OPINIÃO

ENVIE-NOS UM E:MAIL COM O SEU COMENTÁRIO


(11-01-2008) Mota Cardoso (1936 - 2007)
É com profundo pesar que comunicamos o falecimento do Coronel Mota Cardoso. Grande apaixonado da modalidade, o seu desaparecimento deixa-nos, irremediavelmente, mais pobres.

 


(02-12-2007) Paul Soloway
Paul Soloway faleceu! Com o seu desaparecimento, o bridge mundial perdeu um dos seus mais exímios praticantes. Do seu notável palmarés destacam-se cinco vitórias na Bermuda Bowl - Monte Carlo, 1976; Manila, 1977; Rio Janeiro, 1979; Bermuda, 2000 e Monte Carlo, 2003. Em 2005 esteve na Bermuda Bowl do Estoril, integrando a equipa 1 dos EUA, que se classificou em 2º lugar e onde nos brindou com inolvidáveis momentos. A doença afastou-o da disputa da última Bermuda Bowl, disputada na China. Grande Mestre Mundial, entre muitos outros títulos, o seu nome ficará, para sempre, ligado à modalidade.

(02-12-2007) Ainda o Festival dos Açores
A propósito do artigo que publiquei sobre o Festival dos Açores, recebi o seguinte esclarecimento do João Barbosa, que abaixo trancrevo. Apenas duas notas breves sobre o assunto: em primeiro lugar, neste espaço publicamos todas as opiniões que nos chegam, desde que as mesmas não saiam fora do debate civilizado de ideias, pelo que não se entende o comentário infeliz do João Barbosa no Forum Lusobridge, sobre a eventualidade do seu artigo não ter direito a publicação. Vê-se, de facto, que não é um leitor assíduo deste site. Uma nota ainda para o último o parágrafo do texto, em jeito de esclarecimento: em lado nenhum do meu artigo se lê ou se pode entender algo contra o acto de chamar o árbitro; apenas entendo que está a aumentar a agressividade à mesa de jogo, que essa agressividade se vem constituindo como um factor desmobilizador para um número cada vez mais significativo de bridgistas e que todos os agentes do jogo, dirigentes, árbitros e jogadores têm de reflectir seriamente sobre esta realidade.
Para terminar, quero dizer que o que me levou a escrever a nota final no artigo sobre o Festival dos Açores não foi apenas o episódio relatado pelo João Barbosa, mas um conjunto de acontecimentos que ocorreram ao longo do torneio.
Fica então a sua versão dos factos para que, quem os viveu, possa daí tirar as conclusões que entender.

Luís Oliveira

ARTIGO DE OPINIÃO

Caro Sr. Luís Oliveira
Apesar de não ser leitor assíduo do quintonaipe, chamaram-me a atenção para um artigo que escreveu sobre o torneio dos açores.
Dado o enquadramento, deduzi que o comentário final fosse dirgido a mim e ao meu parceiro António Palma. Se não estiver errado, calculo que o comentário tenha sido extemporâneo e sem qualquer conhecimento da realidade que se passou.
Não querendo de forma nenhuma prolongar a confusão, e apesar de não sentir qualquer necessidade de me justificar, porque quem não deve não teme, vou apenas relatar brevemente o que se passou para evitar equívocos.
Os adversários eram Luís Ahrens Teixeira à esquerda a jogar com um sr. indiano.
O meu parceiro abriu em 1 pau, e um adversario da direita marcou 2 ouros, prontamente alertados como sendo ricos, onde o adversário da direita abanou a cabeça a dizer que não. Eu dobrei, o sr.Ahrens Teixeira com 6 copas de ARVxxx e signleton a oiros marcou 2 copas, seguiu pass, 3 ouros, dobre, 3 copas, pass, 4 ouros, dobre, 4 copas, dobre, all pass.
No decorrer do leilão o árbitro foi chamado para protecção. Uma vez que o bridge tem regras e existe um árbitro, não encontrei inconveniente em chamá-lo.
Por acaso o resultado foi-nos favorável em 500, sem que o árbitro tivesse actuado.
Agora vamos lá analisar a situação...
O sr Luís Ahrens Teixeira, que joga todos os dias desde há uns anos em ambiente de bridge competitivo, disse que interpretou a voz como ricos e marcou apenas 2 copas com 6 cartas de ARV e singleton no obvio naipe de ouros que o parceiro tinha. O que é isto? Andamos a brincar ou não...?
Por fim o sr. indiano que vim a saber que joga socialmente e não tem grandes conhecimentos acerca das regras do bridge, mas que tem 1,90 de altura por 80 cm de largura, sentiu-se ofendido com a situação, levantou-se e agarrou-me no braço, situação da qual por sorte me consegui libertar e afastar-me de tal selvajaria. O sr.Luís Teixeira também acabou a insultar-me e a querer agredir-me.
Espero ter sido suficientemente claro e que a conclusão seja fácil de tirar a qualquer pessoa de bom senso, mais ainda a um árbitro que dirige muitas das provas nacionais mais importantes (não sabia que havia árbitros adversos a que se chame o árbitro).

João Barbosa

(22-10-2007) A despropósito - artigo de opinião de Miguel Matos

ARTIGO DE OPINIÃO

Depois de tantos artigos a propósito achei que estava na altura de fazer um a despropósito.

Não tive, infelizmente, oportunidade de ler o tão mal afamado artigo que saiu na Visão. No entanto, fui ver ao número seguinte se tinha saído alguma mensagem/comentário ao dito artigo, alguém que tivesse enviado alguma carta/comentário mas não consegui encontrar.

Mas como disse, não li, e como tal não vou comentar. Mas o que é mais que certo é que o Bridge não precisa deste tipo de "ataques" para morrer. Disso, de matar este desporto, têm-se os próprios praticantes e dirigentes encarregado de o fazer brilhantemente. Aliás, não é preciso ir muito longe. Basta ler os artigos de opinião que me precederam. Uns não são capazes de estar calados, outros parece que não querem...

Eu, muito provavelmente, enfermo de um pouco de ambos os problemas, e quando vejo alguém a trazer a lume o mau ambiente que se vive em todos os torneios, quando vejo a falta de educação com que a maioria dois bridgistas se tratam uns aos outros, não posso deixar de vir aqui dizer-vos algo muito simples:
na maioria dos casos, os árbitros (desculpem a generalização, mas não estou preocupado porque os que não se incluem nela sabem-no perfeitamente) não estão à altura das situações.
Infelizmente, para alguns árbitros parece que o seu trabalho fica feito se gritarem bastante e derem uma quantas penalizações por telemóveis a tocar, etc...

Estou neste momento a jogar um torneio de equipas e já vi de tudo e já me aconteceu de tudo.
Numa das primeiras sessões, testemunho um adversário dizer para o seu parceiro "se continuas com isso levanto-me e vou-me embora"... Agradável e demonstrativo de enorme ética desportiva e respeito pelos adversários.
Na última sessão, depois de terminar a 2ª parte levantei-me para me ir embora (sala aberta) quando sou questionado de forma intempestiva pelo árbitro se custava muito arrumar as bidding boxes.... De facto não custava, e tal não ter sido feito aconteceu por esquecimento, mas também não custava nada ao árbitro falar de outra maneira, até porque para todos os efeitos os jogadores ao arrumarem as bidding boxes estão a prestar um favor aos árbitros.

Mas isto foi apenas um fait-divers. Numa outra jornada do mesmo torneio, fui objecto de 3 chamadas de árbitro, cada uma por razões mais ridículas que a anterior. Parece que quanto mais se chamar o árbitro e com quanto mais agressividade o fizermos, parece que mais hipoteses de sucesso se tem no protesto.
Mas isto não é nada, o que é mais interessante é que um par foi referido por não ter Folha de Convenções e o árbitro nada fez.
O árbitro presenciou um comportamento pelo mesmo par de uma total ausência de ética desportiva, com ofensas verbais directas, e nada fez.
Por último, presencia uma clara acusação de batota e nada faz.

Posto isto, que mais se pode dizer.... Será que vale a pena investir em regulamentos e coisas afins para servirem para pouco mais que nada...?

Saudações bridgisticas (ou se calhar não...)

Miguel Matos

(22-10-2007) Resposta da FPB ao artigo da Visão

Revista VISÃO
Exmo Sr. Director
Pedro Camacho

Lisboa, 18 de Outubro de 2007

Na VISÃO nº762, na secção Sociedade-Comportamento, um artigo sobre jogos de cartas - Canasta, Poker e Bridge - sugere que o Bridge é um jogo onde o ambiente é bastante agressivo e " os participantes.....perdem as estribeiras e chegam a vias de facto"sic.
Sem contestar o v/critério jornalista de enquadrar estes 3 jogos num mesmo artigo, a Federação Portuguesa de Bridge gostaria de prestar algunas esclarecimentos e curiosidades de forma a que não prevaleça sobre o Bridge a ideia subjacente ao vosso sub-título VIAS DE FACTO.
Assim o Bridge:
- é reconhecido mundialmente como modalidade desportiva - a World Bridge Federation é associada do Comité Olímpico Iernacional - sendo no nosso país apoiado pelo Instituto do Desporto de Portugal como modalidade amadora;
- desde 1990 a UNESCO apoia o programa Bridge Escolar, por pedagógicamente desenvolver: convívio, comunicação, harmonia, solidariedade, observação, calculo mental, dedução, análise, lógica, reflexão, concentração, memorização, imaginação, tomada de decisão, disciplina, auto-confiança, fair-play; a consultar:
http://www.bridgepartnerschool.com/docs/onepagecontent_statisticallyspeaking.pdf e
http://www.bridgepartnerschool.com/docs/1304NationalStandardsAndBridge.pdf
- foi criada a International Mind Sports Association - Bridge, Xadrez, Damas e Go - que engloba 400 federações nacionais e 500 milhões de jogadores, estando a ser sériamente equacionado a inclusão destas modalidades desportivas nos Jogos Olímpicos de 2012 em Londres:
http://sport.independent.co.uk/olympics/article307242.ece
- estudos médicos referem a prática do bridge poder reduzir o risco de desenvolvimento de Alzheimer:
http://www.medindia.net/patients/patientinfo/Alzheimers_Prevention.htm
- Bill Gates e Warren Buffett estão entre os maiores amantes deste desporto, havendo a Warren Buffett Bridge Cup, uma competição entre os EUA versus Europa.
http://www.usatoday.com/news/education/2005-12-19-bridge-schools_x.htm
http://www.buffettcup.com/Default.aspx?tabid=72

Agradecendo a V/compreensão,
Os nossos melhores cumprimentos
A Direcção da Federação Portuguesa de Bridge

(18-10-2007) A propósito do Campeonato Nacional Equipas Open - comentário de Tiago Canelas (ver artigo de Manuel Oliveira)

ARTIGO DE OPINIÃO

Boa tarde,

Não pretendendo entrar em polémicas, aproveito para fazer um comentário genérico sobre o artigo de opinião de Manuel Oliveira.

Existem 2 formas de zelar pelos principios da sociedade e pelas regras: a pedagógica e a justiceira.
Por um lado, a forma pedagógica procura repor os principios através da correcção e da sensibilização. Por outro lado, a forma justiceira procura de forma inflexível e severa repor os principios através do castigo.

É importante que nos mantenhamos zelosos pelos principios da sociedade, e apesar da acusação, eu sou um moralista assumido. No entanto, também sou manifestamente adepto de uma atitude pedagógica, porque nos meus principios inclui-se a responsabilidade social, razão pela qual sou formador e monitor de jovens praticantes e também dirigente associativo.

No meu entender, é necessário que para bem do Bridge a nossa atitude seja claramente pedagógica, sobretudo com os jovens jogadores.

Melhores cumprimentos,

Tiago Canelas dos Santos

(15-10-2007) A propósito de mais um episódio no bridge nacional e não só...

Mais uma polémica estalou no bridge nacional, com a desclassificação da equipa de Tiago Canelas nas meias-finais da prova. O facto, para além de ser mais uma pedrada no charco em que caiu a nossa actividade desportiva, veio aumentar ainda mais a tensão existente na vida federativa, numa altura em que o bridge necessita de uma profunda e serena reflexão. A inversão deste processo de auto-destruição em que nos temos deixado envolver só será possível se nos disponibilizarmos para inventariar os graves problemas que afectam a modalidade e para, num clima de diálogo franco e aberto, encontrar soluções consensuais para os ultrapassar. Tal como referi na minha resposta ao Tiago Canelas, não vou manifestar a minha opinião sobre este caso concreto porque, em primeiro lugar, havendo ainda a hipótese de recurso da decisão para o Conselho Juridiscional, é bom que se deixem os organismos competentes decidir em plena consciência e sem pressões ou movimentos de opinião. Depois sim, poderá ser tempo de comentários. Por outro lado, não tenho dos factos conhecimento directo, antes sei o que vem explicitado nas diferentes versões e que, por serem divergentes, requerem uma análise mais profunda e mais documentada de quem de direito.

Mas poderei acrescentar que tenho sobre estas matérias a mesma posição de sempre: entendo que os regulamentos devem ser alterados sempre que se entender que tal se justifica mas que, até lá, devem ser escrupulosamente cumpridos. Esta é a única forma de credibilizar a actividade desportiva e de transmitir aos praticantes um sinal de total transparência. A permissividade em que caímos, com a adulteração sistemática e impune dos regulamentos, propositadamente ou não elaborados com vários buracos negros, tem sido terreno fértil para quem se alimenta destas indefinições na defesa de interesses próprios e será, senão a principal, uma das principais causas para o descrédito da modalidade entre os seus praticantes. Temos todos de perceber, com urgência, que não é possível continuar a viver com regras elásticas, que ora esticam ora encolhem consoante os jogadores envolvidos. Quem gere, tem de encarar os praticantes em pé de perfeita igualdade, independentemente dos seus méritos desportivos e do seu estatuto mais ou menos VIP no seio do bridge nacional. Diria mesmo que o exemplo terá de vir de cima e que aos melhores jogadores competem maiores responsabilidades, seja no campo do cumprimento das regras instituídas, seja no seu comportamento cívico e desportivo, principalmente quando se defrontam com jogadores mais fracos. Quanto aos praticantes têm de, nos locais próprios e no tempo certo, defender as suas ideias, mas têm de estar disponíveis para respeitar os regulamentos das provas e as leis do jogo, sem o que não há actividade desportiva que resista.

Sobre este caso concreto é o que me apraz opinar. Mas, já agora, gostaria de deixar alguns comentários que, não tendo a ver com o caso em discussão, me vêm preocupando muito mais e para os quais peço a vossa reflexão. Infelizmente, vamos assistindo, com preocupante frequência, a atitudes indignas para com outros praticantes, árbitros e dirigentes, quantas vezes passando para além dos limites mínimos da civilidade e da boa-educação, sem que as estruturas responsáveis tenham capacidade (ou vontade) para agir em conformidade. E aqui reside, em meu entender, a principal causa de abandono da actividade desportiva por parte de muitos praticantes, que não estão na disposição de continuar a pagar para serem insultados, preferindo o bridge online, onde a solução para este tipo de problemas está à distância de um simples clique. Raro é o torneio federativo ou o Festival onde não se assistam a cenas inacreditáveis, que depois não têm qualquer consequência disciplinar ou desportiva. Os resultados estão à vista: a impunidade em que navegamos e que brinda, por omissão, comportamentos impróprios e indignos de uma escassa minoria de praticantes, tem vindo a afastar do pano verde muitos outros, que não estão no bridge para disputar títulos ou prémios em dinheiro, mas apenas para praticar, num ambiente simpático e civilizado, este jogo fascinante. Não podemos continuar a permitir que um restrito número de jogadores continue a fazer vingar a lei da selva.

Proponho-vos, caros amigos, um pequeno exercício:
Imaginem-se num torneio de bridge; ao longo do torneio vão ouvindo diversas chamadas de árbitro, algumas em tom normal e cordato outras intempestivas e em linguagem pouco própria, seja na forma seja, quantas vezes, no próprio conteúdo. Que nomes vos ocorrem imediatamente, para o segundo caso?
Pois é! Sou capaz de apostar que alguns dos nomes que ocorrem a cada um de nós conquistam o pleno, outros andam lá perto. Como sou também capaz de apostar que o número de nomes constantes nesta lista virtual são muito poucos, se comparado com o universo de praticantes. Chamar o árbitro não é crime, antes deve fazer parte integrante do jogo. Mas quando se chama o árbitro de uma forma já de si incriminatória e ofensiva para com os adversários, quando se montam inquéritos de terceiro grau sobre o significado de situações competitivas a jogadores que mal sabem contar os pontos, recolhendo, de imediato, argumentos para um protesto posterior se as coisas derem para o torto, quando se desencadeiam inacreditáveis formas de pressão sobre jogadores mais fracos, quando se comenta, de forma humilhante e desabrida a incapacidade técnica de um adversário em resolver um determinado problema, está-se a contribuir, de forma determinante, para a desertificação da modalidade. O que eu pergunto é do que se está à espera para tomar medidas drásticas contra repetidas atitudes de um pequeno número de praticantes, que se sente no direito de condicionar o prazer de tantos outros na prática da modalidade?

A dignificação e credibilização das actividades federativas exige que sejam dados claros sinais de mudança, com urgência. Ou aceitamos para o bridge as linhas filosóficas do associativismo e implementamos todas as medidas necessárias para as defender ou, disso abdicando, acabaremos por contribuir para meter o bridge num gueto, apenas acessível a uma escassa minoria de jogadores, seja por serem bons jogadores, seja por terem olhos azuis, seja por qualquer outro critério discriminatório que nada tem a ver com o bridge enquanto modalidade desportiva. E aí será então tempo de abdicar ou de encontrar alternativas!

Luís Oliveira

(15-10-2007) Resposta ao artigo de Tiago Canelas (ver em)

ARTIGO DE OPINIÃO

Constituiu para mim um enorme desapontamento ler na página do Quinto Naipe a nota que o Tiago Canelas enviou a pretexto dos comentários do Luís Oliveira sobre
um artigo que apareceu na revista Visão.
E foi um desapontamento porque tinha do Tiago a ideia de se tratar de uma pessoa educada e com princípios.
Verifiquei agora que afinal o Tiago não se rege pelos mesmos princípios que eu, pelo menos no que toca à preocupação em cumprir as regras da Sociedade e ao respeito pelos outros.
A razão deste meu apontamento é no entanto outra:
É que, como o Luís Oliveira optou, na resposta que deu ao Tiago, por não se pronunciar sobre a questão de fundo e que era a legitimidade ou não da equipa do Tiago poder apresentar-se a disputar uma meia-final do campeonato Nacional de Equipas Open com um sétimo jogador, venho eu relatar o que efectivamente se passou e esclarecer os leitores do Quinto Naipe, menos informados sobre as leis do Bridge de Competição, sobre os princípios que regem as provas oficiais.
A equipa de Tiago Canelas apresentou-se para disputar as meias-finais, contra a equipa que eu capitaneava, inscrevendo na respectiva ficha o nome dos quatro jogadores que iriam alinhar, entre os quais o do próprio Tiago.
No entanto, à mesa de jogo, sentou-se em lugar do Tiago um outro jogador que não era nenhum dos 6 elementos constituíam a equipa e a representaram nos anteriores encontros para a mesma competição.
Chamei a atenção do Director do Torneio para estas duas irregularidades e este, depois de as constatar, decidiu atribuir falta de comparência àquela equipa.
Como se pode ver pelo artigo 5.6 das Normas Técnicas em vigor, o Director do Torneio agiu de acordo com essas normas, e mau seria se não o fizesse.
Quanto à alusão ao facto de a minha equipa ter alinhado no primeiro segmento da final com um elemento substituto que tinha jogado a fase de apuramento regional, esclareço os leitores do Quinto Naipe que o jogador a que o Tiago chamou substituto era sim um efectivo elemento da equipa, cuja inscrição foi por mim previamente comunicada, e solicitada autorização, quer ao Departamento Desportivo da Federação, quer ao Director do Torneio.
E já agora, esclareço que, a prova que o Tiago designou impropriamente por 'fase de apuramento regional', foi sim o Campeonato Regional de Equipas de Lisboa, que obviamente não tem nada a ver com o Campeonato Nacional de Equipas.
Para finalizar informo que a nossa equipa era constituída, para além dos elementos referidos na notícia do Quinto Naipe, também pelo Luís Faria que acabou por não disputar nenhum encontro devido a esta falta de comparência do adversário das meias-finais.
Aqui ficam os esclarecimentos que entendi necessários.
Cumprimentos

Manuel Vasques de Oliveira

(14-10-2007) A propósito do Campeonato Nacional Equipas Open - um artigo de opinião de Tiago Canelas (ver resposta de Manuel Oliveira)

ARTIGO DE OPINIÃO

Em resposta ao que li sobre o artigo da Visão, só me ocorre perguntar ao Luís como é que pode ser respeitado e considerado desporto uma modalidade em que na fase final da sua prova máxima acontece o que vou relatar a seguir:
A minha equipa solicitou com antecedência a um membro do conselho desportivo a substituição de um dos seus 2 elementos que não podiam disputar qualquer encontro da fase final, de forma a poder garantir 4 jogadores para a meia-final e final. A substituição foi inicialmente autorizada porque, segundo esse membro, não ir contra os regulamentos definidos, o que se padece com o que está escrito no ponto 6.6 das Normas Técnicas em vigor. No entanto, essa mesma substituição foi proibida após uma solicitação de um membro da equipa adversária que se considerava como o justiceiro moralista, ao qual nem o árbitro nem os membros da Federação delegados ao jogo souberam esclarecer.
Se uma equipa tem inscritos cinco ou seis jogadores e apenas quatro ou cinco tiverem jogado, os restantes podem ser substituídos (ou o sexto acrescentado) depois de informado o DT
Neste caso, estamos perante uma situação em que estavam inscritos 5 jogadores, mas durante a 2ª fase foi acrescentado um 6º e foi solicitada a substituição de um dos 2 elementos que disputaram a fase anterior mas que não podiam disputar esta fase. Tendo em conta que se trata de uma fase distinta e que se estava perante a alteração de calendário que veio desde logo impossibilitar a participação de 2 dos nossos jogadores, não consigo ver qualquer argumento que possa sustentar a decisão de nos desclassificar. Apesar de ter existido uma falha de comunicação do Departamento Desportivo ao DT, foi efectuado um esclarecimento a tempo de alterar a decisão, mas o árbitro foi intransigente e esclareceu que ele é que decidia quem jogava e quem não jogava.
Se os seis jogadores de uma equipa tiverem jogado, pode o DT, em caso de extrema necessidade e para bom prosseguimento do torneio, autorizar um substituto, desde que este não tenha jogado por outra equipa. O jogador substituído ficará inibido de jogar por qualquer outra equipa na mesma prova, sob pena de desclassificação desta.
Este capitulo é o mais interessante, uma vez que se baseia na decisão do árbitro que desclassifica a minha equipa e que autoriza que a "equipa do justiceiro moralista" inscreva um substituto para a Final que efectivamente tinha jogado por outra equipa na fase de apuramento regional.
Não querendo por em causa a intenção do pretenso justiceiro moralista que apenas estava a utilizar de todas as ferramentas para defender a sua equipa, ponho em causa a posição dos membros federativos intervenientes (árbitro incluído) que:
- conseguiram desclassificar uma equipa constituída por alguns dos poucos jovens que se conseguiram manter activos apesar das constantes politicas da Federação para afastar esta faixa etária da modalidade, e que, a manterem-se no Bridge, serão a sustentabilidade da modalidade;
- conseguiram que a equipa que é o verdadeiro infractor aos regulamentos pudesse jogar a final em clara infracção;
- tiveram dois pesos e duas medidas para situações que apenas aos olhos de alguns são semelhantes, e em claro prejuizo dos cumpridores.
Isto revela uma clara aptidão para decisões incoerentes em prejuízo dos que respeitam os regulamentos.
E mais uma vez me ocorre perguntar ao Luís se o artigo que ele leu não é apenas uma visão futurista da realidade após a morte lenta a que o Bridge está sujeito.

Tiago Canelas dos Santos

Um esclarecimento ao Tiago (que corrigi hoje, dia 15, para clarificar a minha opinião sobre o assunto)

Meu caro Tiago,

O que se passa no bridge desportivo é o que se passa em qualquer outra modalidade desportiva. O que faz do bridge um desporto é a capacidade que os jogadores e as Instituições têm de recorrer de decisões que consideram erradas. Para tal estão definidos os mecanismos estatutários que dão a possibilidade aos praticantes de, legitimamente, defenderem os seus interesses.

Pessoalmente, acredito e defendo que temos de pugnar, antes do mais, pelo cumprimento dos regulamentos e da lei e de utilizar as ferramentas à nossa disposição para contribuir para a sua melhoria. Mas isto é um assunto interno do bridge nacional. Pela minha parte, dispenso que um qualquer "jornalista", sem qualquer ligação à modalidade, venha opinar sobre uma actividade que tem consumido uma larga fatia dos meus tempos livres, nos termos em que o fez. Os problemas (e muitos são) que afectam a modalidade são para ser resolvidos (ou não) pelos seus praticantes e pelas estruturas que os representam e que, para o efeito, foram por eles eleitas. A morte lenta do bridge de que falas e que tantas vezes tenho referido como sendo uma ameaça real, só poderá ter solução se, dentro de portas, soubermos abrir as nossas mentes para uma discussão sincera e serena e para aceitar os contributos de todos os que estão verdadeiramente interessados no desenvolvimento da modalidade. O que não entendo é qual a relação que encontras entre os factos que relatas e o meu artigo de opinião: nada tenho a ver com a decisão do árbitro e da F.P.B., o que conheço dos factos é o que ontem à noite ouvi e o que hoje tu relatas e, acima de tudo, nenhuma competência me assiste para os julgar, o que é diferente de sobre eles ter ou não opinião (que tenho).

Resta-me apenas dizer que compreendo a vossa frustração de não poder jogar. Se entendes ter sido lesado nos teus direitos, podes e deves recorrer da decisão junto do Conselho Juridiscional da FPB. Se este órgão soberano te der razão, resta-lhe anular a final e mandar realizar o referido encontro das meias-finais. Não me parece que isto seja um drama, antes o desenrolar normal da vida federativa. O que quero realçar é que é exactamente pelo facto de existirem mecanismos como este que o bridge é uma modalidade desportiva.

Não sei se respondi às tuas questões, mas creio que as dirigiste à pessoa errada: os factos que relatas nada têm a ver comigo e não retiram uma vírgula à minha indignação pelo teor de um artigo que maltrata o bridge e, por isso, todos os seus praticantes.

Um abraço

Luís Oliveira

(12-10-2007)"Baralha, corta e dá" - um exercício de mau gosto!

O bridge nacional foi "brindado" com uma reportagem(?) da revista Visão onde, sob o título "Baralha, corta e dá", se mistura o bridge com o póquer e a canasta, para além de manifestar uma confrangedora ignorância sobre o que é o bridge desportivo. Em primeiro lugar, o bridge relaciona-se tanto com o póquer ou com a canasta como as partidas de futebol com os amigos do meu bairro com o futebol, enquanto modalidade desportiva. No primeiro caso há em comum as cartas, no segundo caso, a bola. Nada mais! O que não torna nenhuma das referidas actividades melhor ou pior que as demais. São apenas diferentes!

Mais se estranha que, tendo o articulista contactado com o Presidente da FPB e com os responsáveis de dois clubes lisboetas, nada mais lhe tenha ocorrido que a pobreza franciscana que revela em todo o seu trabalho. O bridge é, antes de mais, uma modalidade desportiva, como tal reconhecida pelo Estado português, pela FADU (Federação Académica do Desporto Universitário) e pelo Comité Olímpico Português.

Portugal organizou, em 2005, o Campeonato do Mundo onde participaram jogadores de todos os cantos do Mundo. Durante 15 dias, mais de 1500 pessoas, entre jogadores, treinadores, árbitros, dirigentes, jornalistas e acompanhantes estiveram presentes no Pavilhão de Congressos do Estoril. Deste evento resultou um retorno muito significativo em receitas para todas as actividades envolventes, com ocupação de camas, restauração e toda a actividade comercial e turística que gerou. Para além disso, a excelência da organização, unanimemente reconhecida, granjeou prestígio e admiração de todos os que estiveram presentes e dos muitos milhares de pessoas que, por todo o Mundo, seguiram, diariamente, o acontecimento, em directo, através da Internet. Embora a cobertura mediática em Portugal tenha ficado muito além do justificado (afinal, durante o evento não se registou nenhum homicídio, nenhum atropelamento e fuga e nem sequer se verificou a chegada do Mourinho ao aeroporto da Portela, pelo que, não havendo qualquer notícia de "interesse público", as televisões se mantiveram ruidosamente silenciosas), conseguiu-se, mesmo assim, chamar a atenção da imprensa escrita, com vários jornais a publicarem artigos sobre o evento e sobre a modalidade. Já antes Portugal tinha organizado, com pleno sucesso, dois campeonatos da Europa, um campeonato da CEE e umas Universíadas e mantem-se na rota de novos e importantes eventos internacionais.

O bridge é ensinado nas Escolas e, durante vários anos, esteve integrado no Desporto Escolar, vigorando ainda hoje um protocolo entre a FPB e o Ministério da Educação. Mesmo numa fase mais negra do bridge escolar, tivémos este ano a experiência da Figueira da Foz, onde 119 jovens estiveram envolvidos em cursos de iniciação. Para além dos clubes de bridge tradicionais, várias são as instituições sócio-profissionais que apoiam secções ou mesmo clubes de bridge, com actividades regulares (Ordem dos Engenheiros, Associação 25 Abril, Clube Nacional de Ginástica, Banco de Portugal, só para citar alguns). O bridge online recebe a visita diária de largas dezenas de jogadores nacionais e várias são as organizações que promovem e apoiam eventos de bridge, que trazem até nós muitos jogadores estrangeiros, que dinamizam e promovem o turismo nas regiões onde se realizam, de que os eventos anualmente organizados nos Açores e na Madeira são um bom exemplo.

Estes são alguns factos que podiam ter sido notícia no artigo da Visão. Um trabalho mais profundo poderia ter levado o articulista às raízes históricas do bridge ou à descoberta das suas principais características. Em vez disso, o artigo mais não fez que dar aos leitores da Visão uma imagem completamente distorcida da modalidade.

Na dupla qualidade de amante da modalidade e de leitor assíduo da Visão, não posso deixar de lamentar profundamente a péssima qualidade do artigo, onde nem as fotografias se salvam. Espero que, no mínimo, a FPB actue junto dos responsáveis da revista, no sentido de solicitar espaço para desmontar algumas das ideias mais chocantes, transmitidas pelo articulista, embora seja ténue a esperança que tal venha a acontecer. O bridge queixa-se, com razão, da sistemática ausência de visibilidade mediática. Mas, muito pior que isso, são artigos deste género, que ofendem e indignam os praticantes da modalidade. Que nos ignorem, paciência. Mas que nos ofendam - ARRE PORRA QUE É DEMAIS!!!

Luís Oliveira

 

(28-07-2007) - JOÃO REIS - MAIS UM AMIGO DO BRIDGE QUE DESAPARECE

João Reis
(
1927-2007)

Faleceu o Engº João Reis, pessoa marcante na história do bridge nacional. Foi Presidente da F.P.B. nos períodos de 1970 a 1972 e de 1977 a 1980.

O bridge nacional perdeu um praticante dedicado e uma das suas mais emblemáticas referências.

Aos familiares manifestamos a nossa solidariedade e o nosso pesar.

(28-07-2007) - ARTIGO DE OPINIÃO
Do João Paulo Rocha Pinto recebemos este artigo de opinião que, com muito prazer, transcrevemos. O bridge nacional está a entrar numa fase de grandes decisões. Contributos como os do João Paulo são uma mais-valia importante para a modalidade. Que o exemplo frutifique!

ARTIGO DE OPINIÃO

Ponderei muito antes de escrever este artigo já que quem se mete nestas "lides" normalmente só arranja inimizades ou é apontado como candidato " a lugares". Desde já anuncio que não pretendo atacar ninguém, muito menos aqueles que bem ou mal tem "dado a cara" pelo bridge. Também não aspiro a "lugares" até porque a minha actual actividade profissional o não permite.
Decidi sim dar nota de algumas ideias porque a situação do bridge federativo é em Portugal dramática.
Digo bridge federado porque o não federado está bem melhor. Basta ver os inúmeros sites de bridge para perceber as centenas de Portugueses que lá jogam ou vêem, parte dos quais não são federados nem jogam torneios.
Começam igualmente a aparecer casos de Clubes que, com êxito, organizam torneios de regularidade completamente à margem das estruturas federativas. O caso mais flagrante é o Clube da Gândara.
A própria Internet, apesar da ameaça que tem representado, também se pode transformar numa oportunidade, nomeadamente, na captação de novos e jovens praticantes.
O exemplo do Luís Correia que hoje dirige um dos mais prestigiados torneios do BBO é demonstrativo do que podem ser as oportunidades deste canal. Talvez seja a forma de "mediatizar" uma modalidade que sempre esteve fora das massas "espectadoras".
Deixando este assunto importa concentra-me naquilo que considero essencial para que a Federação cumpra integralmente o seu papel.
Antes e mais uma vez desculpem este interlúdio uma pequena nota sobre os Estatutos.
Acho que os actuais Estatutos tem vantagens e inconvenientes face aos anteriores … mas servem. A crise já vem de mais longe e o modelo actual, baseado em Associações Regionais e Clubes, não foi ainda suficientemente testado.
Sou pela estabilidade do quadro normativo mas advogo alguma correcções que considero relevantes.
Não é possível ter tantos Órgãos adjacentes à Direcção ainda por cima com tanta gente e com tantos poderes. Não há unidade de acção nem concertação de actuação que resistam.
Mais grave contudo é a própria Direcção. Devia ser uma Equipa homogénea formada e dirigida pelo Presidente.
O actual sistema em que o Presidente da Federação nem faz parte da Direcção e só vota de qualidade em caso de empate não faz qualquer sentido.
Uma última nota antes de entrar no que julgo serem os objectivos a prosseguir pela próxima Direcção.
Até à entrada em funções da actual Comissão Regional de Lisboa as Direcções da Federação confundiam Lisboa com o País. Antes a principal preocupação era gerir as Selecções, as provas nacionais e a Região de Lisboa, o resto era "paisagem".
Saúdo o grande progresso verificado com a Associação Regional de Bridge Lisboa, que ainda por cima tem funcionado genericamente bem.
Que não se volte para trás. Só com a "libertação" deste fardo a Federação pode ser Nacional e não Regional. Para bem de Lisboa e do País, Portugal não é só a capital.
Mas vamos à missão da Federação e aquilo que eu acho serem os objectivos principais a atingir.
Aqui vão:
1. Representar o Bridge perante as Autoridades Oficiais e Entidades Privadas bem como junto dos Organismos Internacionais ligados à modalidade.
2. Promover e divulgar a prática do bridge de modo a expandir e dignificar a modalidade.
Apoiar as Associações Regionais, Clubes e quaisquer outras Entidades colectivas ou particulares na formação e prática do bridge de competição.
3. Assegurar o funcionamento dos serviços da Federação, promover e divulgar o ranking de filiados e assegurar através de meios de comunicação, revista, sites, etc., as informações relevantes para os filiados.
4. Elaborar, fazer aprovar e aplicar os regulamentos previstos estatutariamente que assegurem um quadro normativo estável e coerente para o desenvolvimento da modalidade.
5. Elaborar o calendário anual de provas, assegurar a realização dos campeonatos nacionais e supervisionar as competições de nível regional e de clubes.
6. Promover a escolha e preparação das Selecções Nacionais bem como a sua participação nas competições internacionais.

Deixo ainda algumas notas soltas de aspectos que considero importantes para o progresso do brigde e para a futura Direcção:
- A escolha do Presidente da Federação é chave no êxito do projecto. Num mundo de interesses, que é o da sociedade em que vivemos é fundamental ter uma Pessoa com reconhecido prestígio pessoal e profissional e simultaneamente conhecedor dos meandros da modalidade.
Reconheço que não é fácil a escolha e mais ainda convencer os poucos "perfis" existentes a aceitarem.
- A Equipa da Direcção deve ter pelouros específicos para a Formação e apoio às Associações e Clubes.
O Departamento Desportivo deve ter um Jurista que "perceba " de bridge.
- A dignificação e credibilização do "ranking" vai custar muito mas é uma tarefa prioritária.
- A Internet tem de se transformar numa arma. É talvez a melhor via para "massificar" a modalidade e dar-lhe espectadores. A transmissão de provas com jogadores portugueses parece-me ser uma via a explorar.
- As provas nacionais tem de ser prestigiadas. Não devem ser muitas, devem ser bem preparadas e devem realizar-se em todo o Território Nacional.
- Sobre a arbitragem, que constitui um dos estrangulamentos ao desenvolvimento do bridge tenho uma opinião critica.
Sou a favor da profissionalização dos Árbitros, da sua independência técnica e do seu papel fundamental na "dignificação" das competições.
Sou, todavia, a favor da sua supervisão e regulamentação por Entidades externas para não se converter em mais uma "corporação" à medida de tantas existentes na sociedade portuguesa.
- Sobre as Selecções só gostaria de referir aspectos gerais que defendo. Sou adepto de provas de pré-selecção mas obrigatoriamente seguidas de uma fase de preparação e treino. Dessas provas deverá sair um conjunto de elementos dos quais, após a fase de preparação e treino será escolhida a Selecção Nacional.
A existência ou não do Seleccionador profissional é uma questão de haver ou não dinheiro.

Por falar em dinheiro acabo com duas sugestões e um desejo.
Para se fazer qualquer coisa é preciso dinheiro e é por aí que se deve começar.
Que a nova Direcção prepare um "Dossier" atraente para captar um Patrocinador anual ou plurianual. Publicidade nas Selecções, no site, na revista, nas acções de formação, nas provas, poderão constituir uma oferta que seja atraente para uma grande empresa investir no Bridge. Há que inventar uma "Lavazza" para o bridge português. Sem isso é continuar com os "pindéricos" e subservientes apoios do Estado.

Para grandes crises grandes remédios. É preciso um tratamento de choque para "cativar" filiados e ajudar os Clubes. Talvez quota anual zero ou simbólica durante um ano ou dois, inscrições nas provas baratas, bónus aos Clubes, etc. Sem semear não se colhe.

Não posso acabar sem desejar todo o êxito ao Clube de Bridge do Porto e à Equipa do Paulo Sarmento.
O bridge precisa de um CBP forte e prestigiado como no passado distante. Desejo que todos os bridgístas do Porto esqueçam as "guerras" e apoiem o projecto.

João Paulo Rocha Pinto

(25-07-2007) - PRIORIDADES
Do amigo Manuel Oliveira, recebemos uma reflexão sobre o bridge nacional, que reproduzimos. Felizmente, ainda vai havendo quem se preocupe...

Pelos vistos só existem dois filiados, para além do criador deste espaço, interessados em discutir pública e abertamente as questões relacionadas com a prática do bridge federado.
Este facto só por si mostra bem o desinteresse generalizado por esta actividade, e também o deserto que é a nossa sociedade em termos de participação activa no debate dos problemas comuns.

A actual Direcção da FPB decidiu, embora tarde, submeter à aprovação da Assembleia-geral a decisão de fazer coincidir a época desportiva com o ano civil.
Decidiu ainda, e a meu ver mal, submeter a essa mesma Assembleia a aprovação do calendário de provas a efectuar, para ocupar alguns dos fins-de-semana do último quadrimestre do ano face a esse prolongamento da época.
Quando digo que submeteu tarde à Assembleia, é porque considero que a Direcção não deveria ter tomado uma decisão sobre essa matéria para ratificação da AG, mas sim apresentá-la à mesma AG como proposta.
Acho ainda inoportuno ter prolongado a época quase no fim da mesma, em vez de prever que essa medida só tivesse efeitos na época seguinte.
E isto considerando que é útil a mudança efectuada, o que não é evidente face aos argumentos invocados.
Já o pedido de aprovação por Assembleia-geral do calendário das provas me parece despropositado e pode abrir um precedente perigoso.

Todo este arrazoado mais não é no entanto que um intróito à questão de fundo que pretendo abordar neste comentário.
E a questão de fundo é para mim a desmesurada importância que esta Direcção, e pelo que se ouve e lê, os candidatos ao próximo mandato, dão à(s) selecção(ões) nacional(ais).
Devo recordar que a actual Direcção tinha como principal objectivo, várias vezes reiterado, o aumento significativo do número de praticantes filiados.
E o que é que se verificou?
Apenas que, ao longo destes 4 anos de exercício, o número de filiados deve ter descido para metade (não existem números oficiais), desapareceu a Associação do Sul do Tejo, os jogadores do Algarve deixaram de jogar bridge federado e o Porto para lá caminha.
Outra das prioridades da Federação era a formação, o bridge escolar etc.
Mas quando apareceu alguém a fazer um trabalho meritório como o Eng. Jorge Lopes na Figueira da Foz, a Direcção da FPB nem lhe respondeu.
Provavelmente estava ocupada com os problemas da selecção.
Mas nem só a Direcção da Federação tem a fixação das selecções. Os candidatos à sua sucessão e os participantes nas Assembleias-gerais, pelos vistos também só discutem a questão da selecção e as fórmulas de selecção e a oportunidade de se fazerem ou não torneios de selecção etc.
Mas estes ainda discutem alguma coisa, enquanto que os outros, os que deixaram de jogar bridge federado e os que não estão interessados na selecção não discutem nada.
Será justo criticar os que só se interessam pela selecção?
Se calhar é mais justo criticar os que não se interessam pela selecção, nem por nada, pelo estado a que chegou o bridge.
Ou então o mais razoável é não criticar ninguém e deixar os jogadores que querem jogar na selecção fazerem entre eles os Regionais e os Nacionais de pares, equipas e mistos no CBL e os outros jogarem torneios mais ou menos simultâneos nos clubes - se continuar a haver clubes - ou em casa, ou - suprema felicidade -, na Internet.

Deixando a ironia:
Respeito naturalmente os que defendem que Portugal deve estar sempre representado nos campeonatos internacionais, embora não partilhe dessa opinião, mas porque não começar por desenvolver o bridge federado? A(s) selecção(ões) seria(m) então a consequência natural do desenvolvimento a que se chegasse.
E elas seriam tanto melhores quanto mais gente jogasse e melhor jogasse.
E nem quero entrar pelo argumento dos imensos recursos que - ao que dizem - se consomem com as selecções face às curtas disponibilidades financeiras de que o bridge dispõe.
Termino com um pedido aos que ainda estão dispostos a dar o seu tempo e esforço ao bridge:
Reflictam seriamente nas prioridades que escolherem e definam um plano bem estruturado para atingir os objectivos propostos com os meios disponíveis.

(1) A referência ao CBL não é crítica, antes pelo contrário, muito pior estariam as coisas se não houvesse CBL

Manuel Vasques de Oliveira

(15-07-2007) - ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA DA F.P.B.
O texto que a seguir publicamos foi-nos enviado por Inocêncio Araújo, com pedido de publicação. Do que me foi dado perceber, julgo que a solução aprovada em A.G. é equilibrada e poderá colocar alguma paz e tranquilidade na recta final deste mandato federativo.

Rescaldo da Assembleia Geral da FPB
por Inocêncio Araújo (15/07/2007)

A Assembleia Geral (AG) da FPB que ontem se realizou, apesar de alguns momentos menos agradáveis, devido a algumas intervenções mais exaltadas, acabou por demonstrar que as estruturas federativas funcionam e que o sistema de representatividade prescrito nos actuais estatutos dá uma legitimidade acrescida às decisões tomadas nas AG.

Ontem, estiveram presentes ou representados na AG, 13 dos 22 Clubes filiados na FPB, Clubes esses que representam 62% dos praticantes federados. Aliás, na maioria das AG realizadas depois da entrada em vigor dos novos estatutos, tem havido este nível de participação ou superior.

Muitos de nós, responsáveis pelos Clubes, dirigentes federativos e associativos, ou simples praticantes, não estamos ainda totalmente preparados para lidar com este tipo de organização. Devo no entanto referir que ontem assistimos a algumas intervenções que revelam já uma grande dose de maturidade do espírito associativo.

A AG aprovou uma grande parte da proposta da Direcção, excluindo apenas o Torneio de Selecção do conjunto de 5 Campeonatos Nacionais programados para o período de Setembro a Dezembro de 2007. Parece-me que foi uma decisão acertada, já que a realização do referido Torneio de Selecção estava longe de ser consensual, quer junto dos praticantes que normalmente participam nesta prova, quer junto da generalidade dos praticantes e responsáveis pelos Clubes e Associações Regionais. Sendo assim, deixar a decisão para a futura Direcção, que terá todo o tempo para realizar um Torneio de Selecção, se assim o entender, pareceu-me uma decisão de inegável bom senso.

Quero ainda dizer que não posso concordar com a opinião manifestada por alguns dirigentes federativos, de que a não realização do Torneio de Selecção esvazia o conteúdo da acção da Direcção. Admiti-lo, seria considerar que a acção da Direcção da FPB se resume à organização dos Torneios de Selecção. Não há dúvida que as Selecções Nacionais são uma parte importante da actividade da Direcção, mas há um vasto conjunto de outras actividades que fazem parte das suas responsabilidades e que a comunidade bridgística espera ver realizadas por quem se propôs fazê-lo quando há quatro anos se candidatou e mereceu o nosso apoio unânime.

Para além da gestão corrente dos assuntos administrativos, a organização das provas federativas aprovadas pela AG, a preparação dos contratos de apoio do IND para 2008, a homologação das provas realizadas e a realizar, a actualização do ranking dos praticantes, o apoio às acções de formação em curso, a publicação da revista da FPB, a actualização do site, a elaboração dos regulamentos que constam do programa de actividades da actual Direcção e que ainda não foram submetidos à AG, são apenas alguns exemplos que demonstram que a actividade da Direcção não se esgota na organização dos Torneios de Selecção.

(16-06-2007) - CALENDÁRIO DE PROVAS: UMA QUESTÃO A REVER, COM URGÊNCIA...
Fomos informados que o Campeonato Nacional de Equipas de 2ª categorias não se realiza, como habitualmente, na Urgeiriça. Entretanto, nenhuma informação foi tornada pública sobre o que se passa com esta prova: onde e quando se realiza, se é que se realiza e quem organiza. Este caso, a juntar a outros casos de provas que são calendarizadas e que depois não se realizam, merece de quem de direito, uma resposta urgente e eficaz. Porque não é justo que sejamos obrigados a enfrentar um calendário habitualmente congestionado de provas para depois ficarem datas livres, porque as entidades organizadoras decidem não as realizar. Mais grave ainda quando não nos é dada qualquer justificação para este tipo de ocorrência. Os jogadores merecem ser tratados com respeito, porque são eles o motor da modalidade, para além de serem também quem paga. Sem eles não há bridge!

O problema tem de ser abordado em duas partes distintas:
- por um lado temos as entidades privadas que reservam datas no início de cada época para a realização de determinados eventos. A estes deverá a FPB exigir o cumprimento de um conjunto de obrigações que defendam os bridgistas de algumas iniciativas que mais não são que ideias. Só que, quando a ideia "queima" um fim-de-semana do calendário e depois não passa de uma ideia, as consequências são gravosas e têm de ser suportadas pelos faltosos e não pelos suspeitos do costume: os jogadores! O pagamento de uma taxa de calendário, suficientemente penalizadora para afastar os projectos sem qualquer tipo de suporte é um dos caminhos e trata-se de um mecanismo que já está em vigor há uns anos. Resta saber se está a ser praticado. Outra consequência deverá ser a recusa de reserva de datas durante um período significativo, para qualquer entidade organizadora que não cumpra as obrigações assumidas.
- há ainda a considerar a não realização de provas oficiais: por vezes os motivos não são imputáveis à organização, como seja, por exemplo, a ausência de quorum. Mas compete a quem dirige, requacionar os moldes de disputa da prova em causa para épocas futuras e mesmo a sua continuidade. Por outro lado, a informação aos filiados deve ser prestada em tempo útil e não, como é hábito, esperar sejam eles a descobrir, como acontece agora com o Campeonato Nacional de Equipas de 2ª categorias, marcado para a Urgeiriça, com a organização a ter sido delegada pela FPB à Associação Bridge Centro, facto que não justifica o alheamento da FPB, já que se trata de uma prova nacional.

Este clima de "vale tudo", dá ideia da profunda crise em que estamos mergulhados e, uma vez mais, demonstra que não basta assacar todas as culpas para cima da FPB que, também aqui tem as suas responsabilidades, é certo, mas não está só. Todos nós, os que gostam verdadeiramente da modalidade e não andam cá apenas para satisfazer obscuros interesses ou para alimentar feiras de vaidade pessoal, temos de saber fazer mais e melhor pelo bridge nacional. Ou seremos co-responsáveis pela sua morte.

Luís Oliveira

 

(13-06-2007) - ÉPOCA DESPORTIVA vs ANO CIVIL...
A Direcção da FPB publicou, no seu site, um comunicado onde manifesta a sua intenção de prolongar a actual época desportiva até Dezembro de 2007, para assim a fazer coincidir com o ano civil.
Estando absolutamente de acordo com a necessidade de fazer coincidir estas datas, tenho muitas dúvidas quanto à oportunidade da decisão agora tomada, quanto à sua legalidade e, principalmente, quanto à "bondade" dos princípios que a orientam. Passo a explicar:

- No que respeita à oportunidade, parece-me perigoso tomar esta medida em cima do fim da época, originando assim a necessidade de andar a inventar provas até Dezembro. A transição deveria ser, em meu entender, planeada no início de uma nova época, "esticando-a" por mais uns meses o que permitiria mesmo algum desafogo de calendário. Ou seja, planear a época 2007-2008 de Setembro de 2007 a Dezembro de 2008, começando a época seguinte em Janeiro de 2009. Por outro lado, sendo esta uma medida de fundo, é estranho que só agora, em final de mandato, a Direcção tenha acordado para esta realidade, tomando uma decisão que terá repercussões importantes na vida desportiva do próximo elenco directivo. Parece-me mais uma "voz fora de tempo"!

- Quanto à legalidade da decisão, embora leigo em questões de âmbito jurídico, parece-me que a mesma carece de autorização da Assembleia Geral, já que vai alterar, de forma radical, o plano de actividades em vigor, votado e aprovado em A.G. Os especialistas que se pronunciem sobre esta questão, mas não me parece que uma decisão da Direcção seja suficiente para implementar esta medida

- Finalmente, a "bondade" dos princípios orientadores: ao que parece da leitura do comunicado federativo, a decisão teve em conta as posições defendidas por várias Associações Regionais. Que eu saiba, tais posições não são novas, sendo esta uma matéria recorrente. Então, porquê só agora a decisão? Porquê no final de uma época desportiva e no final do mandato da actual Direcção? O que me parece ser uma resposta clara a estas interrogações aparece logo a seguir no comunicado federativo, quando o mesmo aborda a questão das selecções. A Direcção da FPB prepara-se para estabelecer os critérios para a escolha dos representantes nacionais aos próximos Campeonatos da Europa. Para além de se tratar de um grave condicionante para os próximos dirigentes, esta "urgência" deixa-me preocupado, porque as contínuas trapalhadas com os regulamentos e sucessivas alterações relativamente à prova mais importante do calendário federativo, fazem prever mais alguns capítulos nos lamentáveis folhetins que já foram escritos. Além de que outras questões se colocam: imagine-se que o próximo elenco directivo, por dificuldades financeiras, falta de financiamento ou, simplesmente, por vontade política, entende não estarem reunidas condições para enviar uma representação nacional. Mas como, se nascem presos a um compromisso assumido (indevidamente, digo eu) pelos actuais dirigentes? Mesmo sem se equacionarem situações tão extremas, com que margem de manobra ficarão para, se quiserem, introduzir alterações nos métodos de selecção, nos programas de preparação, etc..?

São muitas as minhas interrogações, mas de uma coisa estou certo: o bridge nacional necessita de uma profunda e urgente reforma, em todos os sentidos. Reformulação do calendário e dos regulamentos desportivos; uma eficaz política de captação de novos jogadores; um conjunto de acções concretas que visem trazer de novo ao seio da família bridgística muitos praticantes que, desencantados com os caminhos que vamos trilhando, se afastaram; conquistar para estas acções não só as Associações Regionais, que têm vivido de costas voltadas para a vida federativa, mas, fundamentalmente, os clubes de bridge; credibilizar a Instituição, assolada por um conjunto de acontecimentos, que vêm deixando marcas de desconfiança numa larga fatia de filiados.

Estes são alguns dos mais prementes problemas do momento, a que a actual Direcção nunca soube dar resposta, sendo quase sempre parte do problema que não da solução. Creio que se estão a criar as condições para um final de mandato em que a necessidade de uma transição serena, poderá ser comprometida com o aparecimento de mais conturbação, o que virá tornar ainda mais hercúlea a tarefa dos próximos dirigentes.

Algo me diz que voltarei ainda a este assunto. Receio que pelos maus motivos...

Luís Oliveira

(25-05-2007) - DISCORDO...
por Inocêncio Araújo

Como praticante e dirigente desportivo, não posso deixar de manifestar o meu total desacordo com algumas das ideias expressas pelo Manuel Oliveira no seu artigo de opinião sobre o controlo anti-dopagem, publicado em 21 de Maio(ver artigo abaixo).
Devo começar por dizer que concordo com o Manuel Oliveira no que se refere à total falta de adequação da regulamentação anti-dopagem ao Bridge Desportivo.
Não posso porém estar de acordo com a referência ao papel desempenhado, neste caso, pelos dirigentes desportivos. A actual Direcção da FPB é totalmente responsável pelo que tem sucedido e pela actual situação, não só pela forma como introduziu a regulamentação anti-dopagem no Bridge Desportivo, sem o necessário esclarecimento dos filiados e dos praticantes, mas também como geriu o primeiro caso de infracção ao regulamento e pela total ausência de medidas de apoio aos praticantes que utilizam, por necessidade, produtos considerados "dopantes".
Não posso igualmente concordar com a atribuição de culpa aos actuais estatutos pela situação em que se encontra o bridge português. Os estatutos da FPB contêm todos princípios e mecanismos necessários ao bom funcionamento e expansão do bridge desportivo. O que se tem passado é que os dirigentes federativos não têm sabido, ou querido, utilizá-los correctamente.
Também não estou de acordo com os caminhos apontados pelo Manuel Oliveira "para resolver a crise": "voltarmos à antiga" (quando tudo era decidido por meia dúzia de pessoas que frequentavam um Clube Lisboeta?). E muito menos estou de acordo com o que o Manuel Oliveira preconiza para as representações internacionais: "com o dinheiro disponível (leia-se com o dinheiro dos praticantes, já que advoga que se abdique dos subsídios), "ou entregue a quem tenha meios para o fazer" (o que realmente não me parece um mérito desportivo).
Todos temos direito a exprimir as nossas opiniões. Mas há opiniões que, pelo que representam de crítica estéril e negativista, devem ser combatidas pela razão e pela prática.

(21-05-2007) - OPINIÃO...
TEXTO:

Perfeitamente de acordo com o comentário. (ver artigo abaixo)
Eu próprio só por mero acaso não fui ontem ao controlo. E gostava de saber o que se seguiria. De facto sou um daqueles casos dados como exemplo:
Sofro de insuficiência cardíaca tendo inclusivamente já sido operado ao coração e tomo - e tomarei para o resto da vida - dois medicamentos que fazem parte da lista das substâncias proibidas.

E, como é referido, não só me obrigam a renovar anualmente o pedido da autorização, como este ano o CNAD me exigiu aquilo a que chamou ' o relatório médico actualizado' e que eu não sei o que é nem estou interessado em saber.

Para quem não conhece o documento que se tem que enviar ao CNAD para eles nos deixarem jogar bridge, apenas digo que o mesmo é assinado pelo praticante e por um médico que atesta o seguinte:

1. O diagnóstico e a informação médica necessária.
2. Que não existem fármacos alternativos que não contenham substâncias proibidas.
3. O nome, dosagem, via de administração e frequência da medicação.
4. A duração prevista do tratamento (no meu caso está lá escrito claramente: para sempre).
5. A identificação do médico e a declaração/certificação de que o tratamento é apropriado e que não existe medicação alternativa satisfatória (outra vez para não restarem dúvidas!).
E mesmo assim, repito, querem-me obrigar (e ao desgraçado do médico que tem mais que fazer e não recebe um tostão por isto) a escrever a mesma coisa todos os anos e, pelos vistos, nem isto é suficiente.
E como não lhes mandei, nem mandarei, nenhum 'relatório médico actualizado' pois o mesmo consta já do formulário de pedido de autorização, se tenho
ganho o torneio era provavelmente mais um a deixar de jogar o tal 'bridge desportivo' (ah.ah.ah).
Altos - muito altos - desígnios fizeram contudo que perdesse o primeiro lugar em que me encontrava na última mão do último encontro devido a um desfasamento (que entre nós é raro) sobre o significado de uma voz em termos da força da mão, o que nos levou a não marcar um cheleme perdendo assim 9
IMP's na mão em vez de ganhar 7 IMP's, e a derrota no encontro, calculem por quanto? Acertaram! 9 IMP's. E até podíamos perder o encontro por 16-14 que
vencíamos à mesma a prova.

Voltando ao CNAD:
Como presumo que não fazem isto para gozar connosco, a conclusão que retiro é que são mais estúpidos - e não tenho medo de usar a palavra - do que manda
a cartilha, e a cartilha já permite muita estupidez.
Só tenho de facto pena que os dirigentes da Federação não tenham coragem para abdicar dos subsidiozinhos e não mandem esta malta toda às malvas - e não digo estes dirigentes em particular porque os que vierem a seguir também seguramente não o farão.

Já reconheci publicamente por variadíssimas vezes, e não me importo de o repetir mais uma, que estava errado quando defendi a adesão do Bridge aos estatutos em vigor para as modalidades ditas de 'interesse público desportivo'.

Infelizmente não é esse o entendimento da maioria dos praticantes que se interessam e participam nos debates. E como tal, e como se vem verificando desde que os presentes estatutos entraram em vigor, em lugar de se expandir, o bridge federativo, e até mesmo o bridge de 'festival', está em franco e rápido declínio e corre o risco de desaparecer a curto prazo.

E para mim, a única forma de evitar isto é voltarmos à antiga - o mínimo de organização administrativa, redução significativa do número de provas oficiais, e representação internacional com o dinheiro disponível ou entregue a quem tenha meios para o fazer. Mas que se acabem as dependências porque o bridge em Portugal não tem dimensão para a organização que presentemente é exigida e que custa muito dinheiro e muito mal-estar.

Como é preciso realizar receitas para pagar os encargos, organizam-se muitas provas e como o número de jogadores não cresce - antes pelo contrário - as provas têm cada vez menos participantes, portanto cada vez menos interesse, logo ainda menos participantes, e assim sucessivamente até ao esvaziamento final.

E, a propósito de final, termino dizendo que o absurdo da situação relatada no artigo é mais uma prova de que uma modalidade em que têm que ser os praticantes a ocupar os cargos directivos não pode nunca estar sujeita às regras feitas para modalidades e organizações completamente diferentes, e nem é preciso invocar a Constituição para dizer que todas as pessoas devem ter os mesmos direitos nas mesmas situações.

Manuel V. Oliveira (com um abraço)

(20-05-2007) - O PAÍS DO FAZ DE CONTA...
O controlo anti-dopagem entrou na vida federativa por imposição legal. Sendo o bridge uma actividade com estatuto de utilidade pública desportiva, com direito a subsídios estatais, o facto parece ser absolutamente normal. Já quanto à legislação propriamente dita, no que ao bridge diz respeito, bem como a outras modalidades afins, é a mesma absolutamente ridícula. Equiparar os praticantes de bridge, com um leque de idades que vai dos 8 aos 80 anos, aos praticantes de modalidades como o futebol e o ciclismo, por exemplo, é algo que escapa ao entendimento de qualquer cidadão, à excepção das doutas cabeças que nos vão (des)governando.
Na modalidade são conhecidos vários casos de praticantes que sofreram cirurgias, por problemas cardíacos. Tratando-se de algo inalterável (as operações ocorreram) e de a medicamentação ter de acompanhar o doente para o resto da vida, pareceria normal que aos praticantes nestas condições bastasse fazer prova do facto, UMA VEZ! Aqui entra o "simplex" à portuguesa, onde o exército de burocratas se perfila na linha da frente: qual quê? Há que, todos os anos, apresentar a mesma prova, acompanhada de mais e mais relatórios médicos, não vá o praticante ter comprado um coração novo no Mercado da Ribeira e ter optado por manter a medicamentação apenas para garantir maior potência dos neurónios no manejo dos contratos mais complicados. Haja paciência para tanta estupidez, uma vez que parece não nos restar já nenhuma ponta de coragem para dizer BASTA!
Para juntar mais umas achas a esta fogueira, ao que parece a FPB apresenta ao CNAD uma lista de provas passíveis de controlo. No caso do Sunday Times nacional, o CNAD comunicou à FPB que a prova iria ser sujeita a controlo, sendo que esta decisão tinha carácter sigiloso, isto é, os praticantes não poderiam ser informados do facto. Acontece que o facto foi de carácter sigiloso apenas para alguns, uma vez que vários directores da FPB estavam a jogar a prova e, na sua qualidade de praticantes, tiveram acesso a uma informação a que não tinham direito. Ou eu estou a ficar maluco de todo ou a isto chama-se violar princípios constitucionais, como seja o de todos os cidadãos serem iguais perante a Lei!
Vivemos, caros amigos, no País do faz de conta, onde a luta pelas grandes causas (e o combate ao doping no desporto é uma grande causa), é rapidamente reduzida a um conjunto de estatísticas para burocrata ver.
Os episódios que vêm rodeando a questão do doping já fizeram "sangue" no bridge nacional e, ou muito me engano, ou vão ainda fazer muito mais. E esta é mais uma das muitas razões pela qual penso ser urgente equacionar profundamente a modalidade. Isto já lá não vai com remendos: temos de pensar tudo outra vez e, se necessário, começar tudo de novo. A alternativa é continuar a morrer...

Luís Oliveira

(02-05-2007) - MORREU ALVIN ROTH...
Aos 92 anos de idade morreu um dos mais talentosos bridgistas de sempre. Criador do dobre negativo e do 1ST forcing em resposta a aberturas em naipes ricos, venceu 26 campeonatos nacionais com 11 diferentes parceiros e fundou, com Charles Goren, uma Escola de Bridge (Charles Goren School of Bridge). Jogou por três vezes a Bermuda Bowl, a que corresponderam 3 medalhas de prata. Conquistou ainda uma medalha de prata nas Olimpíadas de 1968. Na Bermuda Bowl que disputou em 1955, protagonizou um episódio insólito e que permanece por explicar: chamou o árbitro quando era declarante de um contrato de 2 espadas, afirmando que conhecia a mão, que havia já jogado como defensor. Uma vez que as cartas haviam sido dadas à mesa, o árbitro não acreditou mas Roth reproduziu os 4 jogos, carta por carta. O jogo foi, obviamente, anulado mas nunca se conseguiu explicar a ocorrência. Para além de jogador e formador, foi ainda autor de várias obras famosas, das quais se destaca: “Al Roth on Bridge: The Roth-Stone System” (1953), “Picture Bidding” (1991), e foi co-autor de “Bridge Is a Partnership Game” (1958), “Modern Bridge Bidding Complete” (1968) e “Bridge for Beginners” (1970).
(dados recolhidos de um artigo de Phillip Alder, no New York Times)

(02-04-2007) - O ESTADO DAS COISAS...
Mesmo correndo o risco de me tornar repetitivo, continuo (ainda) a recusar baixar os braços e a assistir, de forma passiva, ao cada vez mais evidente desmoronar do edifício federativo. Desde há muito que todos os diagnósticos vêm apontando para uma crise profunda, transversal a todos os sectores da modalidade. Sendo mais ou menos consensual esta constatação é, no mínimo, incompreensível que nenhum passo seja dado para se tentar alterar o rumo dos acontecimentos: o número de filiados diminui de forma que já deixou de ser preocupante para se tornar assustadora, vão desaparecendo Associações Regionais e Clubes de Bridge, baixa a frequência nas provas federativas, degladiam-se argumentos, ditos e mexericos entre as diversas estruturas federativas e o sentimento de desinteresse vai-se, perigosamente, instalando num número cada vez maior de filiados, com cada vez mais argumentos para deixarem de o ser. A crise, essa, parece-se, cada vez mais, com uma morte anunciada. Resta-nos a resignação ou a luta: por mim prefiro a última à primeira, por feitio e porque este é um desporto fascinante, pelo qual vale a pena lutar.
Os factores que nos conduziram até aqui são muitos e os responsáveis ainda em maior número. Assim:
1- Envelhecimento da população bridgística, porque não tem havido a arte, o engenho e a vontade política para renovar o quadro de praticantes, fruto de uma desastrosa política de investimentos que, há anos a fio, vem preferindo a gestão do curto prazo em troca de projectos sustentados em áreas determinantes, como é o caso da formação, entre outros. Este não é um défice exclusivo desta Direcção mas de quase todas as outras que a antecederam.
2- Inadaptação da FPB, Associações Regionais e Clubes aos novos Estatutos que, até ao momento, não têm correspondido, minimamente, às expectativas iniciais: o número de filiados diminui em vez de aumentar, os praticantes estão cada vez mais longe dos órgãos de decisão, quando era suposto ser exactamente ao contrário, os Clubes, definidos como o motor principal da modalidade, estão cada vez mais de costas voltadas para as questões federativas, o controlo e a participação activa dos filiados é um cenário cada vez mais hipotético. E, apesar de continuar a acreditar que o modelo dos actuais Estatutos pode ser um elemento fundamental no desenvolvimento da modalidade, temos de repensar tudo isto novamente. Porque ou se encontram soluções para que os novos Estatutos cumpram as expectativas que criaram ou se rebobina o filme e se regressa à fórmula antiga onde, apesar de todas as crises, nunca como agora a modalidade correu o risco de desaparecer ou se constrói uma 3ª via, com bases sólidas e conforme à experiência acumulada.
3- Um quadro competitivo completamente desadequado, com fórmulas gastas e pouco ou nada motivadoras, regulamentos pouco rigorosos, quer na sua génese quer na sua (não) aplicação, confrangedora falta de diálogo quanto à programação desportiva, ignorando-se, sistematicamente, as necessidades e expectativas dos filiados, pouco ou nenhum interesse nas provas ditas de segunda linha, afinal aquelas que mais directamente respeito dizem à grande maioria dos filiados. Exemplos são muitos, mas os 6 pares participantes no último Campeonato Nacional de Pares Seniores ilustram bem a minha opinião. Não chega fazer "copy & past" dos regulamentos dos anos anteriores para o célebre livro branco, que nunca foi muito de fiar mas que agora, com os novos procedimentos, não chega à grande maioria dos filiados e colocar uma folha de inscrições, a uma semana da prova, num placard federativo que, por variados motivos, quase ninguém vê. Quando desaparecem os filiados há que tentar saber porquê e encontrar soluções para inverter a situação. O mesmo quando desaparecem Associações Regionais e fecham Clubes de Bridge, teoricamente, pilares de todo o sistema. E perante este cenário, que acções tem desenvolvido a FPB? Não digo que não existam, só que ninguém as conhece e, sobretudo, nenhum resultado prático daí tem surgido.
4- Confrangedora falta de informação e de debate sobre os temas que mais afectam a nossa vida desportiva nos canais oficiais da FPB, o que constitui sinal muito negativo para a imagem dos dirigentes junto dos filiados, principalmente, junto daqueles que mais necessitam de estímulos. Para me ficar por um exemplo apenas, mantem-se no segredo dos deuses o número real de licenciados na FPB. Que não conste no relatório de exercício porque a realidade pode ser incómoda para o relacionamento institucional da FPB com o IDP, enfim... Mas este dado tem de ser do conhecimento de todos os agentes envolvidos na modalidade, a começar, obviamente, pelos filiados.
5- Ressalta das Contas de exercício do ano de 2006 um prejuízo superior a 14.000 Euros. Mesmo aceitando que os números sejam justificáveis, não deixam de ser preocupantes. A manter-se a actual tendência, para onde vamos? Até quando pode a FPB suportar exercícios negativos? Que perspectivas para o futuro imediato? Com os índices desportivos a cair a pique, com os pesados encargos fixos que a FPB tem de suportar mensalmente a asfixiarem a nossa (pouca) saúde financeira, os anéis estão, rapidamente, a desaparecer e os primeiros dedos começam a estar ameaçados.
6- O cada vez menor número de filiados constitui um dado absolutamente irrefutável. Face a isto decidiu-se a FPB por penalizar as filiações posteriores ao dia 1 de Abril com um agravamento de 50%. Esta medida, ou muito me engano, ou irá servir de catalisador para o agravamento do problema: todos os que não arranjaram motivação para se licenciarem até agora, vão ficar, certamente, com motivos acrescidos para não o fazerem. O principal problema é que esta decisão é apenas uma entre as muitas que configuram um profundo afastamento da Direcção do pulsar e do sentir da grande maioria dos filiados, que são a razão única para a existência da modalidade.
7- Mas o problema é demasiado complexo para que as culpas se circunscrevam à Direcção da FPB. Neste enorme emaranhado de problemas, não existem inocentes. E todos nós, simples filiados, somos muitas vezes (talvez mesmo vezes de mais) parte do problema em vez de sermos parte da solução. Também já estive do lado de lá e sei que a minha posição actual é muito mais cómoda. Mas este facto, a juntar ao sentido reconhecimento a todos os que emprestam o seu tempo e as suas valências à causa federativa, não significa que não possa (e não deva) contribuir, de forma construtiva e leal, para a identificação e tipificação dos problemas. Por isso, uma vez mais, aqui estou!

Este é o único objectivo destas linhas! Não sou nem serei candidato a qualquer tipo de alternativa de poder, porque entendo que já dei a minha modesta contribuição e o bridge precisa de sangue novo e de ideias novas. Apenas entendo que é tempo de reunir energias, de discutir ideias e de encontrar consensos. Vem aí uma nova época desportiva: é urgente analisar os dados disponíveis, encontrar alternativas e definir estratégias sustentadas de futuro. O que só será possível se todos estiverem disponíveis para participar numa discussão franca, aberta, sem complexos e "sem cartas na manga". E não chegam manifestos de boas intenções: é preciso agir e agir já, antes que seja tarde de mais. Porque o bridge vale a pena!

Luís Oliveira

(09-03-2007) - TAÇA DE PORTUGAL 2007
De Manuel Oliveira recebemos um artigo de opinião sobre a edição deste ano da Taça de Portugal, que abaixo publicamos. De caso em caso, lá vamos andando até ao estertor final que, a continuar tudo assim, não deve tardar muito.

O estado a que chegámos

Em 7 de Março, a FPB publicou no seu site o resultado do sorteio para a fase inter-regional, que ainda se encontra disponível para quem o quiser consultar, onde se verifica que estão por identificar todas as equipas da chamada Zona 1 (Norte e Centro) e as equipas do Sul do Tejo e Algarve da Zona 2. E isto 7 dias depois de ter terminado o prazo para a identificação das equipas.

Quando soube através de um dos membros da sua Direcção que o sorteio tinha sido efectuado sem conhecimento dos capitães das equipas apuradas e dela própria, a ARBL, invocando as Normas Técnicas, apelou (sic) ao Presidente da Direcção da FPB para tomar as medidas que considerasse necessárias para que o acto realizado por um membro da Direcção da FPB (nomeando-o) fosse considerado nulo e sem efeito e que, de imediato, fosse agendado o sorteio da fase inter-regional da Taça de Portugal, de acordo com os requisitos das Normas Técnicas da FPB. Caso não fosse reposta a legalidade, a Direcção da ARBL manifestava a intenção de solicitar ao Conselho Jurisdicional a impugnação da prova.

Esta é a mesma Direcção da ARBL que, ignorando as mesmas Normas Técnicas, efectuou o sorteio do Regional de Equipas sem a presença dos respectivos capitães embora para tal tenha sido expressamente solicitada pelo capitão de uma das equipas concorrentes a esse torneio, no caso concreto eu próprio.

Entretanto, e ao que julgo saber, a Direcção da FPB decidiu efectuar um novo sorteio da fase inter-regional da Taça.

No seu site permanece a informação de 7 de Março e desconheço se algum capitão de algumas das equipas foi informado do novo sorteio.

E, entretanto ainda, a Direcção da FPB luta afincadamente – eu diria estrebucha – para manter o estatuto de Entidade de Utilidade Pública Desportiva e receber os correspondentes subsidiozinhos.

E assim vai o Bridge que alguém há alguns anos apelidou de forma feliz de Desportivo.

Haja saúde

(20-01-2007) - DESPORTIVISMO!
O torneio de Évora é, por diversos motivos, uma prova de referência no bridge nacional: pela boa adesão de bridgistas à iniciativa, pela excelência de toda a organização e pelo simpático acolhimento. A juntar a tudo isto, refira-se o caso relatado pelo filiado e amigo Manuel Mendes, que aqui reproduzimos, e que merece destaque pelo exemplo de desportivismo que encerra. Numa altura em que o bridge nacional atravessa uma enorme crise, casos como este são pequenos (grandes!) contributos na procura do caminho a seguir. Com a devida vénia, aqui fica o relato de Manuel Mendes:

Ex.mºs Senhores,
Não é uma “estória” que vos vou contar, mas um acontecimento verdadeiro que, por ser muito raro, julgo que merece ser dado a conhecer no meio bridgístico. Trata-se de um acto de assinalável desportivismo que, por muitos de nós, deve ser apreciado como exemplo.
Hotel da Cartuxa, 12 do corrente mês de Janeiro, jogava-se a 1ª sessão do Torneio de Évora. Na mesa 11 coube-nos (a mim e ao Fatal) defrontar o par Manuel Capucho- Maria João Lara. Jogámos ali os jogos 7 e 8. No 8, marcámos 3ST que carteei e cumpri com +4. Não reparei na marcação que fora feita no “Bridgemates”. No final da sessão, como não nos tinha corrido muito bem, conferi os resultados (confrontando a minha ficha de marcação com a folha de resultados que me fora dada) mas fazendo uma leitura “meio de atravessado” como costuma dizer-se. Não me apercebi de qualquer anomalia. No dia 13, pouco antes do início da 2ª sessão, chegou junto de mim
Manuel Capucho que me perguntou se não conferira os resultados no final da sessão. Respondi-lhe que sim, mas que nada encontrara de anormal.
Perguntou-me então se me lembrava de ter carteado 3ST contra ele e de ter cumprido com +4. Respondi-lhe que sim. Disse-me então: é que 3ST +4 NV são 520 e minha mulher enganou-se e só lançou 3ST +3 (490) no Bridgemate, prejudicando-vos; mas não é preciso fazer nada, porque já fui ter com o Rui Marques e pedi-lhe para fazer a correcção.
Atitude bonita que denota grande espírito desportivo!
Tenho o prazer de solicitar à FPBridge que mande publicar este facto no Boletim Desportivo e aos Lusobridge e quintonaipe que o divulguem no seu “SITE”.
Com os melhores cumprimentos
Manuel Mendes

(16-12-2006) - STELLA CUNHA - O DESAPARECIMENTO DE UMA PESSOA MUITO ESPECIAL

Stella Cunha
(
1923-2006)

Vítima de um brutal acidente de viação, faleceu no passado dia 27 de Novembro a nossa estimada amiga Stella Cunha. A vida não se cansa de nos abalar com estes tristes desenlaces, o nosso mundo ficou irremediavelmente mais pobre.
À família e à sua parceira de sempre, apresentamos as nossas sentidas condolências e a nossa incondicional solidariedade.


(03-12-2006) - CLUBE DE BRIDGE AFAP: SUSPENSÃO DOS TORNEIOS DE REGULARIDADE...
Por decisão da Direcção da AFAP foram suspensos os torneios de regularidade das 5ª feiras. Desconhecemos se é ou não intenção da Direcção manter a filiação do clube na F.P.B. para o próximo ano.
Lamentamos este desfecho, já que se tratava de um projecto que agregou mais de 40 filiados e vinha desenvolvendo uma actividade de registo no cada vez mais pobre panorama do bridge nacional. Entre Janeiro e Julho de 2006, período em que nos encontrámos ligados ao projecto, a actividade do clube registou, para além do número considerável de filiações, a organização de actividades de formação, a participação activa na vida federativa, quer em provas desportivas quer nas A.G. da A.R.B.L. e da F.P.B. e um encontro de equipas organizado em conjunto com o Clube Nacional de Ginástica e a A.R.B.L. Para além disto era, às 5ª feiras, o clube com maior frequência de jogadores em provas de regularidade.
A vida continua, mas o bridge lisboeta fica mais pobre, porque privado de um espaço com excelentes condições para a prática da modalidade.

 

(18-09-2006) - CAMPEONATOS DA EUROPA: UM ARTIGO DE OPINIÃO DE MIGUEL MATOS...
Recebemos do Miguel Matos um artigo de opinião sobre a representação nacional nos recentemente disputados Campeonatos da Europa que, a seguir, transcrevemos:

Tem este "pequeno" comentário a ver com o que já foi escrito acerca do Torneio de Selecção, da própria Selecção e a nossa representação nos últimos Campeonatos da Europa.

E começo pelo fim, pelos resultados. Temos de dizê-lo com clareza e sem pruridos, foram desastrosos. E, perdoa-me Luis, pouco me interessa se estão ao nível de outros conseguidos no passado. Isso só me frustra ainda mais porque tenho de concluir que foram desastrosos no passado como foram desastrosos agora, com a agravante de que entretanto pouco ou nada fizemos para inverter a
situação.
Temos de nos mentalizar e habituar a nivelar por cima, ou nunca mais saímos desta cepa, a torta. Como tal, a única fasquia de comparação para mim nestes Europeu forma os resultados obtidos no BB.

Quanto à Selecção, ou se preferirem, quanto aos jogadores que a constituiram, importa dizer que tenho a certeza que fizeram o seu melhor e, seguramente, a sua frustração é muito maior que a minha porque eles próprios gostariam de ter tido a possibilidade de fazer melhor.

Posto isto, voltemos à vaca fria.....
Organizámos e participámos no BB (e demais provas) com um comportamento desportivo e competitivo a todos os títulos notável.
Naturalmente, aconteceram inúmeros problemas, mesmo dentro da equipa que então nos representou, mas parece-me que isso é quase normal quando se juntam vários interpretes do mesmo ofício a quererem fazer o seu melhor e pressão intensa.

O que é certo é que nessa altura, antes do BB, tínhamos alguém a planificar, estruturar e supervisionar tudo - tínhamos seleccionador/treinador. O que é certo é que nessa altura houve toda uma planificação, todo um trabalho que demonstrava claramente o que se pretendia e qual o caminho para esse desígnio.

Foi interessante verificar que o que foi feito tinha dado belíssimos resultados. Mais, foi ainda mais interessante verificar na altura a quase unanimidade de opiniões acerca das razões para esse sucesso - uma fórmula de TS mais aproximada do que manda o bom-senso mas, e principalmente, o trabalho desenvolvido debaixo da responsabilidade do seleccionador, inclusive durante os campeonatos.

Foi hilariante verificar que o processo de Selecção para este Europeu era, na opinião da FPB, em tudo igual ao anterior.... É como dizer que gostei muito do filme King Kong, só me pareceu que o macaco estava a mais. Foram ainda mais hilariantes todos os episódios que acompanharam este processo até ao seu epílogo. Exceptuando a infelicidade acontecida a Carlos Luiz (Força Campeão), o processo foi conduzido de tal forma que, como o Tiago Canelas bem fez notar, nenhum dos pares que alinharam no Europeu jogou, de facto, o TS. Como é possível?

Agora, na minha modesta opinião, importa não ficar a carpir enquanto se espera que a poeira assente. Importa começar a preparar o futuro e este ano é uma boa oportunidade justamente por não existir nenhum torneio internacional de selecções.
O apelo que aqui deixo à FPB, a este elenco ou outro qualquer que se lhe siga, é que pense na Selecção como ela merece, que faça um investimento na mesma que não seja apenas de consumo imediato mas a pensar no futuro, com um trabalho de base e de consistência.
O apelo que aqui deixo à FPB é que se convença que o Bridge é um jogo de PARES e não de dois jogadores, que o interesse da Selecção tem de ir para além das amizades e/ou rivalidades entre pessoas, que um país tão pequeno e de tão parcos recursos como o nosso não nos podemos dar ao luxo de que a nossa selecção não seja constituída pelos melhores 3 pares e que estes têm muito a trabalhar.
Como dizia o Tio do outro, o único sítio onde sucesso vem antes de trabalho é no dicionário :)

Cumprimentos bridgisticos.


(29-08-2006) - CAMPEONATOS DA EUROPA: ESCLARECIMENTO AO ARTIGO ANTERIOR...
Recebemos do Tiago o seguinte esclarecimento ao seu artigo de ontem e aos meus comentários:

Luis, li atentamente os teus comentarios, e aproveito para esclarecer 3 pontos que podem ter sido mal interpretados:

1- Nunca visei os jogadores ou o seu empenho. Sou amigo de alguns deles e tenho a certeza que eles fizeram o possível e talvez o impossível para dignificarem o nome de Portugal;

2- Relativamente à experiência das parcerias, não tenho duvidas que existiam 2 parcerias que já tinha alguma rotina, mas tambem é verdade que estiveram pelo menos um ano sem jogar juntos. E esse ano não é compensável com 1 ou 2 meses de treinos;

3- Se é definida uma politica de focalização no conceito de par, não é compreensível que tenham sido tomadas determinadas opções. Para se ser coerente deveria ter-se substituido um par, e não um jogador.

Um abraço, se puderes publicar agradecia para que não ficassem duvidas para quem ler o meu comentário.

Tiago



(28-08-2006) - CAMPEONATOS DA EUROPA: UM PEQUENO COMENTÁRIO...
A propósito dos Campeonatos da Europa disputados em Varsóvia, recebemos do Tiago Canelas o comentário que transcrevemos a seguir:

O que eu observei ao longo de este ano foi a tentativa de dar continuidade a um projecto que procurava valorizar a estabilidade e a consolidação de parcerias, e na verdade penso ser esse o santo graal que todos procuram. Uma selecção nacional constituida por 3 pares com experiência e rotina de jogo.

No entanto, confesso que mais uma vez fiquei triste com o bridge português. Não foi pelo resultado obtido por aquela equipa que eu não consigo chamar de selecção nacional, porque esse era esperado, mas pelo facto dos responsáveis ainda não perceberem que têm de incentivar à criação de pares rotinados.

E porque é que o resultado era esperado? Como a maior parte de vocês sabe, numa prova com as características do Campeonato da Europa vão existir muitas situações de pressão e de teste ao entendimento entre parceiros. Não interessa que existam em Portugal milhares de optimos jogadores se eles não comunicarem na mesma linguagem. É um facto indesmentível que não se pode esperar que um par recentemente constituido tenha trabalhado o suficiente para conseguir ter entendimentos sobre a maioria das situações, sobretudo com os métodos de treino que existem no bridge competitivo português

Não importa o método utilizado para o torneio de selecção, não importa se vai o par A, B ou C, mas importa que os A, B ou C sejam pares e que comuniquem na mesma linguagem. Por esse motivo, tenho a certeza que qualquer equipa constituida por 3 pares que tenham jogado as ultimas fases do torneio de selecção teria feito melhor prestação que esta.

E se existem regulamentos que definem que a selecção nacional será constituída por 3 PARES e não por 6 jogadores, NÃO COMPREENDO COMO É POSSÍVEL QUE NENHUM DOS PARES QUE JOGOU O CAMPEONATO DA EUROPA NA EQUIPA SUPOSTAMENTE DESIGNADA DE SELECÇÃO NACIONAL,TENHA JOGADO O TORNEIO DE
SELECÇÃO. Como é que os pares Sofia Pessoa - Jorge Castanheira, Rui Silva Santos - Nuno Paz e Jorge Cruzeiro - Nuno Matos ganharam o direito de representar Portugal?????? Não os vi competir pelo lugar no torneio de selecção. Jogaram outros pares constituídos pelos mesmos jogadores e esses sim, esses tinham todo o direito de representar a selecção Nacional.

Esta selecção não foi resultado de um torneio de selecção e espero que a Direcção da FPB seja pela primeira vez coerente e faça a homologação daquele torneio com várias fases com um nome onde não exista a palavra selecção. A minha proposta para a designação é Torneio Fantasma, uma vez que todos viram mas não há provas que exista.

Tiago Canelas


Meu caro Tiago,
Concordo com a maioria das tuasreflexões que, no fundamental, apontam para a necessidade de se abordar a temática das representações nacionais numa óptica mais abrangente que a simples realização de torneios de selecção. A tal estabilidade de parcerias de que falas, só é possível com a constituição de uma área específica para a alta competição, com regras e objectivos bem definidos e com uma estratégia de médio-longo prazo.
Quanto à formação dos pares que compunham a equipa que nos representou em Varsóvia, será necessário não esquecer, no entanto, que algumas alterações foram resultado do acidente que impediu o Carlos Luís de participar na prova e que originou a entrada do Jorge Castanheira na equipa. O par Sofia-Castanheira não é propriamente um par sem rotinas criadas. Para além de várias épocas de parceria, jogaram e bem os Campeonatos do Mundo, no Estoril. O par Nuno Paz-Rui Silva Santos não tem, de facto, rotina de par mas, dadas as circunstâncias referidas, era uma situação inevitável. Finalmente, o par Jorge Cruzeiro-Nuno Matos, embora parceiros durante várias temporadas, não jogaram em parceria o torneio de selecção e foram escolhidos pela Direcção da FPB, com base numa polémica interpretação dos regulamentos. Mas não creio, meu caro, que se deva centralizar este assunto nos jogadores. Eles são as principais vítimas do sistema, já que são "lançados às feras" com armas absolutamente desiguais. Quanto ao nosso desempenho, foi, sem dúvida, negativo mas, mais coisa menos coisa, não andou muito longe do que vem sendo habitual nos últimos anos, com excepção deVilamoura (em 1995) e Malta (em 1999). Os jogadores, esses deram, seguramente, tudo por tudo para obterem o melhor resultado possível.

Luís Oliveira
P.S. - Outros artigos relacionados com este assunto em:
Artigo de Inocêncio Araújo
Comentários dos Campeonatos por Luís Oliveira

(25-07-2006) - DEMISSÕES NA F.P.B.
Do site da F.P.B. transcrevemos a seguinte notícia:

O Engº Rui Silva Santos e a Engª Paula Lima apresentaram o pedido de demissão dos cargos directivos que ocupavam na Federação Portuguesa de Bridge por motivos pessoais. Estes pedidos foram apresentados ao Presidente da Assembleia Geral da FPB, tendo as referidas demissões sido aceites.

A FPB irá agora cooptar 2 novos elementos para preencher as vagas deixadas em aberto.


Tratando-se de duas baixas importantes no colectivo, adivinham-se dificuldades acrescidas no trabalho federativo para a próxima época. À Paula Lima e ao Rui devem os filiados o agradecimento pela dedicação e pela disponibilidade com que abraçaram a causa federativa. O bridge irá, seguramente, continuar a contar convosco no futuro.

Em mais um momento difícil para a modalidade, resta-me desejar que a Direcção da FPB encontre rapidamente uma solução para o problema.

Luís Oliveira

(09-05-2006) - SELECÇÃO OPEN - Tudo decidido
Com a escolha do 3º par e do capitão não-jogador, está completa a formação nacional que representará Portugal nos próximos Campeonatos da Europa. Sofia Pessoa, Carlos Luís, Jorge Cruzeiro, Nuno Matos, Nuno Paz e Rui Silva Santos - jogadores - e João Paes Carvalho, capitão de equipa.
Uma interpretação muito lata do regulamento da prova, permitiu que a escolha do 3º par recaísse sobre dois elementos da equipa classificada em 3º lugar e que, para além disso, nem sequer formaram par durante a prova. Tanto quanto julgo saber, esta escolha resultou da vontade expressa pelos 4 jogadores que integram a equipa vencedora. A menos que a solução fosse anti-regulamentar, o que não me parece ser o caso, julgo ser lógico que, à falta da figura do seleccionador, a opinião dos jogadores seleccionados fosse levada em consideração. Porque, apesar de já ter lido e ouvido várias opiniões contrárias, que respeito, continuo a achar que, para uma prova com as características dos Campeonatos da Europa, em que os jogadores partilham 15 dias de grande intensidade emocional, o relacionamento pessoal e a existência de uma forte cumplicidade entre todos, é um factor muito importante para o rendimento desportivo do grupo. Resta-me, portanto, desejar aos nossos representantes as maiores felicidades para a difícil tarefa que vão enfrentar, certo de que irão dar o seu melhor para dignificar as cores nacionais.
Quanto ao futuro, penso que os vários episódios que ocorreram ao longo de toda a prova de selecção deverá merecer da Direcção da F.P.B. uma profunda reflexão. Parece-me óbvio que o actual modelo, construído em torno da figura de um seleccionador nacional, deixa de ter qualquer sentido à falta deste. Por outro lado, as inúmeras lacunas no regulamento, que foram conduzindo a outras tantas situações delicadas têm de ser resolvidas. Apesar de ser um convicto defensor de um modelo por equipas, não creio que a escolha do método de selecção seja a primeira prioridade: antes, devem-se definir objectivos, direitos e deveres e criar os mecanismos indispensáveis para que as representações nacionais constituam uma mais-valia para todos os filiados e não apenas para os directamente envolvidos. Só desta forma será aceitável continuar a canalizar uma parte considerável do limitado orçamento federativo para as Selecções.

Luís Oliveira

(20-04-2006) - A F.P.B. E A INFORMAÇÃO
Embora não me competindo apresentar qualquer tipo de justificações em nome da F.P.B., creio ser importante referir que a não actualização da página federativa se deve a um problema técnico de acesso ao respectivo servidor, facto a que a F.P.B. será alheia. Esta situação não invalida a urgente necessidade da F.P.B. rever a sua política de informação aos filiados, nem iliba a sua responsabilidade por não ter, atempadamente, encontrado meios alternativos para ultrapassar este problema técnico.

Luís Oliveira

(20-04-2006) - A PROPÓSITO DA SELECÇÃO DE SENHORAS (parte 2) - por Miguel Matos
Leio a "explicação" da FPB e devo dizer que, embora reconheça algum esforço de fazer passar a mensagem, não fico convencido.... longe disso.
Eu sou um associado, mas não sou obrigado enquanto tal a andar à procura da informação que a FPB quer ou não disponibilizar, muito antes pelo contrário, é à FPB que cabe certificar-se de que a informação chega a quem pode estar
interessada na mesma. A este propósito remeto para o ponto 7 do Plano de Actividades para este ano

7. COMUNICAÇÃO

A divulgação junto dos Associados e Praticantes das principais actividades desenvolvidas pela Direcção da FPB, pelos outros Orgãos Federativos e pelos nossos Associados e Praticantes, será feita fundamentalmente através de dois meios de comunicação:

* o Boletim Bridge Desportivo, como seu órgão oficial;
* o sítio da FPB na Internet.

E acerca do sítio da FPB pode ainda ler-se

A página da internet da FPB, constituirá um meio privilegiado de comunicação, que permitirá em tempo útil, a divulgação de informação relevante e de interesse para o Bridge Nacional. Continuaremos a ter como objectivo uma actualização dinâmica do nosso site e uma coordenação com o Boletim, de forma a não duplicar informação, usando cada um dos meios de
forma adequada à informação a divulgar.

Acresce dizer que o dito sítio, que confesso já conheceu dias de alguma dinâmica, não é actualizado desde 23 de Março.... E por favor não me venham dizer que é por falta de novidades ou notícias.

Mas tudo isto é muito estranho... A participação neste Torneio já estava previsto no Plano de Actividades, leia-se o ponto 5 do mesmo

5. SELECÇÕES NACIONAIS

A Direcção da FPB, no seguimento dos objectivos estabelecidos, irá continuar a apoiar as selecções nacionais, para o que conta obter a necessária cobertura orçamental, através do IDP.
Para a época 2005-2006 estão previstas representações nacionais nos Campeonatos da Europa de Equipas Open e Senhoras em Varsóvia (Polónia), a realizar de 12 a 26 de Agosto de 2006.

Como é que se chama "apoiar" as Selecções ao abrir de inscrições e condicionar a participação às inscrições recebidas... Mas valia dizer, a equipa e a Sra. X com a Y maus a Z com a G, se elas quiserem tudo bem, senão ficamos em casa.
Porque não considerar uma prova específica no calendário...? Ou em alternativa, porque é que se acabou com a figura do seleccionador....

Abraços.
Miguel Matos

(20-04-2006) - A PROPÓSITO DA SELECÇÃO DE SENHORAS - por Miguel Matos
... mas não só.

A FPB decide publicar uma nota em edital com vista à constituição da Selecção de Senhoras. Eu pessoalmente tive conhecimento deste assunto aqui no Quinto Naipe... Nem o site da FPB tem qualquer menção, aliás o mesmo não é actualizado à quase um mês.
É caso para dizer, dá Deus nozes a quem não tem dentes. Depois da experiência da Venice Cup mais uma vez se conclui que nada se aprendeu. Todo o trabalho feito foi por água abaixo... pergunto, só agora sabíamos que este Torneio se ia realizar ou, pior (muito pior), e como alguns referem em surdina, a FPB tinha em seu poder um patrocínio "adormecido" para o qual só
agora acordou....?
É caso para dizer como diz a canção: "para melhor está bem, está bem; para pior já basta assim".

Mas não, para pior ainda não bastava assim, e a escolha do 3º "par" da selecção Open promete.
Vejamos o regulamento:

1. A equipa nacional será, constituída pelos dois pares pertencentes à equipa vencedora do Torneio de selecção e por um par pertencente à equipa segunda classificada, escolhido pela equipa vencedora.

2. Caso o par convidado da equipa segunda classificada não queira integrar a selecção, a equipa vencedora pode convidar o outro par da equipa segunda classificada ou um par da equipa terceira classificada.

3. Caso ainda assim não seja possível encontrar um par disponível para integrar a selecção, a escolha do terceiro par será da responsabilidade da Direcção da Federação Portuguesa de Bridge por critérios que a mesma venha a definir.

4. A escolha do capitão não jogador será da responsabilidade da equipa e sujeita à aprovação da Direcção da FPB.

5. Para todos os efeitos a posição de qualquer equipa será a posição expressa pelo respectivo capitão.

Chamo a atenção para o ponto 3. Este ponto é um "last resort", ou seja, pressupõe que antes de ser abordado deverão ser tentadas todas as hipoteses anteriores. Foram? Eu tenha as mais sérias dúvidas, porque se bem conheço os "quintais" do Bridge nacional alguns pares ficaram logo arredados à partida de qualquer hipotese de escolha. Mas vamos admitir que sim, que foram. Não seria de esperar que os critérios tivessem alguma razonabilidade....? Então andam os pares, uns mais que
outros é certo, a esforçar-se enquanto tal, treinando-se e aprimorando-se para chegarem ao melhor lugar possível no Torneio de Selecção, e vai daí a iluminada FPB escolhe um Par que nunca o foi.... qual é exactamente o significado da palavra Par que a FPB não percebe....?

Como é possivel tamanha falta de bom senso....? Quais foram os critérios? É que eu, o único que consigo descortinar é a falta dele.... ou pior, muito pior, este tipo de escolhas sem critério aparente pode levar alguém a pensar que os critérios foram outros.... que aliás é o que normalmente acontece quando se definem as regras depois do jogo, e ninguém se dando ao trabalho
de nos elucidar quais foram.

Abraços.
Miguel Matos

(11-04-2006) - SELECÇÃO NACIONAL DE SENHORAS - UM REGRESSO AO PASSADO?

A Direcção da F.P.B. produziu, a este respeito, o seguinte comunicado:

A Direcção da F.P.B. na sua reunião no passado dia 14 de Março de 2006, decidiu abrir inscrições para as jogadoras interessadas em disputar o Campeonato da Eurpa de Senhoras, a realizar em Varsóvia de 12 de Agosto a 26 de Agosto de 2006.

Serão admitidas inscrições de jogadoras de 1ª Categoria e de 2ª Categoria de Espadas e Copas, individualmente ou por pares. As inscrições deverão ser feitas junto da FPB até dia 28 de Abril de 2006.

Dependendo do Curriculum e do Ranking das jogadoras inscritas e do número de inscrições, a Direcção da F.P.B. decidirá sobre o envio de uma Equipa Portuguesa de Senhoras ao referido campeonato e se vier a verificar-se, sobre a modalidade do processo de selecção.

A FPB assegurará à selecção de Senhoras as mesmas condições de deslocação que à Selecção Open ou seja, a confirmar-se o subsídio a atribuir para o efeito pelo IDP, custeará as despesas de viagem e de estadia em quarto duplo.

A Direcção da FPB

Confesso que de cada vez que releio o comunicado aumenta a minha estupefacção. Desde logo porque, embora a ideia não seja original, sempre me espanta que, para uma representação nacional numa prova de topo do calendário europeu, o único critério de selecção definido seja o da lista de inscrições. Tudo o resto é um confuso emaranhado de "ses" ou um grave conjunto de perigosas omissões. Depois da experiência (muito positiva) da Venice Cup, seria de esperar que a FPB aproveitasse as sinergias criadas para manter e ampliar um projecto sustentado para o bridge feminino. Em vez disso, optou-se por um regresso ao pior de um passado recente. O comunicado da F.P.B., pelas suas reticências, indefinições e omissões, abre a porta a mais uma situação potencialmente explosiva.

Outro aspecto que me faz imensa confusão é a forma encontrada pela F.P.B. para a (não) divulgação deste comunicado. Tanto quanto julgo saber, limitaram-se a afixá-lo num placard da sua sede, o que o torna disponível para um muito restrito número de filiadas. No mínimo, seria exigível que o comunicado fosse enviado, por correio, para o universo de jogadoras a que se destina. Ao não o fazer, a Direcção da FPB está, objectivamente, a discriminar todas as filiadas que, apesar de cumprirem os critérios (???) definidos no referido comunicado, dele não têm conhecimento. Será segredo?

Desculpar-me-ão pela franqueza, mas até parece ser esse o objectivo, tão absurda é a forma como o processo está a ser conduzido.

Enfim! Está cada vez mais cinzenta e menos interessante a vida federativa...

NOTA: Relativamente a este artigo e no respeito pelos critérios que sempre nortearam as minhas intervenções públicas, devo esclarecer que fui ontem informado pela Direcção que o comunicado da FPB foi enviado, por e-mail, para Clubes, Associações Regionais e para as filiadas cujos endereços de e-mail eram do conhecimento dos serviços federativos. Embora em nada se alterem as apreciações que fiz sobre os critérios adoptados fica a rectificação.
(20 de Abril de 2006)

Luís Oliveira

 

(14-03-2006) - CASO BURATTI - LANZAROTTI: EPÍLOGO

Em artigos de opinião anteriores, manifestei a minha preocupação pelas graves repercussões deste caso na imagem do bridge e as minhas dúvidas e perplexidades perante os factos que vieram a público. Não tinha na altura qualquer ideia formada quanto à culpabilidade ou inocência dos jogadores acusados. Grave é que, após ter sido proferida a sentença, continuo a não ter. Isto porque, estranhamente, um manto de silêncio continua a cobrir os principais pormenores deste caso.
É certo que foram cumpridas todas as formalidades processuais antes da Federação Italiana ter apresentado o veredicto final. Em resumo, o par Buratti - Lanzarotti foi acusado e considerado culpado de batota. Da decisão foi interposto recurso e, apesar da redução da pena de suspensão, nada se alterou quanto à substância da decisão.
Não vou questionar a decisão da F.I.G.B. Não tenho dados para o fazer! O que pretendo questionar é, exactamente, o não ter esses dados. Buratti e Lanzarotti alcançaram, ao longo da sua carreira, muitos títulos internacionais em representação da Itália. Como eu, muitos milhares de praticantes se habituaram a admirar a qualidade técnica do seu bridge e o sistema de marcação por eles desenvolvido. Por tudo isto, a responsabilidade destes jogadores é muito superior à dos jogadores comuns. Por tudo isto, o assunto exige total transparência. E é em nome dessa transparência que entendo que temos o direito de ser informados sobre todos os factos! É em nome da transparência que não entendo o silêncio! Um ensurdecedor silêncio, quer no site da F.I.G.B. quer no site da E.B.L.: nem uma palavra!
Outra questão que me está a fazer alguma confusão é a redução da pena inicial, decidida em última instância. Isto porque, ao darem por provada a utilização de métodos ilícitos na transmissão de informação entre os jogadores visados e atendendo ao facto de serem jogadores com grandes responsabilidades no bridge internacional, não me parece que a decisão possa ser justificada com eventuais circunstâncias atenuantes. Por outro lado, porque me quer parecer que a dimensão da pena é muito pouco importante neste caso. Em termos desportivos, o veredicto de culpados corresponde a uma "sentença de morte".
A confiança nas Instituições é de fundamental importância para o desenvolvimento da modalidade. Em meu entender, essa confiança constrói-se através de uma relação absolutamente transparente entre a Instituição e as pessoas que representa.
Esperemos então por mais esclarecimentos, ou seja, pela divulgação pública dos factos mais relevantes deste caso, nomeadamente, do acórdão do organismo disciplinar italiano.

Luís Oliveira

(17-02-2006) - SELECÇÃO NACIONAL OPEN

Por Inocêncio Araújo

As representações nacionais que participaram nos últimos Campeonatos do Mundo (Bermuda Bowl, Venice Cup, Seniors Bowl e Transnacional) tiveram excelentes resultados, muito acima das expectativas, o que vem demonstrar que existe no bridge português capacidade para lutar, em todas as competições internacionais, por classificações bem melhores do que aquelas que normalmente têm ocorrido nos últimos anos.

Com excepção da brilhante vitória obtida pela selecção nacional open nos Campeonatos da CEE de 1998, todas as restantes participações das nossas selecções nas provas internacionais organizadas pela EBL e WBF tiveram resultados decepcionantes.

Dos resultados obtidos nos últimos Campeonatos no Mundo, merece-me uma especial análise o da Selecção Open. A Bermuda Bowl, pela fórmula em que é disputada, pelo número de encontros e mãos que envolve e pelo valor das equipas participantes, é a prova mais exigente do calendário internacional. Considero pois a participação da nossa Selecção nos Campeonatos do Mundo do Estoril extremamente relevante, em especial os resultados obtidos contra algumas das maiores potências do bridge mundial.

Na análise que pretendo fazer, duas perguntas se impõem. Será que estes resultados foram uma casualidade? Será que é possível melhorar e como?

A minha opinião é que de facto os resultados obtidos não foram obra do acaso e estão directamente relacionados com alguns elementos novos introduzidos pela Direcção da FPB no regulamento de selecção da equipa open para o Bermuda Bowl, elementos esses que se transcrevem:

"Introduzir, pela primeira vez nos últimos anos, o conceito de Seleccionador Nacional, como alguém que terá a última palavra sobre a constituição da Selecção de Portugal, a qual, apesar de condicionada, pelos resultados do Torneio de Selecção, de acordo com o regulamentado, será em definitivo escolhida pelo Seleccionador Nacional."

"Serão escolhidos para integrar o grupo de trabalho dirigido pelo Seleccionador Nacional e pela Comissão Técnica, a escolher, os pares integrantes das duas equipas finalistas e um outro par escolhido pelo seleccionador, entre os que tiverem integrado as equipas derrotadas nas meias-finais."

"A equipa nacional será, em princípio, constituída pelos dois pares pertencentes à equipa vencedora do Torneio de selecção e por um outro a definir pelo seleccionador a partir do grupo de trabalho."

"Se algum dos dois pares da equipa vencedora, não cumprir o programa de trabalho, ou tenha durante a preparação um comportamento desportivo ou eticamente reprovável, o seleccionador tem o direito irrevogável, de o substituir por outro dos pares da equipa de trabalho constituída."

Em resumo, a existência de um Seleccionador Nacional, com poderes para escolher os melhores de entre um conjunto de pares seleccionados com base nos resultados desportivos e a existência de um programa de preparação são factores essênciais para a melhoria dos resultados na alta competição. Não quero dizer com isto que o que se fez na época passada tenha sido perfeito. O método de escolha dos pré-seleccionados pode e deve ser melhorado e o programa de preparação também. Mas o regulamento da época anterior estava no bom caminho e deu alguns frutos.

A Direcção da FPB não soube retirar dos resultados do Bermuda Bowl as devidas ilações e, dando sinais de uma enorme falta de visão sobre o que é necessário fazer no bridge de alta competição, publicou um regulamento de selecção, para esta época, semelhante ao da época anterior do qual retirou exactamente os dois elementos determinantes atrás referidos: o seleccionador nacional e o programa de preparação.

Mas o mais grave disto tudo é a forma como a Direcção da FPB fundamenta a sua decisão. Nas considerações preliminares ao actual regulamento, justifica-se esta opção com base nos bons resultados obtidos. Mas o que de novo e positivo se fez na época anterior e que deu bons resultados é exactamente o que se retira do regulamento para 2005-2006.

A velha fórmula do "quem ganha o torneio de selecção vai lá fora", sem quaisquer outros factores de avaliação e independentemente de se preparar ou não, já provou que não dá os melhores resultados e não produz nenhum efeito positivo no bridge nacional. É uma fórmula que traduz uma visão egoísta, limitada e nada estruturante do bridge de alta competição.

Relativamente à segunda questão, é óbvio que se pode melhorar substancialmente a preparação dos pares que integram a selecção nacional, quer no domínio técnico quer no domínio psicológico.

Uma análise técnica detalhada dos erros cometidos, mão a mão, independentemente de quem os cometeu, daria boas indicações dos temas que se deveriam trabalhar nos futuros programas de preparação. De igual modo, a resistência à pressão competitiva deve ser objecto de preparação.

Os que se opõem à realização de um programa estruturado e continuado de preparação para o bridge de alta competição tem por hábito justificar a sua atitude com base na falta de recursos disponíveis para levar à prática um tal programa. Trata-se de uma posição confortável e simplista, mas que não corresponde à realidade. Os recursos existem. O problema é a forma como são aplicados. E além disso, um programa de preparação, devidamente estruturado e bem conduzido, seria concerteza objecto de novos apoios, até agora não explorados.

Esta é a única forma séria de encarar a participação de uma selecção em campeonatos internacionais. Evitar esta abordagem significa fugir à responsabilidade de gerir convenientemente os recursos disponíveis.

Inocêncio Araújo

(06-02-2006) - SIM AO DEBATE DE IDEIAS, NÃO À ARRUAÇA E AO INSULTO...
Neste espaço, tenho procurado apresentar as minhas opiniões sobre aspectos que considero importantes, do bridge nacional. É conhecida a minha posição sobre a política desportiva da F.P.B. e, ainda recentemente, fiz uma análise muito crítica sobre os acontecimentos que envolvem a 4ª fase do torneio de selecção.

Este assunto tem provocado uma onda de reacções com, algumas delas, a resvalar do saudável e necessário debate de ideias, para uma lamentável sequência de insultos pessoais, que atingem a honorabilidade dos dirigentes federativos e não só.

Em face dos factos, quero deixar claro o seguinte:

1- Independentemente do direito de cada um criticar ou apoiar as acções desenvolvidas pelos dirigentes federativos, TODOS os filiados devem aos que se disponibilizam a servir esta causa pública, respeito, admiração e agradecimento. A persistência de alguns em confundir o direito à opinião (e até à indignação), com ataques e atentados à honra de quem empresta à F.P.B. o melhor que pode e sabe, está a MATAR o bridge que, a curto prazo, corre o risco de se tornar ingovernável.

2- Em nenhum momento do debate se pode perder a elevação na forma e a clareza no conteúdo sobre os argumentos esgrimidos. O recurso ao insulto pessoal é um sinal claro e óbvio de pobreza na argumentação, de falta de ideias ou, simplesmente, de má fé.

3- Sou do tempo em que, neste País, o cidadão não tinha direito à livre opinião, desde que discordante dos "donos da opinião". Por isso esta questão é tão importante para mim. A liberdade conquistada é demasiado preciosa para ser posta em causa com desvios grosseiros.

4- Os actuais dirigentes federativos têm cometido erros, como todos os que os antecederam (pela minha parte, tenho absoluta consciência do que contribuí neste capítulo e, melhor que ninguém, sei onde e como errei). Ser dirigente federativo, num universo muito especial e muito sensível, onde as "grandes causas" se movem muito mais pelo coração que pela razão, é uma tarefa muito complicada. Mas, acima de tudo, é um acto de coragem. Porque se sabe, à partida, o que se vai encontrar e, mesmo assim, se encontra força e motivação para dar a cara e servir o bridge.

5- Por força de tudo isto, quero manifestar, desta forma, à Direcção da F.P.B. a minha total e incondicional solidariedade, que podem usar como entenderem. Tenho sido um crítico "assíduo", ao longo do vosso mandato. Mas tal não me impede de respeitar o vosso trabalho, de vos estar grato pela vossa disponibilidade e de estar ao vosso lado contra este tipo de ataques de baixo nível.

Luís Oliveira

(02-02-2006) - Crónica de uma crise anunciada...
Dou-vos a minha palavra que este era um dos casos em que eu desejava não ter razão. Mas a "salganhada" do regulamento do torneio de selecção só por milagre não iria atear mais uns fogos. No mesmo dia em que escrevi o artigo anterior, recebi os primeiros sinais de perturbação, com o anúncio de desistência do par Miguel Matos - João Fanha, acompanhado de um texto do Miguel que passo a transcrever:

Li com o maior interêsse o teu artigo e, porque acho que tens razão na maior parte das coisas que escreves aqui estou...

Relativamente a última fase do torneio de selecção, importa salientar que mais de 80% dos pares já tinha feito equipa mesmo antes da realização do torneio, que é o mesmo que dizer que todas as parelhas fortes se associaram entre elas (embora algumas tivessem que depois de fazer contas de última hora...).

Sendo totalmente claro, não faz para mim qualquer sentido investir em mais um fim-de-semana (tempo é dinheiro, ou se preferirem é família, etc...) para jogar um torneio em que não tenho qualquer possibilidade de atingir os objectivos propostos, que para mim são sempre de passar à fase seguinte.

Claro que se poderá sempre argumentar que o regulamento era conhecido desde o princípio e, se calhar, mais valia eu ter ficado em casa também nos fins-de-semana das outras fases.... talvez.... mas assim, tendo-me qualificado até à fase em que se passa a equipas acho que esta conversa tem mais propriedade e a minha argumentação mais consequente.

Porquê esta versão migratória de pares para equipas durante um mesmo processo de selecção...? Interessa a quem...? É que para o Bridge enquanto modalidade de alta competição não consigo encontrar nenhum motivo de interêsse (durante o torneio alguns dos participantes me diziam que interessava à Direcção da FPB... Não percebo como nem porquê... Ou então não
estou suficientemente por dentro das coisas para poder perceber).

Voltando ao assunto em questão, poderão os defensores desta fórmula afirmar que a mesma deu bons resultados no ano passado.... é verdade... mas também já deu maus resultados "noutro" passado não tão recente...

Estou à vontade paea falar porque fui dos que sempre estiveram contra (está escrito) esse aspecto especifico da fórmula de selecção, e não me parece que lá porque a fórmula produziu bons resultados no ano passado não se possa melhorar.... Deve haver sempre intenção de melhorar. Acho que esta situação é inibitória do surgimento de pares "em ascenção" ou
de outsiders, ou se quiserem, de novos valores, etc... a sensação que se tem é que se pretende "assegurar" o mais do mesmo no bridge nacional.

O nosso Bridge tem dimensão diminuta, fracos recursos e poucos praticantes, sendo que os de alta competição são ainda menos (eu diria cada vez menos... E apetece pergunta porquê).
Neste contexto,acho grave que uma fórmula coloque, logo à partida, de fora várias possibilidades de composição da selecção, ou seja, esta fórmula tem o enorme risco de não apurar os 3 melhores pares efectivamente.... com a agravante de que este ano nem seleccionador temos. Mas o mais grave de tudo, disse-o (e escrevi-o) no passado e continuarei sempre a dizê-lo e a escrevê-lo enquanto achar necessário, é a falta de política da FPB em relação às selecções, é o total investimento a fundo
perdido, de estratégia e de convicções ou, quiçá antes pelo contrário como dizem alguns, continua a ser assim porque interessa que seja assim.

Não posso deixar de me confessar perplexo quando após os excelentes resultados produzidos pelas nossas selecções no BB (e afins) não foi tomada UMA ÚNICA medida potenciadora dos mesmos.... oops, peço desculpa, esqueci-me que se fez um almoço de homenagem (bem merecido diga-se de passagem).... FOR GOD SAKE.......
Como é possível que não tivessem sido consideradas no regulamento medidas de excepção em relação aos pares que nos representaram...??? Como é possivel que o Nuno Paz - Carlos Luiz tenham sido obrigados a disputar a 2ª fase...??? Como é possível que nada tenha sido feito para, pelo menos, induzir à manutenção das parcerias que nos representaram, ou seja, como é possível que a FPB que tão poucos recursos tem, nunca tente tirar partido dos investimentos que faz...??? Ou será que alguém ainda tem dúvidas que isto é um jogo de pares e que uma parceria precisa de tempo para atingir uma maturidade competitiva, ou seja, altas performances (aliás, é ver os resultados da 3ª fase e percebe-se do que é que estou a falar)....???

No demais, achei muito interessante jogar estas duas fases (a 2ª e a 3ª).... ficando absolutamente comprovado que tenho o melhor parceiro do mundo e que seremos sempre "outsiders". Outsiders porque infelizmente este jogo de que tanto gostamos está (e provavelmente estará sempre) associado à falta de educação, de respeito e, constrange-me dizê-lo, até a alguma falta de honestidade. Não querendo voltar a falar da folha de Convenções, que mesmo numa 3ª fase de um torneio de selecção ainda havia quem não tivesse, ver ofensas entre parceiros é o pão nosso de cada dia, faltas de respeito para com os adversários é mato (sabiam que nos torneios da ACBL, SÓ a maior liga do mundo, fanfar à mesa - e até em público, dependendo da situação - pode ser motivo de penalização?), outros à beira de apoplexias após uma derrota, enfim.... continua a ver-se de tudo neste jogo... e tudo por causa APENAS de um jogo.... é triste.
É por isto que serei sempre um outsider.... ou como disse a alguém no Sábado enquanto carpia a mágoas pelo Benfica, se para ser bom jogador de Bridge é preciso ser assim, então nunca vou ser assim.

Foi por isto que eu e o meu parceirinho renunciámos à participação na 4ª fase do Torneio de Selecção.

Saudações Bridgísticas.
Miguel Matos

Não concordo com algumas partes da argumentação do Miguel, mas penso que ele tem razão nas questões essenciais que levanta. O problema é que a desmotivação cada vez maior de um grande número de praticantes já não se reduz às questões relacionadas com a "alta competição", antes atravessa toda a vida federativa.

No que ao T.S. diz respeito, a desistência de 2 pares (até ver...) veio pôr a nu graves lacunas no regulamento federativo. Em primeiro lugar, 16 apurados são 16 e não 14. As suplências previstas no regulamento, quando aplicáveis, não podem transformar os pares "repescados" em cidadãos de 2ª. Tudo isto porque, de acordo com o regulamento, agora clarificado(?) num esclarecimento publicado no site federativo, havendo 2 suplentes repescados eles terão, obrigatoriamente, de se constituir em equipa, não gozando dos mesmos direitos que os restantes pares, o que me parece absolutamente extraordinário, para já não dizer ilegal. A questão está em tentarmos perceber onde se quer chegar com este tipo de decisões. Por que carga de água a F.P.B. tem de interferir na constituição das equipas, desde que os pares que as compõem tenham ganho o direito de competir? Trata-se de uma arbitrariedade inqualificável e injustificável, seja à luz da verdade desportiva, do respeito pelos direitos dos praticantes ou do simples bom senso. Será que num próximo passo a FPB se irá arrogar ao direito de nomear a selecção administrativamente? Pensando bem, talvez assim tudo ficasse mais claro!

Mas ainda há mais! Ao que julgo saber, a Direcção da F.P.B. afirma que destas suas (fantásticas) decisões não pode haver recurso para o Conselho Juridiscional, com o argumento que 2 dos seus elementos são parte interessada na questão. Assim sendo, a Direcção da F.P.B. promoveu-se a "entidade divina" tendo, de uma penada, retirado aos praticantes o direito a recurso e, simultaneamente, esvaziado o C.J. dos poderes que lhe são conferidos pelos Estatutos. Que se pronunciem os especialistas, mas parece-me que além de infeliz esta é uma decisão ilegal. As incompatibilidades do C.J. terão de ser resolvidas à luz dos Estatutos que, por certo, têm prevista a substituição dos seus membros ou a transferência dos seus poderes para outro órgão, em casos como este. Tanto quanto me parece não deve e não pode a Direcção da F.P.B. enumerar os casos que têm direito a recurso e os que não têm. Porque este é um direito estatutário e, que eu saiba, a Direcção não tem autoridade para alterar os Estatutos ou para os subverter.

O bridge nacional trilha caminhos muito perigosos que, em minha opinião, podem levar a um ponto sem retorno. A política desportiva da F.P.B. é, como por várias vezes o disse, a grande responsável pelo estado a que chegámos. Mas o principal problema reside na indiferença com que a F.P.B. vai encarando os sinais de descontentamento que chegam, um pouco de toda a parte. Será que não é tempo de dizer BASTA?

A Direcção da F.P.B. é composta por filiados dedicados, que tentam fazer o melhor possível. Não tenho sobre isso qualquer dúvida! Uma vez mais afirmo a minha admiração pela sua disponibilidade e o meu reconhecimento pelos serviços prestados ao bridge nacional. Mas a persistência em fazer seguir o barco em direcção à tormenta, a recusa em ouvir outras opiniões, a inflexibilidade nas posições, por mais consensual que seja o descontentamento, está a conduzir-nos a um beco sem saída. Este perigoso jogo de "finca pé" não é um acto de coerência com um programa de acção ou uma linha de rumo, mas um sinal de preocupante arrogância.

Luís Oliveira

(30-1-2006) - A propósito do Torneio de Selecção
Ultrapassada que está a 3ª fase do Torneio de Selecção, penso ser importante reflectir sobre algumas questões que envolvem o regulamento da prova. Fui um dos que, no início da época passada, saudou o modelo federativo, principalmente pela criação da figura do seleccionador, com poderes suficientes para se poder esperar uma mudança significativa na forma de encarar as questões relacionadas com as representações nacionais. Os acontecimentos vieram confirmar as expectativas, não só pela boa prestação das equipas portuguesas nos Campeonatos do Mundo mas, acima de tudo, pelo trabalho realizado pelas diferentes equipas. Sendo certo que vários foram os factores que influiram no resultado final, não tenho dúvidas que este foi um dos principais: porque possibilitou às diferentes parcerias apurar o momento de forma, porque ajudou a fortalecer o espírito de grupo e porque o trabalho desenvolvido pelas equipas ajudou a construir uma ligação entre os nossos representantes e o resto do colectivo federativo, factor que teve evidentes reflexos na forma como os jogadores foram acarinhados e incentivados pelos muitos que, ao longo da prova, se deslocaram ao Pavilhão de Congressos. A juntar a tudo isto, a figura consensual do seleccionador nacional, João Faria, pelo trabalho que desenvolveu e, acima de tudo, pela coragem demonstrada em assumir um cargo muito complicado.
Nada disto significa que fosse um entusiasta incondicional do modelo federativo: em primeiro lugar porque sempre fui contra a política de isenções: em segundo lugar porque sempre achei complicada a transformação de uma prova de pares em equipas, nos moldes definidos. No entanto, os poderes do seleccionador eram um factor de equilíbrio em todo o processo e a experiência não correu mal.
Um ano passado, eis que, aparentemente, a fórmula federativa se mantém, com o argumento dos resultados alcançados terem sido bons. O que seria verdade, não fora o facto de tudo ser agora, radicalmente, diferente. Com o desaparecimento do cargo de seleccionador, tudo muda de figura e o que eu entendia como uma operação complicada, penso ser agora uma missão impossível. A passagem dos poderes do seleccionador para a Direcção da FPB é um regresso ao passado, para pior. Desde logo porque uma parte substancial dos directores federativos é directamente interessada nas decisões ou na arbitragem de eventuais problemas. Por outro lado porque existe, em meu entender, uma forte probabilidade do sistema vir a contribuir, de forma decisiva, para a adulteração dos resultados desportivos, "forçando" à desistência quem, em campo, conquistou o direito de seguir em frente. Espero, sinceramente, estar enganado! Quanto às isenções, nem será preciso esgrimir argumentos já muito batidos, como seja o facto das isenções partirem de uma classificação individual (o ranking de jogadores) para ditarem o destino de uma equipa ou, neste caso, de um par. Bastará uma análise fria dos números para se concluir sobre a falibilidade do critério. Assim, 2 dos 8 pares isentos da fase 2 não conseguiram o apuramento, i.e., 25%!!! Dos apurados temos que, na globalidade, o desempenho nas duas séries foi, de forma nítida, inferior ao dos pares não isentos.
Acho que é chegada a altura de se analisarem, em profundidade, estas e muitas outras situações que, em meu entender, estão a contribuir para o afastamento de cada vez mais praticantes do "pano verde" e da própria vida federativa. O bridge nacional precisa de se reinventar, urgentemente. Há que lançar a discussão pública sobre todos estes assuntos, sem complexos. Não chega reduzir a discussão às estruturas federativas ou às Assembleias Gerais: até lá chegar, há que fazer trabalho de casa, num processo que tem de envolver os clubes, principais motores do bridge desportivo e todos os praticantes que possam e queiram contribuir para o encontrar de soluções. É tempo de deixarmos de remar, cada um para seu lado. O barco, assim, não só não sai do mesmo sítio, como se arrisca a naufragar.

Luís Oliveira

(07-01-2006)
Dia 19 de Janeiro arrancam os torneios de regularidade do Núcleo de Bridge da AFAP, integrados nos «Simultâneos 100». Ao aceitar o convite para organizar a actividade desportiva do Clube, o grupo Quinto Naipe avança, desta forma, para um novo projecto que, embora em moldes muito diferentes dos projectos anteriores, manterá como principal prioridade a criação de um espaço privilegiado para os jogadores com menos experiência competitiva.
Com o desaparecimento do Clube de Bridge do G.C.P. ficou em aberto um espaço que, em nosso entender, é importante para o desenvolvimento da modalidade e que, como tal, urge preencher. Vamos, como sempre fizémos no passado, "vestir mais esta camisola". Com o mesmo empenho e com a mesma dedicação.
Os torneios serão dirigidos pelo João Fanha, árbitro formado na Escola de Bridge e com um futuro promissor na arbitragem nacional (que bem precisa de novos valores...). Mãos duplicadas e impressas nas fichas ambulantes, diagrama das mãos para os participantes no final de cada torneio, classificações online na página do Núcleo (sediada na página do Quinto Naipe) e apoio técnico permanente aos jogadores mais inexperientes. O Clube, situado na Avenida Gago Coutinho, possui excelentes condições, com uma sala agradável e um magnífico espaço exterior, um serviço de Restaurante de boa qualidade, com preços especiais para os dias de torneio (6E por pessoa) e um simpático serviço de Bar. Os torneios serão
VERDES, podendo os fumadores "matar o vício" no espaço exterior anexo. Outro factor importante a ter em conta é a facilidade de estacionamento. Para lá chegar, o melhor é entrar pela Rotunda do Aeroporto, já que o Clube fica do lado direito de quem circula no sentido Rotunda - Areeiro.
A inscrição nos torneios será de 4E para os filiados pelo Núcleo e de 6E para os restantes jogadores. Os juniores estão isentos de pagamento. Para os jogadores que se queiram filiar através do Núcleo de Bridge da AFAP, basta preencher e entregar o impresso próprio que se encontra na página do Clube, juntamente com a importância de 45E (valor da quota federativa). Tudo dito, agora só falta mesmo a sua presença para tudo ser perfeito. Lá nos encontramos no próximo dia 19!

Pelo Quinto Naipe
Luís Oliveira

(27-12-2005)
Quase a completar 5 anos de existência, a página do Quinto Naipe ultrapassou os 100.000 acessos!
Ao longo de todo este tempo e de muitas horas de trabalho, é inquestionável que este espaço se tornou numa referência do bridge nacional. Do projecto inicial pouco resta, para além dos princípios filosóficos que o orientavam. Sem qualquer intuito comercial, este é, antes de mais, um espaço informativo sobre o que se passa no bridge nacional e internacional. Sem qualquer critério selectivo ou restritivo. Aqui se encontra informação sobre os pequenos e os grandes torneios, sobre as provas organizadas pelo Quinto Naipe ou por outras entidades, sobre provas federativas ou particulares. Este espaço tem dado voz aos grandes eventos nacionais mas também, com o mesmo destaque, às competições de âmbito regional e às pequenas provas de clubes. Não se trata de ausência de "critério editorial". Este tem sido e será sempre o nosso critério. Não filtramos a nossa informação com base no número de participantes, no nome dos clubes organizadores, no nome dos vencedores, ou em qualquer outro critério selectivo. Aqui todos têm tido e continuarão a ter o seu espaço!
A página é também um espaço de conteúdos: comentários, reportagens de provas internacionais, várias páginas nela (gratuitamente) sediadas, desde páginas de alguns Clubes de Bridge à página da Escola de Bridge, onde se pode encontrar uma vasta gama de artigos técnicos, incluindo um Manual de Iniciação online. O bridge em Espanha ocupa também um lugar de destaque, com uma página própria onde, para além do calendário de provas, pode encontrar informação sobre os resultados dos principais torneios.
À medida que fomos crescendo, tem aumentado a nossa preocupação em manter a página "navegável". Daí que os acessos aos mais variados assuntos sejam, tanto quanto possível, transparentes para o utilizador. Das opiniões recolhidas, podemos concluir que, também ao nível do grafismo, este espaço tem agradado aos seus visitantes.
De tudo isto ressalta que estamos, obviamente, orgulhosos pelo trabalho produzido. O que não significa estarmos conformados. Dentro das limitações de tempo impostas por uma actividade que é totalmente lúdica, são vários os projectos que temos em carteira e que visam melhorar a qualidade de serviço prestado. A grande aposta para 2006 será, para além da informação, a página da Escola, onde irão aparecer novos conteúdos técnicos.
Enquanto gostarmos do que fazemos, enquanto continuarmos a merecer a vossa visita, cá continuaremos. Iremos manter, no futuro, a mesma filosofia que adoptámos há quase 5 anos: este espaço nunca terá motivações comerciais, nunca exercerá qualquer tipo de restrição à informação que presta, nunca discriminará ninguém. Tal como já aconteceu no passado, continuaremos a cometer erros. Cá estaremos, como sempre, para os assumir e pedir desculpa.
Resta-nos agradecer a vossa colaboração activa neste projecto, que se manifesta cada vez que a ele acedem. Este é e será o nosso único retorno. Obrigado!

Pelo Quinto Naipe
Luís Oliveira

(21-10-2005)
Todas as atenções e expectativas estão viradas para os Campeonatos do Mundo, que começam amanhã, no Pavilhão de Congressos do Estoril. Tal como noutros eventos, estamos certos que Portugal saberá estar à altura da responsabilidade que lhe foi conferida. Dirigentes, jogadores e número significativo de filiados anónimos têm dedicado a este acontecimento uma enorme dedicação e prestam ao bridge nacional um inestimável serviço. Seguramente em nome de todos os amantes da modalidade, os nossos sinceros agradecimentos.
Aos jogadores e jogadoras nacionais uma palavra de incentivo e de confiança. É certo que irão dar o vosso melhor para dignificar as nossas cores. Façam-no com a vossa capacidade técnica e sentido de responsabilidade. Mas, acima de tudo, desfrutem o momento único que vão viver, com alegria.
Por mérito próprio, foram eleitos representantes de todo um colectivo. Estamos convosco! Boa sorte!

(20-10-2005)
O caso Buratti-Lanzarotti visto por João Passarinho
Sobre o sucedido em Tenerife, opondo o par italiano Buratti-Lanzarotti, ao israelita Roll-Bereket, embora não sendo jurista, não posso estar de acordo - nem eu, nem a quase totalidade dos jogadores de Bridge com quem debati este incidente - com a decisão que na altura tomou a Comissão de Recurso, por evidente falta de provas!
Numa abordagem simplista e objectiva (?) ao tema, e numa primeira análise, trata-se da "palavra de um, contra a palavra de outro", pelo que, não havendo testemunhas do ocorrido, por aqui não se chega a lado nenhum.
Resta, portanto, a análise à "linha de jogo" escolhida por Buratti.
A situação é, por demais, conhecida e tendo presentes as perguntas efectuadas a Buratti, pelo jogador que saiu a Ás de Copas e que posteriormente atacou Paus (supostamente uma quinta carta) , não choca a muitos "experts" - muito pelo contrário - a linha de jogo que Buratti elegeu.
Neste sentido, parece-me bastante "redutora"- e perigosa, acrescente-se, a análise que alguns fazem da situação, remetendo-se única e exclusivamente à análise estatística respeitando o manuseamento do naipe de Ouros.
Todos sabemos o peso de milhões de "variáveis estranhas", tantas vezes presentes neste jogo, pelo que carece de fundamento qualquer acusação baseada no manejo - pelo menos, não aberrante, insisto - de um determinado naipe.
Finalmente, não posso deixar de referir que estava presente neste torneio e que me tocaram as cartas de Norte.
A minha parceira, Maria Panadero, abriu de 2ST e após significativa reflexão, decidi marcar apenas 3ST.
Quando se estendeu o "morto" inadvertidamente esta perguntou: "Não fazes uma tentativa de 6?"
Com um sorriso, retorqui: - Neste torneio o naipe de Ouros está sempre mal repartido!
Tinha jogado todos os encontros e era, efectivamente, a sensação com que tinha ficado...
Sintetizando, custa-NOS a crer que a decisão da Comissão de Recurso tenha por base apenas os factos vindos a público, pois esses não NOS parecem incriminatórios!
Creio, veementemente, que todo o sucedido é muito mais complexo e obscuro, do que à primeira vista possa parecer.
Não parecendo oportuno (quem sou eu para o fazer ?) tecer juízos de valor - sempre subjectivos - sobre TODOS os intervenientes neste processo, ficamos por aqui...

João Gabriel Passarinho Franco Preto
(Doutorado em Ciencias do Comportamento Motor pela Universidade Técnica de Lisboa, em 1990, Profesor de Estatística e Métodos de Investigação Científica)


(07-10-2005)
O silêncio que caiu sobre os acontecimentos de Tenerife foi quebrado com um artigo de Andrea Buratti na revista Bridge Madrid, que aqui reproduzimos na íntegra. Uma peça importante, que traz novos e importantes dados para a apreciação do caso. Desde logo, pelo relato de aspectos processuais até agora desconhecidos. A confirmar-se a versão de Buratti, estaremos perante uma condução, no mínimo, estranha de todo o processo de audição dos jogadores visados. Por outro lado, as afirmações de Buratti desmentem as notícias postas a circular sobre um hipotético processo judicial de Lavazza contra o par e da quebra de solidariedade do sponsor americano.
Tal como previa no meu artigo de opinião anterior, muita tinta irá ainda correr antes de se apurar a verdade. Para bem do bridge, volto a formular votos que o assunto vá até às últimas consequências. Não fiz então e não faço agora juízos de valor, que considero precipitados. Até porque, ao contrário de alguns "iluminados", não tenho dados suficientes para os emitir. Mas recuso-me a ser interveniente, mesmo que passivo, num qualquer julgamento sumário. Até que a justiça apure a verdade e emita a sentença, continuarei a reconhecer aos acusados um direito comum a qualquer sociedade civilizada - o da presunção de inocência.
Luís Oliveira

TENERIFE 2005 - A DEFESA
Por Andrea Buratti
Me parece oportuno aclarar algunas cosas fundamentales inherentes a lo sucedido en el torneo de Tenerife. Han sido escritas y dichas muchas cosas que nada tienen que ver con la verdad, pero vista la pobreza de los relatores prefiero no darle importancia.
Lo que mas me ha dolido a sido la absoluta falta de buen sentido y de logica que han seguido a una ....accion premeditata.
Vamos a resumir superficialmente, por falta de tiempo y espacio, cada cosa por su orden:
- El director nunca ha venido a la mesa
- el partido ha sido siempre tranquilo y cordial al menos por mi parte
- he jugado la mano de una manera seguramente no classica, pero todo lo que ha sucedido en la mesa - hablo de bridge - ha incrementado notablemente mis posibiladedes de ganar el contrato como confirman jugadores de alto nivel y tambien un catedratico de estatistica
- en la Apelacion (de que? no estaba ninguna decision arbitral precedente) no me ha estado permitido tener un traductor, y por el contrario lo han mandado fuera!
- la sentencia, inimpugnable, presenta omision en el contenido y graves errores de derecho;
- no ha estado escrito que yo he declarado haber elegido la linea de juego despues que, el ataque, la larga pensada y el retorno a Trebol me han echo pensar la mala distribucion del Carro, cosa que sucedia a diario en Tenerife - apostilla esta y no ciertamente base de mi declaracion-
- Tras mi aclaramiento el que presidia, que de bridge comprende (o quizas preferia comprender) poco me ha preguntado porque hemos jugado los Europeos por Espana, demostrando su interes por la mano y su imparcialidad.
- Los juegos politicos han entrado en este asunto mucho mas de lo que se podia pensar; reflecionamos sobre el hecho que en poco tiempo estara la batalla por la presidencia de la Federacion Mundial y que podria recaer en Rona, a quien esta situacion podria o no podria favorecerle.
- Siempre he tenido el apoyo total tanto de Lavazza como de mi sponsor americano

Para concluir, siempre disponible para afrontar y profundizar cualquier tema, como estamos haciendo en otro ambito, os invito a una consideracion:
Una pareja que juega junta desde hace 14 anos un sistema creado de la nada "Nightmare" y con una vision y una filosofia de juego identica, una pareja ganadora, una pareja de la que se habla, muy seguida y sobretodo envidiada, casi siempre en el ojo del huracan...?es pensable que no haya tenido el tiempo y la capacidad para ponerse de acuerdo en segnalizaciones ilicitas que no fueran asi de absurdas y ridiculas...?
Y por ultimo...no pienso de necesitar que me digan tres veces la misma cosa para entender...........la presencia en la mesa siempre ha sido mi carateristica.

Andrea Buratti

(17-07-2005)
O CASO BURATTI - LANZAROTTI
Por Inocêncio Araújo

Os acontecimentos do recente Campeonato Europeu Open de Bridge, que envolveram o par italiano Buratti - Lanzarotti e o israelita Roll - Bareket, tem naturalmente merecido um grande destaque nos meios de comunicação da modalidade e sido objecto de inúmeros comentários, artigos de opinião e debates.

Como seria de esperar num caso deste tipo, em que a decisão da Comissão de Recurso (CR) foi tomada com base na presunção de que o declarante recebeu uma informação irregular do parceiro, a comunidade bridgística encontra-se profundamente dividida quanto à justeza da referida decisão.

Não sei se, para além dos próprios intervenientes, alguma vez alguém virá a ter a certeza do que na realidade se passou. Mas entretanto, e com base no que vai sendo dito e escrito, os observadores vão formando a sua opinião.

Porque sobre este assunto tenho lido e ouvido comentários chocantes, alguns deles atentatórios da mais elementar racionalidade e porque considero ter um razoável conhecimento do par Buratti - Lanzaroti, entendi dever participar no debate em curso.

Não me compete assumir a defesa ou acusar qualquer dos intervenientes. No entanto, esta intervenção, à semelhança de outras que venho realizando há bastantes anos, não será do tipo "descafeínado". Se este artigo suscitar dúvidas e reflexões em alguns dos leitores, terá sido útil escrevê-lo.

1. Os antecedentes

Andrea Buratti (55 anos) e Massimo Lanzarotti (46 anos) iniciaram a sua parceria há 14 anos, em 1991. Antes disso, Andrea Buratti venceu vários campeonatos italianos e europeus de pares, com diversos parceiros.

Como parceiros conquistaram inúmeros títulos nacionais e internacionais. Campeões italianos de equipas por 3 vezes. Campeões de Europa de selecções em 1995 e 1997. Campeões do Mundo de equipas open em 1998 (Rosemblum Cup). Vencedores do 2º IOC Grand Prix de selecções. Vencedores do Transnacional de Equipas em 2003. Vencedores do Cavendish em equipas por duas vezes, e em pares este ano.

Quem já teve oportunidade de defrontar o par Buratti - Lanzarotti terá certamente verificado, à mesa de jogo, a extrema correcção, simpatia e "fair-play" de ambos. Sobretudo Andrea, um genovês de gema, com um carácter mais expansivo e uma atitude mais comunicativa, deixou-me sempre a impressão de que encara o Bridge como um jogo e não como um trabalho. Massimo, mais reservado e com uma atitude de maior concentração, aparenta uma postura mais "profissional".

Fora da mesa de jogo, ambos revelaram sempre uma grande humildade, em contraste absoluto com a fanfarronice, a maledicência e a difamação gratuíta, atitudes infelizmente tão vulgares nos nossos dias.

Buratti - Lanzarotti criaram e desenvolveram, a partir de 1991, um sistema de marcação original, que conjuga a grande vantagem do "Precision" de abrir as mãos fortes em "1 Pau" com as restantes aberturas e respostas de base natural. Nas fases mais avançadas dos leilões, o "Nightmare" utiliza uma série de relés para melhor descrição das mãos. Ao contrário do que já tenho ouvido dizer por parte de pessoas mal informadas (ou mal formadas), este sistema nada tem de "obscuro", já que Buratti e Lanzarotti sempre divulgaram o mesmo, na revista da Federação e Italiana e noutras publicações da modalidade, forneceram cópias dos seus próprios apontamentos a quem lhes manifestou vontade de conhecer o sistema e acabaram por publicar um livro, publicação que despertou um grande interesse entre nós e veio a ser adquirida por um número significativo de jogadores portugueses.

Quem já teve oportunidade de defrontar, presenciar ou de alguma forma acompanhar Buratti e Lanzarotti em acção, como tem sido o meu caso desde os Campeonatos Europeus de Vilamoura (1995), reconhece no par um estilo de jogo muito peculiar. Nos torneios de pares, modalidade em que são muito menos assíduos, jogam quase todas as mãos para o "top ou zero": com fit em naipe rico jogam 3 sem trunfo, jogam contratos em trunfo com fit 4-3 quando o normal era estar a jogar sem trunfo, e são muito "agressivos" nas intervenções. Por ocasião da sua participação no Grande Prémio do Estoril, solicitei à organização do evento as folhas de registo de resultados, com o objectivo de analisar os do par Buratti - Lanzarotti. Pude então verificar que apenas num reduzido número de mãos eles tiveram resultados médios, em cerca de 1/3 das mãos tiveram resultados maus e em cerca de 2/3 tiveram tops e resultados próximos do top.

Em imp's, o estilo de marcação também é peculiar. O sistema não contempla vozes de convite para partida. Por exemplo, num leilão 1ª-2ª, qualquer voz do abridor abaixo de 4ª é uma tentativa de cheleme. Nos casos em que o abridor tenha uma mão de convite para partida, eles marcam a partida, tendo por base o conceito de que é preferível não dar pistas ao adversário para a derrotar e que algumas das que não há partida, já se perdia o contrato a nível 3. Por outro lado o sistema tem os desenvolvimentos necessários à detecção dos fits 4-4 em menores, o que nos casos das mãos da zona de cheleme permite maximizar o número dos que se marcam. As distribuições 6-4 e as mãos com singletons tem um tratamento muito elaborado no sistema. O "Nightmare" contem ainda uma série de mecanismos muito interessantes, como é o caso do "Turbo" que em determinadas sequências se afirma um número par ou ímpar de ases, sem que o parceiro tenha de consumir o espaço normalamente utilizado com as perguntas e as respostas do Blackwood.

É evidente que este estilo, o sistema e os resultados obtidos sempre foram "incómodos" para os adversários e provocaram reacções antagónicas na comunidade bridgística. Vivemos num mundo muito competitivo e o Bridge não foge à regra: estão em jogo muitos interesses, económicos e não só, que envolvem jogadores, patrocinadores, dirigentes desportivos e as próprias estruturas dos países que disputam entre sí a organização dos principais eventos.

Um par com o currículo de Buratti - Lanzarotti está normalmente sujeito a uma grande pressão. Nos torneios em que são permitidos espectadores ao vivo, a mesa onde jogam tem sempre o máximo da assistência autorizada pela organização. Responsáveis das instâncias internacionais (árbitros e dirigentes) têm veiculado a informação de que este par, entre outros, já foi filmado várias vezes a jogar, sem que se tenha verificado qualquer irregularidade.

Buratti e Lanzarotti mantiveram, a partir de 1998, uma relação conflituosa com a Federação Italiana de Bridge (FIGB). Buratti - Lanzarotti jogavam então com Lauria - Versace e Sementa - Angelini na equipa patrocinada por este último. Apesar das vitórias obtidas a nível interno e externo, o Seleccionador Nacional entendeu não convocar Angelini para o Club Azzurro, o que levou à demissão dos outros dois pares. Algum tempo depois, em 2001, Lauria e Versace viriam a mudar a sua posição e o empresário italiano viria a ser seleccionado para representar a Itália nos Campeonatos Europeus de 2002. Estes episódios, para além de divergências relaccionadas com o montante do subsídio a conceder aos jogadores ao serviço da Selecção Nacional, que no seu entender era desproporcionado face ao montante fixo anual auferido pelo treinador e seleccionador, mantiveram o par Buratti - Lanzarotti afastados da Selecção Nacional Italiana.

Sem prespectivas de poderem participar nos Campeonatos da Europa, representando a Itália, Buratti e Lanzarotti resolveram procurar uma alternativa que lhes permitisse manterem-se na alta roda do Bridge. Filiaram-se na Federação Espanhola, formaram equipa com Frances - Torres e Ventin - Lantaron, venceram o torneio de selecção e participaram no Campeonato da Europa de 2002. A Equipa de Espanha que até então nunca se qualificara para o Bermuda Bowl, alcançou, nesse ano, um brilhante segundo lugar.

Pouco tempo depois Buratti e Lanzarotti são convidados para integrarem o Team Lavazza.

2. Os acontecimentos de Tenerife.

A equipa Lavazza partiu para o último da fase de qualificação, numa posição desfavorável. Para conseguir o apuramento seria necessário marcar 19 ou 20 PV. O próprio treinador confirmou à CR ter referido o facto aos jogadores antes do encontro.

A mão da polémica, a terceira do encontro de 8 mãos, foi a seguinte:

 DADOR
Sul
VULN
Todos
ª A3
© J10
¨ J8543
§ KJ62
  LEILÃO

NORTE

ESTE

SUL

OESTE
 Lanzarotti  Bareket  Buratti  Roll
  1© 2¨ PASSE
2© PASSE 2ST PASSE
3ª PASSE 4¨ PASSE
4ª PASSE 5§ PASSE
6¨ PASSE PASSE PASSE
ª 87
© A765
¨ 7
§ Q97543

 NORTE
OESTE            ESTE
SUL
ª Q6542
© 9843
¨ Q106
§ 8 
  ª KJ109
© KQ2
¨ AK92
§ A10  
 

Após a saída ao ©A, o jogador em Oeste efectuou um certo número de perguntas ao declarante, nomeadamente sobre o ©K, que o declarante afirmou ter declarado a sua posse durante o leilão. Roll atacou então com o §9; Buratti fez a vaza com o §K e, após alguma reflexão, mandou jogar o ¨J. Bareket jogou o ¨6 e Buratti, após nova reflexão, deixou correr. O declarante acabou de destrunfar e reclamou as restantes vazas.

Nesta altura, Bareket dirigiu-se ao árbitro reportando que o jogador em Norte tinha visto o seu jogo e sinalizado ao parceiro a presença de 3 cartas de trunfo na sua mão, através da colocação de três dedos da mão direita sobre o braço esquerdo, sendo o mesmo sinal repetido mais duas vezes, uma com os mesmos três dedos colocados sobre o pulso da mão contrária e outra com os dedos colocados em cima da mesa.

Durante a audiência realizada posteriormente, Lanzarotti negou ter visto o jogo do adversário e informou a CR de que, devido ao facto de o seu olho esquerdo ter apenas 20% de visão, àquela distância e naquele ângulo não conseguiria distinguir as honras vermelhas.

A justificação de Buratti para a linha de jogo utilizada, de acordo com o conteúdo do acórdão da CR, baseou-se nos seguintes elementos:
- a saída de Oeste ao
©A sem que Norte tenha mostrado controle a ©;
- as perguntas efectuadas por Oeste após a saída;
- o facto de precisar de ganhar o encontro por 20 PV e as duas primeiras mãos não lhe terem sido favoráveis;
- o facto de na mão 24 e em muitas das mãos jogadas neste torneio os
¨ terem aparecido mal distribuídos.

A Comissão de Recurso, ouvidos os intervenientes, considerou que as razões evocadas pelo declarante para a adopção de uma linha de jogo com menores probabilidades de êxito "não foram convincentes e foram auto-incriminatórias". Mas pergunto: será que alguma outra razão apresentada pelo Buratti poderia ter sido considerada como convincente? As probabilidades são as que são e quem colocou a questão já sabia que não existia uma explicação científica para a linha de jogo seguida. Apesar de não conhecer os membros da Comissão de Recurso, que incluía dois juristas, acredito na avaliação do Rui Marques, pelo que não ponho em causa a competência dos seus membros, em termos de conhecimento e aplicação dos regulamentos. Mas o que é interessante neste caso é que ao ter colocado a questão a alguns dos melhores jogadores nacionais (aqueles que ganham os torneios ...) vários me disseram que teriam jogado exactamente como jogou o Buratti, naquelas circunstâncias, ou seja, com as perguntas efectuadas após a saída ao ©A e o ataque a § que indica pelo menos cinco cartas.

Aliás, num contacto que efectuei com Buratti, no sentido de ouvir a sua versão dos acontecimentos, ele referiu-me que uma das principais razões que o levou a jogar para a dama à terceira na passagem foi o ataque a §, o que, tendo feito parte da sua argumentação, estranhamente não vem referido no acórdão da CR.

Um último apontamento sobre as notícias que nos chegaram de Tenerife. Quando o acordão da CR foi transmitido, na reunião de capitães do dia seguinte, alguns dos presentes aplaudiram. Considerando as circunstâncias da decisão (palavra contra palavra, ausência de provas, inexistência de antecedentes e presunção de irregularidade), considero tal atitude no mínimo como vergonhosa, reveladora de invejas e frustações.

3. Consequências futuras

Com base na informação disponível não me parece ser lícito, a qualquer observador, condenar ou denegrir a imagem do par Buratti - Lanzarotti, a não ser por inveja ou outros interesses mesquinhos. À semelhança do triste episódio dos aplausos em Tenerife, estou convencido de que nem todos os que os tem tomado aquelas posições são pessoas frustradas, mas parece-me que todos os bridgistas frustrados aproveitaram a oportunidade para as tomar.

Salvo a existência de elementos que não são do domínio público, a decisão da CR tomada em Tenerife constitui, do meu ponto de vista, um perigoso precedente.

Cuidem-se os bridgístas, sobretudo os melhores. Se amanhã resolverem, sem elementos para tal, com 8 trunfos em linha e a faltar a Dama, jogar Ás e Rei e apanharem a Dama à segunda fora da passagem, correm o risco de virem a ser acusados de fazerem sinais; e se os juristas do Conselho Jurisdicional considerarem que a vossa explicação não é convincente, já sabem ...

O facto é que um dos melhores pares do Mundo foi e será concerteza afectado por uma decisão que para muitos de nós está longe de ser clara. Se a Lavazza entender não continuar a patrocinar um par que, justa ou injustamente, foi excluído dos Campeonatos da Europa, estarão abertas as portas para que outro usufrua do estatuto actual de Buratti e Lanzarotti. Se a Federação Italiana não quiser seleccionar um par que, justa ou injustamente, foi excluído dos Campeonatos da Europa, a Selecção Italiana ficará certamente menos forte.

Veremos a quem aproveitará os acontecimentos de Tenerife. Ao Bridge, como modalidade que idealizamos, não será concerteza.

(04-07-2005)
Pelo 1ª vez tive a curiosidade de ler atentamente as várias colunas que constantemente integram este Site.Ao lê-las atentamente, o qual me fez perder cerca de 1 hora, fiquei satisfeitíssimo por saber que ainda há gente no Bridge, que por amor à camisola, perde, de certeza, horas a fio, a tentar informar todos os amantes desta Modalidade de todos os eventos que vão decorrendo por esse mundo fora.
Dei por mim a pensar, que como praticante assíduo(penso que me posso integrar neste grupo), teria o dever de me candidatar a algum cargo dentro do organismo federativo.
É um facto, e contra mim falo, que felizmente, existem ainda bastantes pessoas válidas, para assegurarem o andamento do nosso Bridge.
Desta forma, expresso aqui os meus agradecimentos à equipe do Quintonaipe, pela qualidade apresentada neste site, e em especial ao Luis Oliveira, pela crónica apresentada sobre a selecção nacional. (Espero que os demais elementos não se ofendam, lollllllllllllllllllllllllllllllllll ).
Um grande abraço para todos vós

Carlos Ferreira

Meu caro Carlos,
Em nome de todos os elementos do grupo, os agradecimentos pelas simpáticas palavras. Continuaremos a trabalhar no sentido de melhorar, tendo como único objectivo contribuir para a divulgação e desenvolvimento da modalidade. Os incentivos de amigos e utilizadores como tu, dão-nos mais força e vontade para prosseguir até porque, sendo a página o resultado de um trabalho voluntário, sem qualquer objectivo comercial, a única receita que gera é o capital de simpatia que possa angariar.
Um abraço
Luís Oliveira

(02-07-2005)
Olá Luis,
Li com muito interesse o teu artigo e gostaria de juntar alguns comentários:
- de facto é tudo muito estranho, a começar pela forma da "comunicação", a redundância e a repetição da mesma.
- as declarações do par visado à Comissão são no minímo ridículas, especialmente vindas de 2 jogadores deste calibre.
Em relação aos factos, importa ter em atenção a mão de W:
xx
Axxx
X
Dxxxxx
Perante o leilão, é legítimo que o W pense que existem pelo menos duas possibilidades de produzir 2 vazas, e para acumulação de hipoteses é necessário sair ao Ás de copas. Pelo leilão, e sendo 3E MSS, N promete um pelo menos um 4/4 em menores, mas
o normal é mostrar um 5/4 e, embora não conheça todas as minudezas do sistema, também deve poder ser um 5/5.
Na perspectiva de W, que tem 6 cartas de Paus, é legítimo ter a expectativa que o parceiro tenha chicane (se tiverem 5 no morto é quase certo uma vez que o declarante não "pode" ter singleton). Daí a saída a Ás de Copas para ver o morto. À vista do morto (4 cartas de paus) na perspectiva de W a outra hipotese é o parceiro ter o Rei de Copas e foram neste sentido as perguntas de W a S. Tendo S confirmado a posse de Rei de Copas no leilão, restava a W atacar Paus como aliás fez (o timing das perguntas é péssimo, mas como tu mesmo referis-te o declarante é responsável pelas conclusões que tira das mesmas)
Perante este raciocínio, parece-me lícito "fazer" a Dama de trunfo na mão de E, uma vez que para W este naipe não entrava na "equação" para a 2ª vaza. O problema é que as explicação de NS, nomeadamente S, não tiveram nada a ver com isto.
Na minha modesta opinião, este é um caso típico em que a forma como se faz uma jogada é tão estranha que importa que quem a fez dê uma justificação que a torne minimamente plausível à luz dos acontecimentos e dos intervenientes.

Um abraço.
Miguel Matos

(28-06-2005)
Tenerife 2005 - O caso que marcou os Campeonatos (por Luís Oliveira)
Este tipo de competições costuma ficar na história pela excelência (ou não) da organização, pelo desempenho dos participantes e por marcações ou jogadas espectaculares, protagonizadas pelas estrelas da modalidade. No entanto, os campeonatos de Tenerife ficarão irremediavelmente ligados à face mais negra do bridge de competição, com a eliminação do par Buratti - Lanzarotti, por decisão da Comissão de Apelo, com base em factos supostamente ocorridos durante o último encontro de apuramento para a fase de knock out. Uma lamentável ocorrência, que promete fazer correr ainda muita tinta. Nos meios do bridge internacional, o facto caiu como uma bomba, desencadeando, de imediato, uma onda de reacções. A versão oficial é conhecida (e pode ser consultada na página de entrada), mas deve estar muito longe de ser a última etapa para o total esclarecimento do assunto, pelo menos assim o espero. Acredito que a decisão da Comissão de Apelo tenha sido tomada em plena consciência. Mas, pelo que me foi dado perceber, não lhes foi possível apurar os factos acima de qualquer dúvida razoável, já que as versões dos intervenientes são, substancialmente, diferentes. A decisão foi tomada não por conclusões objectivas sobre os factos, mas por deduções feitas pela Comissão, com base nos testemunhos recolhidos. Mesmo correndo o risco de estar (uma vez mais) a navegar contra a corrente, não posso deixar de considerar que este é um caminho perigoso e de consequências ainda imprevisíveis.
Não pretendendo (nem me competindo) defender a inocência do par italiano, também me recuso a aceitar a sua culpabilidade de uma forma tão simplista. Até porque, os efeitos deste caso não estão circunscritos ao par em questão, nem ao bridge italiano, apenas. Eles afectam a credibilidade de todo o bridge de competição, lançando um perigoso clima de suspeição sobre a modalidade. Confio que as altas instâncias do bridge europeu irão levar este assunto até às últimas consequências, reunindo provas cabais sobre a culpabilidade ou inocência dos diferentes intervenientes e que actuarão com mão pesada (mas justa) contra os eventuais prevaricadores.
Na memória, guardo o episódio que envolveu, há mais de 40 anos, Terence Reese e Boris Schapiro e cuja verdade nunca chegou a ser conhecida. Que a história não se repita!...
Com os riscos inerentes a quem está, à distância, a analisar um caso tão complicado e sensível como este, aqui ficam algumas reflexões.
Em primeiro lugar, os aspectos técnicos. Assim:
1 - O declarante (Buratti) está a jogar um cheleme em oiros, com as mãos e o leilão conforme o diagrama seguinte:
 Buratti  Lanzarotti
ª RV109
© RD2
¨ AR92
§ A10
ª A3
© V10
¨ V8543
§ RV62
2¨  
2ST (22-23, bal)  
4¨  
5§ (controlo)
2©  
3ª (Stayman para Menores?) 
4ª (controlo)  
6¨

A saída foi ao
©A. Depois da saída, foram feitas várias perguntas ao declarante, sobre o leilão. Sendo, como é óbvio, as inferências sobre este comportamento da defesa da exclusiva responsabilidade do declarante, não será esta atitude indiciadora sobre a colocação da ¨D? Por outras palavras, o que pensar de um jogador que, tendo saído a um Ás contra um cheleme, se de posse de uma outra carta significativa (a Dama de trunfo), tivesse resolvido questionar o declarante sobre o leilão, APENAS APÓS A SAÍDA?
2 - Por outro lado, a saída potencia, do meu ponto de vista, a expectativa no defensor de poder realizar mais uma vaza. Pelo leilão e, à vista do morto, será lógico concluir que essa expectativa resida no naipe de trunfo. Ou por ter 3 trunfos de Dama, hipótese que não serve ao declarante, ou por estar curto no naipe.
3 - Se o declarante decidir que as pistas apontam para os trunfos 3-1, é tecnicamente obrigatório partir de
¨V do morto. Sobre isto, não existe qualquer dúvida. Donde, a única questão está mesmo em saber o que levou o declarante a jogar para os trunfos 3-1. Julgo que a conclusão e os argumentos da Comissão de Apelo são, no mínimo, questionáveis.

Em segundo lugar, por razões de lógica dedutiva:
Tratando-se de um dos melhores pares do Mundo, será que, querendo utilizar métodos ilícitos para alcançar objectivos desportivos (que, neste caso e atendendo ao curriculum do par, nem sequer são muito significativos), não conseguiriam utilizar melhor forma de o fazer do que por TRÊS VEZES(!!!), de acordo com o testemunho do adversário, ter Lanzarotti destacado 3 dedos, de forma visível para o outro lado da cortina, alegadamente para mostrar ao parceiro a distribuição do naipe de trunfo? Não será este um método demasiado buçal e estúpido para ser real? Já agora porque não gritar a referida distribuição para ter a certeza de que o parceiro a ouvia? É como se, após cometer o crime, o seu autor ficasse no local à espera da polícia.

Finalmente, por questões de convicção. Pessoalmente, sou dos que acredita que é preferível deixar escapar um criminoso que castigar um inocente!

(14-07-2005)
AS EQUIPAS NACIONAIS (por Luís Oliveira)
JUNIORES
António Palma, João Barbosa, Nuno Dâmaso, Pedro Pratas, Rafael Braga e Ricardo Braga, capitaneados pelo seleccionador nacional, João Faria já estão em acção. Poderá encontrar toda a informação sobre o desenrolar na prova na nossa área dedicada ao bridge internacional. Boa sorte para os nossos jovens. Cá ficaremos a torcer por eles!
SENHORAS
Com a recusa de Mª João Lara em integrar a equipa nacional feminina, foi Inês Cunha a jogadora escolhida para completar o lote de jogadoras seleccionadas. A formação nacional é constituída por:
Ana Tadeu, Bé Oliveira, Inês Cunha, Isabel Ferreira, Paula Lima e Teresa Ramalho.
OPEN
Com a escolha do par Carlos Luís - Nuno Paz, está completa a equipa que representará Portugal na Bermuda Bowl. Não terá sido fácil a tarefa do seleccionador nacional, João Faria, dado o equilíbrio de valores entre os pares candidatos. Esta parece ser a escolha "natural", atendendo ao facto do par em causa ter integrado a equipa classificada em 2º lugar no Torneio de Selecção, para além de, ao longo da época, se ter destacado na maioria das provas de topo do calendário competitivo. A equipa nacional é constituída por:
Sofia Pessoa, Carlos Castanheira, Carlos Luís, Nuno Paz, Paulo Gonçalves Pereira e Rui Silva Santos.
SENIORES
A equipa nacional é constituída por:
Carlos Spínola Teixeira, J. A. Debonnaire, José Manuel Lampreia, Juliano Barbosa, Nuno Guimarães e Rui Pinto.

(09-06-2005)
AINDA AS SELECÇÕES NACIONAIS (II) - A OPINIÃO DE MIGUEL MATOS
Li o teu comentário e gostaria de dizer o seguinte:
- é mais que evidente que se está a trabalhar e, neste aspecto, acho que se trata de uma situação ímpar em Portugal pelos contornos com que o mesmo está a ser feito. Está de parabéns o Seleccionador e, naturalmente, a FPB por ter escolhido este caminho e este Seleccionador.
- no que respeita à Selecção Open (se é que se pode chamar assim) tenho a certeza que o 3º par será escolhido em breve (isto assumindo que os outros 2 estavam encontrados à partida, embora isso não decorra directamente dos regulamentos) e, partindo do princípio que os sistemas de cada par estarão praticamente afinados, que se comece também a "treinar" outros aspectos, nomeadamente como é que as parceirias vão "responder" aos demais sistemas e convenções que certamente vão encontrar. Sendo certo que em algumas situações este aspecto poderá ser "resolvido" em competição existem muitos
outros que são quase universais a nível internacional e que podem e devem ser resolvidas antes, até porque se pretende que as energias durante a competição sejam canalizadas para a mesa e a concentração seja máxima.
- o mesmo resulta claro para a Selecção de Senhoras, embora na minha opinião a escolha do 6º elemento esteja a tardar mais que o desejável.
- no caso da Selecção Senior não me parece que haja contestação em relação à escolha do seleccionador, pelo menos não da minha parte. O problema é, aparentemente, de coerência por opções feitos num passado recente, mas sobre isso não sei nem quero saber. Aquilo que me ocorreu foi que a escolha pecou por escassa, ou seja, podia perfeitamente ter-se seleccionado mais um Par. O Bridge Nacional precisa de muitas coisas, mas do que não precisa é de frustração, que deve ter sido aquilo que sentiram os outros Pares melhores colocados. Naturalmente que a figura do Seleccionador não é decorativa e acho muito bem
que não seja. Mas se as suas escolhas puserem em causa, sistematicamente, as classificações das provas de selecção, então se calhar mais vale optar por não as fazer e deixar a escolha dos 3 pares ao critério do Seleccionador com base nas suas observações das demais provas disputadas, o que eventualmente seria muito mais "claro" e demonstraria uma confiança plena e de facto na figura e na pessoa do Seleccionador, pºara além de não o deixar dependente de Calendários.
Na minha modesta opinião, e em tese, esta situação não me desagradaria de todo.
- quanto à Selecção Junior, acho uma excelente notícia. Uma das fraquezas do nosso Bridge de competição é a falta de experiência Internacional e trabalho de contiunuidade.

Um abraço Luis :)
Miguel Matos

(08-06-2005)
AINDA AS SELECÇÕES NACIONAIS (I)
Numa análise ao que tem sido o desenvolvimento do dossier Selecções, entendo que, de uma forma geral, o projecto da actual Direcção tem, até ver, um saldo francamente positivo. Em primeiro lugar, pelo passo que, em minha opinião, foi dado com a criação da figura de um seleccionador nacional, muito mais importante que a já enjoativa discussão em torno dos métodos de selecção. Em segundo lugar, porque se começa a ver algum trabalho de preparação das diferentes equipas. Em terceiro lugar, porque os projectos para as diferentes equipas têm, como qualquer projecto que se pretenda credível, um "owner", isto é, um rosto responsável. Para um projecto que está, como não poderia deixar de ser, em fase piloto, não se poderá exigir muito mais. Espero que a experiência frutifique e que seja possível avançar para outros desafios, como a definição de objectivos para cada representação nacional, a consolidação de uma filosofia competitiva estável e a criação de um departamento específico para a alta competição, dotado de meios técnicos e humanos que lhe permita desenvolver uma actividade regular ao longo de toda a época.
Postas as considerações gerais, vamos a uma análise mais detalhada, por selecção. Assim:

Selecção Open
O grupo de trabalho sofreu uma alteração relativamente à sua composição inicial, tendo saído o par Maria João Lara - Manuel Capucho (ao que julgo saber por opção própria) e entrado o par Tiago Canelas - Jorge Cruzeiro. Têm sido efectuadas várias sessões de trabalho das quais resultará a nomeação, pelo seleccionador, do par que se irá juntar aos já seleccionados - Sofia Pessoa, Jorge Castanheira, Paulo Gonçalves Pereira e Rui Silva Santos.

Selecção de Senhoras
Mantem-se um grupo de 5 jogadoras, que têm vindo a desenvolver preparação específica sob a orientação de Jorge Castanheira. Penso que tarda o preenchimento da vaga ainda em aberto. A hipótese de Mª João Lara poder vir a integrar o grupo de trabalho é a solução mais óbvia e consensual. Caso não seja possível, a equipa ficará mais fragilizada mas, pelo que se sabe, as diferentes hipóteses têm sido equacionadas dentro do grupo de trabalho. Qualquer que seja a solução, urge encontrá-la nos próximos dias.

Selecção de Seniores
Com tudo decidido, apenas uma referência à polémica sobre a escolha do 3º par. Francamente custa-me a entender as razões dos contestatários, principalmente daqueles que se congratularam, anteriormente, com a nomeação de um seleccionador e que agora contestam o facto de ele ter optado por um par classificado em 6º lugar, na prova específica de selecção, em detrimento do 3º e, já agora, do 4º e do 5º classificados. Afinal em que ficamos - seleccionador ou selecção automática?

Selecção de Juniores
Fiquei a saber, por consulta ao site oficial dos Campeonatos da Europa de Juniores, que Portugal se fará representar na prova. Ainda bem que assim é. Mas não posso deixar de lamentar que a decisão não tenha sido tornada pública. As representações nacionais são um dos aspectos mais importantes da vida federativa. Todas as decisões em torno desta matéria têm de ser transparentes e amplamente divulgadas. Não faz sentido que estas novidades sejam conhecidas desta forma, mais a mais quando, actualmente, a sua divulgação é fácil e pouco dispendiosa, bastando um simples e-mail para os Clubes e Associações Regionais. A falta de comunicação ou a sua circulação por canais paralelos, tem sido a grande responsável por muitas das situações conflituosas que têm atravessado o bridge nacional. Até quando?
Luís Oliveira

(22-05-2005)
NOVIDADES DAS SELECÇÕES
Está feita a escolha da equipa que representará Portugal na Seniors Bowl. Conforme constava do regulamento da prova, o seleccionador nacional designou os 2 primeiros classificados da prova de selecção, Rui Pinto - Juliano Barbosa e Nuno Guimarães - José Manuel Lampreia e escolheu o par Spínola Teixeira - J. A. Debonnaire entre os restantes participantes na prova. Face à incontestável capacidade técnica dos seleccionados e à sua larga experiência em competições internacionais, estão reunidas as condições para um bom desempenho dos representantes nacionais.
No que respeita à selecção feminina, está confirmada a contratação de Jorge Castanheira para treinador da equipa, tendo começado (finalmente!!!) os trabalhos de preparação. Ana Tadeu, Bé Oliveira, Isabel Ferreira, Paula Lima e Teresa Ramalho são as 5 jogadoras já envolvidas. A vaga em aberto será preenchida depois de conhecida a composição final da equipa open.

(10-05-2005)
AS SELECÇÕES NACIONAIS PARA A BERMUDA BOWL, VENICE CUP E SENIORS BOWL
A Direcção da F.P.B. difundiu o seguinte comunicado
Classificação a propósito do processo de selecção de uma equipa de Seniores para a Seniores Bowl a realizar em Portugal, em Outubro próximo. Através do site federativo, ficámos também a saber que está completo o grupo de trabalho do qual sairá a equipa representante de Portugal na Bermuda Bowl. O grupo é formado pelos 2 pares pertencentes à equipa vencedora da prova de selecção: Sofia Pessoa - Jorge Castanheira; Paulo Gonçalves Pereira - Rui Silva Santos, aos quais se juntaram os pares Mª João Lara - Manuel Capucho; Nuno Paz - Carlos Luís e Afonso Athayde - Nuno Matos.
Já quanto à selecção feminina que representará Portugal na Venice Cup, tudo permanece no "segredo dos deuses". Com duas das nossas melhores jogadoras nos trabalhos da Selecção Open e face à inexistência de pares de Senhoras com actividade regular, seria de esperar que fosse dada uma particular atenção ao problema. A cerca de 6 meses do evento, com o período de férias pelo meio, não parece que esta seja uma prioridade ou, sequer, uma preocupação federativa, pese embora algumas notícias "de corredor" que dão como certa a "contratação" de um treinador para esta área. Certo é que, com ou sem treinador, era já tempo de se saber quais são as ideias federativas para a equipa de Senhoras, qual o programa de trabalhos (se é que existe), qual o universo e/ou o critério de escolha, quem são as pessoas envolvidas no processo e quais as respectivas competências. Aguardemos!...

(16-04-2005)
LUÍS FORTE (1947 - 2005)
O bridge nacional está novamente de luto. O desaparecimento do Engº Luís Forte é, para além de uma perda irreparável para os familiares e amigos, um rude golpe para todos os que sentem e vivem o bridge de competição como um espaço de salutar convívio e de leal disputa. A todos os que tiveram o privilégio de com ele conviver, fica a sensação de um enorme vazio e de uma profunda tristeza. O Quinto Naipe e a Escola de Bridge associam-se à dor da família e amigos, conscientes de termos ficado irremediavelmente mais pobres. Impotentes para alterar o curso da vida, tantas vezes duro e cruel, resta-nos continuar a caminhada.
Aos sócios e dirigentes do Paris Bridge, manifestamos a nossa solidariedade e a convicção de que a melhor forma de honrar a memória do seu Presidente é continuar a obra à qual ele emprestou uma enorme e incondicional dedicação.
À família e muito em especial à Maria Helena, as nossas profundas condolências.

(21-03-2005)
Resposta à análise ao Relatório e Contas 2004 da Associação de Bridge do Centro (ABC) feita pela Federação Portuguesa de Bridge.

Vimos pelo presente prestar os esclarecimentos que nos foram solicitados pela Associação de Bridge do Centro (ABC) em mail do passado dia 19 de Março relativamente ao Relatório e Contas de 2004 da F.P.B. apresentado pela Direcção da F.P.B.:

Taxas de Amortização de Imobilizado Corpóreo: não sabemos se conseguimos interpretar correctamente a questão suscitada pela ABC a este respeito de qualquer forma, o valor das amortizações do exercício de 2004 diminuiu face a 2003 e não aumentou como , parece, depreender-se do teor da questão colocada pela ABC. As taxas de amortização de Imobilizado Corpóreo consideradas correspondem às estabelecidas na lei;
Quanto à diferença entre recebimentos orçamentados e efectivamente recebidos, a mesma resulta essencialmente da alteração na política de contabilização das taxas de licenciamento de 2003 para 2004, conforme explicado no Relatório, na redução dos proveitos com inscrições em provas organizadas pela F.P.B., nomeadamente provas regionais, e no valor de subsídios efectivamente recebido que ficou bastante aquém do orçamentado. No entanto, há a assinalar o aumento dos proveitos relacionados com homologações de provas e de proveitos suplementares, que no entanto foram insuficientes para compensar aquelas reduções. Estas são as principais variações. Outras rubricas tiveram igualmente variações mas de pouca expressão;
Da análise que fizemos da conta de Fornecimentos e Serviços Externos não conseguimos verificar a percentagem de aumento referenciada. Agradecemos que nos confirmem os valores que consideraram para obter o aumento referenciado;
Confirmamos o aumento de 4,1% nas Remunerações de Pessoal. Esse aumento foi deliberado pela anterior Direcção da F.P.B. e corresponde a um aumento mensal em termos absolutos de 25 Euros (ou 5.000 Esc.) a cada um dos funcionários;
Resultados Transitados vs. Resultado Líquido do Exercício: não sabemos se conseguimos interpretar correctamente a questão suscitada pela ABC a este respeito de qualquer forma. os Resultados Transitados reflectem os resultados líquidos de exercícios anteriores e não afectam o Resultado Líquido do Exercício (portanto, não determinam a sua razoabilidade). O Resultado Líquido do Exercício de 2004 será transferido para Resultados Transitados no Balanço de 31/Dez/2005.
Respeitamos, naturalmente, a decisão da ABC. No entanto, em nosso entender, o teor das questões acima suscitadas não justificam o sentido de voto expresso na Assembleia Geral de 13/Mar/2005 por esta Associação no que respeita à aprovação do Relatório e Contas de 2004. Lamentamos ainda que estas questões não tenham sido previamente apresentadas à Direcção da F.P.B. as quais seriam, certamente, objecto de esclarecimento, procedimento aliás adoptado perante outras Associações que igualmente solicitaram esclarecimentos. Esperamos, sinceramente, que em futuras ocasiões a ABC tenha oportunidade de colocar eventuais dúvidas ou pedidos de exclarecimento previamente às Assembleias Gerais.

Com os melhores cumprimentos,

Herculano Ferreira/Vítor Lopes

(20-03-2005)
Análise ao Relatório e Contas 2004 da FPB que sustentou a posição de não aprovação das mesmas contas por parte da Associação de Bridge do Centro - ABC

Em primeiro lugar gostaríamos de deixar bem vincada a posição da ABC relativamente ao voto de não aprovação das contas 2004 da FPB. Foi feito uso do mesmo em consciência e completamente fora dos parâmetros do livre arbítrio, aliás, de outra forma não poderia ser, até porque estatutáriamente se encontra legitimado.

Mais ainda, numa altura em que as actividades federativas se encontram decerto sobrecarregadas com a responsabilidade de organização do “Bermuda Bowl”, bem como a par de uma nova realidade desportiva por força da constituição das Associações Regionais, implicando ajustamento por parte da FPB para enfrentar esta nova realidade associativa condicionando também uma nova realidade económica e estatutária, não seria de bom tom não levar em linha de conta estes parâmetros e simplesmente votar desfavoravelmente as contas da FPB.

Assim, cientes destas novas responsabilidades e o que implicam no seio da direcção federativa, não querendo deixar de salientar o trabalho, decerto árduo, levado a cabo pela FPB e seus colaboradores por forma a manter acesa a chama daquele que é o nosso desporto, queremos deixar claro que o voto desfavorável tomou corpo nunca levando em linha de conta a falta de eventual seriedade por parte da FPB na gestão dos seus recursos, que nunca deverá ser posta em causa, mas sim da análise apenas técnica do relatório de contas em causa, pelo que passamos a enumerar os aspectos mais relevantes que condicionaram a nossa posição e que a serem devidamente justificados na próxima Assembleia de 30 do corrente poderá salvaguardar a aprovação das contas:

a variação da taxa de amortização de 2003 para 2004 é de 5.5% com as “Imobilizações Corpóreas” do exercício a reflectirem para a maioria das entradas do Balanço taxas da ordem de 25%;
diferencial entre valores orçamentados e efectivamente recebidos é deveras significativo, pelo que alguém deve explicar isto;
o diferencial de 14% de 2003 para 2004 relativamente à conta de “Fornecimentos e Serviços Externos” parece deveras exagerado;
4.1% de variação na conta “Remunerações de Pessoal”;
seria interessante poder-se explicar o valor dos “Resultados transitados” para aferir da razoabilidade do “Resultado Líquido do Exercício” do ano.
Sem querermos efectuar um estudo exaustivo sobre as contas de 2004, esperamos serem estes indicadores os suficientes por forma a merecer a atenção de quem poderá eventualmente reavaliar o “Relatório e Contas 2004” para obviar resultados mais consentâneos com uma imagem de boa gestão de recursos que afinal, por princípio, são também de todos.

A Direcção da ABC

(13-03-2005)
DIRECÇÃO DA F.P.B. ANUNCIA INTENÇÃO DE SE DEMITIR
No seguimento da Assembleia Geral da F.P.B. convocada para discussão e aprovação do Relatório e Contas e perante a reprovação da Assembleia do documento apresentado pela Direcção, o colectivo decidiu manifestar a sua intenção de se demitir, tendo a A.G. sido dissolvida. Inesperadamente, está aberta uma grave crise no bridge nacional, com consequências imprevisíveis, se atendermos aos importantes compromissos de curto-prazo - Grande Prémio de Portugal e organização dos Campeonatos do Mundo.
Pessoalmente, é muito crítica a minha posição relativamente à forma como a Direcção demissionária tem conduzido os destinos do bridge nacional ao longo do seu mandato. Neste espaço fui dando conta de algum desse descontentamento, embora mantendo um low profile propositado, por considerar não ser útil para os interesses do bridge nacional a manutenção de um estado de guerra permanente. Até porque sempre considerei e continuo a considerar que, independentemente das naturais diferenças de opinião e de filosofia, quem dá a cara para "mergulhar" nestas sempre revoltas e conturbadas águas o faz com boas intenções e com sentido de dever.
Não me irei pronunciar sobre os defeitos e virtudes do Relatório e Contas chumbado pela maioria dos votos da A.G. Foi uma decisão de um órgão soberano e, como tal, tem de ser respeitada. A questão que aqui se levanta é a de saber se foram esgotados todos os mecanismos para evitar uma radicalização de posições que culminou na atitude da Direcção. Estou em crer que a posição de quem votou contra se prende, sobretudo, com o efeito que teve a apresentação de um resultado financeiro preocupantemente negativo, consequência, é certo, de alterações significativas no edifício federativo mas, sobretudo, da legítima mas, ainda assim, questionável política da Direcção. E não falo apenas das 3 deslocações ao estrangeiro de representações nacionais, principalmente num ano de transição como este, em que eram de antever consequências gravosas para as finanças federativas. Falo também da filosofia implementada na regulamentação desportiva, com isenções e limitações à participação de filiados, de vária ordem, em todas as provas directamente organizadas pela F.P.B. o que, obviamente, contribuiu para um decréscimo nas receitas, para além de uma perigosa fragmentação dos filiados em grupos de interesses e motivações diferentes. Falo ainda do novo Regulamento de Classificação de Jogadores que, independentemente das suas virtudes e da imperiosa necessidade de se alterar o anterior Regulamento, criou um efeito psicológico negativo nos filiados comuns. Ser filiado é, para a grande maioria, ter a possibilidade de disputar as provas que entender, obter pontos de ranking e receber a revista federativa. Se lhes limitam o acesso às provas, se lhes reduzem os pontos de ranking obtidos à sua mais ínfima expressão, está criado o quadro para o seu abandono.
O meu balanço pessoal sobre a actividade da Direcção no seu primeiro ano de mandato é, como já disse, bastante negativo. Este balanço, a juntar a outras questões de índole pessoal, levaram-me à decisão radical de deixar de ser filiado, após 25 anos de intensa ligação à F.P.B., muitos dos quais "gastos" no desempenho de cargos federativos. Mas nada disto significa que não continue a sentir os problemas do bridge nacional, pelo que acho de extrema gravidade a situação agora criada. Espero, sinceramente, que seja possível encontrar espaços de consenso. Para o conseguir, é necessário que todas as partes envolvidas estejam dispostas a dialogar. Mas não pode ser um diálogo de surdos onde a posição negocial seja "ou nós ou o dilúvio...". Porque, se assim for, pela minha parte, que venha o dilúvio!
Luís Oliveira

ADIAMENTO DOS CAMPEONATOS NACIONAIS DE JUNIORES E SENIORES
Através do site Lusobridge tomámos conhecimento da decisão da Direcção da F.P.B. em adiar o Campeonato Nacional de Juniores e o Campeonato Nacional de Seniores para data a anunciar. Adianta a mesma fonte que a prova poderá vir a coincidir com o Torneio de Huelva. A confirmar-se a informação, continuamos a achar lamentável que as informações relativas a decisões da Direcção da F.P.B. cheguem primeiro a um site privado que ao site oficial da F.P.B. Convirá realçar que esta crítica nada tem a ver com o Lusobridge que se limitou (e bem!) a noticiar um facto relevante de que teve conhecimento. O que contestamos é o que vem sendo a metodologia da actual Direcção nesta matéria.
Verdadeiramente grave é a decisão de "empurrar" o Campeonato Nacional de Juniores para cima da época de testes e de exames, denunciando a pouca atenção que é dada ao bridge júnior e aos seus problemas específicos, mais a mais quando a causa do adiamento resulta de se terem esquecido de abrir as respectivas inscrições(!!!). Ciclicamente, assistimos a um "choradinho" sobre o não aparecimento de jovens jogadores. Será que alguém responsável percebe ou está interessado em saber porquê?
Luís Oliveira

(20-12-2004)
NOVO REGULAMENTO DE CLASSIFICAÇÃO DE JOGADORES (R.C.J.)
A Assembleia Geral da F.P.B. aprovou, por maioria, a proposta da Direcção para o novo R.C.J. Como todos os processos que envolvem alguma complexidade, este não foi um projecto pacífico. Em boa hora a Direcção da F.P.B. abandonou a sua posição de rigidez inicial que permitiu, em primeiro lugar, trazer o documento para a discussão pública e, em segundo lugar, introduzir algumas alterações ao projecto inicial que, não tenho dúvidas, nos iria conduzir a uma enorme controvérsia com resultados imprevisíveis para a normalidade da vida federativa que todos (ou quase todos) desejamos. Posta esta introdução, gostaria de deixar algumas ideias prévias, que fundamentam a minha posição sobre tão delicada matéria. Assim:

1 - Partilho com a quase totalidade dos filiados a opinião de que o R.C.J. ainda em vigor até ao final do ano, está fora de prazo. Já não embarco no facilitismo dos adeptos da crítica fácil, que o apontam como a causa de todos ou quase todos os males que afectam o bridge nacional. O seu pior defeito, em minha opinião, foi o de não ter sabido envelhecer naturalmente. À medida que as rugas se foram acentuando foi-se tentando, por tempo demais, disfarçar a velhice com algumas plásticas, com resultados práticos negativos.
2 - Com a proliferação de torneios e de Festivais, o ranking de jogadores foi perdendo a sua vertente qualitativa, em favor da quantidade de provas que cada filiado jogava ao longo do ano. O que, obviamente, foi introduzindo distorções "perigosas" na verdade desportiva da classificação de jogadores, principalmente na faixa onde as expectativas são mais acentuadas e que se situa entre os classificados em 1ª Copas e 2ª Espadas. Quanto aos jogadores classificados em 1ª Espadas, não creio existirem dúvidas quanto à justeza da classificação e o mesmo se passará para jogadores dos escalões inferiores que, por sinal, inclui a grande maioria dos filiados.

 

A SELECÇÃO NACIONAL EM ISTAMBUL

 23/10  24/10  25/10  26/10  27/10  28/10

 29/10
 30/10  31/10  01/11 02/11   03/11  04/11  05/11  06/11

06-11-2004
Em Open, a Itália é, como tudo indicava, a grande vencedora das XII Olimpíadas de bridge. Fica ainda o registo para a formação da Holanda, medalha de prata, que nunca baixou os braços. Com uma selecção muito jovem, os holandeses prometem dar que falar. Ainda relativamente à prova Open, publicada que está a classificação Buttler, realce para o par Paulo G.Pereira - Jorge Cruzeiro, que terminaram positivos (0,17 Imp's/mão). Sofia Pessoa - Rui Silva Santos ficaram com um saldo praticamente nulo (-0,05 Imp's/mão) enquanto o par Jorge Castanheira - Nuno Mascarenhas terminou com -0,27 Imp's/mão, pagando o facto de não terem rotina de par o que, para provas desta natureza, é "fatal".
Na competição universitária, a Polónia venceu, seguida da Bélgica e dos E.U.A., nos restantes lugares do pódio. No transnacional, vitória para a equipa Auken, onde pontificavam grandes nomes do bridge internacional, como Sabine Auken e Paul Chemla.
Termina aqui a cobertura que fizemos destas Olimpíadas. Ao longo de 15 dias tentámos dar, passo a passo, as notícias do que mais importante se foi passando, com particular destaque para o desempenho das formações nacionais. Esperamos que este trabalho vos tenha agradado.

05-11-2004
Com quase tudo decidido, face à grande vantagem dos italianos frente aos holandeses, a 3 segmentos do fim, os grandes destaques destas Olimpíadas vão para a Rússia e China, potências emergentes na modalidade. Para a China, dois quartos lugares em Open e Senhoras e o 9º lugar em Seniores. Para a Rússia, uma medalha de bronze em Open e uma tão inesperada quanto merecida medalha de ouro em Senhoras, frente às americanas, fizeram história. A final de Senhoras ficará, seguramente, registada como uma das mais bem jogadas e mais emotivas de sempre.
Publicada a classificação Buttler para a prova de Seniores, regista-se a excelente prestação do par Rui Pinto - Bernardo Ferreira, em 12º lugar.
Finalmente, na competição de mistos, a formação luso-brasileira terminou num honroso 24º lugar.

04-11-2004
Rússia em Open e Inglaterra em Senhoras, conquistaram a medalha de bronze das respectivas competições, ao vencerem a China que, em ambos os casos, se teve de contentar com a 4ª posição. Na final Open a Itália vai construindo uma vantagem assinalável sobre a Holanda, 38 Imp´s no final do 3º segmento, enquanto que na competição de Senhoras, com um 3 segmento fantástico (51 Imp´s de diferença em 16 mãos), a Rússia ultrapassou os E.U.A., estando agora com 4 Imp´s de vantagem. Neste segmento assistiu-se a um bridge de altíssimo nível, com mãos espectaculares, no que pode ser considerado um verdadeiro hino à modalidade. Das muitas situações dignas de realce, destaco a seguinte mão
.
Na competição de mistos, a formação luso-brasileira começou bem o dia, mas uma derrota pesada no último encontro levou-a para a 30ª posição. Amanhã é um dia decisivo para as aspirações da equipa.

03-11-2004
Sem surpresas os últimos segmentos das meias-finais. Itália e Holanda são as finalistas em Open, E.U.A. e Rússia lutam pelo ouro em Senhoras. Na competição paralela a este evento, o transnacional de equipas mistas, a formação luso-brasileira teve um dia muito positivo, encontrando-se numa excelente 14ª posição.

02-11-2004
Com dois de 6 segmentos já jogados na competição Open, a Holanda ganha alguma supremacia sobre a Rússia, enquanto que, no outro encontro, se mantem o equilíbrio entre China e Itália. Na competição de Senhoras, os E.U.A. têm uma vantagem substancial sobre a China, enquanto Inglaterra e Rússia se mantêm muito perto uma da outra. Altura também para, sem grandes riscos, apostar na Itália e nos E.U.A. como os grandes favoritos à vitória final, nas competições respectivas.
Começou, entretanto, o Transnacional de Equipas Mistas, com os portugueses Mª João Lara e Manuel Capucho, emparceirados com os brasileiros Leda Pain e Gabriel Chagas, na 75ª posição, no final de 2 encontros, mas com muito bridge ainda para jogar...

01-11-2004
No Open, os quartos-de-final não se verificaram surpresas. Holanda, Rússia, China e Itália estão nas meias-finais. Na competição de Senhoras aconteceu (como já vem sendo habitual) grande dramatismo no encontro Inglaterra - França. Com efeito, as francesas venceram 4 dos 5 segmentos mas... foram eliminadas. Tudo isto porque, no 4º segmento de 16 mãos, perderam "apenas" por 62 - 9 !!! Assim sendo, estão nas meias-finais Inglaterra, E.U.A., Rússia e China. O grande destaque vai para a presença de Rússia e China nas meias-finais das 2 competições. A cada vez maior popularidade do bridge nestes dois gigantes é uma boa notícia para a modalidade, em estagnação ou mesmo em decréscimo nos países onde a sua influência tem sido mais significativa.

31-10-2004
A nossa equipa de Seniores terminou a sua prestação num razoável 19º lugar, com uma média superior a 15 P.V. e um saldo positivo no balanço entre vitórias e derrotas - 14 vitórias, 1 empate e 13 derrotas. Parabéns a todos!
No Open, o encontro Itália vs E.U.A. dominou todas as atenções e não desiludiu. Bom bridge, emoção e incerteza no resultado até ao final. Destaque para a eliminação da França e para a China que, cada vez mais, se confirma como uma grande potência na modalidade. Os quartos-de-final já estão aí...

30-10-2004
Os nossos representantes seniores continuam em boa forma, com 12 vitórias, 1 empate, 12 derrotas e uma assinalável média de 15 P.V. Taiwan, Israel e Espanha são os últimos obstáculos a ultrapassar, amanhã.
No Open, para além desse fantástico Itália - E.U.A., de desfecho imprivisível, há a registar o confortável avanço da China sobre a Islândia (95 P.V. de diferença) e os 31 P.V. de vantagem da Hungria sobre a França, quando faltam jogar 2 segmentos desta eliminatória.

29-10-2004
A crónica de hoje começa com os Seniores, que continuam em competição até Domingo. A prestação da nossa equipa tem sido positiva. António Leitão, Bernardo Ferreira, Jorge Monteiro Santos, José Dias, Luís Travassos e Rui Pinto, têm-se batido com galhardia, registando uma média de 14,8 P.V., com 11 vitórias, 1 empate e 11 derrotas e vários desempenhos interessantes contra equipas mais fortes, como sejam as vitórias sobre França, Turquia, Dinamarca, Bélgica, Paquistão e Polónia. Para amanhã apenas 2 encontros, contra Japão e Suíça. Boa sorte!

A equipa Open terminou a sua prestação em Istambul numa modesta 12ª posição, com 7 vitórias, 10 derrotas e 13,8 P.V. de média. Se, durante algum tempo, foi possível sonhar com uma posição de apuramento ou, pelo menos, na primeira metade da série, depressa se regressou à realidade. Algo me diz que está aberto mais um período de análises inflamadas, oriundas de comentadores especializados, que tiram da cartola a selecção perfeita ou o método ideal para lá chegar. Dos que pensam, alguns convictamente, que se fossem eles ou alguém por eles escolhidos os resultados seriam diferentes.

O que me leva, uma vez mais, a alertar para a urgente necessidade de se rever a política federativa para a alta competição. Um problema que não é desta Direcção, mas de todas as que tenho conhecido, incluindo aquelas a que tive a honra de pertencer, nos mais de 20 anos que levo nestas andanças. É tempo de nos deixarmos de discussões estéreis sobre os métodos de selecção, na procura obsessiva da solução perfeita, qual cálice sagrado, cura miraculosa para a doença provocada por uma total ausência de projecto de alta competição, por uma completa cegueira estratégica de médio e longo prazo. A culpa dos nossos sucessivos fracassos desportivos não tem, propriamente, um rosto. Não é imputável a este ou a outro Presidente, a esta ou qualquer outra equipa directiva. A culpa é de teimarmos em construir a casa pelo telhado. Falta um projecto de alta competição que inclua um programa continuado de preparação, treino e competição específica para representações nacionais. Falta, acima de tudo, coragem política. Até quando?

Muito menos se podem culpar os jogadores que nos representam. Todos eles dão o seu melhor e se mais não fazem é porque não estão a combater com as mesmas armas que a grande maioria dos seus opositores. Não se pode competir, a este nível, sem trabalho de casa feito. Sem preparação de pares e de equipa. Sem solidez competitiva, sem preparação física e psicológica para o tipo de pressão a que se está sujeito numa competição deste tipo.

O principal problema é que tenho muitas dúvidas que algo se vá alterar, de forma significativa, a curto prazo. Para saber porquê, bastará olhar a proposta de orçamento federativo para o próximo ano civil, onde aparecem previstos ZERO EUROS (!!!) de despesas com a anunciada preparação e treino das equipas nacionais para a Bermuda Bowl e Venice Cup. Ou seja, à boa maneira nacional, muita parra (leia-se, regulamentos, leis, determinações, comunicados, etc...) e pouca uva.

Aos nossos representantes na prova Open, jogadores e capitão de equipa, uma palavra de solidariedade e de apreço pela disponibilidade em estarem ali, na boca do leão, em representação do bridge nacional. Fizeram, como todos os que vos antecederam, o que vos foi possível. Obrigado por isso !

Luís Oliveira

28-10-2004
Com o apuramento completamente fora do horizonte, a equipa nacional Open continua a bater-se pela melhor classificação possível. No entanto, um calendário muito difícil nesta recta final deixa poucas hipóteses para subidas significativas na actual classificação (11º ex-aequo). O dia de hoje começou com uma derrota pesada contra a Indonésia (6-24), uma vitória tangencial contra uma Espanha sensacional, que continua a ter legítimas esperanças em ser apurada e uma derrota "natural" frente ao Brasil (9-21). Paquistão e Suécia, 5º e 4º classificados actuais, são os dois últimos adversários. Vamos lá dar um ar na nossa graça...!
Os seniores continuam a fazer uma prova muito regular (14,5 P.V. de média) o que se pode considerar positivo, tratando-se de uma equipa constituída por parcerias pouco rotinadas.

27-10-2004
A nossa equipa Open comprometeu hoje, seriamente, as suas aspirações a um lugar na fase de K.O. Uma vitória escassa sobre a Lituânia (17-13) e duas pesadas derrotas, frente ao Japão (6-24) e à Jordânia (8-22), deixando-nos em 10º lugar, a 25 P.V. do apuramento e com um calendário final "impossível" - Indonésia, Espanha (a fazer uma prova notável mas com um resto de calendário muito difícil), Brasil, Paquistão e Suécia. Mas até ao lavar dos cestos é vindima e, mesmo que o apuramento pareça longínquo, há que dar tudo para alcançar a melhor classificação possível. Amanhã esperam-nos a Indonésia, Espanha e Brasil. Há que não desanimar!
Nos Seniores, uma excelente vitória contra a Dinamarca (19-11), duas vitórias suadas contra equipas, teoricamente, mais fáceis, Irlanda (17-13) e Bélgica (16-14) e uma derrota pesada contra a Itália (7-23) que, até essa altura, estava a fazer uma prova bastante modesta. O saltinho na classificação, previsto ontem acabou, afinal, por acontecer mas... para trás! Fica para amanhã, onde nos esperam Escócia, Guadalupe, Suécia e Paquistão.

26-10-2004
Mais um grande dia para as hostes nacionais. No Open, derrota tangencial contra a França (14-16) e boas vitórias contra República Checa (24-6) e Botswana (19-11) colocam-nos num bom 7º lugar da classificação, a apenas 6 pontos do apuramento. O dia de amanhã poderá ser decisivo para as nossas ambições. Início contra a Lituânia, seguido de um encontro muito difícil contra o sensacional Japão, comandante do nosso grupo e a Jordânia para encerrar. Uma prestação semelhante à de hoje, entre 57 e 60 P.V. será importante para nos manter na corrida e para alimentar o sonho!
Ânimo não falta à nossa equipa, conforme testemunho recebido do n.p.c., Paes de Carvalho. Ficamos todos a torcer por mais boas notícias...
Nos Seniores, duas vitórias (País de Gales e Turquia) e duas derrotas (E.U.A. e Nova Zelândia), deixaram-nos no mesmo lugar (17º) com que iniciámos o dia. Dos 4 encontros de amanhã, um é contra a forte equipa dinamarquesa e três contra formações do nosso campeonato - Irlanda, Itália e Bélgica. Vamos lá dar um saltinho na classificação!

25-10-2004
Depois de um começo comprometedor, aí estão as nossas equipas ao seu nível. Na competição Open, os 65 PV amealhados colocam-nos no 9º lugar do grupo mas, melhor ainda, a apenas 11 PV do apuramento para a fase seguinte o que, a acontecer, seria um feito histórico para o bridge nacional. Está tudo em aberto. Amanhã temos a França, líder do grupo mas com quem costumamos fazer bons resultados, República Checa e Botswana, equipas perfeitamente ao nosso alcance. Com 60 P.V. na jornada que nos espera fica tudo em aberto. Vamos a eles !...
Nos Seniores, a jornada foi também positiva, com uma derrota pela margem mínima contra a sempre perigosa Alemanha e três vitórias sobre França (16-14), Austrália (21-9) e Costa Rica (16-14). Uma vez mais a Costa Rica a ficar com boas recordações de Portugal, fazendo contra nós metade dos pontos até então conseguidos nos 7 encontros anteriores (!!!). Amanhã espera-nos a forte formação americana e depois Nova Zelândia, País de Gales e Turquia, formações do "nosso campeonato". Boa sorte !

24-10-2004
Começou de forma absolutamente desastrosa a prestação da equipa nacional Open em Istambul, com uma derrota tão pesada quanto inesperada contra a Costa Rica (5-25). Os restantes resultados do dia, apesar de derrotas, podem ser considerados normais (14-16 contra a África do Sul e 11-19 contra a Grécia). Amanhã vamos ter uma excelente oportunidade para recuperar o ânimo e subir aguns lugares na classificação, defrontando 3 equipas, teoricamente, ao nosso alcance - Bósnia, País de Gales e Bermuda.
A nossa equipa de Seniores também não começou bem. Três derrotas contra Canadá, Inglaterra e Áustria (12-18; 6-24 e 14-16, respectivamente) e uma concludente vitória sobre o bye, colocam-nos no 24º lugar. Amanhã, os nossos opositores serão Alemanha, França, Austrália e Costa Rica.
Boa sorte a todos !

24-10-2004
Começa daqui a pouco a 12ª edição das Olimpíadas de bridge com a equipa Open a ter pela frente uma incógnita chamada Costa Rica, seguida de dois encontros difíceis contra a África do Sul e Grécia. Um bom começo seria o ideal para ganhar confiança. Boa sorte!

(20-10-2004)
SELECÇÕES NACIONAIS - REGULAMENTOS
Feita a "digestão" do Regulamento para as Selecções divulgado pela F.P.B., aqui fica a prometida análise.
Em primeiro lugar, saúdo a coragem federativa pela nomeação de um seleccionador nacional único. Trata-se de uma medida que há muito se justificava para se poder ambicionar a ter um projecto de futuro. A personalidade escolhida dispensa apresentações. João Faria é uma figura consensual, com muitas provas dadas no bridge nacional e que saberá contornar as muitas dificuldades com que se vai deparar. O âmbito da sua intervenção será diferente de selecção para selecção, em função das especificidades de cada uma. É sabido que o universo de filiados juniores e o exíguo número de parcerias de senhoras, exige que as respectivas selecções sejam feitas por escolha directa. Por outro lado, é fundamental que, para além da escolha de nomes, o processo contemple uma fase alargada de preparação e treino de parcerias. Estando estes aspectos devidamente acautelados nos Regulamentos divulgados, acredito que se está no caminho certo. Rigor, transparência e trabalho são as receitas essenciais para se poder esperar retorno no investimento feito. O tempo dirá se este caminho, a ser trilhado, conduzirá ou não a melhores resultados desportivos.
No caso da Selecção Open, a questão é, substancialmente, diferente. O universo de escolha é grande, se comparado com os anteriores, e parece-me óbvio que um dos principais factores de escolha terá de ser o desempenho desportivo. Mas, se bem percebi o Regulamento, não é verdade que o papel do seleccionador seja aqui meramente decorativo. Pelo contrário, ele tem um papel decisivo, uma vez que lhe compete nomear a Selecção, não sendo obrigado a basear a sua decisão exclusivamente nos resultados desportivos (ponto D4 do regulamento específico). É curioso verificar que alguns "comentadores", que sempre reduziram a discussão em torno da Selecção Open ao respectivo método de escolha, venham agora criticar o regulamento federativo, por considerarem que o seleccionador tem poucos ou nenhuns poderes.
No que respeita à regulamentação desportiva, não vou perder muito tempo com o modelo encontrado pela F.P.B. É um modelo com virtudes e defeitos como qualquer outro, estando ainda por aparecer o modelo consensualmente perfeito. Aliás, o melhor exemplo disto mesmo está nas (in)conclusões a que nos conduziu o inquérito federativo sobre o assunto. Alguém de boa-fé acha que um inquérito alargado a todos os filiados, por exemplo, conduziria a resultados diferentes? Arrisco apostar que o único dado com alterações significativas seria a taxa de abstenção. Para o universo escolhido rondou os 50%(!!!), num universo mais alargado seria muito superior.
Não posso, no entanto, deixar de referir alguns pontos que considero negativos.
1 - No que respeita à política de substituições, não concordo com as limitações em função do ranking. Não faz sentido que, num torneio de selecção estas limitações existam. Mais a mais quando, atendendo aos reconhecidos problemas com o ranking de jogadores ainda em vigor, se acaba por distorcer ainda mais a verdade desportiva. Não será necessário procurar muito para encontrar inúmeros casos em que a substituição de jogadores por outros de categoria inferior (permitida pelos regulamentos) resulta numa clara mais-valia para a nova parceria, sendo certo que o contrário é igualmente verdadeiro. Já quanto à não permissão de jogadores eliminados em fases anteriores virem a integrar parcerias diferentes, a medida parece-me óbvia. Até mesmo no futebol, cujas virtudes estão longe de constituir um exemplo para quem quer que seja, os jogadores não podem trocar de clube quando lhes dá na gana (vide a regulamentação em provas de topo, como é o caso da Liga dos Campeões em que um atleta, mesmo trocando de clube dentro dos limites legais permitidos pelas federações nacionais, não pode participar pelo seu novo clube na prova se, na mesma época, já o fez pela anterior equipa).
2 - Quanto ao número de mãos em cada uma das fases, parece-me haver aqui alguma contradição entre o número de mãos da 1ª fase e o da 2ª fase. Para esta fase, o ideal seria disputá-la em 2 voltas ou com mais mãos por encontro. A ausência de datas disponíveis no calendário será, como o foi no passado, um dos principais condicionantes. Para o futuro, talvez seja de fazer coincidir as fases mais avançadas das provas de selecção com outras provas do calendário federativo, libertando alguns fins-de-semana...
3 - A 3ª fase poderá levantar alguns problemas e, consequentemente, mais polémica. Não que esteja contra a constituição de equipas, antes pelo contrário. Mas obrigar, por exemplo, três pares apurados, habitualmente parceiros de equipa, a decidir quem são os dois pares que ficam e qual é o "dispensado", parece-me uma grande "violência". De qualquer forma, o emparceiramento de pares em equipas nas últimas fases da competição parece-me uma medida inteligente...
4 - Um problema comum à 3ª e 4ª fase é o horário de início das sessões jogadas à 6ª feira. Numa palavra - INEXPLICÁVEL!
Meus caros amigos da F.P.B., neste País há gente que trabalha. Então começa-se a jogar às 5 da tarde de um dia de semana, para libertar as manhãs de Sábado e de Domingo? Só pode ser uma brincadeira de mau gosto. Nenhuma razão pode justificar uma atitude destas, porque ela traduz, por si só, um imenso desrespeito pela maioria dos jogadores e uma visão perigosamente elitista e centralista da modalidade. É "o joga quem pode" em vez de ser "o joga quem gosta". É o sinal de que se pensa (e pouco) nos jogadores de Lisboa e se ignoram as consequências para todos aqueles que vêm de fora. Com esta infeliz decisão compromete-se todo um regulamento que, em termos globais, me parece apresentar sinais muito positivos.
Será que esta inqualificável atitude não está a tempo de ser devidamente corrigida? A palavra à Direcção da F.P.B.!
Em resumo:
Bravo pela coragem manifestada na nomeação de um seleccionador !
Bravo pela escolha do seleccionador !
Bravo, meu caro João Faria, pela coragem demonstrada em aceitares um cargo tão complicado!
Bravo pela fórmula encontrada, que pretende fazer a ponte entre os diferentes métodos possíveis! Quanto mais não seja, devemos ao modelo agora proposto o benefício da dúvida, sabendo que, até hoje, nenhum modelo implementado (nem aqui nem, que eu saiba, em lado nenhum) recebeu os votos de uma larga maioria de praticantes.
O meu vivo protesto pela escolha dos horários da 3ª e 4ª fases!

Luís Oliveira

INSIRA AQUI O SEU COMENTÁRIO

voltar à página principal

 

(8-10-2004)
NOVIDADES NAS SELECÇÕES NACIONAIS
A F.P.B. anunciou a nomeação do João Faria como seleccionador nacional de todas as selecções. Se bem que se tenha de aguardar pela regulamentação específica para cada uma das provas, a medida constitui, por si só, uma boa notícia para o bridge nacional. Não só pela personalidade escolhida, que me parece reunir um largo consenso, mas, sobretudo, por ser a manifestação de que algo se pretende mudar realmente no bridge de competição. Curiosamente, quase em simultâneo com este anúncio, foi também publicado o resultado do inquérito que a F.P.B. enviou a um conjunto de filiados, para aferir sobre as suas preferências quanto aos métodos de selecção. Notável o facto de apenas terem respondido cerca de 50% dos inquiridos!!! Dos que se dignaram responder, as conclusões são nulas ou quase, já que a opiniões se dividiram de forma equilibrada pelas diferentes hipóteses colocadas. O que só vem demonstrar que não é, de facto, pela escolha do método de selecção que vamos a algum lado. Aguardemos agora pelo projecto ou projectos do seleccionador nacional. Será que é desta? Força, João!!!
Uma referência final para a forma escolhida pela F.P.B. para difundir informação de tão grande importância para a vida federativa. Com efeito, está a tornar-se um hábito que as notícias de relevo, que dizem respeito a todos os filiados, estejam a ser veiculadas através de um site privado, onde aparecem antes de estarem no site oficial da F.P.B.
É um facto que os sites Lusobridge e Quinto Naipe têm sido, ao longo dos últimos anos, os veículos mais importantes, quando não mesmo os únicos, para a divulgação dos assuntos relacionados com a modalidade. Mas é estranho que estando agora activo e sendo actualizado com regularidade o site oficial da F.P.B., as notícias federativas apareçam, em primeira mão, num dos sites privados. Distracção? Mais provável é que a F.P.B. ignore a existência do Quinto Naipe. Pelo menos, este não tem sequer direito a link no tal site oficial. Sinais dos tempos...
Que fique registado que nada disto tem a ver com o site Lusobridge, que se limita a publicar as notícias relevantes e que, nesse sentido, presta um bom serviço aos seus utilizadores. É à F.P.B. que compete definir e gerir a política de informação. Digo eu, que seria de esperar que a informação oficial fosse distribuída aos diferentes intervenientes em simultâneo e com igual tratamento. Assim não parece ser o entendimento da F.P.B.
Enfim, pode ser que aos frequentadores deste site seja fixada uma quota anual correspondente à sua qualidade de filiados de 2ª. Para que não seja tudo prejuízo...

Luís Oliveira

INSIRA AQUI O SEU COMENTÁRIO

voltar à página principal

 

(11-9-2004)
6º World Master Individual - Senhoras
Maria João Lara classificou-se em 11º lugar na sexta edição da prova Generali World Master Individual de Senhoras, disputado em Verona, Itália, de 8 a 10 de Setembro. A sua prestação, entre as 28 participantes, dignifica a presença portuguesa entre as grandes senhoras do bridge mundial.

 

 

(4-9-2004)
"NAIPE FALADO
CABIDES E AMOR DA PÁTRIA
"Cabide-o bem!" Com esta frase, colocada na boca de um velho baleeiro do Pico no romance "Mau tempo no canal", remete Vitorino Nemésio para uma nota de rodapé em que esclarece que "cabidar" é um termo do dialecto picaroto que significa castigar.
Muitos são os jogadores de bridge que se interrogaram sobre a origem do termo "cabide". Consultados dicionários diversos, há os que apenas definem o termo tal como o conhecemos das mesas de bridge, mas há outros que o definem como castigo e de origem açoriana.
José Pedro Machado, no Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, cita uma situação em que o castigo era aplicado num navio a um marinheiro. Da origem, pouco mais conseguimos saber. Mas numa tentativa de esclarecer melhor as questões, acabamos por chegar à fala com Manuel Tomaz, director do Jornal "
Ilha Maior", da Madalena do Pico. O trabalho de campo por ele feito trouxe alguma luz ao assunto. Os velhos habitantes da vila recordam-se do termo usado como castigo, caído entretanto em desuso.
A proximidade das ilhas do Pico e do Faial levou-nos a outra pesquisa. A colectividade centenária Amor da Pátria, na cidade da Horta, era o palco descrito por Nemésio como o local onde se jogava "Whist". O especial posicionamento da cidade da Horta, quer pelo contacto por mar entre a Europa e toda a América, quer pelo contacto mantido nas ligações pelo cabo submarino (todas as notícias de um lado e de outro do Atlântico eram interceptadas e conhecidas primeiro na Horta) levou-nos a interrogar se a origem do termo aplicado às mesas de bridge não terá tido origem nas mesas de jogo do Amor da Pátria. Os registos anteriores a 1920 desapareceram num incêndio que destruiu a sede, mas desde a inauguração das novas instalações, um fantástico edifício do modernismo português da autoria do arquitecto Norte Júnior, até aos nossos dias, há registo de torneios bridge na colectividade, entre 1899 até 1967. Tudo nos leva a pensar que os cabides que hoje apanhamos, tiveram origem no Amor da Pátria. Quer seja um regionalismo, ou um arcaísmo que se ficou por terras do Pico, faz todo o sentido que os castigos do bridge tenham tido origem no Amor da Pátria.
A Victor Rui Dores e a Manuel Tomaz, um grande obrigado por todo o trabalho de campo que nos levou a este artigo.
A.E."

in Público 3/09/04 (edição impressa)

 

(25-08-2004)
A PROPÓSITO DE SELECÇÕES (3)
Olá Miguel,
Obrigado pela tua participação.
Estou de acordo que um projecto sério não pode surgir do "pé para a mão". Em meu entender, deve ser um projecto com objectivos de longo prazo, se bem que implementado de forma faseada. É claro que para a Bermuda Bowl há que encontrar soluções de curto prazo, porque o tempo urge. Penso é que, tratando-se de um acontecimento único, será também uma oportunidade para dar o tiro de partida a um projecto mais vasto, mais ambicioso e também mais justo. A escolha do método de selecção é um assunto importante. O problema é que este tem sido, ao longo dos anos, assunto único. Os resultados mostram que não chega. Antes de ambicionarmos a resultados de relevo temos de nos disponibilizar para trabalhar. E essa disponibilidade deve ser condição obrigatória para aceder ao grupo dos potenciais candidatos. Mas, ainda mais importante que os resultados, acho que uma Selecção tem de ser um factor de convergência no universo bridgístico nacional e não um pólo de discussão, desconfiança ou, simplesmente, indiferença.
Tal como as coisas estão, sou adepto da selecção por equipas ou, pelo menos, de uma selecção em que a última fase seja por equipas. Mas acredito que não é por aqui que conseguiremos sair da segunda metade do pelotão. Em linhas gerais, de acordo com as tuas observações, principalmente no que respeita aos dois úlltimos parágrafos.

Um abraço
Luís Oliveira

INSIRA AQUI O SEU COMENTÁRIO

voltar à página principal

 

(25-08-2004)
A PROPÓSITO DE SELECÇÕES (2)
Caro Luis,
Li a tua coluna no Quinto Naipe, e concordando em linhas gerais com os teus comentários, gostaria de acrescentar algumas idéias.
As coisas têm de ser vistas numa perspectiva a prazo, ou seja, curto, médio e longo prazo.
Curto prazo porque a BB é já no ano que vem, logo isto traz novamente à baila qual a fórmula que potencialmente nos deixará melhor representados.
Relativamente a este aspecto parece-me que qualquer fórmula de equipas é contraproducente, porque à partida existe o enorme risco de os supostos melhores pares ficarem repartidos por várias equipas. Como sabes melhor que eu, o nosso meio é cheio de "afinidades e empatias".
Por outro lado, qualquer forma de selecção que deixe de fora um jogador/par que seja é à partida redutora e e ao mesmo tempo afuniladora, isto é, estamos a investir sempre nos mesmos não dando lugar a surgimento de potenciais novos valores. Esta é a fórmula que tem sido seguida com os resultados conhecidos.
No caso especifico da selecção (selecções) para o BB, concordo totalmente que a FPB tem de tomar outro tipo de caminho no que toca a aspectos de apoios técnicos. sendo certo que não temos grandes recursos, resulta ainda mais evidente que os devemos concentrar.
Na minha opinião, devíamo-nos concentrar na selecção Open e Junior mas dando-lhes todos os apoios necessários para que as coisas possam resultar. Obviamente, os pares a serem seleccionados devem comprometer-se em termos de trabalho e envolvimento.
Ainda no caso do BB, sou da opinião que a federação não deveria cortar as pernas a nenhuma equipa que pretenda jogar o Transnational dado que esta é uma oportunidade única para 99% dos jogadores de competirem a um nível elevado. Penso que os preços de inscrição e o teor da competição serão suficientes para moderar o número de inscrições de forma natural.

A médio prazo porque este desporto está a morrer a cada dia que passa e como Roma e Pavia não se fizeram num dia deverão ser introduzidas algumas medidas de sobrevivência.
A este nível, parece-me acertada a decisão de "descentralização" para os Clubes e ARs. O que me parece é que não forma impostas as Clubes quaisquer premissas em termos de contribuição para o desenvolvimento da modalidade, nomeadamente em termos de recrutamento de novos jogadores.
A este nível de médio prazo, e ao nível de reprentações nacionais defendo uma estratégia ao estilo Carlos Queirós, ou seja, vamos diagnosticar 8, 10, 12 jogadores, enfim os que valerem a pena, e criar esquemas de treino, de aperfeiçamento por forma termos sempre uma base minimamente sólida.
Ainda a este nível, mas também importante numa perspectiva de longo prazo, é fundamental a angariação de sponsors que possam trazer à FPB mais alguns recursos.

A longo prazo porque se queremos que o Bridge se desenvolva de forma consistente e sólida são necessárias medidas estruturais de fundo.
Neste caso, não tenho quaisquer dúvidas que é necessária a implementação de uma estratégia em que a palavra chave é Universidades.... e se quisermos ir mais longe Escolas Secundárias.
Para quando um Protocolo com os ministérios que tutelam estas areas....? Penso que com a descentralização de que falei no ponto anterior, tem agora a FPB muito menos com que se preocupar logo mais tempo para se dedicar ao que realmente interessa - a ampliação da massa crítica, ou seja, do número de praticantes.

E em linhas gerais é tudo :)
Um abraço.
Miguel Matos


(23-08-2004)
A PROPÓSITO DE SELECÇÕES (1)
No bridge nacional o problema das selecções continua a discutir-se de forma redutora e falaciosa. Ao longo dos anos e depois de muitas e, por vezes, rocambolescas situações, não se verifica qualquer tipo de evolução na análise das questões de fundo, preferindo-se reduzir o problema à escolha do(s) método(s) de selecção, sinónimo de que continuará adiado um projecto federativo para a alta competição.
Escolher métodos de classificação sem definir previamente objectivos, sem estabelecer princípios orientadores e sem definir, com clareza, os direitos e deveres dos candidatos parece-me pouco. Muito pouco...!
A equação do problema é simples: o que se pretende com uma representação nacional? Apenas marcar presença, sem que isto signifique que os nossos representantes não se empenhem na obtenção do melhor resultado possível? Tive, aliás, o privilégio de capitanear diversas representações nacionais, quer em Open quer em Juniores, e sou testemunha do empenho dos nossos jogadores. Mas, de todas as vezes, era óbvio que estávamos a combater com armas desiguais.
No entanto, pouco disto tem a ver com estatutos de amadorismo ou profissionalismo. É certo que muitos dos jogadores das equipas de topo são profissionais a tempo inteiro. É certo que outros, embora não o sendo, pertencem a Federações com muito mais recursos que a nossa. É certo ainda que o nosso posicionamento geográfico pouco ajuda ao indispensável intercâmbio entre diferentes culturas bridgísticas. Mas serão estes factores tão decisivos, que nos condenem a uma irremediável mediocridade? Em tempos não muito longínquos, noutras áreas desportivas, algo de semelhante se passava. No Basquetebol éramos pequeninos e franzinos, no Voleibol a rede estava alta de mais para as nossas possibilidades, no Râguebi nem pensar em enfrentar aquelas montanhas de músculo. Assim foi durante muitos anos, até que alguns se recusaram a aceitar este conjunto de fatalidades anatómicas. Não demorou muitos anos para se alterar, de forma significativa, este panorama. Subitamente, como se de uma revolução genética se tratasse, os nossos praticantes cresceram e desenvolveram-se. Mas o que na realidade aconteceu foi uma revolução técnica e psicológica. Estas e outras modalidades apontaram as suas baterias para a formação. Alteraram profundamente os métodos e os tempos de treino, as componentes técnico-tácticas foram adaptadas às características dos jogadores e não o contrário, criaram-se circuitos competitivos mais exigentes e mais adequados a objectivos definidos. Os resultados falam por si. Afinal, os nossos atletas, profissionais ou amadores, podem competir ao nível dos melhores. A receita chama-se VONTADE, DETERMINAÇÃO e TRABALHO.
Voltando ao bridge, penso que temos bons jogadores em Portugal capazes de, com determinadas condições, competir a bom nível. Mas o bridge é um jogo de parceiros e o problema começa na manifesta falta de bons pares. Dois bons jogadores não formam um bom par. Para tal acontecer é necessário trabalho específico. Muito trabalho! Uma equipa técnica não tem por tarefa ensinar bridge aos jogadores. Mas tem de analisar sistemas e convenções de potenciais adversários, de recolher dados para preparar possíveis defesas e de as discutir com os jogadores. Tem de programar um calendário competitivo específico, ao longo da época e não uns simulacros de treino a poucos dias dos campeonatos. Tem de coordenar as actividades desportivas de um conjunto base de jogadores, agendando encontros com outras selecções o que, actualmente, até pode ser feito sem sair de casa.
Depois, e só depois, de tudo isto estar garantido, chega a altura de se escolherem critérios e/ou métodos de selecção. Até lá continuaremos a discutir "o sexo dos anjos". Pares ou equipas, poules ou KO, os 3 primeiros ou 3 dos 4, 5 ou 6 primeiros, são temas de debate importantes mas, ainda assim, secundários. Todos nós temos preferência por este ou aquele método de selecção. Mas tentarem fazer-nos acreditar que é na escolha de um qualquer método milagroso que reside a solução para sairmos da última metade, quando não do último terço, da classificação é, no mínimo, uma enorme ingenuidade.
Outra questão para a qual há que encontrar resposta é a definição clara de uma estratégia. Vivendo a F.P.B. em regime de contenção de despesas, com orçamentos muito limitados, este assunto é de fundamental importância. Partindo do pressuposto que o cenário ideal é o de Portugal poder estar presente em todas as competições (desde que cumpridos os requisitos focados anteriormente), há que estabelecer uma escala de prioridades para as diferentes competições. Em meu entender, uma das principais apostas deveria ser a dos Juniores, desde que um projecto para o bridge júnior fosse, entretanto, implementado. Porque este é o escalão que, por maioria de razões, maior capacidade tem para gerar retorno, a curto-prazo, para o bridge nacional, não só em termos desportivos, mas também em termos mediáticos e em capacidade de promover patrocínios. A selecção Open é a montra do bridge nacional logo, também ela, prioritária. Mas precisa de criar laços e cumplicidades com o resto dos filiados. Finalmente, as equipas de Senhoras e Seniores merecem ter mais oportunidades para se mostrar. Com problemas específicos e, nalguns casos, complexos mas com potencialidades para obter resultados desportivos interessantes. Finalmente, a informação. Realço que são os sites privados Lusobridge e Quinto Naipe a noticiar, em exclusivo, o dia-a-dia das equipas ou pares que representam o País. Onde está a notícia e o balanço oficial? É desmesurada a desproporção entre as verbas dispendidas pela F.P.B. para enviar equipas ao estrangeiro e o relevo que lhes dá. Não nos podemos queixar da falta de mediatismo do bridge quando nem ao nível interno conseguimos fazer passar a mensagem. Não se entenda a crítica como dirigida a este elenco directivo. Ela é extensiva a todos os elencos anteriores, a alguns dos quais pertenci, assumindo, portanto, a minha parte de responsabilidade. Mas a hora é a de encontrar os caminhos do futuro, servindo os erros do passado apenas como factor de aprendizagem. Para que não se perpetuem.
A Bermuda Bowl, Venice Coup e Seniors Bowl do próximo ano em Portugal será um acontecimento único! Será também uma oportunidade única para dar início a um projecto de alta competição que crie raízes para o futuro. Se nada fizermos, se limitarmos a nossa intervenção a discussões estéreis, estamos a adiar, porventura de forma irremediável, o futuro da modalidade.

Luís Oliveira

INSIRA AQUI O SEU COMENTÁRIO

voltar à página principal

 

(16-08-2004)
JOSÉ MORAES - ESTAMOS CONTIGO!
Depois do choque provocado pela notícia brutal e do quase desespero pela impotência com que fomos acompanhando, à distância, as informações que nos chegavam dos Açores, o José Moraes foi transferido para o Hospital de S. José, onde foi operado. A operação correu bem e agora segue-se a recuperação. Que vai ser longa e difícil mas que, estamos confiantes, será total.

O QUINTO NAIPE

voltar à página principal

(05-08-2004)
COMUNICADO QUINTO NAIPE
Inesperadamente, o que deveria ser uma festa transformou-se num pesadelo. O festival açoreano ficou incontornavelmente marcado por um acidente grave que envolveu o nosso amigo e companheiro de equipa José Moraes, com consequências ainda imprevisíveis. Uma vez mais a brutalidade com que a vida, por vezes, nos surpreende faz-nos reflectir sobre o nosso verdadeiro papel no Mundo que nos rodeia e, acima de tudo, sobre a imensa relatividade das pequenas coisas sem importância que nos consomem tanto tempo e tantos recursos, inutilmente.
Agora é tempo de sofrer com o sofrimento do nosso amigo, mas também é tempo de esperança e de determinação. O José Moraes tem uma importante batalha a travar. Pelo que conhecemos dele sabemos que não lhe falta coragem para ultrapassar este momento particularmente difícil. Pela nossa parte não lhe faltará todo o apoio de que necessite. Estamos contigo, amigão!

O QUINTO NAIPE

voltar à página principal

(13-08-2004)
CRIAÇÃO DA A.R.B.L.
No dia 21 de Julho de 2004 foi criada a Associação Regional de Bridge de Lisboa (ARBL). A escritura pública de constituição foi outorgada pelos representantes do Clube de Bridge dos Engenheiros, do Paris Bridge e do Centro de Bridge de Lisboa.
Considerando o facto de os 3 Clubes outorgantes, representarem mais de 50% dos praticantes licenciados da Região de Lisboa, a ARBL tem assegurado o reconhecimento como associada da FPB (artigo 83º dos Estatutos da FPB).
No dia 29 de Julho, em reunião expressamente convocada para o efeito, confirmaram a sua adesão à ARBL, os seguintes Clubes:
· Centro de Bridge de Lisboa
· Círculo Português de Bridge
· Clube Nacional de Ginástica
· Clube de Ténis do Estoril
· Paris Bridge
· Associação 25 de Abril
· CDUL
· Clube de Bridge dos Engenheiros
· Ginásio Clube Português
· Clube de Bridge do Baleal
Os Clubes presentes ratificaram, por unanimidade, a eleição dos Órgãos Sociais para o mandato 2004-2007, que de imediato tomaram posse dos respectivos cargos, a saber:

MESA DA ASSEMBLEIA GERAL:
Presidente - Luís Mário Ventura França Galvão
Secretário - Pedro Manuel Patrício de Matos
Secretário - José Júlio Martins Silva

CONSELHO FISCAL:
Fiscal único - Marta Arriaga Lema Pinheiro

DIRECÇÃO:
Presidente - Ana Isabel Magalhães Tadeu
Vice-Presidente - Inocêncio Pavese de Almeida Araújo
Tesoureiro - Maria Beatriz de Brito Debonnaire
Vogal - José Manuel Rojão de Moraes
Vogal - Maria Clara Martins Lopes

voltar à página principal

(28-07-2004)
O TORNEIO DE SELECÇÃO PARA AS OLIMPÍADAS DE ISTAMBUL
Subitamente, mais uma polémica se instalou no bridge nacional, esta referente ao torneio de Selecção para as Olimpíadas de Istambul. Antes de entrar em mais considerações, devo dizer que não concordo com o Regulamento criado pela F.P.B. para a prova em causa.
Em primeiro lugar porque, tanto quanto julgo saber, não estão ainda definidas as condições em que os nossos representantes se deslocarão a Istambul, se a custas próprias, se com as despesas comparticipadas pela F.P.B., nos moldes habituais ou noutros. Ora parece-me, no mínimo, original que se definam Regulamentos desportivos sem estarem contempladas todas as situações envolventes. Em última análise, pode acontecer que a equipa vencedora, confrontada com a inexistência de verbas, não tenha possibilidade de se deslocar a Istambul, por não poderem os seus membros suportar as despesas daí inerentes. O que, se acontecer, me parece de extrema gravidade.
Em segundo lugar, não concordo com o modelo desportivo. Com efeito, embora me pareça que um torneio de Selecção tem de ser, por definição, uma prova com restrições, não me parece justo que os filiados sejam, à partida, impedidos de nela participar. É para isso que existem fases de apuramento. Compreendo que existissem limitações de tempo, mas isso não constitui justificação suficiente para a decisão tomada nem inviabilizava, por si só, diferentes alternativas. Por outro lado, também não entendo a alteração introduzida no cálculo do I.V. das equipas. É sabido que, para todas as provas de equipas e de acordo com as Normas Técnicas em vigor, o I.V. da equipa é calculado pela média dos I.V. dos 4 jogadores melhor classificados no ranking. Porquê então a alteração? As N.T. têm de ser o fiél da balança da Regulamentação Desportiva. Se são más, alterem-se! O que não pode acontecer é manter as referidas Normas e "governar" contra elas.
Em terceiro lugar, a originalidade de se terem fechado as inscrições com 23 dias de antecedência em relação ao início da prova!!! Mesmo assim, este longo período não foi suficiente para que fossem desencadeadas medidas correctivas para minorar os prejuízos...
Finalmente, não posso concordar com as poules de 4 equipas. É introduzir um factor de aleatoriedade adicional a uma prova em que o efeito pretendido deveria ser exactamente o contrário. E como as Leis de Murphy não perdoam, lá se verificou a previsível caldeirada...
Postas estas questões, vamos à polémica. Primeiro foi o facto das restrições regulamentares terem implicado a não participação da equipa com mais títulos nacionais conquistados e onde figura o par "no activo" com maior número de representações nacionais. Se outras razões não houvessem, esta era, por si só, suficiente para aferir da qualidade do Regulamento e para ter justificado, em tempo útil, alguma acção rectificativa. Tal não aconteceu, o que se lamenta. Por outro lado, foi triste assistir, numa prova que tem por única finalidade escolher uma equipa para representar Portugal, às trocas e baldrocas de jogadores, até ao último suspiro do prazo, com o único objectivo de garantir um I.V. suficiente para entrar nos 8 eleitos. A culpa desta situação absurda está no Regulamento que tal incentivou e não, obviamente, de quem dele beneficiou.
Tendo ficado aqui expressa a minha discordância com a fórmula adoptada, o que se seguiu foi, em meu entender, muito pior. Uma vez mais a legítima discordância com uma decisão federativa foi, por alguns, utilizada para fazer deste assunto um pólo de confrontação, onde a discussão de ideias resvala, num ápice, para o insulto pessoal, para a contestação desabrida e buçal, para o levantar de suspeições sobre a ética e a honorabilidade das pessoas. Depois ficamos todos muito admirados com a crescente indisponibilidade para a ocupação de cargos federativos, com o não aparecimento de novos jogadores, com a cada vez mais significativa perda de frequentadores dos clubes reais para os clubes virtuais. Até quando aguentará a modalidade este permanente clima de guerra ? Para quando a discussão serena, desapaixonada e civilizada dos grandes problemas do bridge nacional ?
A Direcção da F.P.B., em meu entender, errou. Como já aconteceu inúmeras vezes no passado com outras Direcções e como irá acontecer, seguramente, no futuro. Os infalíveis, os detentores de receitas mágicas para todos os problemas, ou são obras de ficção ou são comuns charlatões. Os filiados têm o direito de discordar e até de contestar as decisões federativas. No local e altura devida. É até saudável que o façam. Mas esse direito não pode ser confundido com o de se achincalhar o trabalho de um conjunto de "maduros" que, de forma desinteressada, com entusiasmo e por dedicação à modalidade, se disponibilizam a prestar um inestimável serviço à comunidade bridgística.
Em todo este lamentável processo, uma nota de esperança - das várias intervenções sobre esta matéria a que tive acesso, destaco a que foi feita pelo nosso júnior João Barbosa, pela lucidez e pela forma civilizada com que o fez, mostrando uma maturidade que deveria fazer inveja a muitos dos "mais velhos" e que pode ser um sinal de que, na nova geração de jogadores, será possível encontrar o bálsamo para as muitas "dores" que afectam a modalidade.

Luís Oliveira

Este é um espaço aberto, onde pode inserir o seu comentário sobre os assuntos tratados ou introduzir novos assuntos.

INSIRA AQUI O SEU COMENTÁRIO

voltar à página principal

(15-07-2004)

ASSOCIAÇÃO REGIONAL BRIDGE LISBOA

Constituição dos Órgãos Sociais da A.R.B.L.ClassificaçãoPrograma de acção Classificação
O grupo Quinto Naipe, responsável pela gestão desportiva do Clube de Bridge do G.C.P., reafirma a sua disponibilidade para, em conjunto com os restantes clubes lisboetas, discutir e encontrar soluções que sirvam para ultrapassar os múltiplos problemas com que os clubes se têm vindo a defrontar. O estado actual do bridge lisboeta está a ter reflexos graves no bridge nacional. Uma situação que apenas pode ser ultrapassada pelo diálogo franco e aberto entre diferentes intervenientes. Neste particular, a futura ARBL pode e deve vir a desempenhar um papel fundamental.
Da mesma forma, a libertação da F.P.B. da gestão desportiva da Região de Lisboa deve libertar recursos para áreas fundamentais no desenvolvimento da modalidade, como sejam a formação e a preparação das representações nacionais.
 

 

Este é um espaço aberto, onde pode inserir o seu comentário sobre os assuntos tratados ou introduzir novos assuntos.

INSIRA AQUI O SEU COMENTÁRIO

voltar à página principal

(03-07-2004)
ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE OS CAMPEONATOS DA EUROPA
Da análise fria dos números resulta a conclusão de que não correu bem a prestação da equipa nacional em Malmo. O 29º lugar entre as 33 equipas participantes deverá, no entanto, ser analisado mais em pormenor. Para quem acompanhou o desempenho da nossa equipa, é justo realçar a excelente primeira metade da prova. Durante a primeira semana de competição, a prestação da equipa nacional era nitidamente superior à média dos nossos resultados nas últimas 4 edições. No final, foram 12 vitórias, 2 empates e 18 derrotas. Algumas das derrotas mais pesadas e também as mais inesperadas (Ilhas Faroe, República Checa e Sérvia/Montenegro) ocorreram na segunda metade da competição, onde o cansaço físico e psicológico se apodera dos nossos praticantes, fruto da inexperiência internacional e da falta de competitividade interna.
Mas, para além destes factores, existe uma conclusão que me parece óbvia - o nível do bridge nacional está muito longe de poder ambicionar competir para lugares de destaque nas principais provas internacionais, nos anos mais próximos. O que me parece mais preocupante é que, não se alterando a nossa forma de encarar a competição, não se criando uma área própria para preparar este tipo de eventos, com recolha e tratamento de informações relevantes, nomeadamente ao nível dos sistemas de marcação, organização de sessões de treino ou de provas específicas para um determinado universo de jogadores, o fosso que nos separa do grupo da frente tem tendência para se acentuar ainda mais. Estou a falar, concretamente, da criação de um núcleo de alta competição onde, para além das equipas open, se preparem equipas de juniores, senhoras e seniores. Falar de alta competição em bridge, como em qualquer outra modalidade desportiva, significa trabalho e preparação específica dos praticantes. Significa criar condições que têm de ir muito para além da disponibilização de recursos financeiros para as deslocações e estadias dos praticantes.
A questão está em saber o que se pretende, ao certo, com as representações nacionais. Se o objectivo é apenas competir, sem qualquer objectivo desportivo, pouco haverá a fazer. Manter-se-ão as discussões entre os que defendem as provas de pares, os que defendem as provas de equipas e os que defendem alternadamente uma ou outra, em função das circunstâncias do momento. Continuaremos a assistir a apaixonadas, mas pouco apaixonantes e, quantas vezes, pouco edificantes discussões entre alguns "especialistas" da modalidade, mais ou menos equivalentes às dos treinadores de bancada. Mas pouco se irá alterar em termos qualitativos. Se, pelo contrário, se pretenderem fixar objectivos desportivos há que, em primeiro lugar, criar condições para tal, ao nível das estruturas e da filosofia de trabalho. Só depois podemos começar a pensar em obter resultados.
Por último, há que saudar os nossos representantes nestes Campeonatos da Europa. Bateram-se com dignidade e com coragem. Para uma boa parte deles esta foi uma primeira aventura num evento desta natureza. Não alcançaram a glória, mas merecem o respeito e a solidariedade dos bridgistas portugueses. Pela minha parte, até porque conheço bem as grandes dificuldades que encontraram pela frente, deixo-vos uma palavra de apreço pelo esforço e um agradecimento por terem representado as nossas cores.

Luís Oliveira 

Este é um espaço aberto, onde pode inserir o seu comentário sobre os assuntos tratados ou introduzir novos assuntos.

INSIRA AQUI O SEU COMENTÁRIO

voltar à página principal

(25-06-2004)
PORTUGAL ORGANIZA O PRÓXIMO CAMPEONATO MUNDIAL DE BRIDGE
A escolha de Portugal para País anfitrião do próximo Campeonato Mundial é, porventura, o incentivo que necessitávamos para sair da "crise". Já em anteriores eventos mostrámos que somos capazes de assumir e ganhar desafios deste calibre. Para tal contamos com um leque de bridgistas de prestígio e com muita experiência neste domínio, nas mais variadas áreas. Contamos com gente nova numa nova Direcção, com vontade e determinação para levar o barco em frente. Esperamos e desejamos que contemos também com o apoio e o entusiasmo de todos os restantes bridgistas. Esta será uma oportunidade única para atrair a tão desejada atenção mediática. Um evento desta natureza poderá fazer mais pela divulgação da modalidade que vários anos de trabalho federativo. O grupo Quinto Naipe manifesta, desde já, a sua inteira disponibilidade para colaborar com a F.P.B. no que for necessário.
 

Este é um espaço aberto, onde pode inserir o seu comentário sobre os assuntos tratados ou introduzir novos assuntos.

INSIRA AQUI O SEU COMENTÁRIO

voltar à página principal

(07-06-2004)
REFLEXÕES SOBRE O BRIDGE DE COMPETIÇÃO EM PORTUGAL
É inegável que o bridge nacional atravessa uma grave crise. Mesmo depois de algum consenso em torno dos novos Estatutos e do novo elenco federativo, continua a faltar serenidade para pôr fim ao clima de "cortar à faca" instalado nos últimos meses. Não quero, nem me parece útil, historiar os diferentes episódios, uns mais lamentáveis que outros, em que pessoas com responsabilidades no bridge nacional se têm envolvido. Como não vou comentar as análises inflamadas, quantas vezes a entrar no insulto pessoal, com que alguns "especialistas" da modalidade têm pautado a sua actuação. Nuns casos manifestando um grau de elevada ignorância relativamente a assuntos sérios e complexos, que tratam de forma superficial quando não mesmo leviana. Noutros casos, mais graves, apenas por má-fé.

Ao contrário de alguns, que pretendem fazer-nos acreditar que a culpa é sempre dos outros, penso que todos nós, intervenientes directos ou espectadores mais ou menos activos, somos culpados da situação a que chegámos. Nesta fase conturbada que o bridge atravessa, não existem inocentes.

Dirigentes que emprestam ao bridge nacional muito tempo, trabalho e dedicação passam de bestiais a bestas em menos de um fósforo. Como resultado, assistimos à debandada de muitos que poderiam dar um contributo positivo à modalidade e à recusa de outros, com novas ideias e projectos, de se verem lançados às feras. O silêncio da maioria dos filiados ante a infâmia de alguns comportamentos e de alguns processos sumários contra pessoas que deram e dão o seu melhor à modalidade é, porventura, o maior dos nossos males.
Por outro lado, a análise dos problemas que afectam o bridge nacional carece, urgentemente, de uma atitude intelectualmente séria e, tanto quanto possível, isenta. Sem ódios pessoais nem fantásticas teorias de conspirações e cabalas. Sem bons de um lado e maus do outro. Ainda estamos a tempo de salvar o bridge desta tendência fortemente negativa. O decréscimo evidente do número de praticantes, as dificuldades por que passam muitos clubes portugueses, a falta de quadros técnicos disponíveis nas diferentes áreas da vida federativa, são um grito de alerta. A situação é difícil mas, quero acreditar, está longe de ser irreversível. Assim saibamos encontrar as soluções adequadas. Com serenidade, imaginação e empenho!

Luís Oliveira 

Este é um espaço aberto, onde pode inserir o seu comentário sobre os assuntos tratados ou introduzir novos assuntos.

INSIRA AQUI O SEU COMENTÁRIO

voltar à página principal

(04-06-2004)
POSIÇÃO DO CLUBE DE BRIDGE DO G.C.P. SOBRE A CONSTITUIÇÃO DA A.R.B.L.
O Clube de Bridge do Ginásio Clube Português formalizou o seu apoio à constituição da Associação Regional de Bridge de Lisboa, A.R.B.L., e ao projecto de Estatutos elaborado pela respectiva Comissão Instaladora. Desejamos que esta Associação venha a dar um contributo importante na gestão desportiva do bridge na região da Grande Lisboa, bem como na sua pacificação. Os clubes lisboetas têm aqui uma boa oportunidade de encontrar espaços de diálogo e de consenso que permitam chegar a soluções para os muitos e complexos problemas que todos atravessam. Pela nossa parte, estamos disponíveis.

Este é um espaço aberto, onde pode inserir o seu comentário sobre os assuntos tratados ou introduzir novos assuntos.

INSIRA AQUI O SEU COMENTÁRIO

voltar à página principal