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RESPOSTA AO TEXTO DE OPINIÃO DO PRESIDENTE DA FPB
Parece-me evidente que a análise do Presidente da FPB incorre num erro de interpretação aos comentários que fiz sobre o evento. Em nenhum momento nesse texto e em nenhum momento nos muitos anos em que ando nestas andanças me manifestei contra a participação de equipas nacionais em eventos desta natureza. Muito pelo contrário, entendo que a nossa presença nestas competições é "obrigatória".
Não me revejo, de nenhuma forma, na opinião dos que defendem que face aos resultados negativos se deva abdicar de participar. Por outro lado, quer no artigo que mereceu a atenção do Presidente da FPB, quer em todos os outros que já escrevi sobre participações nacionais não poderá alguém encontrar qualquer tipo de crítica ou culpabilização dos jogadores, capitães de equipa ou seleccionadores. Acompanhei por diversas vezes equipas nacionais e sei bem o brio e o sentido de responsabilidade de todos os que dão o corpo às balas nestas ocasiões, sabendo à partida como combatemos com armas desiguais.
O objectivo do artigo de opinião que publiquei é o de chamar a atenção, uma vez mais, para a evidente debilidade dos nossos projectos de captação e formação de novos praticantes. Este não é um problema novo nem é um problema específico do actual elenco federativo. É transversal a praticamente todos os elencos federativos ao longo dos quase 40 anos que levo nestas andanças, com uma honrosa excepção ao projecto do Bridge Escolar que, infelizmente, deixámos morrer.
Por mais médias e estudos comparativos que se façam sobre o historial das representações nacionais (úteis para diagnosticar problemas e avaliar soluções) a realidade nua e crua é a ausência de um projecto nacional de captação e formação de novos praticantes e, principalmente, de praticantes novos. Enquanto não conseguirmos ser mais (muitos mais) dificilmente podemos ambicionar a ser melhores. Os nossos jovens ficaram mal classificados. Pouco importa se um bocadinho pior ou um bocadinho melhor que em edições anteriores. O que importa salientar é que representaram Portugal com dignidade. O Quinto Naipe tem um enorme respeito por todos os praticantes que se disponibilizam para representar Portugal pelo que não entendemos os objectivos do Presidente da FPB e a sua amargura em relação a um texto que se limitou a constatar uma evidência sobre a política (ou ausência dela) para a formação. Mais tarde ou mais cedo (espero que não tarde de mais) alguém vai ter de fazer da formação uma área prioritária de acção.
Luis Oliveira
DIREITO AO CONTRADITÓRIO POR INOCÊNCIO ARAÚJO
A análise à participação da Seleção Júnior nos Campeonatos da Europa de Oslo carece, do meu ponto de vista, de ser complementada com alguns dados relevantes, que poderão levar os leitores a perceções diferentes das sugeridas pela publicação do Quintonaipe.
Comecemos por alguns dados históricos. Durante o mandato federativo de 2008 a 2012, a Direção da FPB não considerou relevante o recrutamento, formação e participação de juniores em competições internacionais, pelo que Portugal não se fez representar nos Campeonatos Europeus de 2009, 2011 e 2013. Durante o mandato de 2013/2016 e o atual, foram nomeados responsáveis pelo Bridge Júnior (primeiro o João Faria e atualmente o António Palma), implementaram-se programas de preparação e treino, apoiou-se financeiramente a participação de praticantes juniores em provas nacionais, enviaram-se equipas de juniores a competições particulares no estrangeiro, e Portugal participou nos Campeonatos Europeus de 2015, 2017 e 2019. Este projecto representou um enorme investimento (friso bem, investimento), e representou uma parte significativa dos recursos financeiros da FPB
Do ponto de vista estrutural, e apesar da existência de alguns programas de ensino do Bridge em escolas de ensino secundário e universitários, Portugal debate-se com uma enorme carência de praticantes juniores (até aos 25 anos). Existem hábitos muito difíceis de alterar, como por exemplo o facto da maioria dos torneios de Clube terminarem depois da meia-noite, o que não facilita a captação de jovens. Assim, a nossa base de recrutamento para a Seleção de Juniores é muito mais pequena do que a das nossas congéneres, com naturais consequências na valia do conjunto.
Admitindo, obviamente, que os resultados alcançados nos últimos três anos foram sempre fracos, e abaixo das expectativas, não deverá ser ignorada uma pequena evolução. Se observarmos o mapa comparativo dos resultados de 2017 e 2019, verifica-se o seguinte:
- Nos 20 encontros comuns às duas provas, melhorámos o resultado em 13 e piorámos em 7;
- Nestes encontros, em 2019 fizemos mais 26,25 PVs do que em 2017;
- A média de PVs por encontro, comparável, subiu de 5,06 para 6,37;
- A média de todos os encontros realizados, subiu de 5,99 para 6,94.
Adversário |
2017 |
2019 |
∆ |
Áustria |
18,41 |
16,56 |
-1,85 |
Croácia |
8,13 |
9,82 |
1,69 |
Rep. Checa |
14,19 |
6,15 |
-8,04 |
Dinamarca |
0,72 |
2,67 |
1,95 |
Inglaterra |
0,00 |
2,67 |
2,67 |
Estónia |
0,44 |
1,63 |
1,19 |
França |
3,12 |
8,76 |
5,64 |
Alemanha |
5,58 |
8,19 |
2,61 |
Irlanda |
11,28 |
1,87 |
-9,41 |
Israel |
7,56 |
3,60 |
-3,96 |
Itália |
0,00 |
0,33 |
0,33 |
Letónia |
3,79 |
3,60 |
-0,19 |
Holanda |
6,28 |
0,00 |
-6,28 |
Noruega |
3,45 |
10,94 |
7,49 |
Polónia |
5,81 |
2,97 |
-2,84 |
Rússia |
2,81 |
12,62 |
9,81 |
Escócia |
0,35 |
9,68 |
9,33 |
Eslováquia |
1,13 |
3,44 |
2,31 |
Suécia |
4,74 |
9,37 |
4,63 |
Turquia |
3,45 |
12,62 |
9,17 |
Bulgária |
Não participou |
11,53 |
|
Finlândia |
Não participou |
13,62 |
|
Bélgica |
0,00 |
Não participa |
|
Roménia |
18,53 |
Não participa |
|
Espanha |
12,16 |
Não participa |
|
Sérvia |
4,94 |
Não participa |
|
Hungria |
12,97 |
Não participa |
|
|
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|
Média comparável |
5,06 |
6,37 |
26,25 |
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Médias não comparáveis |
5,99 |
6,94 |
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Total PV's |
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164,64 |
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Classificação |
23º (25) |
22º (23) |
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A média geral deve ainda ser ponderada com o facto das seleções que não participaram este ano serem das menos fortes.
Poder-se-á perguntar se, em função destes resultados, valerá a pena participar em Campeonatos da Europa. Há países que acham que não. Por exemplo, a Bélgica, a Roménia, a Espanha, a Sérvia e a Hungria, que participaram em 2017, não participaram este ano. E há outros países que, apesar de participarem nas categorias Open, Feminino e Seniores, não costumam participar na categoria de Juniores. Do meu ponto de vista, independentemente dos resultados, Portugal deve participar nos Campeonatos da Europa de Juniores, porque essa possibilidade constitui uma forma de estímulo para que alguns jovens progridam como bridgístas.
É esta a política da Direção da FPB, desde 2013, e uma das suas prioridades. Pode não se estar de acordo com esta política, mas não posso acompanhar o argumento do Quintonaipe da “falta de vontade política e liderança”. Ou para não ter falta de vontade política bastaria pura e simplesmente ignorar o Bridge Júnior, como aconteceu nos tempos em que os apoios estatais à FPB eram bem superiores aos actuais?
12 de Julho de 2019
Inocêncio Araújo
OPINIÃO DO INOCÊNCIO ARAÚJO SOBRE O CAMPEONATO NACIONAL EQUIPAS
Periodicamente, os praticantes são confrontados com textos cujo único objectivo parece ser a maledicência e o envenenamento da opinião pública. O estilo é conhecido: escrevem-se umas meias verdades, omite-se o essencial, deixam-se no ar frases enigmáticas e fazem-se insinuações não objectivadas. Os autores são sempre os mesmos. Fazem parte de um grupo de pessoas, felizmente restrito, que tiveram responsabilidades na gestão federativa e que não deixaram saudades. Aliás, o que perdura na memória não é a obra feita, mas sim as sucessivas demissões que deixaram o anterior Presidente da FPB praticamente sozinho, a ter de acumular as funções de vários órgãos federativos. Os “Velhos do Restelo” ainda não devem ter percebido que os tempos mudaram.
Não fosse o dever de esclarecimento dos praticantes e de reposição da verdade, não perderia tempo com este tipo de intervenções.
Num escrito recentemente publicado no Quintonaipe, a propósito do último Campeonato Nacional de Equipas Open, são referidas várias alegadas irregularidades. É importante referir que todas as Federações Desportivas têm órgãos jurisdicionais, com as competências necessárias para resolver eventuais irregularidades cometidas pelos órgãos executivos. A FPB não é excepção e se alguém tiver dúvidas sobre a qualidade do trabalho realizado pelo Conselho de Justiça (CJ) da FPB e da sua independência, recomendo a leitura dos vários acórdãos publicados no portal da FPB. Levantam-se pois razoáveis dúvidas sobre as intenções de quem alega a existência de irregularidades e não recorre das mesmas para o CJ.
No caso em concreto, os responsáveis pelo Quintonaipe já publicaram alguns esclarecimentos, úteis e oportunos. Há ainda que referir que todas as informações relativas à Fase Final do Campeonato Nacional de Equipas Open foram oportunamente publicadas no portal da FPB, de forma clara e transparente, em particular os resultados e o Relatório de Arbitragem do DT.
Para terminar, quero deixar bem claro que os 29 elementos que integram os órgãos sociais da FPB tudo continuarão a fazer para honrar o compromisso assumido com quem os elegeu, com elevado espírito de missão e profissionalismo.
CAMPEONATO NACIONAL EQUIPAS 2ª - OPINIÃO QUINTO NAIPE
Na prova de 2019 participaram 6 equipas (!) o que nos transporta de novo para a necessidade de repensar o calendário competitivo. Para termos uma ideia, no ranking de 2018 existiam 982 praticantes licenciados, 99 dos quais classificados em 1ª categoria. Se a estes juntarmos os 19 praticantes com categorias de honra existem 864 praticantes licenciados habilitados a participar nas provas de 2ª categoria. As razões que afastam estes praticantes das provas específicas para a sua posição no ranking é um assunto que deve merecer reflexão. Certo é que, a manter-se este cenário, nenhuma razão existe para "queimar" fins-de-semana e recursos federativos para continuar a insistir numa prova que os praticantes preferem ignorar.
OPINIÃO DO PRATICANTE MANUEL OLIVEIRA SOBRE O CAMPEONATO NACIONAL EQUIPAS
Realizou-se no último fim-de-semana a fase final do Campeonato Nacional de Equipas Open que é a prova mais importante de qualquer calendário.
Infelizmente ela ficou marcada por vários episódios que a desprestigiam, à semelhança aliás do que vem acontecendo com algumas provas nacionais nas últimas épocas.
Por ordem cronológica assinalam-se as seguintes anomalias ou mesmo irregularidades:
1º - O relatório da arbitragem da primeira fase realizada em Maio no Porto não foi publicado apesar do Director do Torneio o ter enviado à FPB em 8 de Junho e os seus resultados terem sido homologados.
Este aspecto poderia não ser importante embora a FPB imponha um prazo para a sua apresentação; mas o relatório do árbitro continha uma chamada de atenção para um resultado mal registado para o qual foi alertado e que ele não emendou com o argumento de a chamada de atenção ter sido feita fora de prazo. A FPB, além de não ter publicado o relatório, não se manifestou sobre o assunto.
2º O alinhamento das equipas para a fase final foi tardiamente e de forma pouco visível publicado na página da FPB.
3º Uma das equipas finalistas alinhou ao longo da prova, incluindo a fase regional de apuramento, com 8! jogadores, e na fase final disputada este fim-de-semana apenas estiveram presentes 3 dos elementos que participaram na fase regional.
E com uma agravante que aqui não refiro por ser demasiado embaraçoso para um dos intervenientes.
4º Os encontros para apuramento dos 5º e 6º lugares, bem como dos 3º e 4º, não se realizaram, e não consta dos resultados publicados pelo Director do Torneio na página da ABM qualquer referência a faltas de comparência. De resto nem encontrei os resultados finais oficiais na página da FPB.
Há anos que o venho dizendo: se a FPB não quer levar o Bridge a sério e não gosta nem pretende cumprir os regulamentos que ela própria cria, não os publique.
Agora a falta de respeito que ela vem demonstrando pelos campeonatos nacionais nos últimos anos é na minha opinião fortemente condenável e desprestigiante.’
Manuel Oliveira
UM ESCLARECIMENTO
Não competindo aos responsáveis deste site prestar esclarecimentos que são devidos por outras entidades, mas por estarmos de posse de dados que podem ajudar a esclarecer alguns dos pontos referidos no comentário do Manuel Oliveira, que agradecemos, aqui fica alguma informação adicional. Assim:
Sobre o ponto 3 lembramos que o Regulamento Técnico de Provas em vigor diz o seguinte:
"3.6 Provas por equipas
3.6.1 Condições gerais
Nas provas por equipas os encontros devem ter um mínimo de 8 mãos, excepto nos torneios denominados Patton, em que o número de mãos por encontro pode ser inferior.
Nas provas classificadas como campeonatos nacionais ou regionais cada equipa deve disputar um mínimo de 72 mãos.
Nenhum jogador pode representar mais do que uma equipa na mesma prova, entendendo-se como tal ter participado em algum encontro ou parte de encontro, excepto nos casos adiante previstos em 3.6.4.
A inscrição de uma equipa só deve ser aceite, desde que seja indicado um mínimo de 4 jogadores.
Nas provas nacionais as equipas não podem inscrever mais de 6 jogadores.
Nas restantes provas, Regionais e Particulares, em especial nas provas de longa duração, tipicamente provas com periodicidade semanal que se prolongam ao longo de alguns meses, cada equipa pode inscrever até 8 jogadores, desde que devidamente explicitado no regulamento específico da prova.
No caso de o regulamento de uma prova permitir que uma equipa possa utilizar mais de 6 jogadores, para efeitos de participação em provas nacionais às quais esta prova dê acesso, serão considerados os 6 jogadores que tiverem jogado maior número de mãos; havendo igualdade nesse número, o capitão da equipa decidirá"
No caso da prova regional na zona da ARBL não foi, acreditamos que por lapso, incluída esta possibilidade. No entanto, dada a longa duração da prova em questão, decidiu a ARBL aplicar o conceito expresso no RTP e autorizar que as equipas inscrevessem até 8 praticantes. Espera-se que no regulamento de provas para 2018 este aspecto esteja devidamente expresso.
Sobre a questão do 3º e 4º lugar as equipas em questão manifestaram o seu desejo de não jogar o encontro e após consulta à FPB foram para tal autorizados, tendo, por consequência, sido atribuído o 4º lugar ex-aequo a ambas as equipas ficando portanto o 3º lugar por atribuir. A questão entre o 5º e 6º lugar, se bem que conduzindo ao mesmo resultado (atribuição do 6º lugar a ambas as equipas) decorreu de razões diferentes, uma vez que as equipas jogaram o encontro mas, por lapso, na mesma linha.
A PROPÓSITO DOS CAMPEONATOS DE PARES POR IMP'S 2016
Depois de toda a polémica suscitada em torno desta prova, seja por alguns profissionais da polémica, seja pelos muitos que levantam dúvidas legítimas quanto ao formato de algumas provas, o Casimiro Talhinhas deu-se ao trabalho de pegar nos resultados e de estabelecer as respectivas classificações, comparando os CROSS IMP's com a classificação BUTLER convertida para PV's ou os CROSS IMP's convertidos para PV's.
Todas as opiniões são legítimas desde que fundamentadas. O direito de cada um a gostar mais de um ou de outro formato é indiscutível. Mas, dita o bom senso, que as opiniões e os gostos sejam balizados em argumentos e não apenas em verdades absolutas de alcatifa que são, vezes de mais, as armas utilizadas para denegrir o trabalho alheio, sem qualquer intenção construtiva. Apenas dizer mal!
Ora porque os dados e a verdade dos números falam por si, aqui ficam as classificações obtidas nos diferentes métodos de cálculo. Diferenças classificativas nos diferentes modelos obviamente que as houve. Mas haverá alguém bem intencionado que subscreva as análises precipitadas de adulteração da verdade desportiva com o esquema utilizado? Mais, haverá alguém que informe em que federações mundiais e em que provas é que as provas de pares por imp's são traduzidas em PV's?
Gostar mais é uma coisa (por acaso também gosto mais da conversão para PV's pela simples razão que é mais facilmente entendida pelos praticantes). Daí a "baptizar" as outras opções com epítetos que me dispenso de comentar vai a distância entre os que entram nestas discussões de forma salutar e construtiva e os que apenas esgrimem "verdades absolutas" para chatear.
Dito isto, entendo também que esta é uma prova que deve ser revista. O regulamento deve ser flexibilizado por forma a que o modelo seja adaptável ao número de participantes, evitando, por exemplo, o sistema suíço deste ano completamente despropositado para o número de pares em contenda e que, mantendo-se a prova como de apuramento para uma fase nacional, o seu modelo de classificação seja igual ao adoptado para a prova nacional.
Termino lembrando que todos os anos, no início de cada época desportiva, é publicado um documento com o regulamento das provas da ARBL. Que antes disso há uma AG da ARBL que aprova o plano para a época seguinte e que qualquer destas é uma boa altura para todos o que, de boa fé, pretendam fazer chegar à ARBL as suas críticas e sugestões. Mas é evidente que dá menos trabalho e provoca mais ruído a agitação em cima do acontecimento. São estilos!
Para os interessados aqui fica o link para a análise do Casimiro Talhinhas.
A PROPÓSITO DOS CAMPEONATOS DE EQUIPAS DE CLUBES
Num dos raros momentos de alguma lucidez que possuo dei por mim a pensar no seguinte:
1. Existe um campeonato de equipas de clubes com uma 1ª e uma 2ª divisão;
2. Para cada uma das divisões existe um critério bem definido de descida e acesso;
3. No que diz respeito à ARBL alguns clubes têm direito a participar na 1ª divisão pelos resultado de antecedentes campeonatos e todos os outros clubes, independentemente de terem 1 clube na 1ª divisão ou não têm direito a indigitar uma equipa para este regional na 2ª divisão;
4. Compreende-se que o nº de clubes da 1ª divisão nacional possa ser em nº superior ao da 1ª da ARBL porque pode ter equipas das outras associações regionais;
5. Já não se compreende muito bem que haja clubes na 1ª divisão nacional que não consigam formar equipa para disputar uma 2ª divisão quer nacional quer regional (estou a falar de Lisboa porque é a região a que pertenço! Nas outras não sei o que se passa!);
6. Compreende-se ainda menos que um clube possa ser campeão nacional e não tenha direito a um representante na 1ª divisão regional respectiva!!!;
7. Falo com conhecimento de causa porque o clube a que pertenço (Círculo Português de Bridge) disputou o último nacional da 1ª divisão e manteve-se nessa divisão para o ano de 2016 (Aplauso!) e não tem uma equipa na 1ª divisão regional! Com alguma ajuda divina poderíamos ter sido campeões nacionais ou não? LOL;
8. Extrapolando isto para o xadrez (modalidade que também pratico) esta situação é tratada de modo diferente! Existe um campeonato nacional com as divisões respectivas e existem vários campeonatos distritais (julgo poder-se pensar que no bridge sejam os regionais)! Os Distritais no xadrez dão acesso à 3ª divisão nacional e depois há critérios para as subidas de divisão e limitações na 1ª divisão nacional de tal modo que um clube só possa ter uma equipa na 1ª divisão!!;
9. Todas as equipas no xadrez, sejam da 1ª/2ª/3ª divisões nacionais podem participar nos distritais mas a sua classificação só conta para efeitos de título e não para obtenção de lugares que dão acesso à 3ª divisão nacional!
Devo acrescentar que não fui mandatado por ninguém e que todo este desabafo (acho que podemos chamar assim) é de minha autoria e pretende apenas reflectir uma situação que me parece estranha neste “nosso” bridge!
Saudações bridgísticas
Victor Ferreira
A PROPÓSITO DA POLÍTICA DESPORTIVA DA EBL E DA WBF
ENTREVISTA A ALFREDO VERSACE E NORBERTO BOCCHI E UM POST DE SABINE AUKEN
Num mundo do bridge cada vez mais globalizado, em que a componente negócio se vai sobrepondo aos aspectos desportivos e de divulgação e promoção da modalidade, os dois organismos que regem o bridge internacional têm vindo a ser alvo de continuadas críticas pela sua rendição a interesses que nada têm a ver com a modalidade. Para além dos modelos competitivos que vêm transformando as principais provas internacionais num género de festivais, como referia o internacional sueco Peter Bertheau, numa entrevista concedida ao boletim do recentemente disputado Campeonato da Europa, a escolha de locais para a disputa destas provas com elevados custos para os praticantes não sponsorizados, tem vindo a ser responável pelo esvaziar de algumas provas, cada vez mais reduzindo-as a jogadores profissionais. Os efeitos desta política são bem visíveis: no último campeonato do mundo, disputado em Sanya (China), estiveram presentes 120 equipas open contra as cerca de 400 de Lille. Razões? Preços proibitivos de viagens, estadias, alimentação, a juntar aos elevados custos de inscrição, tudo em nome dos interesses dos sponsors da prova (Red Bull e uma plataforma informática, de seu nome OurGame, que adjudicou os direitos de transmissão das finais e que, tal como os diferentes Citius cá do sítio, deu barraca. Seguem-se os campeonatos abertos da Europa. Na mesma linha, a EBL escolheu a cidade de Tromso na Noruega que está no top 3 das cidades mais caras da Europa.
Posto isto resta-nos reforçar a pergunta dos dois ilustres entrevistados: para que servem afinal os sponsors? Para onde vai o dinheiro dos patrocínios? Ninguém sabe. Uma coisa é certa: o dinheiro que entra nos cofres das organizações que gerem o bridge internacional por esta via tem servido de muito pouco para aquilo que, afinal, deveria ser a sua principal prioridade: o desenvolvimento do bridge.
Com a devida vénia, transcrevemos a entrevista dos dois campeões italianos e também o post de Sabine Auken no facebook sobre esta matéria, esperando que muito mais vozes se juntem a eles porque é o futuro da modalidade que está em discussão.
ENTREVISTA A BOCCHI e VERSACE
After coming back from the World Championships in Sanya, China, Italian stars Alfredo Versace and Norberto Bocchi have agreed to grant an interview to Laura Camponeschi, NIB’s Italian correspondent. Their purpose is to send a message about the future of the bridge world, but they could not avoid questions around the future of the Italian Blue Team.
Laura Camponeschi: Welcome home for both of you. We are here to chat about the latest World Championships. The organisation has raised a lot of complaints about costs, location, advertisements, sponsors. What did not work?
Alfredo Versace: I honestly think this was one of the least successful bridge events in history. Firstly, the location. Sanya is difficult to reach, far away for most players and very expensive. Teams without a big sponsor, like mine or Norberto's, could not take part. I remember that 400 teams took part in the Rosenblum in Lille. In Sanya only 120 open teams participated, and only 28 women teams. A real fiasco! But these numbers are understable if we consider the costs: around 1000/1200 euros for the flights, the 3 available hotels cost 200 dollars a day, everything was expensive, from eating to a pair of flip flops, which I paid 40 euros! How can a player without a spnsor spend 5000 euros to spend a week in Sanya? This event was an anti-bridge advertisement. The WBF found an important sponsor, Red Bull, which named the competition, but it is not clear what the sponsor was for. In other words: where did the money from the sponsor go?
A sponsor should make a championship more accessible, and invite junior teams. Apart from travel and accommodation costs, one needs to add the subscription costs: 1200 dollars for mixed teams and 600 dollars for the pairs. Players without sponsors cannot afford this. So, I stress again, the message coming out of this situation is that only players with rich sponsors can play. This is a transnational bridge championship: it should be the place where everyone goes to meet the champions. Expert players enjoy these events because they have an opportunity to meet the world champions. It should have been an event open to anyone, but it has not been.
Norberto Bocchi: I can only agree with Alfredo. I have no complaints about China as a host, but rather about Sanya. Beijing and Shanghai, for instance, are easier to get to and offer a wider choice of accommodation options. Sanya is an island and there are only luxury hotels, it was impossible to choose a different type of accommodation. Restaurants were expensive, too. A coffee was between 7 and 8 euros in our hotel. Professionals, paid by sponsors, are less concerned by trip costs, but these prices do not match with a promotion strategy for the game of bridge. Bridge should be a sport open to anyone, and not a business opportunity for few. I hope that the WBF will find even more sponsors, but that these sponsors operate to promote bridge, i.e. to save players money and to make the game more popular.
AV: I would like to say more about the sponsor. The WBF chose this location because Red Bull is Chinese. But what was the point of having this and other sponsors, if costs were prohibitive for most players? All European countries with a strong bridge tradition (Italy, Netherlands, France) fielded very few teams: Italy did not even field a Women or Senior team...NBOs have struggled to send their representatives and this is a serious issue that needs to be addressed.
LC: Were there other issues?
AV: I think even those who were not in Sanya noticed that the internet connection was not good. I also think it is appalling that the right to broadcast the finals was given to OurGame, an experimental platform which did not work properly and left many spectators disappointed. Since the internet connection was gappy, the update of results has been less than prompt. Add to this our own personal inconvenience caused by not having internet.
NB: So there are big sponsors who pay, such as OurGame and Red Bull, but nothing works, costs are high, players do not enjoy any benefits or economical incentives...Just to give you an example, there was not even one photocopier to print copies of the system files.
LC: Given the low numbers, were these real World Championships?
AV: To strengthen Norberto's point, note that the three best team fought for the qualifying spot in the last round. The second favourite, my team (Cayne), was basically already out; the third favourite (Nickell) had to win big to get in and the favourite team (Monaco) was going to be eliminated had they lost 10 points. This shows that 7-board rounds produce random results. We can play with this format, but let's not call it a world championship...You see, if you play 7-board rounds for only two days, anything could happen and you only have this opportunity to get into the knock out stage. And we need to add that in a knock out match, even though with less hands than in the Rosenblum, the strongest teams win. I here take the opportunity to congratulate Mazurkiewicz team, who deserved to win and in particular to Michal Klukowski, whom I think is the youngest player to have ever won this trophy.
LC: What led the WBF to introduce the new shorter playing format?
AV: I do not know, but I think that organisers should ask experienced players before deciding on the format. Norberto, myself and others have been playing for many years: we know a thing or two about the game and we could contribute with suggestions about formats, locations and the whole organisation. My rationale for taking part in this interview is to make a plea. Next year we are going to play the European Championships in the Arctic Circle, in Tromso (Norway), which is considered one of the three most expensive cities in Europe. Who would want to go to the Arctic Circle to spend 20 euros for a drink? I am sad to see that bridge is becoming a sport for professionals only.
LC: Alfredo, you have touched on a point very close to Norberto's heart. He has been suggesting creating a "trade union" for bridge players, in other words he has been calling for players' opinion to be acknowledged more by the WBF when making decisions about formats and playing venues.
NB: We are never asked anything on these matters. This is why years ago I suggested to create a players' trade union, to raise concerns about these issues. What we ask is to be able to give advice and I think our expertise will be useful to the EBL and WBF. We would like to take part in the decision making processes, for the greater good of bridge, whereas at the moment decisions are taken without asking us. Our goal is to organise events where 250 teams are going to sign up, to have fun without spending a fortune. Additionally, if there were enough teams taking part, this would generate enough income to invite junior teams. We need to rethink bridge, because in the current circumstances, it will die. Alfredo and I had our careers, we need to think about the youngsters and about a true development strategy for bridge.
LC: What about you, Alfredo, what do you suggest to improve the current situation?
AV: I suggest we go back to holding these competitions where they used to be. The previous four editions of the Rosenblum have been held in Verona, Lille, Montreal and Philadelphia, which are cities with the capacity to welcome any number of teams and anyone: players, organisers and friends. Additionally, if sponsors are available, let's use them to facilitate players' participation, all players': even those who finally get the opportunity to challenge the champions. If we keep raising the costs, we will end up with 30 teams. I would like to stress again that this is a plea for bridge. Norberto and I do not struggle to find sponsors, because we are professionals. I am talking about those who could not go to Sanya. Maybe in the past the organisation used to be better. Too many mistakes have been made lately. Let me bring in the Italian Bridge Federation (FIGB) who organised Rome's tournament (a beautiful location) at the same time as Sanya's championships: for this reason many strong players could not attend the latter.
LC: The next World Championships will be held in Chennai, in India...
NB: this is a different matter, because these are national championships, where only selected teams can take part. When a tournament is not transnational, the location is a lesser issue. On the contrary, the purpose of the Rosenblum is to encourage as many players as possible to participate.
AV: I think organising tournaments in remote locations always has a counterproductive effect; especially when transnational events run parallel to the World Championships.
LC: As you know, Italy did not qualify to the next Bermuda Bowl in Chennai. Alfredo, Norberto: will you nonetheless play in the transnational event?
AV: I am not even thinking about it. For once, we will watch the matches on VuGraph!
NB: Playing in the transnational whilst others play the Bermuda Bowl feels like being a poor child looking at a toys' shop window.
AV: Indeed! I only played in the parallel transnational once: it felt like peeking through the keyhole.
LC: Whose fault is it that the Blue Team will not be taking part to the next Bermuda Bowl?
AV: It certainly is Alfredo's fault, because he did not manage to qualify. But it is also Norberto's fault, a little bit, because he did not come to help the team qualify. So we are both responsible, but I am more at fault than him.
NB: It is not my fault nor Alfredo's. Us players do not count much, as decisions are made elsewhere. Since I took part in the European trials with Lavazza's team, I could not swap to another sponsor (Angelini): it would be inconsistent and unprofessional. The FIGB did not create the conditions for us to play together.
AV: I would like to add something here. I do not think it is the end of the world if we miss one World Championship. It has happened to many strong players: for instance even Meckstroth and Rodwell missed some World Championships and overall they have won more than we have. I am inevitably sorry not to take part in the most fascinating and exciting bridge competition, the Bermuda Bowl. But let's not tear our hair out! I will need to find something to do in those days, not to suffer too much...
LC: Something to do? I think you'll be hired as commentators, no?
AV: Yes, if no one buys the right to broadcast the matches and then does not show them...
LC: Norberto's presence leads me to ask another question to Alfredo: you have surely read the letter where Bocchi, Duboin and Madala announce that they are not available to be selected for the next European trials. What is you reaction, Alfredo?
AV: I want to think it is a joke. I was really sorry to read this: I cannot think of a future where the Blue Team does not encompass Norberto, Giorgino or Agustin. Together we won a lot, it is so painful to hear this news that I do not want to believe it is true. For the greater good of Italian bridge, let me think that this is a joke.
NB: It is like when a husband is told his wife cheated on him... The husband does not want to believe it, but more often than not it is true.
AV: Norberto and I have been knowing each other for many years, we have played for 5 years as a partnership and for 25 years in the same national team... I still want to believe that it is a joke.
NB: But it is not...
LC: Alfredo, can you confirm that your friend and team mate Mustafa Cem Tokay has applied for Italian residence?
AV: Yes I can confirm that Tokay will soon become an Italian resident. He is my team mate in Angelini's team and a good friend. We are all happy about his decision, also because he is a talented young player who can still improve a lot.
LC: Will Tokay be able to represent Italy in the next European Championships?
AV: Certainly. As it happened to Madala, it could happen to Tokai.
NB: You see? Someone is already stealing our place. Resigning is the right decision [laughs]
Interview by Laura Camponeschi for Neapolitan Club and NewInBridge
[English edition by Laura Cecila Porro]
POST DE SABINE NO FACEBOOK
It's early, but here is my first New Year's resolution: Never travel to China again without a VPN!
Thank you everyone for all the congratulations! My hopes for all future world championships are, that they will be staged at more accessible and more affordable places for players all over the world. Everybody should have a reasonable opportunity to experience the thrill and excitement of these wonderful events.
SOBRE O COMUNICADO DO NAC - ARTIGO DE OPINIÃO DE LUIS CASTAÑO
Sobre o comunicado do NAC recebemos com pedido de publicação um artigo de opinião do Luis Castaño:
Após o péssimo resultado obtido pela nossa seleção nos últimos campeonatos da Europa, surgiu-nos a primeira reação "oficial" pelo punho da própria Comissão das Seleções (CS), sem dúvida uma analise isenta para nos explicar o fiasco a que nos conduziu.
Sem alguma vez se por em causa, a CS diz-nos que não há verdadeiros culpados para a triste figura feita pelo Bridge Português. A coisa resumiu-se a umas quantas quebras "psicológicas" que ninguém sabe muito bem o que significam. Síndrome Fernando Mamede atacou alguns jogadores? A CS não levava psicólogo na bagagem? Precisamos do Zandinga? A CS não explica.
Uma coisa é certa, dos métodos utilizados pela FPB e pela CS a culpa não foi de certeza. Do treinador e amigo do Presidente , o italiano Mortaroti, nada a dizer; do capitão não jogador também não e os jogadores não jogaram bem mas foram particularmente simpáticos nos intervalos.
Mas ficámos descansados, o plano é de médio/longo prazo, e tempo é coisa que não falta à nossa CS. Ela própria esclarece, no final de Agosto, que está a analisar com os jogadores as causas das sovas que levámos. Não, parece que não é engano, a análise é profunda e 2 meses não foi tempo suficiente para a nossa CS. Surpreendentemente, ou talvez não, numa coisa é preciso ter pressa : inscrições para o NAC já! Os serões das quartas no BBO não podem esperar. Para vocês que não beneficiam do privilégio de saber o que vai nas cabeças da CS damos 11 dias. Repito 11 dias . Nada mau. Assim, como quem não quer a coisa, no meio de um comunicado emitido em Agosto. Como diria o nosso JJ se jogasse Bridge: limpinho, limpinho.
A cereja em cima do bolo surgiu já no final, com a CS a exigir confiança aos putativos jogadores NAC. O respeitinho é muito bonito. Eu acho bem.
Escrito em Alvor no dia 25 de Agosto de 2014
Luis Castaño
praticante 515
COMUNICADO DO NAC E ARTIGO DE OPINIÃO
No seguimento da participação nacional nos recentes Campeonatos da Europa, o NAC divulgou o seguinte comunicado:
"COMUNICADO DA COMISSÃO DE SELECÇÃO
O desempenho da equipa nacional open nos campeonatos da Europa deste ano,
em que Portugal não conseguiu melhor do que o 15º lugar no seu grupo (entre 18
equipas), ficou aquém das expectativas. Não deixando de tirar as devidas ilações
relativamente a esse desempenho, nomeadamente através da análise e discussão
com os elementos da equipa nacional dos erros cometidos (processo ainda em
curso), a CS não quer deixar de salientar os seguintes pontos:
o A equipa nacional manteve uma postura digna e combativa ao longo de toda
a prova, com um bom ambiente e espírito de equipa, sem recriminações;
este aspecto foi determinante para, depois de um péssimo início de prova
(nos 4 primeiros encontros, em que todos os pares jogaram claramente
abaixo daquilo que sabem), ter sido possível atingir um nível de
desempenho bastante razoável no resto da prova e com isso recuperar
alguns lugares na tabela classificativa.
o Grande parte dos erros cometidos eram perfeitamente evitáveis e foram
resultantes muito mais de factores psicológicos mais do que de limitações
técnicas.
o O projecto do NAC não é um projecto a curto prazo, e não é o facto de o
desempenho nestes campeonatos ter ficado aquém do desejado que diminui
de qualquer modo a confiança em se estar no bom caminho para a evolução
do nível competitivo das nossas equipas nacionais.
Tendo havido alguns casos de pares que se desfizeram ou abandonaram o NAC
open, foi decidido, dentro dos termos no RSPEN, abrir um novo processo de
candidatura, com vista a retomar os trabalhos regulares de preparação o mais cedo
possível. Assim:
o Até 31 de Agosto de 2014, os pares que fazem parte do NAC open e que
pretendam continuar no mesmo devem confirmar esta sua intenção, através
de email dirigido à FPB.
o Até à mesma data, quaisquer outros pares que pretendam fazer parte do
NAC devem apresentar a sua candidatura através de email dirigido à FPB,
acompanhado da respectiva folha de convenções.
o A CS analisará a lista de pares confirmados / candidatos e decidirá sobre a
constituição do NAC open, que poderá ser de 8 ou 10 pares, comunicando
essa decisão até 7 de Setembro de 2014.
o Prevê-se que os trabalhos do NAC sejam reiniciados a partir da segunda
quinzena de Setembro (data a confirmar oportunamente).
No seguimento de convite que lhe foi dirigido pela Direcção da FPB, o praticante
Juliano Barbosa passa, a partir desta data, a exercer as funções de preparador e
seleccionador do NAC feminino. Brevemente, o novo responsável irá dirigir
convites individuais para a constituição do NAC feminino (incluindo a confirmação
dos 2 pares que já dele fazem parte e a integração de novos pares). O início dos
trabalhos de preparação do renovado NAC feminino, que além de treinos na
internet irão incluir sessões teóricas sobre matérias específicas, está previsto para
a segunda quinzena de Setembro.
É importante reiterar que uma condição essencial para qualquer par se
candidatar ao NAC e permanecer no mesmo é esse par ter confiança na CS como
entidade responsável pela selecção e preparação das equipas nacionais.
2014-08-20,
A Comissão de Selecção
COMENTÁRIO (Luis Oliveira)
Em primeiro lugar, fez bem a FPB e o NAC em publicar um comunicado com a análise à participação portuguesa nos recentes Campeonatos da Europa. Um projecto desta natureza, que assume uma clara ruptura com o passado, assim o exige.
Sobre o comunicado propriamente dito, confesso um sentimento misto. Entendo e concordo com o destaque feito pelos responsáveis do NAC à atitude e ao clima de solidariedade e de bom ambiente que se viveu no seio da selecção. É importante, como sempre o foi, dissociar a análise dos resultados do esforço e dedicação com que os nossos representantes se apresentam a contenda. Eles sempre tentam dar o seu melhor.
No entanto, creio que, salvaguardado este aspecto, o comunicado do NAC deveria ter ido um pouco mais longe, até porque a análise dos dados objectivos constitui uma importante ferramenta de melhoria.
Sendo claro que a análise técnica, mão a mão, dos erros cometidos é importante e deverá ser feita no interior do NAC, faltou no comunicado uma abordagem a dados que me parecem fundamentais e que aqui deixo para a reflexão de quem de direito. São dados que, no meu entender, para além de quantificarem objectivamente o nosso desempenho, ajudam a identificar os pontos de melhoria e a definir objectivos mais ambiciosos para o futuro. Assim:
Média do desempenho da equipa nacional: 7,47 PV/encontro
Média do desempenho, retirando os resultados das 3 equipas classificadas atrás de nós no grupo: 6,09 PV/encontro
Média do desempenho contra as 9 primeiras equipas do grupo (lugares de apuramento): 4,28 PV/encontro
Média do desempenho contra as equipas classificadas entre o 9º e o 14º lugar: 8,55 PV/encontro
Média do desempenho da equipa classicada em 9º lugar (último lugar de acesso ao apuramento): 10,24 PV/encontro
Diferença em PV entre nós e o 9º classificado: 46,99 PV em 17 encontros
Destes números parecem resultar conclusões evidentes:
1) Definir como objectivo mínimo um lugar nos 9 primeiros está longe de ser uma utopia e deverá ser explicitada como meta para 2016.
2) É possível identificar alguns pontos prioritários para nos aproximar do objectivo: desde logo melhorar a prestação e diminuir a diferença no desempenho contra as formações qualificadas para a fase final. Sabendo que o natural é continuar a perder a maioria das vezes que nos defrontamos com essas equipas, a média de 4,28 PV alcançada tem de subir. Para termos aspirações a outros lugares temos de dar mais luta às equipas mais dotadas. No entanto, é no grupo do 9º ao 14º que devemos concentrar as nossas atenções porque é nessa zona, contra equipas mais do nosso campeonato, que podemos ir buscar os pontos necessários para os nossos objectivos.
3) É hoje uma evidência que mudaram radicalmente os parâmetros do bridge de competição ao nível de selecções. A proliferação de novos sistemas que obrigam a um intenso desgaste para quem os defronta, a extrema agressividade competitiva com os níveis de segurança tradicionais a serem dinamitados por completo, o que exige uma adaptação radical dos métodos competitivos para abordar esta realidade e as alterações ao nível da tabela de conversão de PV's são algumas das principais questões a ter em conta.
4) A nosso favor tivemos este ano as 16 mãos por encontro, em vez das tradicionais 20 mãos. Dos muitos dados que tenho de campeonatos anteriores, a média de pontos perdidos entre as mãos 17 a 20 é incomparavelmente superior à média das primeiras 16. Ou seja, mais 4 mãos por encontro, provocam um desgaste adicional intenso que atinge com particular relevância as equipas menos experientes. Não sei se é para manter, até porque a medida foi muito contestada pelas formações mais fortes, mas esperemos que assim seja para nosso futuro benefício.
A abertura do NAC a novos candidatos parece-me natural, dada a anunciada saída de pares que integraram o grupo anterior e também porque deverá ser esse o caminho quando finda uma fase do projecto e se inicia outra.
Já o último parágrafo do comunicado me parece uma redundância, porque julgo ser evidente que quem não se reconhece no projecto ou quem não confia no CS não se candidata. Assim dito, o texto é mesmo passível de interpretações que de todo são dispensáveis para o bom andamento do projecto. Como diria o diácono Remédios: "Não havia necessidade..."
Finalmente uma palavra para a escolha do Juliano Barbosa para seleccionador e treinador do bridge feminino. Como praticante, dispensa comentários. Mas mais importante que o seu inquestionável valor técnico, o Juliano é reconhecido pelo rigor e seriedade com que encara a competição. Tudo o que, do meu ponto de vista, o bridge feminino necessita para ganhar uma nova vida. Aqui ficam os meus votos para que seja possível fazer regressar o bridge feminino à primeira linha dos projectos federativos e que ao mesmo adiram as nossas melhores praticantes.
Luis Oliveira
CAMPEONATO NACIONAL PARES OPEN 2014
Depois de toda a polémica que envolveu o Campeonato Nacional de Pares da época passada, aguardava-se com expectativa o desfecho para esta época. A resposta não podia ter sido melhor, com 28 pares apurados das diferentes AR's a dizerem presente. Finalmente, ao fim de muitos anos em que a prova mais importante de pares do calendário oficial mais não era que um prolongamento da prova regional de Lisboa, conseguiu-se organizar um verdadeiro campeonato nacional. Delegada a organização na ABC, a prova decorreu em Coimbra sob a direcção de Lino Tralhão.
Estão lançadas as bases para devolver aos campeonatos nacionais a sua verdadeira essência, ao mesmo tempo que se promove a efectiva descentralização da modalidade.
Parabéns à FPB por ter conseguido dar corpo às linhas orientadoras do seu projecto desportivo, às AR's e aos seus praticantes pela resposta positiva que deram com a sua participação.
Luis Oliveira
Com a decisão agora tornada pública do Tribunal da Relação de Lisboa, parece ter chegado ao fim a novela que envolveu as eleições para os órgãos socias da FPB.
Não vou entrar em considerações sobre o que se passou, porque muito do que se passou não merece qualquer consideração, principalmente quando a legítima defesa de opiniões e de direitos de cada um resvala, como foi o caso, para ataques à honorabilidade de pessoas e instituições.
Espero, sinceramente, que as sucessivas decisões judiciais sobre este assunto ponham um ponto final neste lamentável episódio, que se possa enterrar de vez esta fase negra da vida federativa e concentrar atenções no que é efectivamente importante, num clima de paz e de tranquilidade.
A vida federativa precisa da energia de todos os que querem e podem dar o seu contributo à modalidade. Na discussão livre e civilizada dos diferentes pontos de vista, num relacionamento leal entre praticantes, clubes, associações regionais e estruturas federativas
Precisamos de, com urgência, saber respeitar as diferenças, saber ouvir as opiniões divergentes, saber encontrar caminhos de consenso, em que todos os praticantes, do mais exímio ao menos habilitado tecnicamente, se sintam representados. Porque todos são IGUALMENTE importantes.
É conhecido o meu apoio aos actuais órgãos dirigentes da FPB e ao seu programa. Mas isto está muito longe de corresponder a um caminho sem divergências, a um unanimismo de opiniões e de posições, que nunca foi a minha praia, nem no bridge, nem na vida.
Como sempre o fiz em relação a todos os anteriores dirigentes, contarão os actuais com o meu apoio e o meu reconhecimento sempre que esteja de acordo com as decisões tomadas e os caminhos escolhidos e com a minha oposição sempre que não concordar com as decisões tomadas ou sempre que me sentir defraudado nas minhas expectativas relativamente ao projecto que, de forma entusiástica, apoiei.
Uma oposição que, se e quando acontecer, será sempre de olhos nos olhos, com lealdade e com assinatura, porque me repugna a covardia dos ataques anónimos ou protegidos por espírito de seita.
O bridge merece que cada um de nós saiba encontrar a forma de fazer valer as suas razões, respeitando as opiniões dos outros.
A grande maioria dos praticantes, que nada quer saber de guerrilhas e guerrinhas de pacotilha, exige que os assuntos do bridge se tratem, exclusivamente, em torno do pano verde e nos locais próprios para serem discutidos. Assim o disseram, bem alto, no último acto eleitoral.
Saibamos todos respeitar esta maioritária vontade
Luis Oliveira
CAMPEONATO NACIONAL PARES OPEN 2013 - Ana Rita Lopes
(Em jeito de resposta ao texto de Eduarda Reis, publicado in Quintonaipe)
Cara Dra. Eduarda Reis
O seu texto, publicado no Quintonaipe, e posteriormente no grupo Bridge Portugal, no Facebook, pelo Francisco Pereira Gonçalves, suscitou-me várias reflexões sobre o bridge nacional, e especificamente, sobre os comentários que expandiu sobre a realização em Coimbra da fase final do último Campeonato Nacional de Pares Open.
Aqui ficam.
Ou seja, concorda com a descentralização desde que umas dúzias de pares não tenham que sair de Lisboa?! O que me parece é que, está a defender aqueles que apenas são a favor da descentralização porque é politicamente correto sê-lo, e desde que a descentralização exista só na teoria, e como grande desiderato no programa da direção da federação, não tendo qualquer efeito prático sobre a realização das provas. Quando tal ocorre, como agora com a realização do CNPO, cai o verniz do politicamente correto aos ditos defensores da descentralização: são a favor da descentralização desde que todas as provas importantes continuem a ocorrer em Lisboa. Seria melhor que assumissem, de uma vez por todas, e sem maquilhagem, aquilo que defendem:
No ponto 2, diz que o está em causa são “princípios, e a violação de normas regulamentares”. E, no ponto 3, esclarece a razão pela qual acha que os princípios foram violados. Porque, os cargos federativos devem ser exercidos como um serviço público, em benefício dos praticantes, e o facto de a direção da FPB ter marcado a final do CNPO para Coimbra teria violado tais princípios.
Vamos por partes:
A não ser que se descodifique a mensagem encapotada: a Direção da FPB devia ter alterado o local, à última da hora, para contemplar os interesses dos praticantes de Lisboa, isso sim, seria no seu entender, serviço público!
Sem comentários. Mas devo dizer que é de todo louvável que a direção da FPB não tenha alterado o local da prova, apesar das pressões inqualificáveis a que foi sujeita, até porque a FPB é um órgão nacional, reporta ao país, a Portugal como um todo. Contrariamente ao slogan que há quem entoe por vezes, Portugal não é só Lisboa. Coimbra e o resto do país não são só paisagem, acredite.
Usei propositadamente o condicional. E digo que teria razão se as alterações ao regulamento da prova tivessem ocorrido num quadro de normalidade. Ora o quadro de realização da prova foi tudo menos normal. A direção da FPB foi confrontada com uma ação concertada de alguns jogadores, os quais de uma forma deliberada e pública, tentaram pôr em causa a realização da prova, desistindo da mesma. Tal facto, pela sua gravidade deve ser exemplarmente punido, sendo isso sim, do meu ponto de vista, serviço público. Até porque, como sabe, as Normas Técnicas em vigor para todas as provas de bridge realizadas em Portugal (ou será que para os praticantes de Lisboa não estão em vigor?!) dizem o seguinte:
“4.5 - Considera-se desistência o abandono da prova com prévia comunicação.
Considera-se abandono que, como regra, é sempre considerado injustificado, a desistência sem comunicação prévia.
Cabe ao Departamento Desportivo avaliar, em primeira linha, da validade ou procedência dos motivos alegados para as faltas de comparência e para as desistências. Se os motivos invocados não puderem, de imediato, ser considerados procedentes, devem as respetivas situações ser presentes ao Conselho Disciplinar, sendo aplicáveis, no final as respetivas disposições do Regulamento de Disciplina e Ética Desportiva.”
Para quem invoca os preceitos jurídicos com grande e profissional à vontade, parece-me ser uma grande omissão sua, não referir que a referida ação concertada desses praticantes é ato disciplinarmente grave e passível de pesada sanção.
Assim sendo, e perante a situação de verdadeira exceção que lhe foi colocada, a direção da FPB, no uso pleno das suas legítimas competências técnicas e jurídicas, permitiu-se alterar o regulamento para que a prova pudesse ser realizada no formato originalmente estatuído e no local originalmente fixado. Nem outra coisa poderia fazer, sob pena de um órgão legitimamente eleito em escrutínio ver a sua ação determinada pelos estados de espírito da turba e da rua. Também aqui, se manifesta outra evidência: há quem seja pela democracia quando os eleitos agem de acordo com as nossas conveniências; quando não agem, somos a favor de algumas manifestações de rua!
A que título poderiam ser prejudicados de tal forma? Ou haveria vencedores em duplicado na época de 2013?
Não sou a favor de tudo o que é novo, só porque é novo. Não sou a favor de tudo o que muda só porque muda. Mas não posso apoiar um certo espírito de capelinha, um certo espírito de bairro que povoa há demasiados anos o bridge nacional e tem impedido o seu progresso. Sou a favor de tudo o que se faça e que contribua para alterar tal estado de coisas. Ainda que com erros. Mas só não erra quem nada faz.
Aceite os meus cumprimentos,
Ana Rita Lopes
CAMPEONATO NACIONAL PARES OPEN 2013 - Eduarda Reis
1 - O que está em causa, no CNPO, não é a descentralização, com a qual a generalidade dos praticantes concorda. Não se sabendo, aliás, qual o motivo que levou à escolha de Coimbra para a realização da final do CNPO, parece estranho que se tenha decidido implementar a descentralização, que só tem tido uma prática esporádica nos últimos anos e que requer um planeamento cuidadoso e muito trabalho de base das AR’s e apoio da Direcção, simplesmente obrigando os lisboetas a deslocarem-se pelo país fora para poderem jogar provas nacionais.
2 – O que está em causa são princípios, por um lado, e a violação de normas regulamentares, por outro lado.
3 - O primeiro princípio é que os cargos federativos devem ser exercidos como um “serviço público”, ou seja, devem ser exercidos para o serviço dos praticantes e, por via disso, para o desenvolvimento da modalidade. Não se entende, assim, a razão da insistência da realização da final da prova em Coimbra, quando os números envolvidos na fase de apuramento – 31 pares de Lisboa em 34, 25 pares apurados de Lisboa em 28 - justificavam a deslocação da prova para Lisboa e perante o sentimento generalizado de hostilidade, que se veio a traduzir na confirmação de apenas 12 pares para a final da mais importante prova de pares do calendário.
4 – O segundo é que os regulamentos devem ser gerais e abstratos, ou seja, não servem para regular situações individuais. No entanto, a 2 ou 3 dias da realização da prova, foi publicada um regulamento revisto da prova que, basicamente, dizia que a prova seria, sempre e em qualquer circunstância, jogada por 12 pares e que, caso um dos elementos de cada par confirmado não pudesse jogar a prova, o seu parceiro poderia jogar com outro parceiro à sua escolha, preferencialmente de entre os apurados. Esta revisão é, a todos os títulos, espantosa. Em primeiro lugar, abria caminho à decisão de a prova vir a ser jogada por pares que não tinham disputado o apuramento. Depois, é violadora do RTE que diz muito clara e expressamente que o regulamento da prova não pode ser alterado depois da prova ter início, considerando uma prova por fases como uma única prova. E, finalmente, porque esta revisão era especificamente dirigida aos casos concretos de 3 pares, que tinham confirmado a sua participação, não sendo geral nem abstrata. Além do mais, esta revisão foi, também, violadora do princípio da igualdade dos praticantes e é discriminatória em relação aos praticantes apurados que não confirmaram a participação por impossibilidade do parceiro, como foi o meu caso. E o que é mais espantoso, ainda, é que este regulamento revisto evaporou-se do Site da FPB, após a realização da prova, tendo voltado a ficar publicado o regulamento inicial não revisto, o que dispensa comentários.
5 – Desconhece-se outra alteração do regulamento da prova que permitisse a participação de pares não apurados e desconhecem-se os critérios de admissão dos 2 pares não apurados, aliás, integrados por 2 membros da direcção da entidade organizadora. E não se entende a insistência irracional em a prova ser jogada por 12 pares, nem o motivo que impedia que a prova fosse jogada pelos 10 pares apurados, em conformidade com o regulamento. Apenas se sabe que a prova, jogada também por 2 pares não apurados, foi já homologada como final do CNPO.
6 – Esta sucessão inqualificável de factos e de decisões contrárias aos interesses da maioria dos praticantes apurados e aos regulamentos não dignifica e deixa mal a Direcção e a entidade organizadora, que, eventualmente, merecia melhor sorte, e coloca em causa a segurança dos praticantes nos regulamentos e na organização das provas. Quem nos garante, a partir de agora, que, mesmo depois do início das provas, os regulamentos não venham a ser “ajeitados” para resolver situações individuais, com prejuízo de outros praticantes?
7 – Bem ficaria à Direcção a anulação da final do CNPO, marcando outra data para a sua realização em Lisboa, e classificando a prova de Coimbra como outras provas nacionais, o que seria uma atitude digna e responsável, que contribuiria para a pacificação do ambiente e evitaria a possibilidade, ainda em cima da mesa, da prova vir a ser anulada em outras instâncias, com o correspondente agudizar da situação.
Eduarda Reis
CAMPEONATO NACIONAL PARES OPEN 2013 - Vitor Ferreira
Olá a todos
Eu sempre manifestei a minha opinião dizendo que o modelo do campeonato estava errado!
Este modelo existe há alguns anos tendo-se no ano de 2012 realizado nos mesmos moldes só que a 1ª fase foi realizada em Lisboa e a fase final também em Lisboa pelo que me passou despercebido e eu participei (mea culpa!).
Na minha opinião não se justifica nunca a realização de uma fase preliminar algures e a fase final noutra Associação.
É evidente que face ao número de jogadores filiados um campeonato nacional de pares open não pode ser realizado numa só fase.
Assim terá de haver preliminar e final! Mas.......porque não realizar as preliminares ao nível das Associações e realizar a final seja lá onde fôr? Isto não estaria de acordo com a tão propalada descentralização, com a qual eu estou de acordo, diga-se de passagem?
Em 1º lugar todos os jogadores poderiam partecipar e poderiam ter acesso à fase final ( atentos ao nº de pares que cada Associação teria direito a fazer-se representar);
Em 2º lugar a fase final seria disputada por pares oriundos de diversas Associações.
Independentemente de outras questões, qual o interesse de n pares jogarem algures e depois 28 desses pares irem jogar noutro local quando esses 28 pares já se tinham defrontado antes e não apareceu mais ninguém para animar a competição?
Quanto a ter havido um boicote à fase final parece-me exagerada essa opinião! Eu,pessoalmente, não fui a Coimbra por outros motivos que não 1 boicote! Tal como eu, presumo que a maior parte dos que não foram também tiveram os seus motivos.
Que,aparentemente,estava tudo errado parece opinião quase unânime!
Faço votos que os erros cometidos sirvam de lição, mas........discordo,tal como o expressei, que o novo figurino seja de atribuir a preliminar a uma Associação e a final a outra!
Eu,a participar e a ser apurado, gostaria de conhecer "caras novas" e a "sová-las ou ser sovado"!
Afinal o bridge, para além de um desporto, não é também um modo de confraternizar?
O "profissionalismo" no desporto não pode também contemplar esta faceta?
Saudações bridgísticas
Victor Ferreira
Olá
Esqueci-me de dizer no meu anterior email que o aparecimento de 3 pares novos( julgo que é esse o nº e não 2 como o artigo indica) é perfeitamente ilegal!
Alguém com responsabilidades na Federação deve dar a cara e justificar a resolução tomada!
Fico a aguardar
Victor Ferreira
Caro Vitor,
Não podia estar mais de acordo contigo. Do meu ponto de vista, os Campeonatos Nacionais deveriam ser consequência dos equivalentes Campeonatos Regionais.
O que se passa de há uns anos a esta parte é que os Campeonatos Nacionais são, com a louvável excepção do Campeonato Nacional de Equipas, uma quase duplicação das provas da ARBL.
Tal como tu, sou um adepto confesso da descentralização. E tal como tu entendo que descentralizar não é distribuir provas pelas diferentes AR's, mantendo os seus actuais figurinos, caso em que teremos este episódio mais vezes repetido.
Convem esclarecer que eu não afirmei ter havido boicote à participação na fase final desta prova, nem penso que seja esse o caso. Houve, isso sim, um generalizado sentimento hostil à decisão federativa que, pela sua dimensão, deveria ter tido, em minha opinião, uma abordagem diferente.
Este episódio ilustra, quanto a mim, a necessidade de uma discussão profunda e aberta que envolva dirigentes e praticantes. Não existem fórmulas milagrosas, mas existem consensos possíveis.
Luis Oliveira
CAMPEONATO NACIONAL PARES OPEN 2013 - Luis Oliveira
Resumindo numa frase curta o que se passou: não podia ter corrido pior! Tentarei explicar:
1- Decidiu a Direcção da FPB atribuir a organização de algumas provas nacionais às AR's, no intuito de descentralizar a actividade federativa e de, com isto, dar sinais concretos de uma política desportiva a olhar para toda a realidade nacional. Esta posição é, em meu entender, não só compreensível como de louvar.
2- Na programação da época desportiva foi decidido atribuir à ABC a organização da final do Campeonato Nacional de Pares. Do meu ponto de vista, este foi o primeiro erro porque o resultado era esperado. Tivesse a ordem dos factores sido alterada em tempo, isto é, fase de apuramento em Coimbra e fase final em Lisboa e uma boa parte da questão poderia ter sido resolvida. Assim, com a grande maioria dos pares apurados de Lisboa (25 em 28), a contestação à deslocação para Coimbra era previsível.
3- O segundo problema resultou do facto de tudo ter corrido, na fase de apuramento, de forma anormal. Isto porque, dos 32 pares inscritos, 29 eram de Lisboa, revelando-se o completo alheamento dos bridgistas das outras AR's por esta prova o que, evidentemente, constituíu um rude golpe na argumentação em defesa da descentralização.
4- Perante esta realidade, a já esperada contestação assumiu contornos de quase rebelião, agora alicerçada em razões que deveriam, pelo menos, ter merecido uma mais cuidada ponderação por parte da Direcção da FPB e do seu pelouro desportivo.
5- Ao extremarem-se as posições de todos os intervenientes, sem nenhuma tentativa de encontrar uma razoável posição consensual, prestou-se um mau serviço ao bridge, como o provam o número de desistências: dos 28 pares apurados, mais os quatro suplentes que sobravam, apenas 10 pares rumaram a Coimbra para disputar um campeonato nacional, no mínimo, estranho.
6- Mas, porque a nossa capacidade de transformar alguns males em males ainda maiores não deixa de me surpreender, decidiu-se transformar uma prova fechada - fase final resultante de uma fase de apuramento - em prova aberta, com a entrada de dois pares na fase final que não tinham participado no apuramento. Passou assim a prova a ser open, ao contrário do regulamentado. Open mas pouco, uma vez que não dei conta de terem sido abertas inscrições. Daí que seja de perguntar que critérios presidiram à escolha/convite/inscrição destes dois pares. Onde e quando foram abertas inscrições para a participação de pares não apurados através da fase selectiva de apuramento. E se não foram, como creio que não foram, como foi possível transformar-se a mais importante prova de pares do calendário nacional nesta indescritível confusão, com a qual ninguém lucrou e todos perderam.
7- O assunto é sensível e a possibilidade de ser mal interpretado é grande. Antecipando um pouco as reacções a este comentário, gostaria de deixar claro que nada tenho contra a descentralização das provas federativas pelas diversas AR's, antes pelo contrário. E muito em particular contra a ABC que, não tenho nenhuma dúvida, acolheu da melhor forma esta prova. Mas, parece-me que numa análise desapaixonada dos factos, seremos forçados a concluir que algo correu mal e que os remédios encontrados fizeram ainda pior à doença.
Luis Oliveira
A recentemente eleita Direcção da FPB entrou em plena actividade. Chama-se a atenção para as importantes decisões tomadas na 1ª reunião de Direcção e que podem ser consultadas em pormenor no site da FPB.
Caros Dirigentes das Associações Regionais e Clubes filiados na FPB, delegados à AG e restantes elementos dos órgãos sociais da FPB.
Na prossecução da política de transparência constante do seu programa de acção, a Direcção da FPB vem, por este meio, dar conhecimento das principais decisões tomadas na sua primeira reunião do presente mandato.
Recomenda-se aos Clubes a melhor divulgação destas medidas junto dos seus associados:
1 - Foram atribuídos os seguintes pelouros e funções dos elementos da Direcção:
Departamento Desportivo - Álvaro Chaves Rosa
Departamento Administrativo - Luís Correia
Departamento Financeiro - Nuno Baltazar
Medidas Estruturantes:
Beatriz José Coelho – Captação
Pedro Matias – Formação
Pedro Sampaio Nunes –Divulgação do Bridge
2 – Constituição de uma biblioteca na FPB e nomeação do responsável (vogal Pedro Matias).
3 - Resolução do contrato de armazenagem com a empresa SIMOL.
4 - Apresentação uma proposta à AG da FPB para transferência da Sede e dos Serviços Administrativos da FPB para novas instalações.
5 – Aprovação dos seguintes regulamentos, já publicados no site da FPB:
- Regulamento de Geração e Duplicação de Mãos (RGDM);
- Regulamento de Selecção e Preparação das Equipas Nacionais (RSPEN);
- Regulamento de Arbitragem (RA);
- Regulamento de Classificação de Praticantes (RCP).
6 – Aprovação da tabela de Coeficientes de Provas de 2013, já publicada no site da FPB.
7 - Nomeação do funcionário Pedro Cabrita como responsável pela actividade de duplicação de mãos, referida no RGDM.
8 – Aprovação do Calendário de Provas de 2013, já publicado no site da FPB.
9 - Delegação das seguintes provas nacionais:
- Campeonato Nacional de Pares de 2ªs Categorias (ARBN)
- Campeonato Nacional de Pares Open – Final (ABC)
- Final da Taça de Portugal (ABC)
- Campeonato Nacional de Pares Sub-30 (ABA)
- Campeonato Nacional Equipas Open – Apuramento (ARBN)
10 – Aprovação dos regulamentos das seguintes provas nacionais, a serem publicados ainda no site da FPB:
- Campeonato Nacional de Equipas de 2ªs Categorias
- Campeonato Nacional de Equipas Open
- Campeonato Nacional de Pares de 2as Categorias
- Campeonato Nacional de Pares Femininos
- Campeonato Nacional de Pares Mistos
- Campeonato Nacional de Pares Open
- Campeonato Nacional de Pares por IMPs
- Campeonato Nacional de Pares Promoção
- Campeonato Nacional de Pares Seniores
- Taça de Portugal de 2013
11 - Criação de uma taxa de licenciamento destinada a praticantes que não participem em provas oficiais (ver a tabela de taxas e serviços da FPB).
12 – Aprovação da tabela de taxas e serviços da FPB para 2013.
Saudações Desportivas.
Inocêncio Araújo
Presidente da FPB
Comunicação do Presidente da FPB
Caros Bridgistas.
As eleições para os órgãos sociais da FPB, realizadas no passado Domingo, abrem um novo ciclo na gestão do Bridge nacional.
O inequívoco apoio à nossa candidatura, expresso pelos delegados representantes das Associações Regionais, Clubes, Praticantes, Árbitros e Professores, representa uma responsabilidade acrescida para todos os dirigentes que ontem tomaram posse dos seus cargos.
Temos consciência de que, com um programa de acção ambicioso e inovador, colocámos a fasquia num nível muito elevado.
Não temos a pretensão de dispor das receitas exactas para resolver todos os problemas que afectam a modalidade. Estamos porém, os 29 elementos que compõem esta equipa, imbuídos de uma fortíssima motivação para levar à prática o que nos propusemos fazer.
A nossa acção será pautada pelo rigor, pela isenção, pela transparência, pelo diálogo e pela defesa intransigente da ética desportiva.
Nesta caminhada, em que nos iremos deparar com inúmeras dificuldades, agravadas pelo actual contexto económico e social, é fundamental a colaboração de TODOS os praticantes e demais agentes desportivos.
Podem contar connosco!
Lisboa, 9 de Janeiro de 2013
Inocêncio Araújo
Com a participação de 39 delegados, decorreu o processo eleitoral da FPB. Vitória clara da lista A, liderada por Inocêncio Araújo, com 35 votos a favor. Também com 35 votos a favor foram eleitas as listas A candidatas ao Conselho de Justiça, Conselho de Disciplina, Conselho de Arbitragem e Assembleia Geral. Com 38 votos a favor e 1 branco, foram eleitas ainda as listas únicas candidatas ao Conselho Fiscal e Conselho Técnico.
Aos dirigentes federativos que terminam funções e, muito em particular, ao Presidente cessante, Francisco Costa Cabral, o grupo Quinto Naipe expressa o seu agradecimento pelo empenho e dedicação que emprestaram à causa do bridge, certo de interpretar o sentimento da grande maioria dos bridgistas nacionais.
Aos dirigentes eleitos desejamos as maiores felicidades. Agora o tempo é de lançar mãos à obra, esperemos que num clima de paz e de diálogo, centrando as atenções no indispensável crescimento sustentado da modalidade.
Os novos órgãos sociais são:
Presidente da Direcção: Inocêncio Araújo
Direcção: Beatriz José Coelho; Álvaro Chaves Rosa; Luis Correia; Nuno Baltazar; Pedro Matias; Pedro Sampaio Nunes
Assembleia Geral: M Eugénia Davim (Presidente); Adolfo Steiger (Secretário); Lourdes Centeno (Secretário)
Conselho Disciplina: José Manuel Martins (Presidente); Jerónimo Coelho da Silva; Francisco Torres Abreu; Raul Martins Leitão; Ada Louro (vogais)
Conselho Justiça: João Pina Lima Cluny (Presidente); César Costa Gomes; Pedro Morbey; João Paes Carvalho; João Diogo Manteigas (vogais)
Conselho Arbitragem: Daniel Tavares (Presidente); João Torres; António Manuel Gomes (vogais)
Conselho Técnico: Rui Pinto (Presidente); João Passarinho; Filipe Carnall (vogais)
Conselho Fiscal: Francisco Ventura Ramos (Presidente); Beatriz Debonnaire; Vasco Teles Dias (vogais)
Foram eleitos no passado dia 22 de Novembro os órgãos sociais da ARBL para os próximos 4 anos.
Aos elementos que irão gerir os destinos do bridge lisboeta no próximo quadriénio desejamos as maiores felicidades, certo de que darão continuidade ao excelente trabalho que tem vindo a ser desenvolvido nos últimos anos e que promoverão, num clima de diálogo franco e aberto com clubes e praticantes, a procura de consensos e de soluções apelativas para as provas oficiais, constituindo-se também como um importante factor de apoio aos clubes lisboetas.:
Direcção
Paulo Areosa Feio - Presidente
Luis Oliveira - Vice-Presidente
Ana Isabel Correia - Vogal
Pedro Gil - Vogal
Casimiro Talhinhas - Tesoureiro
Conselho Fiscal
Bé Saraiva - Presidente
José Moraes - Vogal
Billie Antunes - Vogal
Assembleia Geral
Luis França Galvão - Presidente
João Ferreira - Secretário
José Júlio Martins - Secretário
O Edu deixou-nos. O grupo Quinto Naipe |
29-06-2012 - CAMPEONATOS EUROPA DUBLIN, 2012 - um artigo de opinião de Carlos Ferreira
Terminados os 51ªs campeonatos da Europa de Bridge realizados em Dublin, onde a nossa representação, onde eu estava incluído, teve uma prestação modesta, quero aqui deixar expressa a minha opinião relativamente às razões pelo qual não foi possível obter melhores resultados , não comparativamente às 2 ultimas edições, mas igualmente a edições passadas.
Antes de entrar nas questão levantadas pelo Luis Oliveira, quero aqui agradecer a todos os restantes componentes da Selecção Nacional, o qual incluo o nosso Capitão António Palma e o Paulo Sarmento(nosso acompanhante diário), o excelente ambiente e espirito de equipe que reinou durante a nossa estada.
Não é do todo fácil, estimular e animar os elementos da Equipe, quando os resultados não são favoráveis, o que infelizmente aconteceu invariávelmente.
No entanto, todos os elementos da Equipe Nacional, tiveram uma atitude optimista, na esperança que o dia seguinte iria ser melhor que o anterior. Foi com este pensamento, que fomos encarando a competição, na perspectiva que os resultados iriam aparecer.
Recordo um episódio que me ficou gravado na memória:
No final do 5ª encontro contra a Latvia, quando me dirigi à sala contigua à do Torneio, para ir ter com os restantes elementos da Equipe, o Manuel Capucho veio ter comigo a dar-me um grande abraço. Apercebi-me que algo de bom tinha sucedido. Entendi perfeitamente a reacção dele, dado ter sido a nossa 1ª vitória depois de 4 encontros tenebrosos. A vontade de ganhar era muita, mas este tipo de competição é muito exigente.
Quanto às razões, que levaram a este modesto resultado, vou deixar aqui alguns tópicos, que ajudam a explicar a nossa prestação:
- ERRO. Não tenho qualquer dúvida, que uma das grandes diferenças entre a nossa selecção e as restantes, resume-se ao maior numero de erros, que cometemos sem explicação aparente. Maior e melhor treino das parcerias reduz certamente a margem de erro. Níveis de concentração mais elevados que os nossos contribuem para o menor numero de erros.
- RESISTÊNCIA. Nas conversas tidas com os elementos da Equipe ressalvei que se os encontros fossem de 10 mãos, os nossos resultados melhorariam substancialmente. Não me parece coincidência, mas o facto de não estarmos habituados a estar sentados 2h30m para jogarmos 20 mãos, leva-nos por vezes, talvez por cansaço, a ter momentos de desconcentração, que normalmente são penalizantes.
- ATITUDE. Constatei, que a maioria dos nossos adversários, quando obtinham um mau resultado, concentravam-se exclusivamente na mão seguinte, abstendo-se de fazer qualquer comentário sobre as mãos anteriores. Desta forma, conseguiam gerir o esforço e os níveis de concentração necessários para as restantes mãos.
Não tenho qualquer dúvida em afirmar que qualquer representação nacional, poderá ombrear com a maioria das restantes selecções, se tiver uma base de preparação, a qual implica muito esforço e dedicação dos participantes.
Este trabalho terá de ser iniciado amanhã.
Não ponho em causa o regulamento vigente da prova de selecção, mas penso que chegou a altura de experimentarmos uma nova fórmula, que se baseie numa preparação a médio/longo prazo dos jogadores interessados em representar o nosso País.
Saudações Bridgistas
Carlos Ferreira
27-06-2012 - CAMPEONATOS EUROPA DUBLIN, 2012 - um artigo de opinião de Luis Oliveira
Terminados os Campeonatos da Europa de 2012 aquí deixo, uma vez mais, as minhas reflexões sobre o que de mais relevante aconteceu.
A vitória categórica do Mónaco na competição open era, em meu entender, esperada. Se o resultado é incontestado, a questão para debate prende-se com o facto da equipa vencedora ser constituída por dois jogadores italianos (Fantoni e Nunes), dois noruegueses (Helgemo e Helness), um francés (Multon) e um suíço (Zimmermann).
No mundo globalizado em que vivemos a situação pode até ser já considerada normal. Mas, pela minha parte, confesso que me é difícil habituar à ideia de ouvir um hino e ver uma bandeira representados por quem a eles nenhuma outra ligação têm para além de um contrato profissional. Sinais dos tempos, em que os valores e os símbolos se vão diluindo na fría verdade dos cifrões.
Regressando à parte desportiva, o Mónaco inscreveu pela primeira vez o nome na lista de vencedores da prova, a Holanda, campeã do Mundo em título, bateu ao sprint a Itália, que defendia o título europeu conquistado em 2012 em Ostende, na luta pela medalha de prata. A Itália conta com 20 títulos europeus conquistados (2 dos quais com Fantoni – Nunes na equipa), seguida de muito longe por França, com 8, Grã-Bretanha, com 7, Áustria, com 5, Suécia, com 4, Polónia, com 3, Hungria, com 2 e Noruega (com Helgemo mas sem Helness) e Mónaco, com 1 título cada. Quanto ao apuramento para a Bermuda Bowl, nenhuma grande surpresa: Mónaco, Holanda, Itália, Inglaterra, Polónia e Alemanha.
Em Senhoras a Inglaterra conquistou o título, batendo a França e uma sensacional Turquia. A partir de 1999, a até então Grã-Bretanha tinha conquistado 12 títulos europeus. De então para cá mais 2 títulos, em 2001 e 2012, contra 13 títulos da França. A larga distância surgem Dinamarca (6 títulos), Itália (5 títulos), Áustria e Suécia (4 títulos cada), Alemanha e Holanda (1 título cada). Destaque para a prestação fantástica da Turquia, com um terceiro lugar tão inesperado quanto merecido e que demonstra bem o que se pode fazer com um projecto continuado e bem estruturado, e para a modesta posição da Alemanha, que não contou com as suas principais estrelas, Daniela von Arnim e Sabine Zenkel. Para a Venice Cup, juntam-se às três primeiras classificadas, Holanda, Polónia e Israel. A ausência de Alemanha e Itália são as surpresas, pela negativa.
Nos Seniores, a França acabou por arrebatar o título à Polónia, segunda classificada, com a Escócia na terceira posição. Dinamarca, Alemanha e Bélgica juntam-se aos três primeiros no apuramento para a Seniors Cup. Itália e Holanda ficaram fora dos objectivos que teriam, por certo, traçado. Com 4 títulos conquistados, a França ultrapassa a Polónia (3 títulos). Turquia, Alemanha e Dinamarca conquistaram 1 título cada.
Finalmente, um comentário à presença portuguesa. Uma vez mais, o Rui Marques foi chamado à equipa de arbitragem, onde actuou com a competência habitual.
Quanto à prestação desportiva, apenas nos fizémos representar na prova Open. O 15º lugar na série de apuramento equivale a uma prestação modesta. À nossa boa maneira, é agora chegada a altura de se desencadearem as habituais discussões em torno dos métodos de selecção e, pior ainda, de atirar as culpas para os jogadores que, como todos os outros que os antecederam, fizeram o possível para obter uma classificação honrosa.
Do meu ponto de vista é uma discussão inútil e injusta. Inútil porque a questão base não é o método de selecção ou a qualidade técnica dos nossos representantes que, à luz dos criterios definidos, conquistaram o direito de nos representar. O que importa discutir é o projecto ou, melhor dizendo, a ausência dele. Num universo cada vez mais profissionalizado e cada vez mais exigente, a forma como são pensadas as representações nacionais só por milagre pode conduzir a resultados substancialmente diferentes.
É injusto, porque não se podem comparar os resultados desta selecção com as que a antecederam e que, nas duas últimas edições da prova, se classificaram para a fase final. Porque são diferentes as condições competitivas e porque, enquanto por cá andamos entretidos a planear e a jogar provas de selecção durante uma época inteira, outros há que treinam parcerias, definem objectivos e desenvolvem projectos, tentando responder às exigencias competitivas que vão enfrentar.
Para muitos países, os campeonatos de 2014 começaram no dia seguinte ao fim dos campeonatos deste ano. Para nós, se tudo continuar na mesma, pensaremos no assunto a uns poucos meses da próxima etapa.
Uma representação nacional não se pode esgotar numa prova de selecção, seja ela por pares, por equipas, ou numa qualquer outra fórmula ditada pela imaginação da altura. As representações nacionais têm de ser englobadas num projecto de médio-longo prazo, com requisitos prévios, que vão muito além do mérito desportivo, importante é certo, mas que, sendo condição necessária não pode ser suficiente.
Quanto à velha e falsa questão do profissionalismo dos outros e do nosso amadorismo é, apenas e só, isso mesmo: velha e falsa. Este tem sido o argumento utilizado para, ao longo de anos e anos, nos termos todos demitido do que devia ser essencial. E é por força dessa demissão colectiva que continuamos a mascarar o problema com discussões de lana-caprina. Como se um qualquer método de selecção pudesse funcionar como a poção mágica inventada pela dupla Uderzo – Goscinny para o Obelix e se constituisse como solução para enfrentar as armadas com que nos defrontamos, não numa remota aldeia gaulesa rebelde, mas em torno do pano verde.
Dito isto, termino com uma palavra de apreço para os nossos representantes. O par Maria João Lara – Manuel Capucho nada tem a provar no bridge nacional e o resultado desta prova não apaga o que de muito bom tem conseguido aquém e além fronteiras. O par Carlos Ferreira – Manuel Netto constituiu-se praticamente para jogar o torneio de selecção. Para a competição interna foi suficiente e são indiscutíveis as qualidades técnicas dos dois praticantes mas, lá por fora, as condições são muito duras e o ambiente competitivo muito diferente do que enfrentamos por cá. Quanto aos jovens Nuno Dâmaso – Pedro Pratas, fazem parte do nosso futuro. Esta primeira experiência a doer vai ser-lhes muito útil para próximos desafíos. A aposta em jovens talentosos é determinante para se construir um projecto de sucesso. Aos três pares e ao npc António Palma expresso, enquanto praticante, o meu sincero reconhecimento pelo esforço e dedicação que emprestaram a este desafio. Como sempre fiz e farei relativamente a todos os praticantes que se dispõem a representar o País.
O desafio está, mais uma vez lançado. Que tal começarmos hoje a repensar o projecto selecções nacionais?
Que tal lançarmos, com urgência, as bases para um projecto virado para o futuro em vez de para o imediato?
Que tal definir objectivos, planear tarefas, criar circuitos objectivos de avaliação e fazer das representações nacionais um projecto colectivo que envolva um número considerável de praticantes e de vontades, que não se limite a lançar às feras, de dois em dois anos, um grupo de praticantes, que parte com a determinação de fazer o melhor possível, mas que luta com armas desiguais?
Luis Oliveira
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06-05-2012 - A PROPÓSITO DA GERAÇÃO DE MÃOS - um artigo de opinião de Luis Oliveira
O bridge, na sua modalidade desportiva, tem conhecido significativos avanços no que respeita à tecnologia utilizada.
O aparecimento do bridge online, de que o BBO (Bridge Base Online) é o seu expoente máximo, com a possibilidade de se poderem acompanhar os jogos das principais competições internacionais e também as provas mais importantes das diferentes federações nacionais, o registo electrónico dos resultados através dos bridgemates, que permite o conhecimento dos resultados imediatamente após o fim de cada torneio, bem como o acesso dos praticantes às frequências e aos diagramas das mãos, as máquinas duplicadoras de jogos, cada vez mais sofisticadas, com a geração dos jogos a ser feita por software especializado, são ferramentas que muito têm contribuído para os avanços técnicos que a modalidade tem conhecido.
Este artigo de opinião incide, em particular, sobre a problemática dos programas de geração de mãos, que tanta desconfiança provoca em alguns praticantes. Sendo obviamente livres e respeitáveis as diferentes opiniões, convirá fundamentá-las em dados objectivos, para se poder manter a discussão num nível intelectualmente sério. Destaco dois factos comprovados:
Um dos programas mais populares e muito utilizado nas mais importantes competições internacionais é o BIG DEAL. É o programa que utilizo nos torneios que organizo, desde 2002. De então para cá gerei cerca de 6800 jogos a que correspondem os dados estatísticos que a seguir divulgo:
Pontos em Norte: 67931 Pontos em Sul: 68187
Pontos em Este: 67857 Pontos em Oeste: 68345
Pontos em NS: 136118 Pontos em EO: 136202
O desvio para a média em 6800 jogos é, assim, de 84 pontos entre as duas linhas. Um desvio irrelevante em termos estatísticos.
No que respeita às distribuições (um dos pontos mais “atacados” por alguns praticantes) os dados são:
4333 Variação para a distribuição esperada: 0,15%
4432 Variação para a distribuição esperada: 0,23%
4441 Variação para a distribuição esperada: 0,21%
5332 Variação para a distribuição esperada: 0,62%
5422 Variação para a distribuição esperada: 0,28%
5431 Variação para a distribuição esperada: 0,33%
5440 Variação para a distribuição esperada: 0,09%
5521 Variação para a distribuição esperada: 0,03%
5530 Variação para a distribuição esperada: 0,04%
6322 Variação para a distribuição esperada: 0,10%
6331 Variação para a distribuição esperada: 0,19%
6421 Variação para a distribuição esperada: 0,20%
6430 Variação para a distribuição esperada: 0,05%
6511 Variação para a distribuição esperada: 0,02%
6520 Variação para a distribuição esperada: 0,01%
6610 Variação para a distribuição esperada: 0,01%
7222 Variação para a distribuição esperada: 0,00%
7321 Variação para a distribuição esperada: 0,01%
7330 Variação para a distribuição esperada: 0,02%
7411 Variação para a distribuição esperada: 0,06%
7420 Variação para a distribuição esperada: 0,01%
7510 Variação para a distribuição esperada: 0,01%
7600 Variação para a distribuição esperada: 0,01%
8…. Variação para a distribuição esperada: 0,07%
A variação total de percentagem para a distribuição esperada é de 2,75%.
Antes de começar qualquer tipo de discussão sobre esta matéria seria importante olhar para a fria realidade dos números. Quer-me parecer que caem facilmente por terra afirmações como: “Nunca tenho jogo” ou “O jogo está sempre em (na linha contrária, claro)” ou ainda “Os trunfos estão sempre 4-1”
Alvitram alguns que deviam as entidades organizadoras proceder à filtragem dos jogos. Isto para se eliminarem pretensos desvios, apenas fundamentados em impressões e que os números demonstram serem apenas isso mesmo. Como facilmente se poderá perceber, para além de ser desnecessária, uma acção deste género é, obviamente, ilegal. Seja por intervenção humana, seja por via iinformática a geração dos jogos tem de ser absolutamente aleatória ou, caso contrário, estaremos a viciar os problemas com que os jogadores se defrontam, torneio a torneio.
O que está em causa nesta discussão reduz-se, assim, a duas alternativas apenas: ou regressamos aos tempos dos jogos dados à mão e duplicados à mesa ou acreditamos nas vantagens da tecnologia. Pela minha parte, a opção é clara: os avanços tecnológicos têm vindo a revolucionar o bridge. Estar sentado no sofá a acompanhar as grandes provas internacionais, acabar de jogar um torneio e poder analisar e discutir com o parceiro o que correu mal, com o acesso aos disgramas e às frequências das mãos, saber o resultado da prova onde participo segundos depois da última mão ter sido jogada à mesa, são vantagens que, pelo menos no que me diz respeito, têm contribuído de forma decisiva para a melhoria do meu rendimento como jogador.
Mas, como sempre, aceito outras opiniões e entendo que uma discussão sobre esta e outras matérias é sempre útil. O que me recuso é a aceitar ditames de alguns donos da verdade, que pretendem fazer das suas opiniões leis, apenas porque "tem de ser assim". Não entendo ser esta uma forma séria de manter uma discussão e para esse peditório não pretendo contribuir.
Luís Oliveira
22-02-2012 - SELECÇÃO NACIONAL OPEN - um artigo de Carlos Ferreira
Somente nesta data tive a oportunidade de ler a coluna de opinião, relativamente ao Torneio de Selecção, o qual terminou recentemente após uma disputa acesa entre os 8 pares intervenientes na fase final.
Desde já deixo aqui uma palavra de apreço e de conforto para os 5 pares que não conseguiram alcançar os objectivos a que se propunham .Tenho a certeza que iremos ter em próximas provas internacionais a sua presença.
O meu profundo agradecimento pelas palavras do Luis Oliveira. É uma realidade que dos 8 pares finalistas eu e o Manuel Neto estaríamos em ligeira desvantagem, dado não sermos 1 par formado, contráriamente aos restantes pares.
Durante a fase final, fui acreditando que o sonho que alimentava à mais de 20 anos poderia tornar-se real. À medida que os encontros da fase final iam avançando e os nossos resultados superavam as minhas previsões pensei que tinha chegado a minha hora. Foi com esta convicção que entrei no ultimo dia de competição para disputar os 2 últimos encontros. Quando no final do ultimo encontro, me dirigi para o Restaurante (sala de fumo) ia com algumas esperanças de ficar em 2º lugar. O resultado final assim o confirmou. Não escondo que a alegria foi enorme e muitas lágrimas me vieram aos olhos.
O meu agradecimento para todos os que me enviaram mensagens, mails e telefonemas a desejar felicidades para o Campeonato da Europa.
Para finalizar, deixo aqui claro, que sempre fui defensor da verdade desportiva. Não concordo com o Regulamento em vigor, que permite aos 2ºs classificados escolher o 3º par entre o 4º/5º e 6º. Não me parece justo, que após centenas de mãos jogadas o 3º classificado possa ser excluído, em detrimento de outro par.
Como tal, não fiz qualquer escolha. Penso que a minha opinião sobre este assunto, foi aceite pelos restantes jogadores.
Um grande bem haja para todos os praticantes bridgisticos.
Carlos Ferreira
Terminou o torneio de selecção para a escolha dos representantes nacionais nos próximos campeonatos europeus. Vitória do par Mª João Lara e Manuel Capucho, jogadores com larga experiência internacional. Na segunda posição, podendo considerar-se uma surpresa para quem não acompanhou o desenrolar da prova, ficaram Manuel Netto e Carlos Ferreira. Com efeito, ao longo de toda a longa prova este foi, porventura, o par mais regular, nunca se afastando dos lugares cimeiros da classificação. Espera-os agora um intenso trabalho de preparação para uma prova deste nível de exigência competitiva, uma vez que, apesar de serem jogadores experientes, constituem uma parceria ainda em formação. Os dois pares tinham o direito de escolher o terceiro par entre os 3º, 4º e 5º classificados. Escolheram o 3º classificado, os jovens Nuno Dâmaso e Pedro Pratas. Uma decisão que se saúda, por vários motivos: desde logo, pelo mérito desportivo - após uma prova tão longa e tão dura, é justo que a formação nacional seja constituída pelos 3 primeiro classificados. Em segundo lugar, por se tratar de um par de jovens jogadores, com um grande potencial de crescimento e com um reconhecido trabalho de parceria.
Penso, portanto, que estão de parabéns os jogadores que se classificaram e está de parabéns o bridge nacional por dar a jogadores jovens a oportunidade de participar numa prova desta envergadura. Para além da competição em causa, estamos a dar um passo importante em direcção ao futuro. Aos 6 jogadores deixo os meus votos das maiores felicidades, certo que vão dar o melhor de si próprios e de que interpreto assim o sentimento generalizado da maioria dos bridgistas nacionais.
Nos antípodas deste entusiasmo tenho de referir o assunto que respeita à selecção de senhoras, prova que foi cancelada por falta de quorum. Tive a honra de capitanear as equipas de senhoras nas últimas 3 competições internacionais em que nos fizémos representar: campeonatos da Europa de Pau e de Ostende e Olimpíadas de Pequim. Quando dos campeonatos de Pau, em 2008, deu-se início a um projecto para o bridge feminino, patrocinado pela FPB e sob a batuta da saudosa Isabel Ferreira, que veio reabilitar o bridge feminino. Constituiram-se novas parcerias e apostou-se num trabalho intenso de preparação. Como resultado, Portugal conseguiu uma participação muito digna nos campeonatos de Ostende, com um conjunto de resultados que não estávamos habituados a ver no bridge feminino em Portugal.
No final da prova, no relatório que então preparei para a FPB, defendi a necessidade de se manter o investimento neste projecto, chamando à liça mais jogadoras e mantendo a dinâmica que vinha sendo seguida, até porque existe um conjunto de jovens jogadoras a quem, em meu entender, se devem dar oportunidades. Infelizmente, ao longo de quase dois anos, nada foi feito. Em Outubro de 2011 decidiu a FPB abrir um processo de inscrições para uma prova de selecção que não tinha regulamento nem apresentava condições. Mesmo assim, apareceu um número de inscrições razoável, tendo em conta o universo em questão. Mais de 2 meses volvidos, foi aberto um novo processo de inscrições, agora já com um regulamento acoplado. O resultado de toda esta trapalhada não podia ser diferente do que foi: 7 pares inscritos e o cancelamento da prova por se considerar que o número de inscrições não justificava a realização da mesma.
Um desfecho previsível mas lamentável. Penso que se conseguiu de novo ofuscar o bridge feminino por mais uns anos e que uma nova geração de jogadoras perdeu uma oportunidade de oiro para evoluir tecnicamente. Mas, do meu ponto de vista, o principal problema não ocorreu agora. O problema começou há dois anos quando, findos os campeonatos de Ostende, se enfiou o projecto na gaveta e se esperou pela véspera da competição para se fazer de conta que o bridge feminino entra nas contas.
Atendendo ao universo de praticantes, não me parece razoável encontrar para o bridge feminino uma solução gémea da escolha da selecção open. Claro que é muito mais fácil assim: engendra-se um regulamento, fornecem-se as cartas, as senhoras levam e dão uns cabides e no final logo se vê o que acontece. Não dá trabalho nenhum e talvez até dê alguma receita. Mas um projecto desportivo tem muito mais variantes e o desenvolvimento da modalidade, o aumento do número de praticantes e o aperfeiçoamento competitivo dos que por cá já andam precisa de muito mais que isto.
E, para terminar e para que fique claro, dispenso a estafada conversa do "somos todos amadores", desculpa conhecida de quem entra nestas andanças, não com o sentimento de missão, mas com o de um favor que presta à comunidade. Quem está nestes cargos é porque quer estar, não podendo, por isso argumentar com o amadorismo da missão para justificar a inoperância.
Eu sei, por experiência própria, que ocupar cargos dirigentes não é fácil, já que o trabalho é muito e complexo e o papel de quem decide nem sempre é bem compreendido pelas bases. Muitas foram as vezes que, nos locais próprios, saudei o trabalho que a actual Direcção da FPB tem vindo a desenvolver em áreas importantes como a consolidação orçamental, a solução de problemas financeiros herdados e a própria organização competitiva. Mas, neste particular, não podia deixar de fazer ouvir o meu lamento que, estou certo, tem eco em muitos praticantes. O bridge feminino, merecia muito mais do que isto.
Luís Oliveira
29-07-2011
- O BRIDGE NACIONAL FICOU MAIS POBRE
O Chico deixou-nos. Jogador de alto nível, era uma das referências do bridge açoriano, quer pelos desempenhos à mesa de jogo, quer sobretudo pela cordialidade e sorriso com que sempre recebia os forasteiros na sua terra natal
À família, aos amigos e parceiros de mesa, o Quintonaipe expressa solidariedade e as mais sentidas condolências.
29-04-2010
- PARA O VITOR, HOMENAGEM SENTIDA E SOFRIDA DE UM AMIGO DE SEMPRE
por JOÃO FARIA
Tomei
conhecimento da triste notícia quando abri a página
do Quinto Naipe como costumo fazer numa base quase diária.
Conheço o Vitor há mais de cinquenta anos, e vou
continuar a escrever no presente porque me custa aceitar o seu
desaparecimento.
Fomos colegas no pré-escolar, no jardim escola João
de Deus, ele é um ano mais novo que eu.
Perdemos contacto por uns anos mas voltámos a dar-nos na
adolescência, morávamos no mesmo bairro e frequentávamos
o mesmo café.
Foi lá que disputámos xadrez e bilhar numa base
quase diária.
Foi por essa altura que descobri o bridge, o CBL e o prazer da
competição.
Foi pela minha mão que o Vitor entrou no Clube e a paixão
que desenvolveu foi de tal forma absorvente que o levou a abandonar
o curso de medicina onde era aluno brilhante.
Cedo se tornou uma referência teórica incontornável,
melhor que ele, na análise "double dummy" talvez
o GIB(?).
Em breves instantes por entre um "pois" ou um outro
qualquer monólogo de circunstância ele resolvia os
mais intricados problemas com que os seus interlocutores partiam
a cabeça durante dias a fio.
A sensibilidade com que analisava os leilões "naturais"
em sequências quase metafísicas, levaram-no a migrar
para um sistema artificial no grupo J Grácio, Andrade e
Silva onde se tornou um verdadeiro motor.
Para além das capacidades teóricas o Vitor é,
à mesa, um quebra cabeças para qualquer adversário,
os recentes títulos quer em pares quer em teams falam por
si.
Falar dos sucessos desportivos é, porém, tarefa
interminável, títulos nacionais, selecção,
festivais, "u name it".
O Vitor é alem disso, um conversador incansável,
e deixem que vos conte este episódio, entre tantos outros
com o mesmo perfume, que partilhámos.
O cenário foi o Centro numa noite qualquer de uma qualquer
competição.
Acabado o jogo ficámos à conversa... duas da manhã,
três, quatro, cinco...
Às tantas lembrei-me que tinha aulas às oito...
Despedi-me, entrei em casa de fininho para não acordar
a minha mulher, um duche frugal, e, julgando ter ficado clara
a minha passagem, zarpei para a faculdade...
Manhã pesada, já não tenho idade para directas,
ligo para casa para saber se o frigorífico tinha arranjo
(ia um técnico lá a casa para diagnosticar...) e
atende-me a minha amiga Isaura.
Pensei logo que a directa era mesmo demais... ligo para casa aparece
Isaura???
Estava montado um gabinete de crise para apurar do meu paradeiro,
Isaura chez moi e os meus sinais de passagem aparentemente não
referenciados pela minha mulher...
Dedico-te este episódio Amigo Vitor, para que possas sorrir
enquanto soltas o teu "pois" entrecortado por um sorriso
que tão bem conhecemos.
Até sempre.
Homenagem de um Amigo
João Faria
29-04-2010
- VITOR DIEGUES: A MINHA MODESTA HOMENAGEM À SUA MEMÓRIA
De uma forma
inesperada e brutal o Vitor deixou-nos.
Impotentes perante as voltas e reviravoltas entre vida e morte,
num jogo que não sabemos nem podemos jogar, resta-nos chorar
o amigo e companheiro de tantas tertúlias, exímio
praticante mas, acima de tudo, uma grande pessoa.
Este foi um dos poucos contratos para o qual o Vitor não
encontrou solução.
E deixou-nos irremediavelmente mais pobres.
Em 1999, aproveitei parte das minhas férias para acompanhar os Campeonatos da Europa que decorreram em Malta. Portugal estava representado pelos pares Vitor Diegues - Jorge Castanheira, Juliano Barbosa - João Sá e Jorge Monteiro Santos - Rui Silva Santos, capitaneados por Sofia Pessoa. A fazer uma prova bastante regular, defrontámos a equipa italiana na ronda 33, encontro que acompanhei na sala de vugraph, cheia de italianos. Foi um encontro memorável, extremamente emotivo e bem disputado que mereceu do boletim oficial o título "That's entertainment". As coisas não corriam de forma favorável para as cores italianas, que chegaram a estar a perder por 29-0. Estavam a recuperar algum terreno quando chegámos à mão 10:
Dador: Este Todos vulneráveis |
E: R532 C: V9642 O: R P: D94 |
|
E: - C: 10 O: A10976532 P: RV75 |
E: V1097 C: AR7 O: V4 P: A1083 |
|
E: AD864 C: D853 O: D8 P: 62 |
Numa das salas, os italianos acabaram em 6 oiros. Ao declarante bastou acertar a Dama de paus, o que fez. Na outra sala as esperanças italianas eram reforçadas já que os portugueses terminaram em 6 paus, um contrato bastante mais problemático. A sala do vugraph explodiu logo que o leilão terminou, prevendo uma significativa recuperação. Só que com o que não contavam era que ao leme do contrato estava o Vitor, que se sentia como peixe na água sempre que enfrentava problemas de elevado grau de dificuldade. Saída ao Ás de espadas, cortado e Valete de paus a correr. Pau para o 10 e oiro para o 9 do morto, que perdeu para o Rei, mas o contrato estava em casa.
O nosso Vitor Diegues era, efectivamente, um grande jogador!
Luís Oliveira
03-11-2009 - ELEIÇÃO DE DELEGADOS À ASSEMBLEIA GERAL DA F.P.B.
Está concluído o processo de eleição de delegados à Assembleia Geral da F.P.B. Atendendo aos perfis dos candidatos eleitos e às diversas sensibilidades que representam, creio estarem reunidas as condições para garantir um período de estabilidade e de consenso na vida federativa, importante para que a modalidade se possa lançar, definitivamente, na procura de soluções para o seu desenvolvimento.
Luís Oliveira
ACTA do escrutínio da votação para a eleição dos delegados à Assembleia Geral da Federação Portuguesa de Bridge (FPB).
Pelas 15h do dia 2 de Novembro de 2009 realizou-se, numa sala cedida pelo Centro de Bridge de Lisboa, o escrutínio da votação para a eleição dos delegados à Assembleia Geral da FPB. Estiveram presentes: Maria Eugénia Davim, Secretária da Mesa da Assembleia Geral, Jorge Monteiro dos Santos e Luis Correia, vogais da Direcção da FPB e ainda os funcionários da FPB Teresa Magalhães e Pedro Cabrita. Também assistiu ao escrutínio Inocêncio Araújo, Presidente da Direcção da ARBL.
Procedeu-se à abertura das urnas e contagem dos votos para eleição dos delegados representantes dos professores, árbitros, praticantes, clubes e associações regionais e equiparadas.
Quanto aos professores verificou-se uma votação de 100%.e a lista dos eleitos consta no final da presente acta.
Em relação aos árbitros, registaram-se 12 votos num conjunto de 25 eleitores o que representa certa de 50% de votantes. A lista dos eleitos consta no final da presente acta.
A eleição dos delegados dos praticantes verificou uma adesão de 220 votantes num universo de 518 eleitores, do que resulta uma votação de cerca de 43%. Foram anulados 3 votos, um deles porque o eleitor se identificou e dois porque os respectivos votantes não constavam dos cadernos eleitorais. A listagem dos eleitos consta no final da presente acta.
Os clubes tiveram uma afluência de 75% dado que em 20 clubes votaram 15. A listagem dos eleitos em representação dos clubes consta no final da presente acta.
Finalmente a votação das Associações registou 4 votos em 5 eleitores, o que representa 80%. A listagem dos delegados que representarão as Associações consta do final da presente acta.
Até ao fecho do escrutínio aguardou-se a recepção dos votos dos eleitores dos Açores que, segundo informação telefónica da Associação de Bridge dos Açores foram enviados via postal no passado dia 27 de Outubro. Após uma exaustiva tentativa de localização junto dos CTT do Corte Inglês e das Picoas, sem sucesso, o escrutínio teve de ser fechado sem a contabilização daqueles votos.
Os trabalhos do processo eleitoral dos delegados à Assembleia Geral da FPB encerraram pelas 18 horas.
A presente acta e as listas anexas que dela fazem parte integrante vão ser publicitadas no site da Federação Portuguesa de Bridge e comunicadas às Associações, aos Clubes e aos eleitos.
Por delegação do Presidente da Mesa da Assembleia Geral
Maria Eugénia
Davim
(Secretária da Mesa da Assembleia Geral)
DELEGADOS À
ASSEMBLEIA GERAL
REPRESENTANTES DOS PROFESSORES
Efectivos:
João Carlos Kruss Melo Fanha Vicente
Luís António Ribeiro de Oliveira
Maria Manuela C. F. Almeida Araújo
Suplente:
Pedro Miguel Xavier Pereira Durão
DELEGADOS À
ASSEMBLEIA GERAL
REPRESENTANTES DOS ÁRBITROS
Efectivos:
Casimiro Manuel Pacheco Talhinhas
José Álvaro Delgado Chaves Rosa
José Júlio Carvalho Gomes Curado
DELEGADOS À
ASSEMBLEIA GERAL
REPRESENTANTES DOS PRATICANTES
Efectivos:
Anabela Alves Rodrigues Oliveira
Beatriz Maria Pena Cardoso José
Carlos Sousa Gonçalves Luíz
Luís Manuel Graça Ahrens Teixeira
Pedro Manuel Patrício de Matos
Rodrigo Martins Soares
Suplentes:
João Paulo Rocha Pinto
João Pedro Afra Paes de Carvalho
José Júlio Martins Silva
DELEGADOS À
ASSEMBLEIA GERAL
REPRESENTANTES DOS CLUBES
Efectivos:
Clotilde de Jesus Moreira Lopes Saraiva
Eduardo Jorge Graumann Ribeiro d'Almeida
Fernando António dos Reis Pombo
Fernando Manuel Bettencourt Pereira Simões Ribeiro
Frederico Matos Guerreiro Palma
Joana Brigido
João Machado de Oliveira
José António Debonnaire
José Leiria Lima
Luis Mário Ventura França Galvão
Maria João Costa Sancho Parente
Nuno António da Costa Matos
Pedro Albuquerque
Robert Jack Snapper
DELEGADOS À
ASSEMBLEIA GERAL
REPRESENTANTES DAS ASSOCIAÇÕES REGIONAIS OU ENTIDADES
EQUIPARADAS
Efectivos:
António José Peres Albuquerque de Melo
Bruno Miguel Velosa de Freitas Pimenta Macedo
João António Soares Alegrio
José Manuel Rojão de Moraes
Lino Marino Rodrigues Tralhão
Maria Clara Martins Lopes
Nuno Miguel Marques de Sousa
Paulo Simões Areosa Feio
Rui Veloso Ralha
Suplentes:
Alexandre Rodrigues
Nuno Davide Brito Martins
Ricardo Olim Perestrelo Fernandes
30-10-2009 - CLUBE BRIDGE ACIS - UM NOVO CLUBE EM LISBOA
Ligado ao sector das comunicações, este é um novo clube de bridge que nasce em Lisboa. Tudo começou com um curso de iniciação ministrado por Nuno Matos, com o apoio da Escola de Bridge. Depois de ter participado em algumas acções ligadas à formação, o núcleo decidiu "oficializar" a sua existência, tendo-se filiado na ARBL.
Penso que este é o caminho a seguir, se queremos desenvolver a modalidade e trazer para a prática do bridge novos jogadores, apostando na diversificação dos espaços e no encontrar de novas soluções. Os espaços tradicionais do bridge nacional foram, são e serão importantes para a modalidade, mas é fundamental acrescentar novos projectos. O aumento da oferta sempre foi um bálsamo para todas as actividades e o bridge não é excepção.
Ao novo clube e aos seus praticantes aqui deixo as boas-vindas e os votos de que prosperem e tragam ao bridge mais-valias de que ele tanto necessita.
Luís Oliveira
SELECÇÃO NACIONAL SENHORAS - OSTENDE 2010
Li o Comunicado
da Federação acerca deste projecto e quero antes
de mais congratular a Federação por esta iniciativa,
em tdos os sentido de louvar.
Embora não concorde com a fórmula encontrada (embora
a mesma se explique pela falta de pares femininos "feitos")
deixo essa parte para quem estava em posição de
decidir e apenas não queria deixar de dizer o seguite:
- sendo bridge um jogo de pares que tem de usar um sistema comum
e, preferencialmente, competitivo segundo os canônes do
Bridge moderno, mas também, e não menos importante,
bem oleado.
- se os desígnios são, como não podem deixar
de ser, uma prestação honrosa, então as premissas
anteriores implicam trabalho, muito trabalho.
- pela fórmula escolhida, uma vez que antes de tudo o mais
se têm de formar 3 pares, isto significa ainda mais trabalho.
- mais, acho que isto deveria também significar pela parte
daquelas que vão integrar a dita selecção
o compromisso de se disponibilizarem para este trabalho, de jogarem
determinado número de torneios em parelha, etc.
Pela minha parte, não queria deixar de referir que, embora atravesse uma fase da minha vida pessoal que me fez afastar mais uma vez das actividades bridgísticas (justamente quando este era o ano em qie planeava voltar a jogar mais frequentemente), estou á inteira disposição (e aqui seguramente que falo também pela parte do João Fanha dentro daquilo que forem as suas disponibilidades) para o que entederem por necessário, ao vivo ou online.
Saudações
bridgísticas.
Miguel Matos
SELECÇÃO NACIONAL SENHORAS - OSTENDE 2010
Jorge Castanheira
é o responsável federativo pelo projecto do Bridge
Feminino, que tem como principal objectivo a constituição
e preparação de uma equipa representativa de Portugal
nos próximos Campeonatos da Europa, a disputar em Ostende
em 2010. O processo desencadeado pela F.P.B., contempla uma primeira
fase onde são aceites todas as filiadas interessadas em
participar no projecto, estando abertas as inscrições
para o efeito. Esta fase termina a 15 de Novembro sendo feita
uma triagem de 8 a 12 filiadas que serão seleccionadas
para os trabalhos específicos de preparação.
Daí sairão as seis jogadoras escolhidas para representar
Portugal.
Este projecto iniciou-se em 2008, com a participação
de Portugal nos Campeonatos da Europa de Pau e nas Olimpíadas
dos Jogos da Mente, em Pequim, então sob a batuta de Isabel
Ferreira, a quem o bridge nacional em geral e, muito em particular,
o bridge feminino tanto deve. O seu desaparecimento deixou-nos
um enorme vazio, mas também a responsabilidade de honrar
a sua memória. A melhor forma de o fazermos é dar
continuidade a esta ideia que tanto a apaixonou e a que se entregou
até ao limite das suas forças.
Veja o comunicado da F.P.B. em
Caros Sócios e frequentadores,
Como é do conhecimento público, no passado dia 03 de Junho o Centro de Bridge de Lisboa foi alvo de uma surpreendente intervenção policial que culminou com a apreensão de diverso mobiliário (78 cadeiras e 17 mesas), e 1 computador (por estar instalado um programa para jogar póquer na Internet).
Em causa estaria uma denúncia anónima de que se estariam a praticar no clube actividades ilícitas, nomeadamente jogos de Póquer a elevadas somas de dinheiro.
Esta acção policial foi posteriormente veiculada na imprensa, onde foram publicadas várias versões bastante distorcidas que tentaremos agora clarificar.
1- Não
se estava (nem nunca esteve), a jogar Póquer a elevadas
quantias de dinheiro (falou-se em milhares de euros).
Na sequência da expansão e mediatização
dos Torneios de Póquer no mundo (amplamente divulgados
na imprensa hoje em dia e com canais televisivos totalmente dedicados
à modalidade), o Centro de Bridge de Lisboa começou
também a organizar este tipo de torneios. Isto é,
provas com uma taxa de inscrição, entre os 5 e os
11 euros, em que eram fornecidas fichas para jogar sem qualquer
valor monetário. Deste modo, nunca existiram apostas a
dinheiro (como foi referido na imprensa).
No final dos torneios e tal como num Festival de Bridge, os melhores classificados teriam direito a um prémio monetário, tendo em conta o total das inscrições, atingindo no entanto sempre valores muito baixos.
2- O Centro de Bridge de Lisboa, nunca organizou estes torneios de forma clandestina, eram públicos e com uma frequência regular desde o início de 2008 (inicialmente aos Domingos, a partir de meados do ano transacto, também às 4ªs feiras.
3- Antes de iniciar
estes torneios, a Administração do clube consultou
a licença de jogos que possuia (passada pelo Governo Civil
de Lisboa, com conhecimento ao Comando Geral da PSP), e nela estava
indicada a autorização para jogar Poker (além
do Bridge e outros jogos).
Segundo o responsável da Inspecção Geral
de jogos presente na operação, existiu recentemente
uma mudança de Legislação, que retirou competências
aos Governos Civis para concederem este tipo de autorizações,
pelo que a nossa licença já não seria válida.
As provas decorreram com normalidade durante cerca de 18 meses, até que fomos absolutamente surpreendidos por esta intervenção, com um aparato gigantesco (várias dezenas de polícias fortemente armados e com coletes anti-balas).
Em momento algum julgámos estar a efectuar qualquer actividade ilícita, tanto mais que outras entidades foram organizando nos últimos meses vários torneios de Póquer semelhantes aos nossos, com vasta publicidade e patrocinadores (ver anexos).
É inequívoco
que para o clube esta operação deixou feridas cuja
extensão só o tempo poderá avaliar.
Consideramos pelo exposto e pelo aparato e mediatização
com informação distorcida à volta deste caso,
estarermos a ser vítimas de uma enorme injustiça.
Tendo sido informados da forma mais violenta possível que estes torneios de póquer não se podem organizar, naturalmente que se encontram interrompidos até que que existam alterações à legislação actual.
Terminamos com um pedido de desculpas a todos aqueles que estão hoje a jogar o torneio pelas deficiências apresentadas ao nível do mobiliário de jogo, mas estando em curso um pedido para a devolução das 78 cadeiras e 17 mesas apreendidas, foi nossa opção não investir de imediato na substituição de todo aquele equipamento, até porque prevemos uma resposta para breve por parte das autoridades.
Estamos totalmente disponíveis para esclarecimentos adicionais, que poderão ser solicitados pessoalmente (Pedro Durão), ou pelo mail centrodebridge@netcabo.pt
A Administração do Centro de Bridge de Lisboa.
Pedro Miguel Durão
Sobre este comunicado do C.B.L. cumpre-me dizer o seguinte:
- A notícia surgiu apenas agora neste espaço porque entendi que a sua discussão pública, para além do aparato noticioso que a mesma já tinha provocado, em nada ajudaria a imagem do bridge e esta é a "dama" pela qual me bato faz muitos anos. Porque a administração do C.B.L. entendeu divulgar este esclarecimento, fica desde já aberto este espaço de discussão para quem entender pronunciar-se.
- Não me vou alongar em opiniões pessoais sobre esta matéria nem fazer qualquer juízo de valor sobre o C.B.L. e os seus responsáveis. Penso que não está em causa a honorabilidade da instituição nem a dos seus dirigentes. No entanto, este lamentável episódio não deixa de marcar negativamente a imagem do bridge que, por maioria de razões, está intimamente ligada à vida do C.B.L..
- Nada tenho contra o póquer, para além de considerar desmesurada e despropositada a atenção que tem vindo a merecer dos meios de comunicação falada e escrita, incluindo a televisão pública, onde já teve honras de telejornal nacional.
Curiosamente, os mesmos meios que agora fizeram deste caso um assunto de polícia à escala nacional. Os mesmos que praticamente ignoraram os Campeonatos do Mundo de Bridge organizados em Portugal e que reuniu mais de 1000 praticantes oriundos de todos os continentes. Os mesmos que omitiram informação relativa às I Olimpíadas dos Jogos da Mente, realizadas em Pequim. Os mesmos que, desde sempre, votaram ao bridge um ensurdecedor e ridículo silêncio, ao contrário do que acontece com órgãos de informação tão prestigiados como o NYT, como se prova com o artigo aí publicado e abaixo transcrito. Isto sim, é Portugal no seu melhor, esta é a qualidade da nossa informação e estes são os "critérios" editoriais de quem há muito vem banalizando o jornalismo, transformando um dos alicerces fundamentais da civilização e da democracia, num exercício de permanente menoridade e mau gosto. Quero com isto dizer que, embora lamentando o sucedido e discordando, em absoluto, da organização de torneios de póquer num espaço emblemático do bridge nacional, creio que o maior crime foi cometido por quem transformou uma rotineira e banal acção policial, numa enorme palhaçada mediática.
- Posto isto, resta-me esperar que o C.B.L. se mantenha como o clube de referência que é no bridge nacional mas que, de futuro, pondere devidamente as obrigações que lhe competem por força deste Estatuto. Espero também que as entidades federativas, F.P.B. e A.R.B.L. sejam intervenientes activos numa discussão a manter com o C.B.L., que deixe claras as fronteiras entre as actividades oficiais aí organizadas e as iniciativas privadas do clube.
Luís Oliveira
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22-05-2009 - AT THE BRIDGE TABLE, CLUES TO A LUCID OLD AGE
Com a devida vénia, aqui transcrevemos o artigo publicado pelo New York Times, da autoria de Benedict Carey e que mostra uma das muitas facetas que faz do bridge um jogo extraordinário. Agradecemos ainda à nossa amiga Mané Loureiro Dias que nos forneceu a informação.
May 22, 2009
Brain Power
At the Bridge Table, Clues to a Lucid Old Age
By BENEDICT CAREY
LAGUNA WOODS, Calif. The ladies in the card room are playing
bridge, and at their age the game is no hobby. It is a way of
life, a daily comfort and challenge, the last communal campfire
before all goes dark.
We play for blood, says Ruth Cummins, 92, before taking a sip of Red Bull at a recent game.
Its what keeps us going, adds Georgia Scott, 99. Its where our closest friends are.
In recent years scientists have become intensely interested in what could be called a super memory club the fewer than one in 200 of us who, like Ms. Scott and Ms. Cummins, have lived past 90 without a trace of dementia. It is a group that, for the first time, is large enough to provide a glimpse into the lucid brain at the furthest reach of human life, and to help researchers tease apart what, exactly, is essential in preserving mental sharpness to the end.
These are the most successful agers on earth, and theyre only just beginning to teach us whats important, in their genes, in their routines, in their lives, said Dr. Claudia Kawas, a neurologist at the University of California, Irvine. We think, for example, that its very important to use your brain, to keep challenging your mind, but all mental activities may not be equal. Were seeing some evidence that a social component may be crucial.
Laguna Woods, a sprawling retirement community of 20,000 south of Los Angeles, is at the center of the worlds largest decades-long study of health and mental acuity in the elderly. Begun by University of Southern California researchers in 1981 and called the 90+ Study, it has included more than 14,000 people aged 65 and older, and more than 1,000 aged 90 or older.
Such studies can take years to bear fruit, and the results of this study are starting to alter the way scientists understand the aging brain. The evidence suggests that people who spend long stretches of their days, three hours and more, engrossed in some mental activities like cards may be at reduced risk of developing dementia. Researchers are trying to tease apart cause from effect: Are they active because they are sharp, or sharp because they are active?
The researchers have also demonstrated that the percentage of people with dementia after 90 does not plateau or taper off, as some experts had suspected. It continues to increase, so that for the one in 600 people who make it to 95, nearly 40 percent of the men and 60 percent of the women qualify for a diagnosis of dementia.
At the same time, findings from this and other continuing studies of the very old have provided hints that some genes may help people remain lucid even with brains that show all the biological ravages of Alzheimers disease. In the 90+ Study here, now a joint project run by U.S.C. and the University of California, Irvine, researchers regularly run genetic tests, test residents memory, track their activities, take blood samples, and in some cases do postmortem analyses of their brains. Researchers at Irvine maintain a brain bank of more than 100 specimens.
To move into the gated village of Laguna Woods, a tidy array of bungalows and condominiums that blends easily into southern Orange County, people must meet several requirements, one of which is that they do not need full-time care. Their minds are sharp when they arrive, whether they are 65 or 95.
They begin a new life here. Make new friends. Perhaps connect with new romantic partners. Try new activities, at one of the communitys fitness centers; or new hobbies, in the more than 400 residents clubs. They are as busy as arriving freshmen at a new campus, with one large difference: they are less interested in the future, or in the past.
We live for the day, said Dr. Leon Manheimer, a longtime resident who is in his 90s.
Yet it is precisely that ability to form new memories of the day, the present, that usually goes first in dementia cases, studies in Laguna Woods and elsewhere have found.
The very old who live among their peers know this intimately, and have developed their own expertise, their own laboratory. They diagnose each other, based on careful observation. And they have learned to distinguish among different kinds of memory loss, which are manageable and which ominous.
A Seat at the Table
Here at Laguna Woods, many residents make such delicate calculations in one place: the bridge table.
Contract bridge requires a strong memory. It involves four players, paired off, and each player must read his or her partners strategy by closely following what is played. Good players remember every card played and its significance for the team. Forget a card, or fall behind, and it can cost the team and the social connection dearly.
When a partner starts to slip, you cant trust them, said Julie Davis, 89, a regular player living in Laguna Woods. Thats what it comes down to. Its terrible to say it that way, and worse to watch it happen. But other players get very annoyed. You cant help yourself.
At the Friday afternoon bridge game, Ms. Cummins and Ms. Scott sit with two other players, both women in their 90s. Gossip flows freely between hands, about residents whose talk is bigger than their game, about a 100-year-old man who collapsed and died that week in an exercise class.
But the women are all business during play.
What was that you played, a spade was it? a partner asks Ms. Cummins.
Yes, a spade, says Ms. Cummins, with some irritation. It was a spade.
Later, the partner stares uncertainly at the cards on the table. Is that
We played that trick already, Ms. Cummins says. Youre a trick behind.
Most regular players at Laguna Woods know of at least one player who, embarrassed by lapses, bowed out of the regular game. A friend of mine, a very good player, when she thought she couldnt keep up, she automatically dropped out, Ms. Cummins said. Thats usually what happens.
Yet it is part of the tragedy of dementia that, in many cases, the condition quickly robs people of self-awareness. They will not voluntarily abandon the one thing that, perhaps more than any other, defines their daily existence.
And then its really tough, Ms. Davis said. I mean, what do you do? These are your friends.
Staying in the Game
So far, scientists here have found little evidence that diet or exercise affects the risk of dementia in people over 90. But some researchers argue that mental engagement doing crossword puzzles, reading books may delay the arrival of symptoms. And social connections, including interaction with friends, may be very important, some suspect. In isolation, a healthy human mind can go blank and quickly become disoriented, psychologists have found.
There is quite a bit of evidence now suggesting that the more people you have contact with, in your own home or outside, the better you do mentally and physically, Dr. Kawas said. Interacting with people regularly, even strangers, uses easily as much brain power as doing puzzles, and it wouldnt surprise me if this is what its all about.
And bridge, she added, provides both kinds of stimulation.
The unstated rule at Laguna Woods is to support a friend who is slipping, to act as a kind of memory supplement. Were all afraid to lose memory; were all at risk of that, said one regular player in her 90s, who asked not to be named.
Woody Bowersock, 96, a former school principal, helped a teammate on a swim team at Laguna Woods to race even as dementia stole the mans ability to form almost any new memory.
Youd have to put him up on the platform just before the race, just walk him over there, Mr. Bowersock said. But if the whistle didnt blow right away, hed wander off. I tell you, Id sometimes have to stand there with him until he was in the water. Then he was fine. A very good swimmer. Freestyle.
Bridge is a different kind of challenge, but some residents here swear that the very good players can play by instinct even when their memory is dissolving.
I know a man whos 95, he is starting with dementia and plays bridge, and he forgets hands, said Marilyn Ruekberg, who lives in Laguna Woods. I bring him in as a partner anyway, and by the end we do exceedingly well. I dont know how he does it, but he has lots of experience in the game.
Scientists suspect that some people with deep experience in a game like bridge may be able to draw on reserves to buffer against memory lapses. But there is not enough evidence one way or the other to know.
Ms. Ruekberg said she cared less about that than about her friend: I just want to give him something more during the day than his four walls.
Drawing the Line
In studies of the very old, researchers in California, New York, Boston and elsewhere have found clues to that good fortune. For instance, Dr. Kawass group has found that some people who are lucid until the end of a very long life have brains that appear riddled with Alzheimers disease. In a study released last month, the researchers report that many of them carry a gene variant called APOE2, which may help them maintain mental sharpness.
Dr. Nir Barzilai
of the Albert Einstein College of Medicine has found that lucid
Ashkenazi Jewish centenarians are three times more likely to carry
a gene called CETP, which appears to increase the size and amount
of so-called good cholesterol particles, than peers who succumbed
to dementia.
We dont know how this could be protective, but its very strongly correlated with good cognitive function at this late age, Dr. Barzilai said. And at least it gives us a target for future treatments.
For those in the super-memory club, that future is too far off to be meaningful. What matters most is continued independence. And that means that, at some point, they have to let go of close friends.
The first thing you always want to do is run and help them, Ms. Davis said. But after a while you end up asking yourself: What is my role here? Am I now the caregiver? You have to decide how far youll go, when you have your own life to live.
In this world, as in high school, it is all but impossible to take back an invitation to the party. Some players decide to break up their game, at least for a time, only to reform it with another player. Or, they might suggest that a player drop down a level, from a serious game to a more casual one. No player can stand to hear that. Every day in card rooms around the world, some of them will.
You dont play with them, period, Ms. Cummins said. Youre not cruel. Youre just busy.
The rhythm of bidding and taking tricks, the easy conversation between hands, the daily game after almost a century, even for the luckiest in the genetic lottery, it finally ends.
People stop playing, said Norma Koskoff, another regular player here, and very often when they stop playing, they dont live much longer.
Publicado no New York Times em 22 Maio de 2009
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25-05-2009 - NOVO REGIME JURÍDICO DAS FEDERAÇÕES DESPORTIVAS EM DEBATE
O debate que aqui lançámos tem vindo a recolher as opiniões de vários bridgistas e, com isto, estamos a cumprir o nosso primeiro objectivo - trazer o debate para a discussão pública, ouvir o maior número de bridgistas possíveis e deixar que, também com base nestes dados, os responsáveis federativos tomem as medidas que entendam adequadas.
Para facilitar a navegação pelos diferentes comentários, deixamos aqui uma caixa com links que iremos mantendo actualizada à medida que os comentários forem chegando:
ALGUMAS NOTAS | |||||
25-05-2009 | |||||
Luís Oliveira |
REGIME DE ESPARTILHOS II? | NOVOS ESTATUTOS DA FPB? | REGIME DE ESPARTILHOS? | ESPARTILHOS | NUVENS CINZENTAS |
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25-05-2009 | 24-05-2009 | 24-05-2009 | 19-05-2009 | 14-05-2009 | |
Miguel Matos | Soares Oliveira | Miguel Matos | Manuel Oliveira | Luís Oliveira |
25-05-2009 - AINDA A PROPÓSITO DO NOVO REGIME JURÍDICO DAS FEDERAÇÕES DESPORTIVAS
Se alguma virtude teve o artigo que escrevi foi o de trazer para a ribalta a discussão de um tema que diz respeito a todos os filiados e que pode vir a introduzir alterações substanciais no actual modelo federativo. Respondendo sucintamente a algumas críticas levantadas e respeitando, obviamente, o direito de discordar que a todos assiste (por isso mesmo isto pretende ser um espaço de debate) queria dizer que num enquadramento legal que introduz alterações tão significativas na estrutura federativa, nomeadamente, no que respeita à representatividade de cada um dos diferentes agentes desportivos nas AG's, que esvazia (a menos que eu esteja a entender mal o articulado) muitas das competências actualmente atribuídas às Associações Regionais, que obriga à constituição de listas separadas para os diferentes órgãos federativos, parece-me haver motivos mais do que suficientes para estarmos preocupados. Quanto aos esforços a pedir aos clubes a que se refere o Engº Soares Oliveira, não entendo porque não, já que são eles a base de todo o edifício federativo e muitas das alterações a que me referi os afectam directamente.
Finalmente quanto aos subsídios e à figura de utilidade pública, reafirmo que, muito embora os subsídios estatais sejam importantes, não podem ser uma forma de nos fazer aceitar tudo o que nos querem impôr. Já quanto à figura de utilidade pública, tanto quanto julgo saber, existem várias federações europeias sem esse estatuto nos países de origem e tal facto não as tem impedido de se fazerem representar no quadro competitivo internacional. Não quer isto dizer que essa figura não seja importante. O que não pode é ser uma condição intocável e não estou de acordo que, num caso extremo de perda do estatuto de utilidade pública, que não desejo mas que não me deixa apavorado, o bridge não consiga encontrar soluções alternativas.
Luís Oliveira
Para ser sincero não consegui ler mais que os destaques referidos na Introdução ao DL.
Daquilo que percebi,
as alterações principais são basicamente
ao nível organizativo, nomeadamente da representatividade
das várias entidades e dos vários intervenientes
na modalidade.
Pessoalmente, escapa-me o aspecto trágico deste novo enquadramento,
mas dou de barato que sou muito pouco experimentado na análise
deste tipo de documentos.
Assim, e agradecendo desde já ao Luís pela colocação online do mencionado DL, vem esta missiva em jeito de apelo a quem estiver à vontade para isso, estabelecer o comparativo (tipo antes e depois) entre o que temos e o que vamos ter quando assumirmos este novo enquadramento, e em que medida isso é assim tão preocupante.
Era isso e que alguém da FPB, mesmo sem revelar os meandros e segredos por trás das subsídios às selecções, pudesse dar umas luzes sobre o cenário que poderemos ter sem as tais "esmolas".
Cumprimentos bridgísticos.
Miguel Matos
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Caros amigos
Tenho presente o texto do Inocêncio reproduzido em baixo,
e faço também referência aos textos do Luís
Oliveira de 14 do corrente, do Manel Oliveira de 19 do corrente
e do Miguel Matos de hoje, 24, publicados no site do Quinto Naipe.
Tenho também presente o discurso do Inocêncio do
jantar da ARBL.
Se bem percebo, o que está em jogo é a adaptação
dos Estatutos da FBP ao novo DL 248-B72008 publicado no último
dia do ano de 2008, Lei de Bases da Actividade Física e
do Desporto. Com efeito, e segundo o Artº 64 desse DL, as
Federações existentes devem adaptar os seus estatutos
ao disposto no dito DL no prazo de 6 mezes da data da publicação
do despacho referido no nº3 do artº 26, o que penso
que ainda não aconteceu. Mas julgo que é isso o
que a Direcção da FPB está a fazer, o que
é positivo.
Sinceramente, li e reli os documentos do Luís Oliveira
e do Inocêncio, e confesso que não consegui perceber
quais são as perspectivas que os inquietam, o que não
quer dizer que elas não existam. Eu é que não
as vislumbro.
Em certa altura parece que o Luís quer dizer que para ficarmos
livres das "esmolas", termo que acho impróprio
e que vem prejudicar qualquer tipo de análise serena e
construtiva, a FPB será obrigada dar o grito do Ipiranga
e a "libertar-se" da submissão aos estatutos
decorrentes do DL, o que lhe conferiria a possibilidade de viver
pelos seus próprios meios, sem ter de prestar contas a
não ser aos seus próprios sócios.
Não penso que isto seja viável. Bem pelo contrário,
no dia em que o Bridge Desportivo deixar de estar sujeito à
legislação oficial, não tenho a menor dúvida
que terminou os seus dias como modalidade desportiva ao nível
nacional. E deixará de ter autoridade para representar
o país em provas oficiais internacionais. E o que naturalmente
aconteceria, seria aparecerem outros a solicitar ao Governo a
criação duma FPB!
Os aspectos que o Manuel Oliveira aponta são de certo modo
mais concretos, embora também refira em termos genéricos
e não documentados que "a sujeição do
Bridge Desportivo às leis do IND foi de consequências
negativas e dela resultaram dificuldades para uma modalidade com
as características da nossa". Numa perspectiva mais
objectiva, o Manuel aponta como factos concretos a carga administrativa,
a legislação aplicável sobre o dopping, e
a sobrecarga das obrigações fiscais. Mas continuo
a pensar que esse tipo de bugalhos tem de ser resolvido no quadro
da adesão ao DL em causa e consequente integração
no IND, e não pela declaração da independência.
Discordo que os subsídios sejam "esmolas". Por
serem curtos? De certeza que não se trata de perseguição
ao Bridge Desportivo. Acresce que a existência de subsídios
oficiais não é de modo nenhum impeditiva de recurso
a patrocínios por terceiros. Não recordo nenhuma
obrigação de exclusividade nem nenhuma incompatibilidade.
E, referindo uma preocupação do Manel, pergunto
em que é que o subsídio prejudica a flexibilidade
organizativa.
Assim, e muito embora compreenda que há necessidade de
procurar usar esta ocasião de revisão dos Estatutos
para criarmos condições mais favoráveis para
a Federação, sou de opinião que não
adiantará muito estarmos a pedir profundos esforços
de observação benévola e de sugestões
plenas de boa-vontade aos clubes para que a Direcção
apresente os Estatutos revistos. Parece-me mais positivo, depois
de se recolherem os pontos considerados de impacte negativo que
quaisquer filiados ou clubes queiram apresentar, fazer uma abordagem
de base jurídica com um grupo de trabalho seleccionado
(e a Direcção tem órgãos competentes
na sua estrutura) para proceder à respectiva análise
e para elaborar a proposta de alterações do documento
a apresentar os órgãos oficiais competentes. Naturalmente
até já é isso que a Direcção
está a fazer!
Recordo que esse documento se destina à "atribuição
do estatuto de Utilidade Pública às Federações
Desportivas".
Gostaria de sublinhar que o ponto de vista do Miguel Matos me
parece muito sensato e equilibrado, e igualmente que a Direcção
da Federação me parece estar a fazer um excelente
trabalho, conforme a descrição do Luís Oliveira
no seu texto.
Estou às ordens , se puder ser útil.
Abraço colectivo
José Manuel Soares de Oliveira
Filiado 842
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Não pretendo
concordar, discordar, muito antes pelo contrário.
De facto, a maioria dos jogadores fica alheado destas questões,
e isto acontece por várias razões:
- desconhecem o assunto.
- não querem conhecer.
- não sabem onde se podem informar.
- consideram que elegeram corpos directivos vários e suficientes
(FPB e ARs) para se preocuparem com estas questões, como
tal não querem saber.
- etc.
Pessoalmente,
desconheço o assunto e tendo procurado informar-me nos
sites da FPB e da ARBL, nada encontrei sobre o mesmo.
Então não vos parece que esta discussão,
dando de barato a sua utilidade, deveria ser despoletada por alguma
destas entidades?
O que vejo são apenas artigos e alocuções
acerca do fatalismo do que pode vir a acontecer, mas ainda ninguém
me explicou um par de coisas:
- o que muda realmente nos estatutos que será fatal para
a modalidade?
- mudam assim tanto em relação aos actuais? É
que é no contexto dos actuais que se têm conhecidos
sinais positivos na modalidade.
Entretanto, segundo
parece, no outro prato da balança estão apenas as
"esmolas" do Estado. Também aqui, era necessário
que alguém dissesse claramente duas coisas:
- qual a dependência da modalidade em relação
a estas "esmolas"?
- qual a dependência das selecções destas
"esmolas"?
Pessoalmente,
fui dos que desde a primeira hora franziram o sobrolho em relação
a este molde organizativo (está escrito algures pos aí).
Mais, também tenho a impressão que alguns sinais
positivos que têm existido derivam mais do empreendedorismo
de alguns do que outra coisa qualquer.
Continuo a considerar que a modalidade tem de se saber autofinanciar,
nomeadamente através da figura do sponsoring.
Assim, gostava
de saber mais sobre as respostas às perguntas acima, sem
as quais me parece impossível avaliar correctamente os
vários pratos da balança.
Cumprimentos bridgísticos.
Miguel Matos
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Se à época
fui um dos mais empenhados participantes e defensores do actual
regime desportivo da FPB de que resultaram os Estatutos ainda
em vigor, já há alguns anos que venho defendendo
que as consequências que daí advieram foram negativas
e que se deveria repensar esta sujeição às
leis do IND e às dificuldades que elas trazem a uma modalidade
com as características do Bridge Desportivo.
O grande argumento utilizado para defender esta sujeição
é o dos subsídios que o Estado dá (embora
quando e quanto lhe apetece) e a que o Luís Oliveira chama
esmolas, julgo que com toda a razão. E de entre esses subsídios
é particularmente sublinhado o que é atribuído
para deslocações da(s) selecção(ões)
nacional(ais).
Embora seja contra a instituição Esmola, tenho que
admitir que o argumento tem algum peso. Mas mesmo assim preferia
ganhar em flexibilidade organizativa e em alívio da carga
administrativa (já sem falar no ridículo doping,
na teia fiscal e no mais que nem conhecemos) a que se está
obrigado, à custa da perda de alguns tostões. É
verdade que se corre o risco de limitar o acesso às selecções
de jogadores sem desafogo financeiro, o que é sempre negativo,
mas face à realidade do nosso bridge parece-me um preço
muito aceitável para a liberdade que se pode recuperar.
É infelizmente habitual o alheamento da maioria dos jogadores
em relação a estas questões - a malta gosta
é de jogar (e de preferência ganhar) sem ter chatices.
Estas linhas pretendem apenas sublinhar e apoiar as palavras do
Luís Oliveira no que diz respeito à grande oportunidade
que se nos depara de tomar decisões fundamentais para o
futuro do Bridge Desportivo através de uma participação
consciente e expressiva dos praticantes. Têm a palavra os
Clubes.
Manuel Oliveira
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14-05-2009 - A PROPÓSITO DO NOVO REGIME JURÍDICO DAS FEDERAÇÕES DESPORTIVAS
O Decreto Lei que estabelece o novo regime jurídico para as federações desportivas pode vir a constituir um rude golpe na modalidade. O autismo dos responsáveis políticos relativamente às modalidades desportivas com menos praticantes está a conduzir as pequenas federações para um beco sem saída que, a prazo, pode levar à extinção de muitas delas.
Urge, portanto, abrir a discussão sobre o tema antes de se tomarem decisões que podem comprometer, de forma irreversível, o futuro desta modalidade. A essa discussão devem ser chamados os Clubes, as Associações Regionais e todos os praticantes que possam dar um contributo positivo na procura de soluções. Este é o momento de cerrar fileiras na defesa da modalidade que amamos.
Em meu entender, é tempo de se discutir a "inevitabilidade" dos subsídios estatais. Se, para obter esses magros apoios, tivermos que ficar reféns de Estatutos que, a curto prazo, podem determinar o desaparecimento da modalidade, então, pela minha parte, entendo ser tempo de dizer basta! Acredito que o bridge tem condições para sobreviver sem as esmolas do Estado e mesmo para se desenvolver mais e de uma forma mais sustentada do que tem acontecido até agora. Para isso há que encontrar soluções alternativas, quer nos modelos desportivos, quer no funcionamento administrativo da FPB.
Curiosamente, no período de crise que atravessamos, são vários os sinais de esperança no futuro. Nunca como agora se assistiu no bridge nacional a acções de formação e de procura de novos jogadores em tantos clubes e grupos desportivos de empresas. Nunca como agora existiram torneios e eventos desportivos que, saindo fora do âmbito de actividade dos clubes tradicionais, juntam um número tão considerável de praticantes, sem que isso signifique o fim da actividade regular dos clubes, antes os têm impulsionado para a procura de novas soluções e para a melhoria na qualidade das ofertas, seja em equipamentos desportivos, seja na diversidade competitiva que oferecem. Os muitos exemplos estão aí e são recentes: um Grande Prémio de Portugal que, este ano, renasceu das cinzas e volta a dar sinais de vitalidade;122 pares no I Torneio do Estoril Open, numa parceria que tem todas as condições para não ser apenas casual; 67 pares no torneio Lusitana Paixão, em Lisboa, que juntou adeptos do bridge online com os regulares praticantes e que terá este Sábado, continuidade no Porto, onde está garantida casa cheia com, pelo menos, 50 pares; médias de cerca de 40 pares nas provas do Circuito B4F com regularidade quinzenal; 22 equipas a jogar o Torneio de Equipas do CBL; um número significativo de praticantes a jogar nas iniciativas regulares dos clubes, com CBL, CPB, Paris Bridge e Palácio Fronteira a conseguirem manter os seus níveis de frequência, quando não mesmo a aumentá-la, apesar da crise e do aumento da oferta. Realidade que se estende a muitos outros pontos do País, mesmo em locais onde o bridge tem mais dificuldade de se desenvolver. É nestes sinais que temos de concentrar as nossas atenções, que nos devem motivar para encontrar soluções inovadoras e que devem ser suficientes para resistir à pressão dos que nos querem encurralar em guetos que nada têm a ver com os interesses do bridge desportivo.
Pode o bridge viver sem a muleta do Estado? A minha resposta é, sem qualquer hesitação, PODE! Vou mesmo mais longe: com o espartilho que nos querem impôr, DEVE!
A actual Direcção da FPB tem feito um trabalho muito meritório. Herdando uma situação muito complicada, quer ao nível desportivo, quer ao nível da sustentabilidade financeira da FPB, tem conseguido arrumar a casa e recuperar a confiança e o apoio de muitos praticantes que, por razões diversas, estavam afastados da modalidade. O excelente trabalho do Departamento Desportivo, no que respeita à actualização da página online e dos pontos de ranking merece o aplauso de todos. A versão actualizada das Normas Técnicas, em discussão pública, a tradução do novo código de arbitragem e as acções de formação para os árbitros em actividade, promovidas pelo Conselho de Arbitragem, a elaboração e divulgação de importantes documentos como seja a Política de Alertas, são apenas alguns dos muitos exemplos do trabalho sério e competente que está a ser desenvolvido.
Sendo filiado por Lisboa, devo salientar o excelente trabalho que vem sendo desenvolvido pela minha Associação (ARBL) nos mais variados campos de actividade. No passado dia 13 de Maio, durante um jantar de distribuição de prémios da época 2008 (mais uma iniciativa que se saúda), muitos dos problemas que aqui levanto foram também identificados pelo Presidente da ARBL, Inocêncio Araújo. Apraz-me registar o interesse e a disponibilidade por ele manifestados, em nome da ARBL, no alargado debate que deve ser feito em torno destas matérias, como se pode constatar pela leitura da alocução então proferida e que aqui transcrevemos.
Uma nova dinâmica está a chegar ao bridge desportivo, pelo que a FPB tem todas as condições para liderar um amplo processo de discussão em torno de um assunto de imensa gravidade e que deve mobilizar todos os praticantes. Também às Associações Regionais compete levar a discussão para os clubes nelas filiados e mesmo alargá-la aos praticantes. Um amplo consenso é fundamental para que o bridge possa sair reforçado e apto a enfrentar os grandes desafios do futuro.
O bridge nacional não pode ficar refém da figura da utilidade pública desportiva e dos magros "patacos" que daí resultam. A modalidade e os seus praticantes são capazes de sobreviver sem esmolas. Assim haja vontade e determinação dos seus praticantes e coragem dos seus dirigentes.
Luís Oliveira
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-25-05-2009 TUDO ISTO EXISTE, TUDO ISTO É BRIDGE... MAS NÃO TEM DE SER UM FADO
Por aquilo que
leio, muito mais que por aquilo que pratico, o Bridge nacional
dá ideia de alguma renovação, tendo-se vindo
esta realidade a reflectir no crescimento das inscrições
em alguns torneios.
Esperando que isto não seja uma espécie de bonança
antecipada antes de alguma tempestade, até porque eu sempre
me considerei um optimista, não quero deixar de aproveitar
o ensejo para abordar um aspecto da modalidade muito poucas vezes
abordado (para não dizer nunca) - as "regras"
de comportamento à mesa.
Vem isto a propósito
de no outro dia ter jogado uns encontros de equipas do torneio
do CBL e ter sido chamado à atenção porque
tive a pedagogia de referir ao adversário que seria mais
correcto questionar o leilão no final do mesmo, se isso
não interferisse com as suas pretensões à
participação no dito.
Ora, a parceira do referido adversário, privilegia-me com
uma prelecção acerca do crescimento da modalidade
e dos esforços que estão a ser levados a cabo para
fazer regressar os praticantes aos clubes em detrimento da Internet.
Em primeiro lugar,
importa dizer que existe aqui um enorme erro de "casting".
A Internet não é o inimigo da modalidade, antes
pelo contrário. A Internet é a melhor ferramenta
de divulgação, mas também de recrutamento
de jogadores para modalidade que alguma vez podia ter existido,
ou seja, a Internet até já pode ter roubado jogadores
à modalidade, mas esses por lá continuam, provavelmente
jogando apenas os torneios mais interessantes, mas dedicando mínimo
interesse aos torneios de clube.
Mas este nem é o assunto que aqui me trouxe.
O assunto tem a ver mais propriamente com as razões (excepto
o tabaco) que levaram muitos jogadores a trocar os clubes pela
Internet, e essas eu diria sem medo de errar por grande margem,
serão quase todas de índole ética e comportamental.
Vem então isto ao encontro da tal atitude pedagógica (que me custou a tal prelecção). Mas do que precisamos não é apenas de atitudes, mas de um posicionamento claro em relação à modalidade, em que na grande maioria das provas grassa uma laxismo preocupante em relação a situações importantes e, ao invés, uma exigência demasiada em situações de lineu.
Para que tal mude,
pouco ou nenhum contributo posso dar, para além de alguma
pedagogia à mesa à custa de mais algumas prelecções
(até já me aconteceu ser acusado de estar a intimidar
o adversário). Mas posso apelar que todos aqueles que estão
envolvidos na Formação tenham este aspecto em consideração
e incluam estes aspectos nos seus módulos formativos.
Tenho a certeza de que enorme maioria (seguramente mais de 90%)
nunca leu o que a seguir transcrevo com a devida vénia
ao CIB e ao Quinto Naipe de onde tirei a tradução.
Leitura obrigatória para qualquer bridgísta.
Lei 74 - CONDUTA E ETIQUETA
A. ATITUDE APROPRIADA
1. Cortesia
Um jogador deve observar sempre uma atitude cortês.
2. Etiqueta na linguagem e na acção
Um jogador deve evitar qualquer reparo ou acto que possam causar
aborrecimento ou embaraço a outro jogador, ou que possam
interferir com o prazer do jogo.
3. Conformidade com o procedimento correcto
Todo o jogador deve adoptar um procedimento uniforme e correcto,
tanto no leilão como no carteio.
Volta ao índice
B. ETIQUETA
Por cortesia, um jogador deve evitar:
1. Prestar insuficiente atenção ao jogo.
2. Fazer comentários gratuitos durante o leilão
e o carteio.
3. Destacar uma carta antes de ser a sua vez de jogar.
4. Prolongar desnecessariamente o carteio com o objectivo de perturbar
os adversários (por exemplo, continuar a jogar sabendo
que todas as vazas restantes serão seguramente suas).
5. Chamar ou dirigir-se ao Director do Torneio de modo descortês
para com ele ou para com outros jogadores.
Volta ao índice
C. VIOLAÇÃO
DAS NORMAS DE CONDUTA
Consideram-se violações das normas de conduta:
1. Utilizar designações diferentes para a mesma
voz.
2. Revelar aprovação ou desaprovação
por vozes ou por jogadas.
3. Revelar expectativa (ou intenção) de ganho ou
de perda de uma vaza ainda não completada.
4. Durante o leilão ou o carteio, fazer comentários
ou gestos de forma a chamar a atenção para uma ocorrência
significativa ou para o número de vazas que faltam para
a obtenção do êxito.
5. Olhar fixamente para outro jogador, durante o leilão
ou o carteio; ou para a sua mão, com a intenção
de ver as faces das suas cartas ou de observar o lugar de onde
retira uma carta (é porém correcto agir em função
de informação obtida ao ver, por inadvertência,
uma carta de um adversário) (21).
6. Mostrar evidente perda de interesse pela mão em curso
(por exemplo, juntando e colocando as suas cartas sobre a mesa).
7. Variar o ritmo de leilão ou de carteio com o objectivo
de desconcertar os adversários.
8. Retirar-se desnecessariamente da mesa, antes de ser anunciado
o final da posição.
Cumprimentos bridgísticos.
Miguel Matos
19-01-2009 - ISABEL FERREIRA: O MEU TRIBUTO À SUA MEMÓRIA
ISABEL FERREIRA 1962-2009 |
"Ó capitão! Meu
capitão! Terminou a nossa terrível viagem, Subitamente, a morte levou-nos uma amiga, deixando-nos mais sós, mais pobres e mais tristes. Divide-me um enorme sentimento de revolta pela perda e o reconhecimento de ter podido partilhar com a Isabel momentos inesquecíveis. O breve ruído que é a vida, esfumou-se. Mas fica-nos para sempre a memória! Partiste e contigo levaste uma parte de todos com quem partilhaste inolvidáveis momentos. Lá, onde estiveres, não te esqueças de guardar um cantinho para brindarmos uma vez mais, como tantas vezes fizemos. Adeus, amiga! |
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24-11-2008 - MANUEL CAPUCHO AGRACIADO COM A MEDALHA DE OIRO PELA WBF
Manuel Capucho foi agraciado com a medalha
de ouro da WBF, durante a cerimónia de encerramento do
Festival de Monte Carlo, que decorreu entre 7 e 9 de Novembro.
Sendo uma distinção individual, o facto não
pode deixar de constituir uma honra para o bridge nacional.
O Quinto Naipe regista o facto e felicita o filiado Manuel Capucho.
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24-11-2008 - CAMPEONATO NACIONAL EQUIPAS - O RENASCIMENTO DE UM CLUBE
A 1ª fase
da final do Campeonato de Equipas Open decorreu nas renovadas
instalações do Clube Bridge do Porto, onde tinha
estado, pela última vez, em Maio de 2006, numa acção
de formação para monitores de bridge. Na altura
encontrei um clube com instalações degradadas e,
sobretudo, sem alma e quase sem actividade desportiva. Muito se
falava então do inevitável encerramento do clube
o que significava o desaparecimento de um espaço de referência
do bridge nortenho e nacional. Quando o destino parecia irreversível,
um grupo de jovens jogadores decidiu lançar mãos
à obra e apostar na continuidade da prestimosa Instituição.
Quando, no passado fim-de-semana, entrei nas instalações
do C.B.P. foi como fosse esta a minha primeira visita, tal foi
o trabalho feito por esta magnifíca equipa. Um espaço
alegre, confortável e muito funcional que não poderá
deixar de encher de orgulho os bridgistas do Norte. Nem mesmo
os pobres resultados desportivos alcançados pela minha
equipa conseguiram ofuscar a imensa alegria que senti, por muitas
e variadas razões:
Desde logo porque o bridge não só não perdeu
um espaço de referência, como este renasceu, melhor
que nunca, para uma nova vida que se deseja longa e feliz. Depois
porque isto foi, acima de tudo, o resultado do trabalho e dedicação
de um grupo jovem, abrindo mais uma porta de esperança
a todos os que apostam na renovação da modalidade
e no aparecimento de gente e de ideias novas para a modalidade.
Também porque, num período de crise e de desencanto,
o aparecimento de sinais positivos constitui um tónico
rivogorante para todos nós.
A todos os bridgistas do Norte e, em particular, a todos os que,
das mais diversas formas, vêm contribuindo para o renascimento
do C.B.P. as minhas felicitações pelo magnífico
trabalho desenvolvido e o meu agradecimento pelo importante contributo
que estão a dar à modalidade.
Luís Oliveira
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02-11-2008 - ACORDO DE PARCERIA COM O C.B.L.
Face às
alterações anunciadas na estrutura do núcleo
desportivo do CBL, com a saída da responsável pelo
pelouro da formação, Beatriz José, a quem
manifestamos, publicamente, o nosso apreço pelo excelente
trabalho que desenvolveu e porque entendemos que deixam de estar
reunidas condições para implementar o projecto de
formação aprovado, a Escola de Bridge decidiu denunciar
o acordo de parceria que mantinha com o CBL, com efeitos a partir
do dia 1 de Novembro de 2008.
Também no apoio aos torneios de regularidade, o grupo Quinto
Naipe fez saber que os seus representantes deixarão de
prestar colaboração técnica ao CBL a partir
de 1 de Janeiro de 2009. Convirá realçar que estas
decisões não resultam de qualquer situação
conflituosa entre as partes. Ao CBL desejamos as maiores felicidades,
certos que, apesar de separados, não estaremos de costas
voltadas e continuaremos a contribuir para o objectivo comum de
promover o bridge nacional.
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(26/4/08)
Muito mais do que um jogo de cartas
"DN 26/4/2008
Edição on line"
UNESCO pretende apoiar
modalidade e inserir bridge no desporto escolar
Para a esmagora maioria, a pergunta que se impõe é
mesmo esta: O que é o bridge? Por isso, vamos por pontos.
O ás, vale quatro. O rei, três. A dama, dois. O valete,
apenas um. Quatro grupos de naipes, com a sua hierarquia descendente
de espadas para copas, destas para ouros, de ouros para paus.
O baralho tem 52 cartas, cada jogador tem 13. No resto, consiste
a dificuldade. É um jogo de raciocínio, de mil lógicas
e mil combinações possíveis, de sinalética,
e perspicácia, de subtilezas Em suma: as cartas são
o veículo, mas este é um mind game. Talvez
por isso não esteja massificado. Talvez seja porque não
envolve suor, nem entradas violentas - pelo menos que se vejam
-, nem discussões exacerbadas à volta de um objecto
esférico, nem processos obscuros de de "cartas douradas".
Ou talvez seja pelo facto de ser ainda algo elitista. Seja como
for, não será por mero acaso que nos próximos
Jogos Olímpicos de Pequim o Bridge vai ser apresentado
como modalidade experimental, nem por qualquer casualidade que
a UNESCO formalizou apoio formal ao desenvolvimento do Bridge,
considerando-o um verdadeiro "desporto que começa
a despertar".
A UNESCO entende que o bridge, para além de estimular o convívio, é também um factor de desenvolvimento das faculdades intelectuais dos seus praticantes. Dito isto, a UNESCO quer fazer chegar cada vez mais o bridge às escolas, prevendo futuro risonho para o bridge como desporto escolar, anunciando também apoios à Federação Mundial de Bridge, a sua entidade máxima. Em Portugal, é muito provável que esta visão optimista ainda esteja à distância de anos luz.
Talvez por aí se explique a inexistência de multidão no Centro de Congresso do Casino de Estoril no passado domingo, quando se disputava o campeonato de pares. Para além dos jogadores, do director de prova e dos elementos da organização, não havia assistência. E a prova decorria sob o silêncio que se impunha, embora cá fora, no "fumatório", algumas discussões decorressem em bom ânimo, ainda a quente, enquanto lá dentro arrefeciam as suas cadeiras. E, de acordo com os especialistas, não fosse acontecer alguma hecatombe, a vitória estava garantida para o par português Rui Pinto/Juliano Barbosa. Entre os jogadores, questões de "handicap" à parte, destacavam-se Mário Bettencourt Resendes ou Alexandre Baptista, um ex-magriço, concentradíssimo no jogo.
O ambiente era descontraído, as duplas, como é de regra, eram de norte e sul contra este e oeste, cabendo ao director do torneio a atribuição dos respectivos lugares nas mesas e as suas mudanças. O par português não desiludiu e saiu vencedor do centro de congressos, relegando uma dupla espanhola, que atirou para terceiro um par holandês. No fim, os vitoriosos recolheram alegremente os seus pontos de "ranking", angariando "handicap" de "open" em "open". É através dessa fórmula que se encontram os campeões nacionais e europeus. À competição seguiu-se um jantar convívio, apanágio do bridge.
De acordo com Fernando Ribeiro
da Cruz, da Federação Portuguesa de Bridge, só
o mau tempo estragou sucesso maior a este 23.º Festival Internacional
de Bridge, impedindo, por exemplo, muitos jogadores espanhóis
de qualidade de estar presentes. Quanto ao sucesso do bridge em
Portugal, isso é outro assunto, mais vasto. É um
processo muito lento longe de despertar emoções
fortes. Ainda por cima, o bridge de computador afasta muitos jovens
de se sentar à mesa com outros, transformando-o num jogo
global, mas isolado. Como no bridge, o futuro é incerto.
Luís Pedro Cabral
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Cerca de dois meses após ter tomado posse a nova Direcção da FPB, são já evidentes os sinais positivos na actividade federativa, dos quais realçamos:
1- Comunicação
Uma área fundamental na actividade federativa, que foi
descurada muito para além dos limites do razoável
e à qual a actual Direcção tem vindo a dar
uma enorme atenção. Os resultados positivos estão
à vista, com o envolvimento de entidades diversas na divulgação
atempada das notícias que interessam a todos os filiados.
Uma política eficaz na área de comunicação
cria laços de proximidade e de confiança entre todos
os agentes envolvidos. Este é, pois, um primeiro sinal
de um novo rumo na política federativa que gostaria de
realçar e de saudar.
2- Regulamentação
das actividades desportivas
Outra área onde se foram acumulando inúmeros problemas
num passado recente, que originaram grandes confusões e
um clima de constante tensão entre os praticantes e os
organismos dirigentes. Também aqui parecem haver claros
sinais de uma radical inversão de processos. Exemplos disto,
o regulamento do torneio de selecção ao qual, independentemente
das opiniões sobre o método escolhido, não
se pode negar o mérito da sua cuidada elaboração;
a publicação das políticas de sistemas e
de alertas e a distribuição pública e atempada
dos regulamentos de provas a disputar. Sabe-se que também
o novo código de bridge está em processo de tradução
pelo Conselho Técnico. E é também na actuação
dos diferentes órgãos dirigentes que se começam
a sentir evidentes sinais de mudança. Acima de tudo, respira-se
a vontade de pôr ordem na casa e de restituir às
políticas federativas a indispensável confiança
dos filiados.
3- Relacionamento institucional
A imagem que qualquer filiado tem da situação actual
entre a Direcção da FPB e as estruturas regionais
é, penso, a de um clima de diálogo e de cooperação.
Parece que, finalmente, estão a ser dados passos claros
no sentido das diferentes estruturas federativas abandonarem o
clima de guerrilha institucional em que se foi vivendo nos últimos
tempos. O respeito pela diferença de opiniões, a
valorização dos objectivos comuns e a disponibilidade
para se encontrarem soluções consensuais para os
múltiplos problemas que afectam a modalidade, são
sinais evidentes de viragem. Esperemos que esta seja uma atitude
a manter e a desenvolver.
4- Projectos
A actual Direcção tem vindo a dar sinais que pretende
estender a sua acção a uma área muito mais
vasta do que a mera gestão corrente da actividade federativa.
Tal como, aliás, se espera de uma federação
desportiva. A formação, a definição
de metas e objectivos nas diferentes áreas da actividade
desportiva, a consolidação orçamental e o
equilíbrio financeiro, têm sido áreas publicamente
referidas pelos actuais dirigentes como os estandartes do seu
programa de acção.
Estes são os primeiros sinais que captei sobre a actividade dos novos corpos dirigentes. Impressões que, aliás, se estendem às actividades que vêm sendo desenvolvidas pelas diferentes Associações Regionais, peças fundamentais no desenvolvimento da modalidade.
Em resumo, estou confiante! Acho que o caminho que está a ser seguido se irá traduzir, a muito curto prazo, no reforço da FPB, quer em número de filiados, quer em número de participantes nas diferentes actividades federativas. Que assim seja, porque o bridge merece!
Luís Oliveira
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Comentário | FPB | ABM | ARBL | ARBN |
O bridge nacional entrou na fase de grandes decisões, com a abertura do período eleitoral para Associações Regionais e F.P.B.
É sentimento praticamente unânime que a modalidade atravessa a maior crise de sempre. Uma crise que se mede no preocupante desaparecimento de filiados e que se sente nas diferentes manifestações desportivas, quer pela evidente redução do número de participantes, quer pelo ambiente que se vai vivendo na grande maioria das provas, onde há sempre qualquer coisa que corre mal.
Independentemente de opiniões subjectivas sobre os nomes dos eleitos, importará conhecer os respectivos programas de acção. Espero eu e, ouso dizer, espera a grande maioria dos praticantes, que esses programas estabeleçam como prioridades absolutas algumas das questões que mais têm contribuído para a crise em que nos encontramos, como sejam:
- Recuperar para o seio federativo os muitos filiados que, por diversas razões, têm vindo a abandonar o bridge federado, "refugiando-se" no bridge dito social e, sobretudo, no bridge online. Há que definir um plano consistente para abordar este assunto, nomeadamente, há que ir à procura das razões que levaram tantos e tantos bridgistas a este estado de desconsolo e de desconfiança. É urgente que todas as estruturas federativas dêem sinais claros de querer respeitar os objectivos definidos nos estatutos, construindo o edifício da base da pirâmide para o topo, ao contrário do que tem acontecido nos últimos anos.
- Investir, de forma determinada e tecnicamente sustentada, na divulgação da modalidade e na formação de novos jogadores. Não competindo à FPB nem às Associações Regionais dar cursos de bridge, compete-lhes definir as balizas de um projecto de formação e trabalhar com agentes habilitados para o efeito para a sua concretização.
- Reformular toda a actividade desportiva a vários níveis: em termos de regulamentos, com a procura de diferentes fórmulas de disputa de provas que, há muito, perderam qualquer tipo de interesse competitivo. Mas também com a eliminação das muitas lacunas, omissões e confusões em que os regulamentos, ainda em vigor, foram férteis; é urgente fazer aprovar novas Normas Técnicas; é fundamental implementar critérios de rigor e de qualidade na actividade desportiva - na arbitragem, investindo na formação continuada dos árbitros no activo e numa eficaz e objectiva classificação do seu desempenho; nos materiais de torneio; na divulgação das provas; nos níveis de exigência ao comportamento dos jogadores, com a implementação da tolerância zero para atitudes que, infelizmente, proliferam, impunes, nas provas federativas; repensar o modelo de classificação de jogadores que, segundo penso, foi o primeiro grande rombo na confiança de um grande número de praticantes.
Sempre que se fala em política desportiva da FPB fala-se, inevitavelmente, em selecções nacionais. Trata-se, sem dúvida, de um aspecto importante da sua actividade: não só porque é o cartão de visita da FPB no exterior, mas, acima de tudo, pelos consideráveis recursos internos que consome (e não estou a falar apenas da parte material). O que não é aceitável é que o affair selecções domine todas as atenções e consuma todas as energias. Correm rios de tinta sobre as fórmulas de disputa, sobre os critérios de selecção, sobre os vazios regulamentares. As selecções são o centro de toda a actividade federativa e, quantas vezes, todo o seu universo. Está, assim, o mundo inteiro ao contrário. Porque no centro do nosso universo têm de estar os PRATICANTES. Não apenas (nem sequer principalmente) o grupo restrito de jogadores elegível para a selecção, mas a grande massa de praticantes que sustentam financeira e desportivamente a FPB. SEM PRATICANTES NÃO HÁ BRIDGE! Ou se encontram, rapidamente, formas de comunicar com os muitos praticantes anónimos, de lhes transmitir sinais claros da sua importância no edifício federativo, ou estaremos condenados a definhar cada vez mais e, muito provavelmente, a desaparecer. Porque a grande maioria dos filiados não só não se revê na problemática das selecções, como olha com enorme e fundamentada desconfiança para tudo o que diz respeito a um processo, que sendo importante, está longe de ser uma prioridade determinante. Ao longo dos anos, parece ter vindo a ganhar consistência a ideia, não desmentida pelas práticas federativas, de que o bridge nacional se resume às selecções, afectando uma pequena minoria de praticantes e que tudo o resto é paisagem. É tempo de definir, com clareza e com rigor, as prioridades da acção federativa.
Espero, sinceramente, que as novas Direcções da FPB e das Associações Regionais consigam inverter a tendência dos últimos anos e recuperar a confiança dos muitos praticantes que foram abandonando a família bridgística. A tarefa que têm pela frente é muito complexa: requer disponibilidade, capacidade de trabalho e de diálogo e vontade política.
Entretanto, alguns sinais positivos vão, finalmente, chegando: a Associação Regional da Madeira (ABM) elegeu os novos corpos gerentes, sendo de realçar o aparecimento de duas listas, sinal inequívoco de vitalidade e dinamismo do bridge madeirense. Junto anexamos o texto que nos foi enviado pelo José Júlio Curado. Também a Associação Regional de Lisboa (ARBL) elegeu os novos dirigentes e apresentou um programa de acção muito ambicioso, que publicamos mais adiante, neste artigo. A Associação Bridge do Norte (ARBN), sobre a qual pairavam nuvens negras de pessimismo, lança-se na preparação do futuro, com uma lista cheia de gente nova e de entusiasmo.
O sucesso de todos estes projectos depende da capacidade dos responsáveis na sua implementação mas, sobretudo, na capacidade das Associações Regionais e F.P.B. trabalharem em clima de permanente diálogo e cooperação. Assim o espero!
FInalmente, uma palavra para quem cessa funções: não escondo a minha discordância com grande parte do trabalho que foi desenvolvido pela FPB nos últimos 4 anos. Infelizmente, o balanço objectivo da actividade federativa veio dar-me razão - diminuiu drasticamente o número de filiados, diminuiu o número de participantes nas provas, aumentaram os "casos no jogo", seja por questões de arbitragem, seja por falta de rigor na elaboração dos regulamentos, que foram navegando ao sabor dos acontecimentos, em vez de os condicionarem, como era suposto, seja por inoperância ou ausência de órgãos federativos, quando os factos aconselhavam a atitudes firmes e profiláticas. Mas, embora pesando muito os aspectos negativos da gestão que agora termina, há que reconhecer que vários factores exógenos à "governação" contribuiram para este desfecho. Se é verdade que as coisas não correram bem muito por culpa das políticas que foram implementadas, não é menos verdade que este mandato foi também condicionado por circunstâncias especiais, de onde se destaca o período de transição muito complicado, resultante de mudanças radicais na estrutura federativa, com que a Direcção teve de conviver.
Neste momento, até como sinal positivo para o futuro, recordemos as coisas boas, das quais se destaca, obviamente, o Campeonato do Mundo do Estoril, que ficará na história do bridge nacional e mundial.
Luís Oliveira
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No passado dia 16 de Dezembro foi eleita a única lista candidata à Assembleia Geral da FPB, liderada por Francisco Costa Cabral. Certo que do desempenho dos novos responsáveis federativos dependerá o futuro da modalidade e ciente da enorme tarefa que têm pela frente, a todos desejo as maiores felicidades. Aqui fica a composição da lista eleita e o respectivo programa de acção:
PROGRAMA DE ACÇÃO
A presente candidatura aos órgãos federativos da Federação Portuguesa de Bridge terá como principal objectivo procurar soluções para a actual crise latente do bridge em Portugal: o número de praticantes licenciados tem vindo continuadamente a diminuir e não tem havido a desejada renovação, o que é claramente visível pela ausência nas principais competições de um número significativo de praticantes jovens.
Dever-se-á ainda ter em conta que os órgãos federativos que vierem a ser eleitos - os desta lista ou de outra - se defrontarão com uma situação sem precedentes, uma vez que serão os primeiros que tomarão posse no início do ano civil. Encontram-se assim numa posição "sui generis", dado que, por obrigação legal e estatutária, já foram aprovados para 2008, em Assembleia Geral da Federação Portuguesa de Bridge, um Plano de Actividades e um Orçamento, com os quais poderemos não estar necessariamente totalmente identificados.
Consequentemente o nosso
plano de acção iniciar-se-á com uma análise
detalhada da situação actual da vida corrente da
FPB, das iniciativas em curso, dos problemas pendentes e dos elementos
necessários para aferir da exequibilidade desses Plano
de Actividades e Orçamento já aprovados. Será
ainda necessário elaborar no mais curto espaço de
tempo um calendário das provas para 2008.
Os nossos objectivos e atribuições durante este
mandato serão os que já se encontram claramente
definidos nos estatutos da Federação Portuguesa
de Bridge, nomeadamente:
- "promover, desenvolver, organizar, regulamentar, dirigir
e difundir o ensino e a prática do bridge, em todas as
suas formas e manifestações" (artigo 6º,
alínea a),
- "promover a prática do bridge como elemento de formação
moral, cultural e social dos seus praticantes" (artigo 6º,
alínea b),
- "defender o prestígio, a ética, o espírito
desportivo e quaisquer outos interesses atendíveis do bridge,
morais e materiais" (artigo 6º, alínea e),
- "difundir e zelar pelo cumprimento dos estatutos, dos regulamentos
federativos e da legislação específica do
bridge desportivo, designadamente no aspecto disciplinar"
(artigo 7º, alínea b),
- "organizar a realização de competições
oficiais, de âmbito nacional ou internacional, em Portugal"
(artigo 7º, alínea d),
- "definir os critérios de selecção
e designar os praticantes nacionais às provas oficiais
internacionais em representação de Portugal"
(artigo 7º, alínea g),
- "organizar e manter actualizado o cadastro desportivo e
disciplinar dos praticantes e demais agentes desportivos"
(artigo 7º, alínea k).
Só na sequência da referida análise e da prática do exercício das nossas funções poderemos decidir mais detalhadamente das acções concretas necessárias para cumprir esses objectivos e atribuições e da respectiva definição de prioridades, quer na continuidade do que já foi feito quer com novas iniciativas.
Há no entanto alguns aspectos em que já temos opiniões e intenções concretas bem definidas:
- a necessidade de um
diálogo contínuo com as Associações
Regionais e os clubes, pois a sua acção é
essencial no nosso primeiro objectivo, promover e desenvolver
a prática do bridge, o que passa naturalmente por aumentar
o número de praticantes, bem como, acessoriamente, por
diminuir a respectiva idade média;
- a necessidade de preparar uma revisão dos estatutos,
a submeter à Assembleia Geral da FPB, que inclua as alterações
que possam vir a decorrer da regulamentação da Lei
de Bases da Actividade Física e do Desporto (Lei nº
5/2007, de 16 de Janeiro), bem como todas aquelas que têm
sido aprovadas mas ainda não incluidas no respectivo texto;
tencionamos ainda propor alterações aos critérios
de atribuição de votos aos Clubes, à repartição
do valor das respectivas quotas entre Associações
Regionais e FPB, e de uma forma geral rever e actualizar a sua
redacção, devendo adicionalmente ser eliminadas
as disposições que visavam regulamentar uma fase
de transição que já se encontra ultrapassada;
- a revisão de todas as normas técnicas e competitivas
actualmente em vigor, começando pela actualização
da versão em português do Código Internacional
de Bridge (CIB), de acordo com as alterações introduzidas
em 2007 e que entrarão em vigor em 1 de Janeiro de 2008
(embora a WBF apenas obrigue as Federações Nacionais
a terem em vigor estas alterações em 1 de Setembro
de 2008, é nossa intenção pô-las em
prática em 1 de Maio); da mesma forma as normas técnicas
complementares do CIB em vigor (política de sistemas, política
de alertas) deverão ser revistas, por forma a eliminar
erros que têm sido passados de ano para ano, e actualizadas
tendo em conta as disposições actualmente em vigor
na WBF;
- o regulamento de organização de provas deverá
ser integralmente revisto, sendo dada particular atenção
ao cumprimento das disposições legais, nomeadamente
na política de fumo;
- dado que a legislação do controle do doping é
muito penalizante para os praticantes de bridge, procuraremos
diligenciar no sentido de os apoiar na rápida regularização
da sua situação face aos imperativos legais;
- em geral tencionamos rever todos os Regulamentos actualmente
em vigor na Federação Portuguesa de Bridge e promover
a sua adequada divulgação;
- a reformulação do "site" da Federação
Portuguesa de Bridge, procurando que contenha toda a informação
necessária e que seja mantido actualizado.
No que respeita à
organização de provas, queremos para já realçar
os seguintes aspectos:
- é nossa intenção que o apuramento para
a selecção nacional open seja disputado por pares
- nas suas fases finais certamente no sistema "Sunday Times"
- e que seja aberto a todos os praticantes;
- por esse motivo, o campeonato nacional de 2ª categorias
deverá realizar-se num único local, e um número
a definir dos pares melhor classificados terá acesso a
fase inicial do torneio de selecção:
- procuraremos diligenciar no sentido de que durante este mandato
se realize em Portugal pelo menos uma competição
internacional de envergadura significativa.
Para conclusão, é firme intenção dos
componentes desta lista resolver todas as questões e problemas
que surjam o mais rapidamente possível; consideramos particularmente
nocivo deixar arrastar a resolução de problemas,
o que pode significar que até decisões correctas
deixem de o ser por perda da oportunidade;
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As duas Assembleias-Gerais realizadas ontem (dia 22/11) registaram uma participação histórica quer em termos relativos, quer em termos absolutos, ao terem comparecido na Assembleia-Geral destinada a eleger os corpos gerentes da ABM 45 dos 50 associados em condições de votar (90% de participação).
Numa altura em que tantas vezes se ouve falar de um desinteresse crescente das populações pela participação em movimentos associativos e no decréscimo do número de bridgistas em Portugal, estes números demonstram que, pelo menos na Madeira, o bridge se encontra de boa saúde e tem boas condições para se desenvolver ainda mais. Para estes níveis de participação contribuiu em grande parte a existência de duas listas candidatas aos corpos gerentes da ABM e o empenho demonstrado na participação nas decisões sobre o futuro da Associação.
Para a história fica a aprovação da alteração aos estatutos no que respeita à duração dos mandatos dos corpos gerentes de três para quatro anos, com apenas uma abstenção e a eleição desses mesmos corpos gerentes para o mandato (já com a alteração em vigor) referente ao quadriénio 2008/2011. Para os diferentes corpos gerentes os resultados foram os seguintes:
Lista
A Lista
B
Direcção
32
(71.1%) 13
(28.9%)
Assembleia-Geral 33
(73.3%) 12
(26.7%)
Conselho Fiscal 34
(75.6%) 11
(24.4%)
À Lista A, encabeçada por Miguel Teixeira, envio os meus parabéns e votos de um ainda maior sucesso, não querendo deixar de saudar os elementos da lista vencida e agradecer o seu contributo para uma tão grande participação na AG, bem como os comentários e as sugestões que me foram fazendo durante os últimos dias.
José Júlio Curado
A composição
da lista eleita é:
Direcção: Miguel Teixeira (Presidente); Rodrigo
Martins Soares (Vice-Presidente); Pedro Nunes (Vogal)
Conselho Fiscal: Sílvio Costa (Presidente); Fernando Ribeiro
(Vice-Presidente); Virgílio Mota (Vogal)
Assembleia Geral: João Machado Oliveira (Presidente); Bruno
Macedo (Vice-Presidente); José António Fernandes
(Vogal)
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Também a ARBL realizou eleições para os Órgãos Sociais. A única lista candidata, liderada por Inocêncio Araújo, foi eleita com 104 votos a favor e 4 abstenções. Um PROGRAMA DE ACÇÃO muito ambicioso e várias caras novas no seu elenco, alimentam expectativas de um bom mandato.
Consulte por esta ligação LISTA ELEITA e PROGRAMA DE ACÇÃO
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Dia 3 de Janeiro foi a votos a Associação Regional de Bridge do Norte. Depois de sobre esta importante Associação terem pairado algumas nuvens negras, surge agora uma equipa jovem e ambiciosa pronta a assumir os destinos do bridge nortenho. Esperamos que este seja o "toque a reunir" das gentes do Norte que tanta falta fazem ao bridge nacional. A composição da lista eleita é a seguinte:
MESA DA ASSEMBLEIA GERAL:
Presidente - Miguel António Cerquinho Fonseca (Filiado
nº 854)
Vogal - Maria Ana Abranches Jordão (Filiado nº 1272)
Vogal - António Eurico Queirós Soucasaux ((Filiado
nº 1296)
DIRECÇÃO:
Presidente - Pedro António Palma Madeira (Filiado nº
1886)
Tesoureiro - Luís Filipe Von Haffe da Cunha Perez (Filiado
nº 940)
Vogal (Vice-Presidente) - Luís Miguel Brito Cunha Alvares
Ribeiro (Filiado nº. 1102)
Vogal - Miguel Renato Coutinho Faria Rodrigues Silva (Filiado
nº )
Vogal - Fernando da Gama Vieira (Filiado nº. 1713)
CONSELHO FISCAL:
Presidente - José Alberto da Silva Magalhães (Filiado
nº 860)
Vogal - António Carlos Neves da Silva Guerreiro (Filiado
nº 1813)
Vogal - Maria Filomena Falcão Moreira Ferreira Braga (Filiado
nº 1062)
Porto, 26 de Novembro de 2007
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01-01-2008 - Mensagem para 2008
Do ano de 2008, espera-se
que marque uma nova era para o bridge nacional. Onde a arrogância
dê lugar ao diálogo, os interesses da modalidade
se sobreponham aos interesses e vaidades pessoais, o fair play
substitua a agressividade gratuita. Uma era em que os principais
agentes que operam na modalidade, Clubes, Associações
Regionais e Federação, elejam o PRATICANTE como
o centro das suas preocupações e atenções,
porque sem praticantes não há bridge, independentemente
das suas valias técnicas. Uma era em que se adoptem medidas
consistentes para formar e acolher novos jogadores, para divulgar
e promover a modalidade. Porque o bridge vale a pena!
No que nos diz respeito, este espaço continuará
aberto a todos, seja para divulgar iniciativas, seja para publicar
opiniões, seja para dar resposta às solicitações
dos nossos leitores. Os espaços para noticiar os resultados
de provas federativas e particulares vão sofrer algumas
alterações de imagem, com vista a torná-los
mais funcionais e a melhorar a qualidade da informação.
Manteremos activo o histórico das épocas anteriores,
cujo acesso poderá ser feito na folha de rosto de cada
uma das rubricas, bem como os artigos de opinião e as reportagens
fotográficas. O ano de 2007 marcou uma nova fase de relacionamento
com o outro site de referência da modalidade, o Lusobridge.
Para além das iniciativas comuns que desenvolvemos, de
que se destacam os Simultâneos Nacionais, passou a haver
interacção na circulação da informação.
Este espaço de diálogo é, assim o entendem
os responsáveis das duas organizações, útil
para a modalidade e para os praticantes, pelo que manteremos e,
sempre que possível, desenvolveremos o rumo que se iniciou
em Janeiro de 2007.
UM BOM ANO PARA TODOS!
Luís Oliveira
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