palavra de um, contra a palavra
de outro", pelo que, não havendo testemunhas do ocorrido,
por aqui não se chega a lado nenhum.
Resta, portanto, a análise à "linha de jogo"
escolhida por Buratti.
A situação é, por demais, conhecida e tendo
presentes as perguntas efectuadas a Buratti, pelo jogador que
saiu a Ás de Copas e que posteriormente atacou Paus (supostamente
uma quinta carta) , não choca a muitos "experts"
- muito pelo contrário - a linha de jogo que Buratti elegeu.
Neste sentido, parece-me bastante "redutora"- e perigosa,
acrescente-se, a análise que alguns fazem da situação,
remetendo-se única e exclusivamente à análise
estatística respeitando o manuseamento do naipe de Ouros.
Todos sabemos o peso de milhões de "variáveis
estranhas", tantas vezes presentes neste jogo, pelo que carece
de fundamento qualquer acusação baseada no manejo
- pelo menos, não aberrante, insisto - de um determinado
naipe.
Finalmente, não posso deixar de referir que estava presente
neste torneio e que me tocaram as cartas de Norte.
A minha parceira, Maria Panadero, abriu de 2ST e após significativa
reflexão, decidi marcar apenas 3ST.
Quando se estendeu o "morto" inadvertidamente esta perguntou:
"Não fazes uma tentativa de 6?"
Com um sorriso, retorqui: - Neste torneio o naipe de Ouros está
sempre mal repartido!
Tinha jogado todos os encontros e era, efectivamente, a sensação
com que tinha ficado...
Sintetizando, custa-NOS a crer que a decisão da Comissão
de Recurso tenha por base apenas os factos vindos a público,
pois esses não NOS parecem incriminatórios!
Creio, veementemente, que todo o sucedido é muito mais
complexo e obscuro, do que à primeira vista possa parecer.
Não parecendo oportuno (quem sou eu para o fazer ?) tecer
juízos de valor - sempre subjectivos - sobre TODOS os intervenientes
neste processo, ficamos por aqui...
João Gabriel Passarinho
Franco Preto
(Doutorado em Ciencias do Comportamento Motor pela Universidade
Técnica de Lisboa, em 1990, Profesor de Estatística
e Métodos de Investigação Científica)
(07-10-2005)
O silêncio que caiu
sobre os acontecimentos de Tenerife foi quebrado com um artigo
de Andrea Buratti na revista Bridge Madrid, que aqui reproduzimos
na íntegra. Uma peça importante, que traz novos
e importantes dados para a apreciação do caso. Desde
logo, pelo relato de aspectos processuais até agora desconhecidos.
A confirmar-se a versão de Buratti, estaremos perante uma
condução, no mínimo, estranha de todo o processo
de audição dos jogadores visados. Por outro lado,
as afirmações de Buratti desmentem as notícias
postas a circular sobre um hipotético processo judicial
de Lavazza contra o par e da quebra de solidariedade do sponsor
americano.
Tal como previa no meu artigo de opinião anterior, muita
tinta irá ainda correr antes de se apurar a verdade. Para
bem do bridge, volto a formular votos que o assunto vá
até às últimas consequências. Não
fiz então e não faço agora juízos
de valor, que considero precipitados. Até porque, ao contrário
de alguns "iluminados", não tenho dados suficientes
para os emitir. Mas recuso-me a ser interveniente, mesmo que passivo,
num qualquer julgamento sumário. Até que a justiça
apure a verdade e emita a sentença, continuarei a reconhecer
aos acusados um direito comum a qualquer sociedade civilizada
- o da presunção de inocência.
Luís Oliveira
TENERIFE 2005 - A DEFESA
Por Andrea Buratti
Me parece oportuno aclarar algunas cosas fundamentales inherentes
a lo sucedido en el torneo de Tenerife. Han sido escritas y dichas
muchas cosas que nada tienen que ver con la verdad, pero vista
la pobreza de los relatores prefiero no darle importancia.
Lo que mas me ha dolido a sido la absoluta falta de buen sentido
y de logica que han seguido a una ....accion premeditata.
Vamos a resumir superficialmente, por falta de tiempo y espacio,
cada cosa por su orden:
- El director nunca ha venido a la mesa
- el partido ha sido siempre tranquilo y cordial al menos por
mi parte
- he jugado la mano de una manera seguramente no classica, pero
todo lo que ha sucedido en la mesa - hablo de bridge - ha incrementado
notablemente mis posibiladedes de ganar el contrato como confirman
jugadores de alto nivel y tambien un catedratico de estatistica
- en la Apelacion (de que? no estaba ninguna decision arbitral
precedente) no me ha estado permitido tener un traductor, y por
el contrario lo han mandado fuera!
- la sentencia, inimpugnable, presenta omision en el contenido
y graves errores de derecho;
- no ha estado escrito que yo he declarado haber elegido la linea
de juego despues que, el ataque, la larga pensada y el retorno
a Trebol me han echo pensar la mala distribucion del Carro, cosa
que sucedia a diario en Tenerife - apostilla esta y no ciertamente
base de mi declaracion-
- Tras mi aclaramiento el que presidia, que de bridge comprende
(o quizas preferia comprender) poco me ha preguntado porque hemos
jugado los Europeos por Espana, demostrando su interes por la
mano y su imparcialidad.
- Los juegos politicos han entrado en este asunto mucho mas de
lo que se podia pensar; reflecionamos sobre el hecho que en poco
tiempo estara la batalla por la presidencia de la Federacion Mundial
y que podria recaer en Rona, a quien esta situacion podria o no
podria favorecerle.
- Siempre he tenido el apoyo total tanto de Lavazza como de mi
sponsor americano
Para concluir, siempre disponible
para afrontar y profundizar cualquier tema, como estamos haciendo
en otro ambito, os invito a una consideracion:
Una pareja que juega junta desde hace 14 anos un sistema creado
de la nada "Nightmare" y con una vision y una filosofia
de juego identica, una pareja ganadora, una pareja de la que se
habla, muy seguida y sobretodo envidiada, casi siempre en el ojo
del huracan...?es pensable que no haya tenido el tiempo y la capacidad
para ponerse de acuerdo en segnalizaciones ilicitas que no fueran
asi de absurdas y ridiculas...?
Y por ultimo...no pienso de necesitar que me digan tres veces
la misma cosa para entender...........la presencia en la mesa
siempre ha sido mi carateristica.
Andrea Buratti
(17-07-2005)
O CASO BURATTI - LANZAROTTI
Por Inocêncio Araújo
Os acontecimentos do recente Campeonato Europeu Open de Bridge, que envolveram o par italiano Buratti - Lanzarotti e o israelita Roll - Bareket, tem naturalmente merecido um grande destaque nos meios de comunicação da modalidade e sido objecto de inúmeros comentários, artigos de opinião e debates.
Como seria de esperar num caso deste tipo, em que a decisão da Comissão de Recurso (CR) foi tomada com base na presunção de que o declarante recebeu uma informação irregular do parceiro, a comunidade bridgística encontra-se profundamente dividida quanto à justeza da referida decisão.
Não sei se, para além dos próprios intervenientes, alguma vez alguém virá a ter a certeza do que na realidade se passou. Mas entretanto, e com base no que vai sendo dito e escrito, os observadores vão formando a sua opinião.
Porque sobre este assunto tenho lido e ouvido comentários chocantes, alguns deles atentatórios da mais elementar racionalidade e porque considero ter um razoável conhecimento do par Buratti - Lanzaroti, entendi dever participar no debate em curso.
Não me compete assumir a defesa ou acusar qualquer dos intervenientes. No entanto, esta intervenção, à semelhança de outras que venho realizando há bastantes anos, não será do tipo "descafeínado". Se este artigo suscitar dúvidas e reflexões em alguns dos leitores, terá sido útil escrevê-lo.
1. Os antecedentes
Andrea Buratti (55 anos) e Massimo Lanzarotti (46 anos) iniciaram a sua parceria há 14 anos, em 1991. Antes disso, Andrea Buratti venceu vários campeonatos italianos e europeus de pares, com diversos parceiros.
Como parceiros conquistaram inúmeros títulos nacionais e internacionais. Campeões italianos de equipas por 3 vezes. Campeões de Europa de selecções em 1995 e 1997. Campeões do Mundo de equipas open em 1998 (Rosemblum Cup). Vencedores do 2º IOC Grand Prix de selecções. Vencedores do Transnacional de Equipas em 2003. Vencedores do Cavendish em equipas por duas vezes, e em pares este ano.
Quem já teve oportunidade de defrontar o par Buratti - Lanzarotti terá certamente verificado, à mesa de jogo, a extrema correcção, simpatia e "fair-play" de ambos. Sobretudo Andrea, um genovês de gema, com um carácter mais expansivo e uma atitude mais comunicativa, deixou-me sempre a impressão de que encara o Bridge como um jogo e não como um trabalho. Massimo, mais reservado e com uma atitude de maior concentração, aparenta uma postura mais "profissional".
Fora da mesa de jogo, ambos revelaram sempre uma grande humildade, em contraste absoluto com a fanfarronice, a maledicência e a difamação gratuíta, atitudes infelizmente tão vulgares nos nossos dias.
Buratti - Lanzarotti criaram e desenvolveram, a partir de 1991, um sistema de marcação original, que conjuga a grande vantagem do "Precision" de abrir as mãos fortes em "1 Pau" com as restantes aberturas e respostas de base natural. Nas fases mais avançadas dos leilões, o "Nightmare" utiliza uma série de relés para melhor descrição das mãos. Ao contrário do que já tenho ouvido dizer por parte de pessoas mal informadas (ou mal formadas), este sistema nada tem de "obscuro", já que Buratti e Lanzarotti sempre divulgaram o mesmo, na revista da Federação e Italiana e noutras publicações da modalidade, forneceram cópias dos seus próprios apontamentos a quem lhes manifestou vontade de conhecer o sistema e acabaram por publicar um livro, publicação que despertou um grande interesse entre nós e veio a ser adquirida por um número significativo de jogadores portugueses.
Quem já teve oportunidade de defrontar, presenciar ou de alguma forma acompanhar Buratti e Lanzarotti em acção, como tem sido o meu caso desde os Campeonatos Europeus de Vilamoura (1995), reconhece no par um estilo de jogo muito peculiar. Nos torneios de pares, modalidade em que são muito menos assíduos, jogam quase todas as mãos para o "top ou zero": com fit em naipe rico jogam 3 sem trunfo, jogam contratos em trunfo com fit 4-3 quando o normal era estar a jogar sem trunfo, e são muito "agressivos" nas intervenções. Por ocasião da sua participação no Grande Prémio do Estoril, solicitei à organização do evento as folhas de registo de resultados, com o objectivo de analisar os do par Buratti - Lanzarotti. Pude então verificar que apenas num reduzido número de mãos eles tiveram resultados médios, em cerca de 1/3 das mãos tiveram resultados maus e em cerca de 2/3 tiveram tops e resultados próximos do top.
Em imp's, o estilo de marcação também é peculiar. O sistema não contempla vozes de convite para partida. Por exemplo, num leilão 1ª-2ª, qualquer voz do abridor abaixo de 4ª é uma tentativa de cheleme. Nos casos em que o abridor tenha uma mão de convite para partida, eles marcam a partida, tendo por base o conceito de que é preferível não dar pistas ao adversário para a derrotar e que algumas das que não há partida, já se perdia o contrato a nível 3. Por outro lado o sistema tem os desenvolvimentos necessários à detecção dos fits 4-4 em menores, o que nos casos das mãos da zona de cheleme permite maximizar o número dos que se marcam. As distribuições 6-4 e as mãos com singletons tem um tratamento muito elaborado no sistema. O "Nightmare" contem ainda uma série de mecanismos muito interessantes, como é o caso do "Turbo" que em determinadas sequências se afirma um número par ou ímpar de ases, sem que o parceiro tenha de consumir o espaço normalamente utilizado com as perguntas e as respostas do Blackwood.
É evidente que este estilo, o sistema e os resultados obtidos sempre foram "incómodos" para os adversários e provocaram reacções antagónicas na comunidade bridgística. Vivemos num mundo muito competitivo e o Bridge não foge à regra: estão em jogo muitos interesses, económicos e não só, que envolvem jogadores, patrocinadores, dirigentes desportivos e as próprias estruturas dos países que disputam entre sí a organização dos principais eventos.
Um par com o currículo de Buratti - Lanzarotti está normalmente sujeito a uma grande pressão. Nos torneios em que são permitidos espectadores ao vivo, a mesa onde jogam tem sempre o máximo da assistência autorizada pela organização. Responsáveis das instâncias internacionais (árbitros e dirigentes) têm veiculado a informação de que este par, entre outros, já foi filmado várias vezes a jogar, sem que se tenha verificado qualquer irregularidade.
Buratti e Lanzarotti mantiveram, a partir de 1998, uma relação conflituosa com a Federação Italiana de Bridge (FIGB). Buratti - Lanzarotti jogavam então com Lauria - Versace e Sementa - Angelini na equipa patrocinada por este último. Apesar das vitórias obtidas a nível interno e externo, o Seleccionador Nacional entendeu não convocar Angelini para o Club Azzurro, o que levou à demissão dos outros dois pares. Algum tempo depois, em 2001, Lauria e Versace viriam a mudar a sua posição e o empresário italiano viria a ser seleccionado para representar a Itália nos Campeonatos Europeus de 2002. Estes episódios, para além de divergências relaccionadas com o montante do subsídio a conceder aos jogadores ao serviço da Selecção Nacional, que no seu entender era desproporcionado face ao montante fixo anual auferido pelo treinador e seleccionador, mantiveram o par Buratti - Lanzarotti afastados da Selecção Nacional Italiana.
Sem prespectivas de poderem participar nos Campeonatos da Europa, representando a Itália, Buratti e Lanzarotti resolveram procurar uma alternativa que lhes permitisse manterem-se na alta roda do Bridge. Filiaram-se na Federação Espanhola, formaram equipa com Frances - Torres e Ventin - Lantaron, venceram o torneio de selecção e participaram no Campeonato da Europa de 2002. A Equipa de Espanha que até então nunca se qualificara para o Bermuda Bowl, alcançou, nesse ano, um brilhante segundo lugar.
Pouco tempo depois Buratti e Lanzarotti são convidados para integrarem o Team Lavazza.
2. Os acontecimentos de Tenerife.
A equipa Lavazza partiu para o último da fase de qualificação, numa posição desfavorável. Para conseguir o apuramento seria necessário marcar 19 ou 20 PV. O próprio treinador confirmou à CR ter referido o facto aos jogadores antes do encontro.
A mão da polémica, a terceira do encontro de 8 mãos, foi a seguinte:
Sul VULN Todos |
ª A3 © J10 ¨ J8543 § KJ62 |
LEILÃO
|
|||||||||||||||||||||||||||||
ª 87 © A765 ¨ 7 § Q97543 |
|
ª Q6542 © 9843 ¨ Q106 § 8 |
|||||||||||||||||||||||||||||
ª KJ109 © KQ2 ¨ AK92 § A10 |
Após a saída ao ©A, o jogador em Oeste efectuou um certo número de perguntas ao declarante, nomeadamente sobre o ©K, que o declarante afirmou ter declarado a sua posse durante o leilão. Roll atacou então com o §9; Buratti fez a vaza com o §K e, após alguma reflexão, mandou jogar o ¨J. Bareket jogou o ¨6 e Buratti, após nova reflexão, deixou correr. O declarante acabou de destrunfar e reclamou as restantes vazas.
Nesta altura, Bareket dirigiu-se ao árbitro reportando que o jogador em Norte tinha visto o seu jogo e sinalizado ao parceiro a presença de 3 cartas de trunfo na sua mão, através da colocação de três dedos da mão direita sobre o braço esquerdo, sendo o mesmo sinal repetido mais duas vezes, uma com os mesmos três dedos colocados sobre o pulso da mão contrária e outra com os dedos colocados em cima da mesa.
Durante a audiência realizada posteriormente, Lanzarotti negou ter visto o jogo do adversário e informou a CR de que, devido ao facto de o seu olho esquerdo ter apenas 20% de visão, àquela distância e naquele ângulo não conseguiria distinguir as honras vermelhas.
A justificação
de Buratti para a linha de jogo utilizada, de acordo com o conteúdo
do acórdão da CR, baseou-se nos seguintes elementos:
- a saída de Oeste ao ©A
sem que Norte tenha mostrado controle a ©;
- as perguntas efectuadas por Oeste após a saída;
- o facto de precisar de ganhar o encontro por 20 PV e as duas
primeiras mãos não lhe terem sido favoráveis;
- o facto de na mão 24 e em muitas das mãos jogadas
neste torneio os ¨ terem aparecido mal distribuídos.
A Comissão de Recurso, ouvidos os intervenientes, considerou que as razões evocadas pelo declarante para a adopção de uma linha de jogo com menores probabilidades de êxito "não foram convincentes e foram auto-incriminatórias". Mas pergunto: será que alguma outra razão apresentada pelo Buratti poderia ter sido considerada como convincente? As probabilidades são as que são e quem colocou a questão já sabia que não existia uma explicação científica para a linha de jogo seguida. Apesar de não conhecer os membros da Comissão de Recurso, que incluía dois juristas, acredito na avaliação do Rui Marques, pelo que não ponho em causa a competência dos seus membros, em termos de conhecimento e aplicação dos regulamentos. Mas o que é interessante neste caso é que ao ter colocado a questão a alguns dos melhores jogadores nacionais (aqueles que ganham os torneios ...) vários me disseram que teriam jogado exactamente como jogou o Buratti, naquelas circunstâncias, ou seja, com as perguntas efectuadas após a saída ao ©A e o ataque a § que indica pelo menos cinco cartas.
Aliás, num contacto que efectuei com Buratti, no sentido de ouvir a sua versão dos acontecimentos, ele referiu-me que uma das principais razões que o levou a jogar para a dama à terceira na passagem foi o ataque a §, o que, tendo feito parte da sua argumentação, estranhamente não vem referido no acórdão da CR.
Um último apontamento sobre as notícias que nos chegaram de Tenerife. Quando o acordão da CR foi transmitido, na reunião de capitães do dia seguinte, alguns dos presentes aplaudiram. Considerando as circunstâncias da decisão (palavra contra palavra, ausência de provas, inexistência de antecedentes e presunção de irregularidade), considero tal atitude no mínimo como vergonhosa, reveladora de invejas e frustações.
3. Consequências futuras
Com base na informação disponível não me parece ser lícito, a qualquer observador, condenar ou denegrir a imagem do par Buratti - Lanzarotti, a não ser por inveja ou outros interesses mesquinhos. À semelhança do triste episódio dos aplausos em Tenerife, estou convencido de que nem todos os que os tem tomado aquelas posições são pessoas frustradas, mas parece-me que todos os bridgistas frustrados aproveitaram a oportunidade para as tomar.
Salvo a existência de elementos que não são do domínio público, a decisão da CR tomada em Tenerife constitui, do meu ponto de vista, um perigoso precedente.
Cuidem-se os bridgístas, sobretudo os melhores. Se amanhã resolverem, sem elementos para tal, com 8 trunfos em linha e a faltar a Dama, jogar Ás e Rei e apanharem a Dama à segunda fora da passagem, correm o risco de virem a ser acusados de fazerem sinais; e se os juristas do Conselho Jurisdicional considerarem que a vossa explicação não é convincente, já sabem ...
O facto é que um dos melhores pares do Mundo foi e será concerteza afectado por uma decisão que para muitos de nós está longe de ser clara. Se a Lavazza entender não continuar a patrocinar um par que, justa ou injustamente, foi excluído dos Campeonatos da Europa, estarão abertas as portas para que outro usufrua do estatuto actual de Buratti e Lanzarotti. Se a Federação Italiana não quiser seleccionar um par que, justa ou injustamente, foi excluído dos Campeonatos da Europa, a Selecção Italiana ficará certamente menos forte.
Veremos a quem aproveitará
os acontecimentos de Tenerife. Ao Bridge, como modalidade que
idealizamos, não será concerteza.
(04-07-2005)
Pelo 1ª vez tive a curiosidade de ler atentamente as várias
colunas que constantemente integram este Site.Ao lê-las
atentamente, o qual me fez perder cerca de 1 hora, fiquei satisfeitíssimo
por saber que ainda há gente no Bridge, que por amor à
camisola, perde, de certeza, horas a fio, a tentar informar todos
os amantes desta Modalidade de todos os eventos que vão
decorrendo por esse mundo fora.
Dei por mim a pensar, que como praticante assíduo(penso
que me posso integrar neste grupo), teria o dever de me candidatar
a algum cargo dentro do organismo federativo.
É um facto, e contra mim falo, que felizmente, existem
ainda bastantes pessoas válidas, para assegurarem o andamento
do nosso Bridge.
Desta forma, expresso aqui os meus agradecimentos à equipe
do Quintonaipe, pela qualidade apresentada neste site, e em especial
ao Luis Oliveira, pela crónica apresentada sobre a selecção
nacional. (Espero que os demais elementos não se ofendam,
lollllllllllllllllllllllllllllllllll ).
Um grande abraço para todos vós
Carlos Ferreira
Meu caro Carlos,
Em nome de todos os elementos do grupo, os agradecimentos pelas
simpáticas palavras. Continuaremos a trabalhar no sentido
de melhorar, tendo como único objectivo contribuir para
a divulgação e desenvolvimento da modalidade. Os
incentivos de amigos e utilizadores como tu, dão-nos mais
força e vontade para prosseguir até porque, sendo
a página o resultado de um trabalho voluntário,
sem qualquer objectivo comercial, a única receita que gera
é o capital de simpatia que possa angariar.
Um abraço
Luís Oliveira
(02-07-2005)
Olá Luis,
Li com muito interesse o teu artigo e gostaria de juntar alguns
comentários:
- de facto é tudo muito estranho, a começar pela
forma da "comunicação", a redundância
e a repetição da mesma.
- as declarações do par visado à Comissão
são no minímo ridículas, especialmente vindas
de 2 jogadores deste calibre.
Em relação aos factos, importa ter em atenção
a mão de W:
xx
Axxx
X
Dxxxxx
Perante o leilão, é legítimo que o W pense
que existem pelo menos duas possibilidades de produzir 2 vazas,
e para acumulação de hipoteses é necessário
sair ao Ás de copas. Pelo leilão, e sendo 3E MSS,
N promete um pelo menos um 4/4 em menores, mas
o normal é mostrar um 5/4 e, embora não conheça
todas as minudezas do sistema, também deve poder ser um
5/5.
Na perspectiva de W, que tem 6 cartas de Paus, é legítimo
ter a expectativa que o parceiro tenha chicane (se tiverem 5 no
morto é quase certo uma vez que o declarante não
"pode" ter singleton). Daí a saída a Ás
de Copas para ver o morto. À vista do morto (4 cartas de
paus) na perspectiva de W a outra hipotese é o parceiro
ter o Rei de Copas e foram neste sentido as perguntas de W a S.
Tendo S confirmado a posse de Rei de Copas no leilão, restava
a W atacar Paus como aliás fez (o timing das perguntas
é péssimo, mas como tu mesmo referis-te o declarante
é responsável pelas conclusões que tira das
mesmas)
Perante este raciocínio, parece-me lícito "fazer"
a Dama de trunfo na mão de E, uma vez que para W este naipe
não entrava na "equação" para a
2ª vaza. O problema é que as explicação
de NS, nomeadamente S, não tiveram nada a ver com isto.
Na minha modesta opinião, este é um caso típico
em que a forma como se faz uma jogada é tão estranha
que importa que quem a fez dê uma justificação
que a torne minimamente plausível à luz dos acontecimentos
e dos intervenientes.
Um abraço.
Miguel Matos
(28-06-2005)
Tenerife 2005 - O caso que marcou os Campeonatos (por Luís
Oliveira)
Este tipo de competições costuma ficar na história
pela excelência (ou não) da organização,
pelo desempenho dos participantes e por marcações
ou jogadas espectaculares, protagonizadas pelas estrelas da modalidade.
No entanto, os campeonatos de Tenerife ficarão irremediavelmente
ligados à face mais negra do bridge de competição,
com a eliminação do par Buratti - Lanzarotti, por
decisão da Comissão de Apelo, com base em factos
supostamente ocorridos durante o último encontro de apuramento
para a fase de knock out. Uma lamentável ocorrência,
que promete fazer correr ainda muita tinta. Nos meios do bridge
internacional, o facto caiu como uma bomba, desencadeando, de
imediato, uma onda de reacções. A versão
oficial é conhecida (e pode ser consultada na página
de entrada), mas deve estar muito longe de ser a última
etapa para o total esclarecimento do assunto, pelo menos assim
o espero. Acredito que a decisão da Comissão de
Apelo tenha sido tomada em plena consciência. Mas, pelo
que me foi dado perceber, não lhes foi possível
apurar os factos acima de qualquer dúvida razoável,
já que as versões dos intervenientes são,
substancialmente, diferentes. A decisão foi tomada não
por conclusões objectivas sobre os factos, mas por deduções
feitas pela Comissão, com base nos testemunhos recolhidos.
Mesmo correndo o risco de estar (uma vez mais) a navegar contra
a corrente, não posso deixar de considerar que este é
um caminho perigoso e de consequências ainda imprevisíveis.
Não pretendendo (nem me competindo) defender a inocência
do par italiano, também me recuso a aceitar a sua culpabilidade
de uma forma tão simplista. Até porque, os efeitos
deste caso não estão circunscritos ao par em questão,
nem ao bridge italiano, apenas. Eles afectam a credibilidade de
todo o bridge de competição, lançando um
perigoso clima de suspeição sobre a modalidade.
Confio que as altas instâncias do bridge europeu irão
levar este assunto até às últimas consequências,
reunindo provas cabais sobre a culpabilidade ou inocência
dos diferentes intervenientes e que actuarão com mão
pesada (mas justa) contra os eventuais prevaricadores.
Na memória, guardo o episódio que envolveu, há
mais de 40 anos, Terence Reese e Boris Schapiro e cuja verdade
nunca chegou a ser conhecida. Que a história não
se repita!...
Com os riscos inerentes a quem está, à distância,
a analisar um caso tão complicado e sensível como
este, aqui ficam algumas reflexões.
Em primeiro lugar, os aspectos técnicos. Assim:
1 - O declarante (Buratti) está a jogar um cheleme em oiros,
com as mãos e o leilão conforme o diagrama seguinte:
Buratti | Lanzarotti |
ª
RV109 © RD2 ¨ AR92 § A10 |
ª
A3 © V10 ¨ V8543 § RV62 |
2¨ 2ST (22-23, bal) 4¨ 5§ (controlo) |
2© 3ª (Stayman para Menores?) 4ª (controlo) 6¨ |
Finalmente, por questões
de convicção. Pessoalmente, sou dos que acredita
que é preferível deixar escapar um criminoso que
castigar um inocente!
(14-07-2005)
AS EQUIPAS NACIONAIS (por Luís Oliveira)
JUNIORES
António Palma, João
Barbosa, Nuno Dâmaso, Pedro Pratas, Rafael Braga e Ricardo
Braga, capitaneados pelo seleccionador nacional, João Faria
já estão em acção. Poderá encontrar
toda a informação sobre o desenrolar na prova na
nossa área dedicada ao bridge internacional. Boa sorte
para os nossos jovens. Cá ficaremos a torcer por eles!
SENHORAS
Com a recusa de Mª
João Lara em integrar a equipa nacional feminina, foi Inês
Cunha a jogadora escolhida para completar o lote de jogadoras
seleccionadas. A formação nacional é constituída
por:
Ana Tadeu, Bé Oliveira, Inês Cunha, Isabel Ferreira,
Paula Lima e Teresa Ramalho.
OPEN
Com a escolha do par Carlos
Luís - Nuno Paz, está completa a equipa que representará
Portugal na Bermuda Bowl. Não terá sido fácil
a tarefa do seleccionador nacional, João Faria, dado o
equilíbrio de valores entre os pares candidatos. Esta parece
ser a escolha "natural", atendendo ao facto do par em
causa ter integrado a equipa classificada em 2º lugar no
Torneio de Selecção, para além de, ao longo
da época, se ter destacado na maioria das provas de topo
do calendário competitivo. A equipa nacional é constituída
por:
Sofia Pessoa, Carlos Castanheira, Carlos Luís, Nuno Paz,
Paulo Gonçalves Pereira e Rui Silva Santos.
SENIORES
A equipa nacional é
constituída por:
Carlos Spínola Teixeira, J. A. Debonnaire, José
Manuel Lampreia, Juliano Barbosa, Nuno Guimarães e Rui
Pinto.
(09-06-2005)
AINDA AS SELECÇÕES NACIONAIS (II) - A OPINIÃO
DE MIGUEL MATOS
Li o teu comentário e gostaria de dizer o seguinte:
- é mais que evidente que se está a trabalhar e,
neste aspecto, acho que se trata de uma situação
ímpar em Portugal pelos contornos com que o mesmo está
a ser feito. Está de parabéns o Seleccionador e,
naturalmente, a FPB por ter escolhido este caminho e este Seleccionador.
- no que respeita à Selecção Open (se é
que se pode chamar assim) tenho a certeza que o 3º par será
escolhido em breve (isto assumindo que os outros 2 estavam encontrados
à partida, embora isso não decorra directamente
dos regulamentos) e, partindo do princípio que os sistemas
de cada par estarão praticamente afinados, que se comece
também a "treinar" outros aspectos, nomeadamente
como é que as parceirias vão "responder"
aos demais sistemas e convenções que certamente
vão encontrar. Sendo certo que em algumas situações
este aspecto poderá ser "resolvido" em competição
existem muitos
outros que são quase universais a nível internacional
e que podem e devem ser resolvidas antes, até porque se
pretende que as energias durante a competição sejam
canalizadas para a mesa e a concentração seja máxima.
- o mesmo resulta claro para a Selecção de Senhoras,
embora na minha opinião a escolha do 6º elemento esteja
a tardar mais que o desejável.
- no caso da Selecção Senior não me parece
que haja contestação em relação à
escolha do seleccionador, pelo menos não da minha parte.
O problema é, aparentemente, de coerência por opções
feitos num passado recente, mas sobre isso não sei nem
quero saber. Aquilo que me ocorreu foi que a escolha pecou por
escassa, ou seja, podia perfeitamente ter-se seleccionado mais
um Par. O Bridge Nacional precisa de muitas coisas, mas do que
não precisa é de frustração, que deve
ter sido aquilo que sentiram os outros Pares melhores colocados.
Naturalmente que a figura do Seleccionador não é
decorativa e acho muito bem
que não seja. Mas se as suas escolhas puserem em causa,
sistematicamente, as classificações das provas de
selecção, então se calhar mais vale optar
por não as fazer e deixar a escolha dos 3 pares ao critério
do Seleccionador com base nas suas observações das
demais provas disputadas, o que eventualmente seria muito mais
"claro" e demonstraria uma confiança plena e
de facto na figura e na pessoa do Seleccionador, pºara além
de não o deixar dependente de Calendários.
Na minha modesta opinião, e em tese, esta situação
não me desagradaria de todo.
- quanto à Selecção Junior, acho uma excelente
notícia. Uma das fraquezas do nosso Bridge de competição
é a falta de experiência Internacional e trabalho
de contiunuidade.
Um abraço Luis :)
Miguel Matos
(08-06-2005)
AINDA AS SELECÇÕES NACIONAIS (I)
Numa análise ao
que tem sido o desenvolvimento do dossier Selecções,
entendo que, de uma forma geral, o projecto da actual Direcção
tem, até ver, um saldo francamente positivo. Em primeiro
lugar, pelo passo que, em minha opinião, foi dado com a
criação da figura de um seleccionador nacional,
muito mais importante que a já enjoativa discussão
em torno dos métodos de selecção. Em segundo
lugar, porque se começa a ver algum trabalho de preparação
das diferentes equipas. Em terceiro lugar, porque os projectos
para as diferentes equipas têm, como qualquer projecto que
se pretenda credível, um "owner", isto
é, um rosto responsável. Para um projecto que está,
como não poderia deixar de ser, em fase piloto, não
se poderá exigir muito mais. Espero que a experiência
frutifique e que seja possível avançar para outros
desafios, como a definição de objectivos para cada
representação nacional, a consolidação
de uma filosofia competitiva estável e a criação
de um departamento específico para a alta competição,
dotado de meios técnicos e humanos que lhe permita desenvolver
uma actividade regular ao longo de toda a época.
Postas as considerações gerais, vamos a uma análise
mais detalhada, por selecção. Assim:
Selecção Open
O grupo de trabalho sofreu uma alteração relativamente
à sua composição inicial, tendo saído
o par Maria João Lara - Manuel Capucho (ao que julgo saber
por opção própria) e entrado o par Tiago
Canelas - Jorge Cruzeiro. Têm sido efectuadas várias
sessões de trabalho das quais resultará a nomeação,
pelo seleccionador, do par que se irá juntar aos já
seleccionados - Sofia Pessoa, Jorge Castanheira, Paulo Gonçalves
Pereira e Rui Silva Santos.
Selecção de
Senhoras
Mantem-se um grupo de 5 jogadoras, que têm vindo a desenvolver
preparação específica sob a orientação
de Jorge Castanheira. Penso que tarda o preenchimento da vaga
ainda em aberto. A hipótese de Mª João Lara
poder vir a integrar o grupo de trabalho é a solução
mais óbvia e consensual. Caso não seja possível,
a equipa ficará mais fragilizada mas, pelo que se sabe,
as diferentes hipóteses têm sido equacionadas dentro
do grupo de trabalho. Qualquer que seja a solução,
urge encontrá-la nos próximos dias.
Selecção de
Seniores
Com tudo decidido, apenas uma referência à polémica
sobre a escolha do 3º par. Francamente custa-me a entender
as razões dos contestatários, principalmente daqueles
que se congratularam, anteriormente, com a nomeação
de um seleccionador e que agora contestam o facto de ele ter optado
por um par classificado em 6º lugar, na prova específica
de selecção, em detrimento do 3º e, já
agora, do 4º e do 5º classificados. Afinal em que ficamos
- seleccionador ou selecção automática?
Selecção de
Juniores
Fiquei a saber, por consulta ao site oficial dos Campeonatos da
Europa de Juniores, que Portugal se fará representar na
prova. Ainda bem que assim é. Mas não posso deixar
de lamentar que a decisão não tenha sido tornada
pública. As representações nacionais são
um dos aspectos mais importantes da vida federativa. Todas as
decisões em torno desta matéria têm de ser
transparentes e amplamente divulgadas. Não faz sentido
que estas novidades sejam conhecidas desta forma, mais a mais
quando, actualmente, a sua divulgação é fácil
e pouco dispendiosa, bastando um simples e-mail para os Clubes
e Associações Regionais. A falta de comunicação
ou a sua circulação por canais paralelos, tem sido
a grande responsável por muitas das situações
conflituosas que têm atravessado o bridge nacional. Até
quando?
Luís Oliveira
(22-05-2005)
NOVIDADES DAS SELECÇÕES
Está feita a escolha
da equipa que representará Portugal na Seniors Bowl. Conforme
constava do regulamento da prova, o seleccionador nacional designou
os 2 primeiros classificados da prova de selecção,
Rui Pinto - Juliano Barbosa e Nuno Guimarães - José
Manuel Lampreia e escolheu o par Spínola Teixeira - J.
A. Debonnaire entre os restantes participantes na prova. Face
à incontestável capacidade técnica dos seleccionados
e à sua larga experiência em competições
internacionais, estão reunidas as condições
para um bom desempenho dos representantes nacionais.
No que respeita à selecção feminina, está
confirmada a contratação de Jorge Castanheira para
treinador da equipa, tendo começado (finalmente!!!) os
trabalhos de preparação. Ana Tadeu, Bé Oliveira,
Isabel Ferreira, Paula Lima e Teresa Ramalho são as 5 jogadoras
já envolvidas. A vaga em aberto será preenchida
depois de conhecida a composição final da equipa
open.
(10-05-2005)
AS SELECÇÕES NACIONAIS PARA A BERMUDA BOWL, VENICE
CUP E SENIORS BOWL
A Direcção
da F.P.B. difundiu o seguinte comunicado a propósito do processo de selecção
de uma equipa de Seniores para a Seniores Bowl a realizar em Portugal,
em Outubro próximo. Através do site federativo,
ficámos também a saber que está completo
o grupo de trabalho do qual sairá a equipa representante
de Portugal na Bermuda Bowl. O grupo é formado pelos 2
pares pertencentes à equipa vencedora da prova de selecção:
Sofia Pessoa - Jorge Castanheira; Paulo Gonçalves Pereira
- Rui Silva Santos, aos quais se juntaram os pares Mª João
Lara - Manuel Capucho; Nuno Paz - Carlos Luís e Afonso
Athayde - Nuno Matos.
Já quanto à selecção feminina que
representará Portugal na Venice Cup, tudo permanece no
"segredo dos deuses". Com duas das nossas melhores jogadoras
nos trabalhos da Selecção Open e face à inexistência
de pares de Senhoras com actividade regular, seria de esperar
que fosse dada uma particular atenção ao problema.
A cerca de 6 meses do evento, com o período de férias
pelo meio, não parece que esta seja uma prioridade ou,
sequer, uma preocupação federativa, pese embora
algumas notícias "de corredor" que dão
como certa a "contratação" de um treinador
para esta área. Certo é que, com ou sem treinador,
era já tempo de se saber quais são as ideias federativas
para a equipa de Senhoras, qual o programa de trabalhos (se é
que existe), qual o universo e/ou o critério de escolha,
quem são as pessoas envolvidas no processo e quais as respectivas
competências. Aguardemos!...
(16-04-2005)
LUÍS FORTE (1947
- 2005)
O bridge nacional está novamente de luto. O desaparecimento
do Engº Luís Forte é, para além de uma
perda irreparável para os familiares e amigos, um rude
golpe para todos os que sentem e vivem o bridge de competição
como um espaço de salutar convívio e de leal disputa.
A todos os que tiveram o privilégio de com ele conviver,
fica a sensação de um enorme vazio e de uma profunda
tristeza. O Quinto Naipe e a Escola de Bridge associam-se à
dor da família e amigos, conscientes de termos ficado irremediavelmente
mais pobres. Impotentes para alterar o curso da vida, tantas vezes
duro e cruel, resta-nos continuar a caminhada.
Aos sócios e dirigentes do Paris Bridge, manifestamos a
nossa solidariedade e a convicção de que a melhor
forma de honrar a memória do seu Presidente é continuar
a obra à qual ele emprestou uma enorme e incondicional
dedicação.
À família e muito em especial à Maria Helena,
as nossas profundas condolências.
(21-03-2005)
Resposta à análise ao Relatório e Contas
2004 da Associação de Bridge do Centro (ABC) feita
pela Federação Portuguesa de Bridge.
Vimos pelo presente prestar os esclarecimentos que nos foram solicitados pela Associação de Bridge do Centro (ABC) em mail do passado dia 19 de Março relativamente ao Relatório e Contas de 2004 da F.P.B. apresentado pela Direcção da F.P.B.:
Taxas de Amortização
de Imobilizado Corpóreo: não sabemos se conseguimos
interpretar correctamente a questão suscitada pela ABC
a este respeito de qualquer forma, o valor das amortizações
do exercício de 2004 diminuiu face a 2003 e não
aumentou como , parece, depreender-se do teor da questão
colocada pela ABC. As taxas de amortização de Imobilizado
Corpóreo consideradas correspondem às estabelecidas
na lei;
Quanto à diferença entre recebimentos orçamentados
e efectivamente recebidos, a mesma resulta essencialmente da alteração
na política de contabilização das taxas de
licenciamento de 2003 para 2004, conforme explicado no Relatório,
na redução dos proveitos com inscrições
em provas organizadas pela F.P.B., nomeadamente provas regionais,
e no valor de subsídios efectivamente recebido que ficou
bastante aquém do orçamentado. No entanto, há
a assinalar o aumento dos proveitos relacionados com homologações
de provas e de proveitos suplementares, que no entanto foram insuficientes
para compensar aquelas reduções. Estas são
as principais variações. Outras rubricas tiveram
igualmente variações mas de pouca expressão;
Da análise que fizemos da conta de Fornecimentos e Serviços
Externos não conseguimos verificar a percentagem de aumento
referenciada. Agradecemos que nos confirmem os valores que consideraram
para obter o aumento referenciado;
Confirmamos o aumento de 4,1% nas Remunerações de
Pessoal. Esse aumento foi deliberado pela anterior Direcção
da F.P.B. e corresponde a um aumento mensal em termos absolutos
de 25 Euros (ou 5.000 Esc.) a cada um dos funcionários;
Resultados Transitados vs. Resultado Líquido do Exercício:
não sabemos se conseguimos interpretar correctamente a
questão suscitada pela ABC a este respeito de qualquer
forma. os Resultados Transitados reflectem os resultados líquidos
de exercícios anteriores e não afectam o Resultado
Líquido do Exercício (portanto, não determinam
a sua razoabilidade). O Resultado Líquido do Exercício
de 2004 será transferido para Resultados Transitados no
Balanço de 31/Dez/2005.
Respeitamos, naturalmente, a decisão da ABC. No entanto,
em nosso entender, o teor das questões acima suscitadas
não justificam o sentido de voto expresso na Assembleia
Geral de 13/Mar/2005 por esta Associação no que
respeita à aprovação do Relatório
e Contas de 2004. Lamentamos ainda que estas questões não
tenham sido previamente apresentadas à Direcção
da F.P.B. as quais seriam, certamente, objecto de esclarecimento,
procedimento aliás adoptado perante outras Associações
que igualmente solicitaram esclarecimentos. Esperamos, sinceramente,
que em futuras ocasiões a ABC tenha oportunidade de colocar
eventuais dúvidas ou pedidos de exclarecimento previamente
às Assembleias Gerais.
Com os melhores cumprimentos,
Herculano Ferreira/Vítor Lopes
(20-03-2005)
Análise ao Relatório e Contas 2004 da FPB que sustentou
a posição de não aprovação
das mesmas contas por parte da Associação de Bridge
do Centro - ABC
Em primeiro lugar gostaríamos de deixar bem vincada a posição da ABC relativamente ao voto de não aprovação das contas 2004 da FPB. Foi feito uso do mesmo em consciência e completamente fora dos parâmetros do livre arbítrio, aliás, de outra forma não poderia ser, até porque estatutáriamente se encontra legitimado.
Mais ainda, numa altura em que as actividades federativas se encontram decerto sobrecarregadas com a responsabilidade de organização do Bermuda Bowl, bem como a par de uma nova realidade desportiva por força da constituição das Associações Regionais, implicando ajustamento por parte da FPB para enfrentar esta nova realidade associativa condicionando também uma nova realidade económica e estatutária, não seria de bom tom não levar em linha de conta estes parâmetros e simplesmente votar desfavoravelmente as contas da FPB.
Assim, cientes destas novas responsabilidades e o que implicam no seio da direcção federativa, não querendo deixar de salientar o trabalho, decerto árduo, levado a cabo pela FPB e seus colaboradores por forma a manter acesa a chama daquele que é o nosso desporto, queremos deixar claro que o voto desfavorável tomou corpo nunca levando em linha de conta a falta de eventual seriedade por parte da FPB na gestão dos seus recursos, que nunca deverá ser posta em causa, mas sim da análise apenas técnica do relatório de contas em causa, pelo que passamos a enumerar os aspectos mais relevantes que condicionaram a nossa posição e que a serem devidamente justificados na próxima Assembleia de 30 do corrente poderá salvaguardar a aprovação das contas:
a variação
da taxa de amortização de 2003 para 2004 é
de 5.5% com as Imobilizações Corpóreas
do exercício a reflectirem para a maioria das entradas
do Balanço taxas da ordem de 25%;
diferencial entre valores orçamentados e efectivamente
recebidos é deveras significativo, pelo que alguém
deve explicar isto;
o diferencial de 14% de 2003 para 2004 relativamente à
conta de Fornecimentos e Serviços Externos
parece deveras exagerado;
4.1% de variação na conta Remunerações
de Pessoal;
seria interessante poder-se explicar o valor dos Resultados
transitados para aferir da razoabilidade do Resultado
Líquido do Exercício do ano.
Sem querermos efectuar um estudo exaustivo sobre as contas de
2004, esperamos serem estes indicadores os suficientes por forma
a merecer a atenção de quem poderá eventualmente
reavaliar o Relatório e Contas 2004 para obviar
resultados mais consentâneos com uma imagem de boa gestão
de recursos que afinal, por princípio, são também
de todos.
A Direcção da ABC
(13-03-2005)
DIRECÇÃO DA F.P.B. ANUNCIA INTENÇÃO
DE SE DEMITIR
No seguimento da Assembleia Geral da F.P.B. convocada para discussão
e aprovação do Relatório e Contas e perante
a reprovação da Assembleia do documento apresentado
pela Direcção, o colectivo decidiu manifestar a
sua intenção de se demitir, tendo a A.G. sido dissolvida.
Inesperadamente, está aberta uma grave crise no bridge
nacional, com consequências imprevisíveis, se atendermos
aos importantes compromissos de curto-prazo - Grande Prémio
de Portugal e organização dos Campeonatos do Mundo.
Pessoalmente, é muito crítica a minha posição
relativamente à forma como a Direcção demissionária
tem conduzido os destinos do bridge nacional ao longo do seu mandato.
Neste espaço fui dando conta de algum desse descontentamento,
embora mantendo um low profile propositado, por considerar
não ser útil para os interesses do bridge nacional
a manutenção de um estado de guerra permanente.
Até porque sempre considerei e continuo a considerar que,
independentemente das naturais diferenças de opinião
e de filosofia, quem dá a cara para "mergulhar"
nestas sempre revoltas e conturbadas águas o faz com boas
intenções e com sentido de dever.
Não me irei pronunciar sobre os defeitos e virtudes do
Relatório e Contas chumbado pela maioria dos votos da A.G.
Foi uma decisão de um órgão soberano e, como
tal, tem de ser respeitada. A questão que aqui se levanta
é a de saber se foram esgotados todos os mecanismos para
evitar uma radicalização de posições
que culminou na atitude da Direcção. Estou em crer
que a posição de quem votou contra se prende, sobretudo,
com o efeito que teve a apresentação de um resultado
financeiro preocupantemente negativo, consequência, é
certo, de alterações significativas no edifício
federativo mas, sobretudo, da legítima mas, ainda assim,
questionável política da Direcção.
E não falo apenas das 3 deslocações ao estrangeiro
de representações nacionais, principalmente num
ano de transição como este, em que eram de antever
consequências gravosas para as finanças federativas.
Falo também da filosofia implementada na regulamentação
desportiva, com isenções e limitações
à participação de filiados, de vária
ordem, em todas as provas directamente organizadas pela F.P.B.
o que, obviamente, contribuiu para um decréscimo nas receitas,
para além de uma perigosa fragmentação dos
filiados em grupos de interesses e motivações diferentes.
Falo ainda do novo Regulamento de Classificação
de Jogadores que, independentemente das suas virtudes e da imperiosa
necessidade de se alterar o anterior Regulamento, criou um efeito
psicológico negativo nos filiados comuns. Ser filiado é,
para a grande maioria, ter a possibilidade de disputar as provas
que entender, obter pontos de ranking e receber a revista federativa.
Se lhes limitam o acesso às provas, se lhes reduzem os
pontos de ranking obtidos à sua mais ínfima expressão,
está criado o quadro para o seu abandono.
O meu balanço pessoal sobre a actividade da Direcção
no seu primeiro ano de mandato é, como já disse,
bastante negativo. Este balanço, a juntar a outras questões
de índole pessoal, levaram-me à decisão radical
de deixar de ser filiado, após 25 anos de intensa ligação
à F.P.B., muitos dos quais "gastos" no desempenho
de cargos federativos. Mas nada disto significa que não
continue a sentir os problemas do bridge nacional, pelo que acho
de extrema gravidade a situação agora criada. Espero,
sinceramente, que seja possível encontrar espaços
de consenso. Para o conseguir, é necessário que
todas as partes envolvidas estejam dispostas a dialogar. Mas não
pode ser um diálogo de surdos onde a posição
negocial seja "ou nós ou o dilúvio...".
Porque, se assim for, pela minha parte, que venha o dilúvio!
Luís Oliveira
ADIAMENTO
DOS CAMPEONATOS NACIONAIS DE JUNIORES E SENIORES
Através do site Lusobridge tomámos conhecimento
da decisão da Direcção da F.P.B. em adiar
o Campeonato Nacional de Juniores e o Campeonato Nacional de Seniores
para data a anunciar. Adianta a mesma fonte que a prova poderá
vir a coincidir com o Torneio de Huelva. A confirmar-se a informação,
continuamos a achar lamentável que as informações
relativas a decisões da Direcção da F.P.B.
cheguem primeiro a um site privado que ao site oficial da F.P.B.
Convirá realçar que esta crítica nada tem
a ver com o Lusobridge que se limitou (e bem!) a noticiar um facto
relevante de que teve conhecimento. O que contestamos é
o que vem sendo a metodologia da actual Direcção
nesta matéria.
Verdadeiramente grave é a decisão de "empurrar"
o Campeonato Nacional de Juniores para cima da época de
testes e de exames, denunciando a pouca atenção
que é dada ao bridge júnior e aos seus problemas
específicos, mais a mais quando a causa do adiamento resulta
de se terem esquecido de abrir as respectivas inscrições(!!!).
Ciclicamente, assistimos a um "choradinho" sobre o não
aparecimento de jovens jogadores. Será que alguém
responsável percebe ou está interessado em saber
porquê?
Luís Oliveira
(20-12-2004)
NOVO REGULAMENTO DE CLASSIFICAÇÃO DE JOGADORES (R.C.J.)
A Assembleia Geral da F.P.B. aprovou, por maioria, a proposta
da Direcção para o novo R.C.J. Como todos os processos
que envolvem alguma complexidade, este não foi um projecto
pacífico. Em boa hora a Direcção da F.P.B.
abandonou a sua posição de rigidez inicial que permitiu,
em primeiro lugar, trazer o documento para a discussão
pública e, em segundo lugar, introduzir algumas alterações
ao projecto inicial que, não tenho dúvidas, nos
iria conduzir a uma enorme controvérsia com resultados
imprevisíveis para a normalidade da vida federativa que
todos (ou quase todos) desejamos. Posta esta introdução,
gostaria de deixar algumas ideias prévias, que fundamentam
a minha posição sobre tão delicada matéria.
Assim:
1 - Partilho com a quase
totalidade dos filiados a opinião de que o R.C.J. ainda
em vigor até ao final do ano, está fora de prazo.
Já não embarco no facilitismo dos adeptos da crítica
fácil, que o apontam como a causa de todos ou quase todos
os males que afectam o bridge nacional. O seu pior defeito, em
minha opinião, foi o de não ter sabido envelhecer
naturalmente. À medida que as rugas se foram acentuando
foi-se tentando, por tempo demais, disfarçar a velhice
com algumas plásticas, com resultados práticos negativos.
2 - Com a proliferação de torneios e de Festivais,
o ranking de jogadores foi perdendo a sua vertente qualitativa,
em favor da quantidade de provas que cada filiado jogava ao longo
do ano. O que, obviamente, foi introduzindo distorções
"perigosas" na verdade desportiva da classificação
de jogadores, principalmente na faixa onde as expectativas são
mais acentuadas e que se situa entre os classificados em 1ª
Copas e 2ª Espadas. Quanto aos jogadores classificados em
1ª Espadas, não creio existirem dúvidas quanto
à justeza da classificação e o mesmo se passará
para jogadores dos escalões inferiores que, por sinal,
inclui a grande maioria dos filiados.
A SELECÇÃO NACIONAL EM ISTAMBUL
23/10 | 24/10 | 25/10 | 26/10 | 27/10 | 28/10 |
|
30/10 | 31/10 | 01/11 | 02/11 | 03/11 | 04/11 | 05/11 | 06/11 |
06-11-2004
Em Open, a Itália é, como tudo indicava, a grande
vencedora das XII Olimpíadas de bridge. Fica ainda o registo
para a formação da Holanda, medalha de prata, que
nunca baixou os braços. Com uma selecção
muito jovem, os holandeses prometem dar que falar. Ainda relativamente
à prova Open, publicada que está a classificação
Buttler, realce para o par Paulo G.Pereira - Jorge Cruzeiro, que
terminaram positivos (0,17 Imp's/mão). Sofia Pessoa - Rui
Silva Santos ficaram com um saldo praticamente nulo (-0,05 Imp's/mão)
enquanto o par Jorge Castanheira - Nuno Mascarenhas terminou com
-0,27 Imp's/mão, pagando o facto de não terem rotina
de par o que, para provas desta natureza, é "fatal".
Na competição universitária, a Polónia
venceu, seguida da Bélgica e dos E.U.A., nos restantes
lugares do pódio. No transnacional, vitória para
a equipa Auken, onde pontificavam grandes nomes do bridge internacional,
como Sabine Auken e Paul Chemla.
Termina aqui a cobertura que fizemos destas Olimpíadas.
Ao longo de 15 dias tentámos dar, passo a passo, as notícias
do que mais importante se foi passando, com particular destaque
para o desempenho das formações nacionais. Esperamos
que este trabalho vos tenha agradado.
05-11-2004
Com quase tudo decidido, face à grande vantagem dos italianos
frente aos holandeses, a 3 segmentos do fim, os grandes destaques
destas Olimpíadas vão para a Rússia e China,
potências emergentes na modalidade. Para a China, dois quartos
lugares em Open e Senhoras e o 9º lugar em Seniores. Para
a Rússia, uma medalha de bronze em Open e uma tão
inesperada quanto merecida medalha de ouro em Senhoras, frente
às americanas, fizeram história. A final de Senhoras
ficará, seguramente, registada como uma das mais bem jogadas
e mais emotivas de sempre.
Publicada a classificação Buttler para a prova de
Seniores, regista-se a excelente prestação do par
Rui Pinto - Bernardo Ferreira, em 12º lugar.
Finalmente, na competição de mistos, a formação
luso-brasileira terminou num honroso 24º lugar.
04-11-2004
Rússia em Open e Inglaterra em Senhoras, conquistaram a
medalha de bronze das respectivas competições, ao
vencerem a China que, em ambos os casos, se teve de contentar
com a 4ª posição. Na final Open a Itália
vai construindo uma vantagem assinalável sobre a Holanda,
38 Imp´s no final do 3º segmento, enquanto que na competição
de Senhoras, com um 3 segmento fantástico (51 Imp´s
de diferença em 16 mãos), a Rússia ultrapassou
os E.U.A., estando agora com 4 Imp´s de vantagem. Neste
segmento assistiu-se a um bridge de altíssimo nível,
com mãos espectaculares, no que pode ser considerado um
verdadeiro hino à modalidade. Das muitas situações
dignas de realce, destaco a seguinte mão .
Na competição de mistos, a formação
luso-brasileira começou bem o dia, mas uma derrota pesada
no último encontro levou-a para a 30ª posição.
Amanhã é um dia decisivo para as aspirações
da equipa.
03-11-2004
Sem surpresas os últimos segmentos das meias-finais. Itália
e Holanda são as finalistas em Open, E.U.A. e Rússia
lutam pelo ouro em Senhoras. Na competição paralela
a este evento, o transnacional de equipas mistas, a formação
luso-brasileira teve um dia muito positivo, encontrando-se numa
excelente 14ª posição.
02-11-2004
Com dois de 6 segmentos já jogados na competição
Open, a Holanda ganha alguma supremacia sobre a Rússia,
enquanto que, no outro encontro, se mantem o equilíbrio
entre China e Itália. Na competição de Senhoras,
os E.U.A. têm uma vantagem substancial sobre a China, enquanto
Inglaterra e Rússia se mantêm muito perto uma da
outra. Altura também para, sem grandes riscos, apostar
na Itália e nos E.U.A. como os grandes favoritos à
vitória final, nas competições respectivas.
Começou, entretanto, o Transnacional de Equipas Mistas,
com os portugueses Mª João Lara e Manuel Capucho,
emparceirados com os brasileiros Leda Pain e Gabriel Chagas, na
75ª posição, no final de 2 encontros, mas com
muito bridge ainda para jogar...
01-11-2004
No Open, os quartos-de-final não se verificaram surpresas.
Holanda, Rússia, China e Itália estão nas
meias-finais. Na competição de Senhoras aconteceu
(como já vem sendo habitual) grande dramatismo no encontro
Inglaterra - França. Com efeito, as francesas venceram
4 dos 5 segmentos mas... foram eliminadas. Tudo isto porque, no
4º segmento de 16 mãos, perderam "apenas"
por 62 - 9 !!! Assim sendo, estão nas meias-finais Inglaterra,
E.U.A., Rússia e China. O grande destaque vai para a presença
de Rússia e China nas meias-finais das 2 competições.
A cada vez maior popularidade do bridge nestes dois gigantes é
uma boa notícia para a modalidade, em estagnação
ou mesmo em decréscimo nos países onde a sua influência
tem sido mais significativa.
31-10-2004
A nossa equipa de Seniores terminou a sua prestação
num razoável 19º lugar, com uma média superior
a 15 P.V. e um saldo positivo no balanço entre vitórias
e derrotas - 14 vitórias, 1 empate e 13 derrotas. Parabéns
a todos!
No Open, o encontro Itália vs E.U.A. dominou todas
as atenções e não desiludiu. Bom bridge,
emoção e incerteza no resultado até ao final.
Destaque para a eliminação da França e para
a China que, cada vez mais, se confirma como uma grande potência
na modalidade. Os quartos-de-final já estão aí...
30-10-2004
Os nossos representantes seniores continuam em boa forma, com
12 vitórias, 1 empate, 12 derrotas e uma assinalável
média de 15 P.V. Taiwan, Israel e Espanha são os
últimos obstáculos a ultrapassar, amanhã.
No Open, para além desse fantástico Itália
- E.U.A., de desfecho imprivisível, há a registar
o confortável avanço da China sobre a Islândia
(95 P.V. de diferença) e os 31 P.V. de vantagem da Hungria
sobre a França, quando faltam jogar 2 segmentos desta eliminatória.
29-10-2004
A crónica de hoje começa com os Seniores, que continuam
em competição até Domingo. A prestação
da nossa equipa tem sido positiva. António Leitão,
Bernardo Ferreira, Jorge Monteiro Santos, José Dias, Luís
Travassos e Rui Pinto, têm-se batido com galhardia, registando
uma média de 14,8 P.V., com 11 vitórias, 1 empate
e 11 derrotas e vários desempenhos interessantes contra
equipas mais fortes, como sejam as vitórias sobre França,
Turquia, Dinamarca, Bélgica, Paquistão e Polónia.
Para amanhã apenas 2 encontros, contra Japão e Suíça.
Boa sorte!
A equipa Open terminou a sua prestação em Istambul numa modesta 12ª posição, com 7 vitórias, 10 derrotas e 13,8 P.V. de média. Se, durante algum tempo, foi possível sonhar com uma posição de apuramento ou, pelo menos, na primeira metade da série, depressa se regressou à realidade. Algo me diz que está aberto mais um período de análises inflamadas, oriundas de comentadores especializados, que tiram da cartola a selecção perfeita ou o método ideal para lá chegar. Dos que pensam, alguns convictamente, que se fossem eles ou alguém por eles escolhidos os resultados seriam diferentes.
O que me leva, uma vez mais, a alertar para a urgente necessidade de se rever a política federativa para a alta competição. Um problema que não é desta Direcção, mas de todas as que tenho conhecido, incluindo aquelas a que tive a honra de pertencer, nos mais de 20 anos que levo nestas andanças. É tempo de nos deixarmos de discussões estéreis sobre os métodos de selecção, na procura obsessiva da solução perfeita, qual cálice sagrado, cura miraculosa para a doença provocada por uma total ausência de projecto de alta competição, por uma completa cegueira estratégica de médio e longo prazo. A culpa dos nossos sucessivos fracassos desportivos não tem, propriamente, um rosto. Não é imputável a este ou a outro Presidente, a esta ou qualquer outra equipa directiva. A culpa é de teimarmos em construir a casa pelo telhado. Falta um projecto de alta competição que inclua um programa continuado de preparação, treino e competição específica para representações nacionais. Falta, acima de tudo, coragem política. Até quando?
Muito menos se podem culpar os jogadores que nos representam. Todos eles dão o seu melhor e se mais não fazem é porque não estão a combater com as mesmas armas que a grande maioria dos seus opositores. Não se pode competir, a este nível, sem trabalho de casa feito. Sem preparação de pares e de equipa. Sem solidez competitiva, sem preparação física e psicológica para o tipo de pressão a que se está sujeito numa competição deste tipo.
O principal problema é que tenho muitas dúvidas que algo se vá alterar, de forma significativa, a curto prazo. Para saber porquê, bastará olhar a proposta de orçamento federativo para o próximo ano civil, onde aparecem previstos ZERO EUROS (!!!) de despesas com a anunciada preparação e treino das equipas nacionais para a Bermuda Bowl e Venice Cup. Ou seja, à boa maneira nacional, muita parra (leia-se, regulamentos, leis, determinações, comunicados, etc...) e pouca uva.
Aos nossos representantes na prova Open, jogadores e capitão de equipa, uma palavra de solidariedade e de apreço pela disponibilidade em estarem ali, na boca do leão, em representação do bridge nacional. Fizeram, como todos os que vos antecederam, o que vos foi possível. Obrigado por isso !
Luís Oliveira
28-10-2004
Com o apuramento completamente fora do horizonte, a equipa nacional
Open continua a bater-se pela melhor classificação
possível. No entanto, um calendário muito difícil
nesta recta final deixa poucas hipóteses para subidas significativas
na actual classificação (11º ex-aequo). O dia
de hoje começou com uma derrota pesada contra a Indonésia
(6-24), uma vitória tangencial contra uma Espanha sensacional,
que continua a ter legítimas esperanças em ser apurada
e uma derrota "natural" frente ao Brasil (9-21). Paquistão
e Suécia, 5º e 4º classificados actuais, são
os dois últimos adversários. Vamos lá dar
um ar na nossa graça...!
Os seniores continuam a fazer uma prova muito regular (14,5 P.V.
de média) o que se pode considerar positivo, tratando-se
de uma equipa constituída por parcerias pouco rotinadas.
27-10-2004
A nossa equipa Open comprometeu hoje, seriamente, as suas aspirações
a um lugar na fase de K.O. Uma vitória escassa sobre a
Lituânia (17-13) e duas pesadas derrotas, frente ao Japão
(6-24) e à Jordânia (8-22), deixando-nos em 10º
lugar, a 25 P.V. do apuramento e com um calendário final
"impossível" - Indonésia, Espanha (a fazer
uma prova notável mas com um resto de calendário
muito difícil), Brasil, Paquistão e Suécia.
Mas até ao lavar dos cestos é vindima e, mesmo que
o apuramento pareça longínquo, há que dar
tudo para alcançar a melhor classificação
possível. Amanhã esperam-nos a Indonésia,
Espanha e Brasil. Há que não desanimar!
Nos Seniores, uma excelente vitória contra a Dinamarca
(19-11), duas vitórias suadas contra equipas, teoricamente,
mais fáceis, Irlanda (17-13) e Bélgica (16-14) e
uma derrota pesada contra a Itália (7-23) que, até
essa altura, estava a fazer uma prova bastante modesta. O saltinho
na classificação, previsto ontem acabou, afinal,
por acontecer mas... para trás! Fica para amanhã,
onde nos esperam Escócia, Guadalupe, Suécia e Paquistão.
26-10-2004
Mais um grande dia para as hostes nacionais. No Open, derrota
tangencial contra a França (14-16) e boas vitórias
contra República Checa (24-6) e Botswana (19-11) colocam-nos
num bom 7º lugar da classificação, a apenas
6 pontos do apuramento. O dia de amanhã poderá ser
decisivo para as nossas ambições. Início
contra a Lituânia, seguido de um encontro muito difícil
contra o sensacional Japão, comandante do nosso grupo e
a Jordânia para encerrar. Uma prestação semelhante
à de hoje, entre 57 e 60 P.V. será importante para
nos manter na corrida e para alimentar o sonho!
Ânimo não falta à nossa equipa, conforme testemunho
recebido do n.p.c., Paes de Carvalho. Ficamos todos a torcer por
mais boas notícias...
Nos Seniores, duas vitórias (País de Gales e Turquia)
e duas derrotas (E.U.A. e Nova Zelândia), deixaram-nos no
mesmo lugar (17º) com que iniciámos o dia. Dos 4 encontros
de amanhã, um é contra a forte equipa dinamarquesa
e três contra formações do nosso campeonato
- Irlanda, Itália e Bélgica. Vamos lá dar
um saltinho na classificação!
25-10-2004
Depois de um começo comprometedor, aí estão
as nossas equipas ao seu nível. Na competição
Open, os 65 PV amealhados colocam-nos no 9º lugar do grupo
mas, melhor ainda, a apenas 11 PV do apuramento para a fase seguinte
o que, a acontecer, seria um feito histórico para o bridge
nacional. Está tudo em aberto. Amanhã temos a França,
líder do grupo mas com quem costumamos fazer bons resultados,
República Checa e Botswana, equipas perfeitamente ao nosso
alcance. Com 60 P.V. na jornada que nos espera fica tudo em aberto.
Vamos a eles !...
Nos Seniores, a jornada foi também positiva, com uma derrota
pela margem mínima contra a sempre perigosa Alemanha e
três vitórias sobre França (16-14), Austrália
(21-9) e Costa Rica (16-14). Uma vez mais a Costa Rica a ficar
com boas recordações de Portugal, fazendo contra
nós metade dos pontos até então conseguidos
nos 7 encontros anteriores (!!!). Amanhã espera-nos a forte
formação americana e depois Nova Zelândia,
País de Gales e Turquia, formações do "nosso
campeonato". Boa sorte !
24-10-2004
Começou de forma absolutamente desastrosa a prestação
da equipa nacional Open em Istambul, com uma derrota tão
pesada quanto inesperada contra a Costa Rica (5-25). Os restantes
resultados do dia, apesar de derrotas, podem ser considerados
normais (14-16 contra a África do Sul e 11-19 contra a
Grécia). Amanhã vamos ter uma excelente oportunidade
para recuperar o ânimo e subir aguns lugares na classificação,
defrontando 3 equipas, teoricamente, ao nosso alcance - Bósnia,
País de Gales e Bermuda.
A nossa equipa de Seniores também não começou
bem. Três derrotas contra Canadá, Inglaterra e Áustria
(12-18; 6-24 e 14-16, respectivamente) e uma concludente vitória
sobre o bye, colocam-nos no 24º lugar. Amanhã, os
nossos opositores serão Alemanha, França, Austrália
e Costa Rica.
Boa sorte a todos !
24-10-2004
Começa daqui a pouco a 12ª edição das
Olimpíadas de bridge com a equipa Open a ter pela frente
uma incógnita chamada Costa Rica, seguida de dois encontros
difíceis contra a África do Sul e Grécia.
Um bom começo seria o ideal para ganhar confiança.
Boa sorte!
(20-10-2004)
SELECÇÕES NACIONAIS - REGULAMENTOS
Feita a "digestão" do Regulamento para as Selecções
divulgado pela F.P.B., aqui fica a prometida análise.
Em primeiro lugar, saúdo a coragem federativa pela nomeação
de um seleccionador nacional único. Trata-se de uma medida
que há muito se justificava para se poder ambicionar a
ter um projecto de futuro. A personalidade escolhida dispensa
apresentações. João Faria é uma figura
consensual, com muitas provas dadas no bridge nacional e que saberá
contornar as muitas dificuldades com que se vai deparar. O âmbito
da sua intervenção será diferente de selecção
para selecção, em função das especificidades
de cada uma. É sabido que o universo de filiados juniores
e o exíguo número de parcerias de senhoras, exige
que as respectivas selecções sejam feitas por escolha
directa. Por outro lado, é fundamental que, para além
da escolha de nomes, o processo contemple uma fase alargada de
preparação e treino de parcerias. Estando estes
aspectos devidamente acautelados nos Regulamentos divulgados,
acredito que se está no caminho certo. Rigor, transparência
e trabalho são as receitas essenciais para se poder esperar
retorno no investimento feito. O tempo dirá se este caminho,
a ser trilhado, conduzirá ou não a melhores resultados
desportivos.
No caso da Selecção Open, a questão é,
substancialmente, diferente. O universo de escolha é grande,
se comparado com os anteriores, e parece-me óbvio que um
dos principais factores de escolha terá de ser o desempenho
desportivo. Mas, se bem percebi o Regulamento, não é
verdade que o papel do seleccionador seja aqui meramente decorativo.
Pelo contrário, ele tem um papel decisivo, uma vez que
lhe compete nomear a Selecção, não sendo
obrigado a basear a sua decisão exclusivamente nos resultados
desportivos (ponto D4 do regulamento específico). É
curioso verificar que alguns "comentadores", que sempre
reduziram a discussão em torno da Selecção
Open ao respectivo método de escolha, venham agora criticar
o regulamento federativo, por considerarem que o seleccionador
tem poucos ou nenhuns poderes.
No que respeita à regulamentação desportiva,
não vou perder muito tempo com o modelo encontrado pela
F.P.B. É um modelo com virtudes e defeitos como qualquer
outro, estando ainda por aparecer o modelo consensualmente perfeito.
Aliás, o melhor exemplo disto mesmo está nas (in)conclusões
a que nos conduziu o inquérito federativo sobre o assunto.
Alguém de boa-fé acha que um inquérito alargado
a todos os filiados, por exemplo, conduziria a resultados diferentes?
Arrisco apostar que o único dado com alterações
significativas seria a taxa de abstenção. Para o
universo escolhido rondou os 50%(!!!), num universo mais alargado
seria muito superior.
Não posso, no entanto, deixar de referir alguns pontos
que considero negativos.
1 - No que respeita à política de substituições,
não concordo com as limitações em função
do ranking. Não faz sentido que, num torneio de selecção
estas limitações existam. Mais a mais quando, atendendo
aos reconhecidos problemas com o ranking de jogadores ainda em
vigor, se acaba por distorcer ainda mais a verdade desportiva.
Não será necessário procurar muito para encontrar
inúmeros casos em que a substituição de jogadores
por outros de categoria inferior (permitida pelos regulamentos)
resulta numa clara mais-valia para a nova parceria, sendo certo
que o contrário é igualmente verdadeiro. Já
quanto à não permissão de jogadores eliminados
em fases anteriores virem a integrar parcerias diferentes, a medida
parece-me óbvia. Até mesmo no futebol, cujas virtudes
estão longe de constituir um exemplo para quem quer que
seja, os jogadores não podem trocar de clube quando lhes
dá na gana (vide a regulamentação em provas
de topo, como é o caso da Liga dos Campeões em que
um atleta, mesmo trocando de clube dentro dos limites legais permitidos
pelas federações nacionais, não pode participar
pelo seu novo clube na prova se, na mesma época, já
o fez pela anterior equipa).
2 - Quanto ao número de mãos em cada uma das fases,
parece-me haver aqui alguma contradição entre o
número de mãos da 1ª fase e o da 2ª fase.
Para esta fase, o ideal seria disputá-la em 2 voltas ou
com mais mãos por encontro. A ausência de datas disponíveis
no calendário será, como o foi no passado, um dos
principais condicionantes. Para o futuro, talvez seja de fazer
coincidir as fases mais avançadas das provas de selecção
com outras provas do calendário federativo, libertando
alguns fins-de-semana...
3 - A 3ª fase poderá levantar alguns problemas e,
consequentemente, mais polémica. Não que esteja
contra a constituição de equipas, antes pelo contrário.
Mas obrigar, por exemplo, três pares apurados, habitualmente
parceiros de equipa, a decidir quem são os dois pares que
ficam e qual é o "dispensado", parece-me uma
grande "violência". De qualquer forma, o emparceiramento
de pares em equipas nas últimas fases da competição
parece-me uma medida inteligente...
4 - Um problema comum à 3ª e 4ª fase é
o horário de início das sessões jogadas à
6ª feira. Numa palavra - INEXPLICÁVEL!
Meus caros amigos da F.P.B., neste País há gente
que trabalha. Então começa-se a jogar às
5 da tarde de um dia de semana, para libertar as manhãs
de Sábado e de Domingo? Só pode ser uma brincadeira
de mau gosto. Nenhuma razão pode justificar uma atitude
destas, porque ela traduz, por si só, um imenso desrespeito
pela maioria dos jogadores e uma visão perigosamente elitista
e centralista da modalidade. É "o joga quem pode"
em vez de ser "o joga quem gosta". É o sinal
de que se pensa (e pouco) nos jogadores de Lisboa e se ignoram
as consequências para todos aqueles que vêm de fora.
Com esta infeliz decisão compromete-se todo um regulamento
que, em termos globais, me parece apresentar sinais muito positivos.
Será que esta inqualificável atitude não
está a tempo de ser devidamente corrigida? A palavra à
Direcção da F.P.B.!
Em resumo:
Bravo
pela coragem manifestada na nomeação de um seleccionador
!
Bravo
pela escolha do seleccionador !
Bravo,
meu caro João Faria, pela coragem demonstrada em aceitares
um cargo tão complicado!
Bravo
pela fórmula encontrada, que pretende fazer a ponte entre
os diferentes métodos possíveis! Quanto mais não
seja, devemos ao modelo agora proposto o benefício da dúvida,
sabendo que, até hoje, nenhum modelo implementado (nem
aqui nem, que eu saiba, em lado nenhum) recebeu os votos de uma
larga maioria de praticantes.
O
meu vivo protesto pela escolha dos horários da 3ª
e 4ª fases!
Luís Oliveira
(8-10-2004)
NOVIDADES NAS SELECÇÕES NACIONAIS
A F.P.B. anunciou a nomeação do João Faria
como seleccionador nacional de todas as selecções.
Se bem que se tenha de aguardar pela regulamentação
específica para cada uma das provas, a medida constitui,
por si só, uma boa notícia para o bridge nacional.
Não só pela personalidade escolhida, que me parece
reunir um largo consenso, mas, sobretudo, por ser a manifestação
de que algo se pretende mudar realmente no bridge de competição.
Curiosamente, quase em simultâneo com este anúncio,
foi também publicado o resultado do inquérito que
a F.P.B. enviou a um conjunto de filiados, para aferir sobre as
suas preferências quanto aos métodos de selecção.
Notável o facto de apenas terem respondido cerca de 50%
dos inquiridos!!! Dos que se dignaram responder, as conclusões
são nulas ou quase, já que a opiniões se
dividiram de forma equilibrada pelas diferentes hipóteses
colocadas. O que só vem demonstrar que não é,
de facto, pela escolha do método de selecção
que vamos a algum lado. Aguardemos agora pelo projecto ou projectos
do seleccionador nacional. Será que é desta? Força,
João!!!
Uma referência final para a forma escolhida pela F.P.B.
para difundir informação de tão grande importância
para a vida federativa. Com efeito, está a tornar-se um
hábito que as notícias de relevo, que dizem respeito
a todos os filiados, estejam a ser veiculadas através de
um site privado, onde aparecem antes de estarem no site oficial
da F.P.B.
É um facto que os sites Lusobridge e Quinto Naipe têm
sido, ao longo dos últimos anos, os veículos mais
importantes, quando não mesmo os únicos, para a
divulgação dos assuntos relacionados com a modalidade.
Mas é estranho que estando agora activo e sendo actualizado
com regularidade o site oficial da F.P.B., as notícias
federativas apareçam, em primeira mão, num dos sites
privados. Distracção? Mais provável é
que a F.P.B. ignore a existência do Quinto Naipe. Pelo menos,
este não tem sequer direito a link no tal site oficial.
Sinais dos tempos...
Que fique registado que nada disto tem a ver com o site Lusobridge,
que se limita a publicar as notícias relevantes e que,
nesse sentido, presta um bom serviço aos seus utilizadores.
É à F.P.B. que compete definir e gerir a política
de informação. Digo eu, que seria de esperar que
a informação oficial fosse distribuída aos
diferentes intervenientes em simultâneo e com igual tratamento.
Assim não parece ser o entendimento da F.P.B.
Enfim, pode ser que aos frequentadores deste site seja fixada
uma quota anual correspondente à sua qualidade de filiados
de 2ª. Para que não seja tudo prejuízo...
Luís Oliveira
(11-9-2004)
6º World Master Individual - Senhoras
Maria João Lara classificou-se em 11º lugar
na sexta edição da prova Generali World Master Individual
de Senhoras, disputado em Verona, Itália, de 8 a 10 de
Setembro. A sua prestação, entre as 28 participantes,
dignifica a presença portuguesa entre as grandes senhoras
do bridge mundial.
(4-9-2004)
"NAIPE FALADO
CABIDES E AMOR DA PÁTRIA
"Cabide-o bem!" Com esta frase, colocada na boca de
um velho baleeiro do Pico no romance "Mau tempo no canal",
remete Vitorino Nemésio para uma nota de rodapé
em que esclarece que "cabidar" é um termo do
dialecto picaroto que significa castigar.
Muitos são os jogadores de bridge que se interrogaram sobre
a origem do termo "cabide". Consultados dicionários
diversos, há os que apenas definem o termo tal como o conhecemos
das mesas de bridge, mas há outros que o definem como castigo
e de origem açoriana.
José Pedro Machado, no Dicionário Etimológico
da Língua Portuguesa, cita uma situação em
que o castigo era aplicado num navio a um marinheiro. Da origem,
pouco mais conseguimos saber. Mas numa tentativa de esclarecer
melhor as questões, acabamos por chegar à fala com
Manuel Tomaz, director do Jornal "Ilha Maior", da Madalena do Pico. O trabalho
de campo por ele feito trouxe alguma luz ao assunto. Os velhos
habitantes da vila recordam-se do termo usado como castigo, caído
entretanto em desuso.
A proximidade das ilhas do Pico e do Faial levou-nos a outra pesquisa.
A colectividade centenária Amor da Pátria, na cidade
da Horta, era o palco descrito por Nemésio como o local
onde se jogava "Whist". O especial posicionamento da
cidade da Horta, quer pelo contacto por mar entre a Europa e toda
a América, quer pelo contacto mantido nas ligações
pelo cabo submarino (todas as notícias de um lado e de
outro do Atlântico eram interceptadas e conhecidas primeiro
na Horta) levou-nos a interrogar se a origem do termo aplicado
às mesas de bridge não terá tido origem nas
mesas de jogo do Amor da Pátria. Os registos anteriores
a 1920 desapareceram num incêndio que destruiu a sede, mas
desde a inauguração das novas instalações,
um fantástico edifício do modernismo português
da autoria do arquitecto Norte Júnior, até aos nossos
dias, há registo de torneios bridge na colectividade, entre
1899 até 1967. Tudo nos leva a pensar que os cabides que
hoje apanhamos, tiveram origem no Amor da Pátria. Quer
seja um regionalismo, ou um arcaísmo que se ficou por terras
do Pico, faz todo o sentido que os castigos do bridge tenham tido
origem no Amor da Pátria.
A Victor Rui Dores e a Manuel Tomaz, um grande obrigado por todo
o trabalho de campo que nos levou a este artigo.
A.E."
in Público 3/09/04 (edição impressa)
(25-08-2004)
A PROPÓSITO DE SELECÇÕES (3)
Olá Miguel,
Obrigado pela tua participação.
Estou de acordo que um projecto sério não pode surgir
do "pé para a mão". Em meu entender, deve
ser um projecto com objectivos de longo prazo, se bem que implementado
de forma faseada. É claro que para a Bermuda Bowl há
que encontrar soluções de curto prazo, porque o
tempo urge. Penso é que, tratando-se de um acontecimento
único, será também uma oportunidade para
dar o tiro de partida a um projecto mais vasto, mais ambicioso
e também mais justo. A escolha do método de selecção
é um assunto importante. O problema é que este tem
sido, ao longo dos anos, assunto único. Os resultados mostram
que não chega. Antes de ambicionarmos a resultados de relevo
temos de nos disponibilizar para trabalhar. E essa disponibilidade
deve ser condição obrigatória para aceder
ao grupo dos potenciais candidatos. Mas, ainda mais importante
que os resultados, acho que uma Selecção tem de
ser um factor de convergência no universo bridgístico
nacional e não um pólo de discussão, desconfiança
ou, simplesmente, indiferença.
Tal como as coisas estão, sou adepto da selecção
por equipas ou, pelo menos, de uma selecção em que
a última fase seja por equipas. Mas acredito que não
é por aqui que conseguiremos sair da segunda metade do
pelotão. Em linhas gerais, de acordo com as tuas observações,
principalmente no que respeita aos dois úlltimos parágrafos.
Um abraço
Luís Oliveira
(25-08-2004)
A PROPÓSITO DE SELECÇÕES (2)
Caro Luis,
Li a tua coluna no Quinto Naipe, e concordando em linhas gerais
com os teus comentários, gostaria de acrescentar algumas
idéias.
As coisas têm de ser vistas numa perspectiva a prazo, ou
seja, curto, médio e longo prazo.
Curto prazo porque a BB é já no ano que vem, logo
isto traz novamente à baila qual a fórmula que potencialmente
nos deixará melhor representados.
Relativamente a este aspecto parece-me que qualquer fórmula
de equipas é contraproducente, porque à partida
existe o enorme risco de os supostos melhores pares ficarem repartidos
por várias equipas. Como sabes melhor que eu, o nosso meio
é cheio de "afinidades e empatias".
Por outro lado, qualquer forma de selecção que deixe
de fora um jogador/par que seja é à partida redutora
e e ao mesmo tempo afuniladora, isto é, estamos a investir
sempre nos mesmos não dando lugar a surgimento de potenciais
novos valores. Esta é a fórmula que tem sido seguida
com os resultados conhecidos.
No caso especifico da selecção (selecções)
para o BB, concordo totalmente que a FPB tem de tomar outro tipo
de caminho no que toca a aspectos de apoios técnicos. sendo
certo que não temos grandes recursos, resulta ainda mais
evidente que os devemos concentrar.
Na minha opinião, devíamo-nos concentrar na selecção
Open e Junior mas dando-lhes todos os apoios necessários
para que as coisas possam resultar. Obviamente, os pares a serem
seleccionados devem comprometer-se em termos de trabalho e envolvimento.
Ainda no caso do BB, sou da opinião que a federação
não deveria cortar as pernas a nenhuma equipa que pretenda
jogar o Transnational dado que esta é uma oportunidade
única para 99% dos jogadores de competirem a um nível
elevado. Penso que os preços de inscrição
e o teor da competição serão suficientes
para moderar o número de inscrições de forma
natural.
A médio prazo porque
este desporto está a morrer a cada dia que passa e como
Roma e Pavia não se fizeram num dia deverão ser
introduzidas algumas medidas de sobrevivência.
A este nível, parece-me acertada a decisão de "descentralização"
para os Clubes e ARs. O que me parece é que não
forma impostas as Clubes quaisquer premissas em termos de contribuição
para o desenvolvimento da modalidade, nomeadamente em termos de
recrutamento de novos jogadores.
A este nível de médio prazo, e ao nível de
reprentações nacionais defendo uma estratégia
ao estilo Carlos Queirós, ou seja, vamos diagnosticar 8,
10, 12 jogadores, enfim os que valerem a pena, e criar esquemas
de treino, de aperfeiçamento por forma termos sempre uma
base minimamente sólida.
Ainda a este nível, mas também importante numa perspectiva
de longo prazo, é fundamental a angariação
de sponsors que possam trazer à FPB mais alguns recursos.
A longo prazo porque se
queremos que o Bridge se desenvolva de forma consistente e sólida
são necessárias medidas estruturais de fundo.
Neste caso, não tenho quaisquer dúvidas que é
necessária a implementação de uma estratégia
em que a palavra chave é Universidades.... e se quisermos
ir mais longe Escolas Secundárias.
Para quando um Protocolo com os ministérios que tutelam
estas areas....? Penso que com a descentralização
de que falei no ponto anterior, tem agora a FPB muito menos com
que se preocupar logo mais tempo para se dedicar ao que realmente
interessa - a ampliação da massa crítica,
ou seja, do número de praticantes.
E em linhas gerais é
tudo :)
Um abraço.
Miguel Matos
(23-08-2004)
A PROPÓSITO DE SELECÇÕES (1)
No bridge nacional o problema das selecções continua
a discutir-se de forma redutora e falaciosa. Ao longo dos anos
e depois de muitas e, por vezes, rocambolescas situações,
não se verifica qualquer tipo de evolução
na análise das questões de fundo, preferindo-se
reduzir o problema à escolha do(s) método(s) de
selecção, sinónimo de que continuará
adiado um projecto federativo para a alta competição.
Escolher métodos de classificação sem definir
previamente objectivos, sem estabelecer princípios orientadores
e sem definir, com clareza, os direitos e deveres dos candidatos
parece-me pouco. Muito pouco...!
A equação do problema é simples: o que se
pretende com uma representação nacional? Apenas
marcar presença, sem que isto signifique que os nossos
representantes não se empenhem na obtenção
do melhor resultado possível? Tive, aliás, o privilégio
de capitanear diversas representações nacionais,
quer em Open quer em Juniores, e sou testemunha do empenho dos
nossos jogadores. Mas, de todas as vezes, era óbvio que
estávamos a combater com armas desiguais.
No entanto, pouco disto tem a ver com estatutos de amadorismo
ou profissionalismo. É certo que muitos dos jogadores das
equipas de topo são profissionais a tempo inteiro. É
certo que outros, embora não o sendo, pertencem a Federações
com muito mais recursos que a nossa. É certo ainda que
o nosso posicionamento geográfico pouco ajuda ao indispensável
intercâmbio entre diferentes culturas bridgísticas.
Mas serão estes factores tão decisivos, que nos
condenem a uma irremediável mediocridade? Em tempos não
muito longínquos, noutras áreas desportivas, algo
de semelhante se passava. No Basquetebol éramos pequeninos
e franzinos, no Voleibol a rede estava alta de mais para as nossas
possibilidades, no Râguebi nem pensar em enfrentar aquelas
montanhas de músculo. Assim foi durante muitos anos, até
que alguns se recusaram a aceitar este conjunto de fatalidades
anatómicas. Não demorou muitos anos para se alterar,
de forma significativa, este panorama. Subitamente, como se de
uma revolução genética se tratasse, os nossos
praticantes cresceram e desenvolveram-se. Mas o que na realidade
aconteceu foi uma revolução técnica e psicológica.
Estas e outras modalidades apontaram as suas baterias para a formação.
Alteraram profundamente os métodos e os tempos de treino,
as componentes técnico-tácticas foram adaptadas
às características dos jogadores e não o
contrário, criaram-se circuitos competitivos mais exigentes
e mais adequados a objectivos definidos. Os resultados falam por
si. Afinal, os nossos atletas, profissionais ou amadores, podem
competir ao nível dos melhores. A receita chama-se VONTADE,
DETERMINAÇÃO e TRABALHO.
Voltando ao bridge, penso que temos bons jogadores em Portugal
capazes de, com determinadas condições, competir
a bom nível. Mas o bridge é um jogo de parceiros
e o problema começa na manifesta falta de bons pares. Dois
bons jogadores não formam um bom par. Para tal acontecer
é necessário trabalho específico. Muito trabalho!
Uma equipa técnica não tem por tarefa ensinar bridge
aos jogadores. Mas tem de analisar sistemas e convenções
de potenciais adversários, de recolher dados para preparar
possíveis defesas e de as discutir com os jogadores. Tem
de programar um calendário competitivo específico,
ao longo da época e não uns simulacros de treino
a poucos dias dos campeonatos. Tem de coordenar as actividades
desportivas de um conjunto base de jogadores, agendando encontros
com outras selecções o que, actualmente, até
pode ser feito sem sair de casa.
Depois, e só depois, de tudo isto estar garantido, chega
a altura de se escolherem critérios e/ou métodos
de selecção. Até lá continuaremos
a discutir "o sexo dos anjos". Pares ou equipas, poules
ou KO, os 3 primeiros ou 3 dos 4, 5 ou 6 primeiros, são
temas de debate importantes mas, ainda assim, secundários.
Todos nós temos preferência por este ou aquele método
de selecção. Mas tentarem fazer-nos acreditar que
é na escolha de um qualquer método milagroso que
reside a solução para sairmos da última metade,
quando não do último terço, da classificação
é, no mínimo, uma enorme ingenuidade.
Outra questão para a qual há que encontrar resposta
é a definição clara de uma estratégia.
Vivendo a F.P.B. em regime de contenção de despesas,
com orçamentos muito limitados, este assunto é de
fundamental importância. Partindo do pressuposto que o cenário
ideal é o de Portugal poder estar presente em todas as
competições (desde que cumpridos os requisitos focados
anteriormente), há que estabelecer uma escala de prioridades
para as diferentes competições. Em meu entender,
uma das principais apostas deveria ser a dos Juniores, desde que
um projecto para o bridge júnior fosse, entretanto, implementado.
Porque este é o escalão que, por maioria de razões,
maior capacidade tem para gerar retorno, a curto-prazo, para o
bridge nacional, não só em termos desportivos, mas
também em termos mediáticos e em capacidade de promover
patrocínios. A selecção Open é a montra
do bridge nacional logo, também ela, prioritária.
Mas precisa de criar laços e cumplicidades com o resto
dos filiados. Finalmente, as equipas de Senhoras e Seniores merecem
ter mais oportunidades para se mostrar. Com problemas específicos
e, nalguns casos, complexos mas com potencialidades para obter
resultados desportivos interessantes. Finalmente, a informação.
Realço que são os sites privados Lusobridge e Quinto
Naipe a noticiar, em exclusivo, o dia-a-dia das equipas ou pares
que representam o País. Onde está a notícia
e o balanço oficial? É desmesurada a desproporção
entre as verbas dispendidas pela F.P.B. para enviar equipas ao
estrangeiro e o relevo que lhes dá. Não nos podemos
queixar da falta de mediatismo do bridge quando nem ao nível
interno conseguimos fazer passar a mensagem. Não se entenda
a crítica como dirigida a este elenco directivo. Ela é
extensiva a todos os elencos anteriores, a alguns dos quais pertenci,
assumindo, portanto, a minha parte de responsabilidade. Mas a
hora é a de encontrar os caminhos do futuro, servindo os
erros do passado apenas como factor de aprendizagem. Para que
não se perpetuem.
A Bermuda Bowl, Venice Coup e Seniors Bowl do próximo ano
em Portugal será um acontecimento único! Será
também uma oportunidade única para dar início
a um projecto de alta competição que crie raízes
para o futuro. Se nada fizermos, se limitarmos a nossa intervenção
a discussões estéreis, estamos a adiar, porventura
de forma irremediável, o futuro da modalidade.
Luís Oliveira
(16-08-2004)
JOSÉ
MORAES - ESTAMOS CONTIGO!
Depois do choque provocado pela notícia brutal e do quase
desespero pela impotência com que fomos acompanhando, à
distância, as informações que nos chegavam
dos Açores, o José Moraes foi transferido para o
Hospital de S. José, onde foi operado. A operação
correu bem e agora segue-se a recuperação. Que vai
ser longa e difícil mas que, estamos confiantes, será
total.
O QUINTO NAIPE
(05-08-2004)
COMUNICADO
QUINTO NAIPE
Inesperadamente, o que deveria ser uma festa transformou-se num
pesadelo. O festival açoreano ficou incontornavelmente
marcado por um acidente grave que envolveu o nosso amigo e companheiro
de equipa José Moraes, com consequências ainda imprevisíveis.
Uma vez mais a brutalidade com que a vida, por vezes, nos surpreende
faz-nos reflectir sobre o nosso verdadeiro papel no Mundo que
nos rodeia e, acima de tudo, sobre a imensa relatividade das pequenas
coisas sem importância que nos consomem tanto tempo e tantos
recursos, inutilmente.
Agora é tempo de sofrer com o sofrimento do nosso amigo,
mas também é tempo de esperança e de determinação.
O José Moraes tem uma importante batalha a travar. Pelo
que conhecemos dele sabemos que não lhe falta coragem para
ultrapassar este momento particularmente difícil. Pela
nossa parte não lhe faltará todo o apoio de que
necessite. Estamos contigo, amigão!
O QUINTO NAIPE
(13-08-2004)
CRIAÇÃO
DA A.R.B.L.
No dia
21 de Julho de 2004 foi criada a Associação Regional
de Bridge de Lisboa (ARBL). A escritura pública de constituição
foi outorgada pelos representantes do Clube de Bridge dos Engenheiros,
do Paris Bridge e do Centro de Bridge de Lisboa.
Considerando o facto de os 3 Clubes outorgantes, representarem
mais de 50% dos praticantes licenciados da Região de Lisboa,
a ARBL tem assegurado o reconhecimento como associada da FPB (artigo
83º dos Estatutos da FPB).
No dia 29 de Julho, em reunião expressamente convocada
para o efeito, confirmaram a sua adesão à ARBL,
os seguintes Clubes:
· Centro de Bridge de Lisboa
· Círculo Português de Bridge
· Clube Nacional de Ginástica
· Clube de Ténis do Estoril
· Paris Bridge
· Associação 25 de Abril
· CDUL
· Clube de Bridge dos Engenheiros
· Ginásio Clube Português
· Clube de Bridge do Baleal
Os Clubes presentes ratificaram, por unanimidade, a eleição
dos Órgãos Sociais para o mandato 2004-2007, que
de imediato tomaram posse dos respectivos cargos, a saber:
MESA DA ASSEMBLEIA GERAL:
Presidente - Luís Mário Ventura França Galvão
Secretário - Pedro Manuel Patrício de Matos
Secretário - José Júlio Martins Silva
CONSELHO FISCAL:
Fiscal único - Marta Arriaga Lema Pinheiro
DIRECÇÃO:
Presidente - Ana Isabel Magalhães Tadeu
Vice-Presidente - Inocêncio Pavese de Almeida Araújo
Tesoureiro - Maria Beatriz de Brito Debonnaire
Vogal - José Manuel Rojão de Moraes
Vogal - Maria Clara Martins Lopes
(28-07-2004)
O
TORNEIO DE SELECÇÃO PARA AS OLIMPÍADAS DE
ISTAMBUL
Subitamente, mais uma polémica
se instalou no bridge nacional, esta referente ao torneio de Selecção
para as Olimpíadas de Istambul. Antes de entrar em mais
considerações, devo dizer que não concordo
com o Regulamento criado pela F.P.B. para a prova em causa.
Em primeiro lugar porque, tanto quanto julgo saber, não
estão ainda definidas as condições em que
os nossos representantes se deslocarão a Istambul, se a
custas próprias, se com as despesas comparticipadas pela
F.P.B., nos moldes habituais ou noutros. Ora parece-me, no mínimo,
original que se definam Regulamentos desportivos sem estarem contempladas
todas as situações envolventes. Em última
análise, pode acontecer que a equipa vencedora, confrontada
com a inexistência de verbas, não tenha possibilidade
de se deslocar a Istambul, por não poderem os seus membros
suportar as despesas daí inerentes. O que, se acontecer,
me parece de extrema gravidade.
Em segundo lugar, não concordo com o modelo desportivo.
Com efeito, embora me pareça que um torneio de Selecção
tem de ser, por definição, uma prova com restrições,
não me parece justo que os filiados sejam, à partida,
impedidos de nela participar. É para isso que existem fases
de apuramento. Compreendo que existissem limitações
de tempo, mas isso não constitui justificação
suficiente para a decisão tomada nem inviabilizava, por
si só, diferentes alternativas. Por outro lado, também
não entendo a alteração introduzida no cálculo
do I.V. das equipas. É sabido que, para todas as provas
de equipas e de acordo com as Normas Técnicas em vigor,
o I.V. da equipa é calculado pela média dos I.V.
dos 4 jogadores melhor classificados no ranking. Porquê
então a alteração? As N.T. têm de ser
o fiél da balança da Regulamentação
Desportiva. Se são más, alterem-se! O que não
pode acontecer é manter as referidas Normas e "governar"
contra elas.
Em terceiro lugar, a originalidade de se terem fechado as inscrições
com 23 dias de antecedência em relação ao
início da prova!!! Mesmo assim, este longo período
não foi suficiente para que fossem desencadeadas medidas
correctivas para minorar os prejuízos...
Finalmente, não posso concordar com as poules de 4 equipas.
É introduzir um factor de aleatoriedade adicional a uma
prova em que o efeito pretendido deveria ser exactamente o contrário.
E como as Leis de Murphy não perdoam, lá se verificou
a previsível caldeirada...
Postas estas questões, vamos à polémica.
Primeiro foi o facto das restrições regulamentares
terem implicado a não participação da equipa
com mais títulos nacionais conquistados e onde figura o
par "no activo" com maior número de representações
nacionais. Se outras razões não houvessem, esta
era, por si só, suficiente para aferir da qualidade do
Regulamento e para ter justificado, em tempo útil, alguma
acção rectificativa. Tal não aconteceu, o
que se lamenta. Por outro lado, foi triste assistir, numa prova
que tem por única finalidade escolher uma equipa para representar
Portugal, às trocas e baldrocas de jogadores, até
ao último suspiro do prazo, com o único objectivo
de garantir um I.V. suficiente para entrar nos 8 eleitos. A culpa
desta situação absurda está no Regulamento
que tal incentivou e não, obviamente, de quem dele beneficiou.
Tendo ficado aqui expressa a minha discordância com a fórmula
adoptada, o que se seguiu foi, em meu entender, muito pior. Uma
vez mais a legítima discordância com uma decisão
federativa foi, por alguns, utilizada para fazer deste assunto
um pólo de confrontação, onde a discussão
de ideias resvala, num ápice, para o insulto pessoal, para
a contestação desabrida e buçal, para o levantar
de suspeições sobre a ética e a honorabilidade
das pessoas. Depois ficamos todos muito admirados com a crescente
indisponibilidade para a ocupação de cargos federativos,
com o não aparecimento de novos jogadores, com a cada vez
mais significativa perda de frequentadores dos clubes reais para
os clubes virtuais. Até quando aguentará a modalidade
este permanente clima de guerra ? Para quando a discussão
serena, desapaixonada e civilizada dos grandes problemas do bridge
nacional ?
A Direcção da F.P.B., em meu entender, errou. Como
já aconteceu inúmeras vezes no passado com outras
Direcções e como irá acontecer, seguramente,
no futuro. Os infalíveis, os detentores de receitas mágicas
para todos os problemas, ou são obras de ficção
ou são comuns charlatões. Os filiados têm
o direito de discordar e até de contestar as decisões
federativas. No local e altura devida. É até saudável
que o façam. Mas esse direito não pode ser confundido
com o de se achincalhar o trabalho de um conjunto de "maduros"
que, de forma desinteressada, com entusiasmo e por dedicação
à modalidade, se disponibilizam a prestar um inestimável
serviço à comunidade bridgística.
Em todo este lamentável processo, uma nota de esperança
- das várias intervenções sobre esta matéria
a que tive acesso, destaco a que foi feita pelo nosso júnior
João Barbosa, pela lucidez e pela forma civilizada com
que o fez, mostrando uma maturidade que deveria fazer inveja a
muitos dos "mais velhos" e que pode ser um sinal de
que, na nova geração de jogadores, será possível
encontrar o bálsamo para as muitas "dores" que
afectam a modalidade.
Luís Oliveira
(15-07-2004)
Constituição
dos Órgãos Sociais da A.R.B.L.Programa
de acção
O grupo Quinto Naipe, responsável pela gestão desportiva
do Clube de Bridge do G.C.P., reafirma a sua disponibilidade para,
em conjunto com os restantes clubes lisboetas, discutir e encontrar
soluções que sirvam para ultrapassar os múltiplos
problemas com que os clubes se têm vindo a defrontar. O
estado actual do bridge lisboeta está a ter reflexos graves
no bridge nacional. Uma situação que apenas pode
ser ultrapassada pelo diálogo franco e aberto entre diferentes
intervenientes. Neste particular, a futura ARBL pode e deve vir
a desempenhar um papel fundamental.
Da mesma forma, a libertação da F.P.B. da gestão
desportiva da Região de Lisboa deve libertar recursos para
áreas fundamentais no desenvolvimento da modalidade, como
sejam a formação e a preparação das
representações nacionais.
(03-07-2004)
ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE OS CAMPEONATOS DA EUROPA
Da análise fria dos números
resulta a conclusão de que não correu bem a prestação
da equipa nacional em Malmo. O 29º lugar entre as 33 equipas
participantes deverá, no entanto, ser analisado mais em
pormenor. Para quem acompanhou o desempenho da nossa equipa, é
justo realçar a excelente primeira metade da prova. Durante
a primeira semana de competição, a prestação
da equipa nacional era nitidamente superior à média
dos nossos resultados nas últimas 4 edições.
No final, foram 12 vitórias, 2 empates e 18 derrotas. Algumas
das derrotas mais pesadas e também as mais inesperadas
(Ilhas Faroe, República Checa e Sérvia/Montenegro)
ocorreram na segunda metade da competição, onde
o cansaço físico e psicológico se apodera
dos nossos praticantes, fruto da inexperiência internacional
e da falta de competitividade interna.
Mas, para além destes factores, existe uma conclusão
que me parece óbvia - o nível do bridge nacional
está muito longe de poder ambicionar competir para lugares
de destaque nas principais provas internacionais, nos anos mais
próximos. O que me parece mais preocupante é que,
não se alterando a nossa forma de encarar a competição,
não se criando uma área própria para preparar
este tipo de eventos, com recolha e tratamento de informações
relevantes, nomeadamente ao nível dos sistemas de marcação,
organização de sessões de treino ou de provas
específicas para um determinado universo de jogadores,
o fosso que nos separa do grupo da frente tem tendência
para se acentuar ainda mais. Estou a falar, concretamente, da
criação de um núcleo de alta competição
onde, para além das equipas open, se preparem equipas de
juniores, senhoras e seniores. Falar de alta competição
em bridge, como em qualquer outra modalidade desportiva, significa
trabalho e preparação específica dos praticantes.
Significa criar condições que têm de ir muito
para além da disponibilização de recursos
financeiros para as deslocações e estadias dos praticantes.
A questão está em saber o que se pretende, ao certo,
com as representações nacionais. Se o objectivo
é apenas competir, sem qualquer objectivo desportivo, pouco
haverá a fazer. Manter-se-ão as discussões
entre os que defendem as provas de pares, os que defendem as provas
de equipas e os que defendem alternadamente uma ou outra, em função
das circunstâncias do momento. Continuaremos a assistir
a apaixonadas, mas pouco apaixonantes e, quantas vezes, pouco
edificantes discussões entre alguns "especialistas"
da modalidade, mais ou menos equivalentes às dos treinadores
de bancada. Mas pouco se irá alterar em termos qualitativos.
Se, pelo contrário, se pretenderem fixar objectivos desportivos
há que, em primeiro lugar, criar condições
para tal, ao nível das estruturas e da filosofia de trabalho.
Só depois podemos começar a pensar em obter resultados.
Por último, há que saudar os nossos representantes
nestes Campeonatos da Europa. Bateram-se com dignidade e com coragem.
Para uma boa parte deles esta foi uma primeira aventura num evento
desta natureza. Não alcançaram a glória,
mas merecem o respeito e a solidariedade dos bridgistas portugueses.
Pela minha parte, até porque conheço bem as grandes
dificuldades que encontraram pela frente, deixo-vos uma palavra
de apreço pelo esforço e um agradecimento por terem
representado as nossas cores.
Luís Oliveira
(25-06-2004)
PORTUGAL ORGANIZA O PRÓXIMO CAMPEONATO MUNDIAL
DE BRIDGE
A escolha de Portugal para País
anfitrião do próximo Campeonato Mundial é,
porventura, o incentivo que necessitávamos para sair da
"crise". Já em anteriores eventos mostrámos
que somos capazes de assumir e ganhar desafios deste calibre.
Para tal contamos com um leque de bridgistas de prestígio
e com muita experiência neste domínio, nas mais variadas
áreas. Contamos com gente nova numa nova Direcção,
com vontade e determinação para levar o barco em
frente. Esperamos e desejamos que contemos também com o
apoio e o entusiasmo de todos os restantes bridgistas. Esta será
uma oportunidade única para atrair a tão desejada
atenção mediática. Um evento desta natureza
poderá fazer mais pela divulgação da modalidade
que vários anos de trabalho federativo. O grupo Quinto
Naipe manifesta, desde já, a sua inteira disponibilidade
para colaborar com a F.P.B. no que for necessário.
(07-06-2004)
REFLEXÕES
SOBRE O BRIDGE DE COMPETIÇÃO EM PORTUGAL
É inegável que o bridge
nacional atravessa uma grave crise. Mesmo depois de algum consenso
em torno dos novos Estatutos e do novo elenco federativo, continua
a faltar serenidade para pôr fim ao clima de "cortar
à faca" instalado nos últimos meses. Não
quero, nem me parece útil, historiar os diferentes episódios,
uns mais lamentáveis que outros, em que pessoas com responsabilidades
no bridge nacional se têm envolvido. Como não vou
comentar as análises inflamadas, quantas vezes a entrar
no insulto pessoal, com que alguns "especialistas" da
modalidade têm pautado a sua actuação. Nuns
casos manifestando um grau de elevada ignorância relativamente
a assuntos sérios e complexos, que tratam de forma superficial
quando não mesmo leviana. Noutros casos, mais graves, apenas
por má-fé.
Ao contrário de alguns, que pretendem fazer-nos acreditar que a culpa é sempre dos outros, penso que todos nós, intervenientes directos ou espectadores mais ou menos activos, somos culpados da situação a que chegámos. Nesta fase conturbada que o bridge atravessa, não existem inocentes.
Dirigentes que emprestam ao bridge
nacional muito tempo, trabalho e dedicação passam
de bestiais a bestas em menos de um fósforo. Como resultado,
assistimos à debandada de muitos que poderiam dar um contributo
positivo à modalidade e à recusa de outros, com
novas ideias e projectos, de se verem lançados às
feras. O silêncio da maioria dos filiados ante a infâmia
de alguns comportamentos e de alguns processos sumários
contra pessoas que deram e dão o seu melhor à modalidade
é, porventura, o maior dos nossos males.
Por outro lado, a análise dos problemas que afectam o bridge
nacional carece, urgentemente, de uma atitude intelectualmente
séria e, tanto quanto possível, isenta. Sem ódios
pessoais nem fantásticas teorias de conspirações
e cabalas. Sem bons de um lado e maus do outro. Ainda estamos
a tempo de salvar o bridge desta tendência fortemente negativa.
O decréscimo evidente do número de praticantes,
as dificuldades por que passam muitos clubes portugueses, a falta
de quadros técnicos disponíveis nas diferentes áreas
da vida federativa, são um grito de alerta. A situação
é difícil mas, quero acreditar, está longe
de ser irreversível. Assim saibamos encontrar as soluções
adequadas. Com serenidade, imaginação e empenho!
Luís Oliveira
(04-06-2004)
POSIÇÃO DO CLUBE DE BRIDGE DO G.C.P.
SOBRE A CONSTITUIÇÃO DA A.R.B.L.
O Clube de Bridge do Ginásio
Clube Português formalizou o seu apoio à constituição
da Associação Regional de Bridge de Lisboa, A.R.B.L.,
e ao projecto de Estatutos elaborado pela respectiva Comissão
Instaladora. Desejamos que esta Associação venha
a dar um contributo importante na gestão desportiva do
bridge na região da Grande Lisboa, bem como na sua pacificação.
Os clubes lisboetas têm aqui uma boa oportunidade de encontrar
espaços de diálogo e de consenso que permitam chegar
a soluções para os muitos e complexos problemas
que todos atravessam. Pela nossa parte, estamos disponíveis.