Associação Regional de Bridge de Lisboa
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ÉPOCA 2009
um serviço

DISCURSO DO PRESIDENTE DA ARBL NO JANTAR DE DISTRIBUIÇÃO DE PRÉMIOS DA ÉPOCA 2008

Estimado Presidente da Federação Portuguesa de Bridge,
Directores da FPB
Dirigentes dos Clubes Associados da ARBL
Monitores,
Árbitros,
Praticantes,
Caros Colegas de Direcção,
Quero começar por agradecer a vossa resposta positiva ao nosso convite.
Como saberão, o principal objectivo desta reunião é distinguir os Clubes e os Praticantes que obtiveram as melhores classificações nas competições de equipas da ARBL, da época passada. Trata-se de uma prática que a ARBL considera essêncial no quadro da actividade desportiva e que, por isso, iremos manter.
Considerámos também que a entrega dos troféus poderia constituir uma oportunidade para reunir Dirigentes, Árbitros e Formadores, todos nós Praticantes, num ambiente diferente do que é habitual, longe do "top" ou do "zero" que acabámos de apanhar e sem o efeito, por vezes perverso, das mãozinhas que acabámos de jogar.
Espero pois que o jantar vos tenha agradado e que tenham tido a oportunidade para conviver e trocar impressões sobre temas que a todos nos dizem respeito.
Dito isto, tenho duas informações para vos dar: uma má e uma boa. A má, é que não resisti à tentação de escrevar algumas linhas para vos ler nesta ocasião. A boa, é que irei ser breve.
A situação do Bridge, como de resto quase tudo no nosso País, não é boa.
O número de praticantes é escasso e o esforço de captação e formação de novos praticantes, que tem vindo a ser feito por alguns Clubes, Escolas de Bridge, outras Organizações e pela ARBL, tem pouco mais que compensado o número de praticantes que abandonam o Bridge Federativo.
As marcas e os reflexos deixados por políticas e medidas elitistas vão ser difíceis de corrigir. Quero aqui enaltecer o esforço da actual Direcção da FPB de aproximação aos Filiados e aos Praticantes, consubstanciada em medidas relevantes, como são a distribuição dos cartões de praticante, a permanente actualização do ranking e o apoio financeiro que tem prestado aos projectos de formação e de divulgação da modalidade que lhe têm sido apresentados.
Todos estamos conscientes dos impactos negativos que têm na modalidade a crise económica, a falta de apoios institucionais, a generalização da internet e as alternativas de desportos e de lazer que se apresentam hoje em dia. Seria muito maçador, para todos, aproveitar esta ocasião para dissertar sobre estes condicionalismos à nossa actividade.
Há no entanto um assunto, que pela sua oportunidade e relevância, não quero deixar de mencionar.
Em 31 de Dezembro de 2008 foi publicado o Decreto-Lei que estabelece um novo Regime Jurídico das Federações Desportivas e que regulamenta a Lei de Bases da Actividade Física e do Desporto, publicada em 2007.
O actual modelo federativo, não sendo perfeito, contém mecanismos que garantem a representatividade dos Clubes e das suas Associações, o que significa que os praticantes dispõem de um veículo de participação activa nas decisões federativas: o seu Clube.
O conteúdo do decreto regulamentar publicado no final de 2008, representa, no meu entender, uma série ameaça ao bom funcionamento e ao desenvolvimento do Bridge Desportivo.
O modelo de organização agora preconizado, modelo esse elaborado claramente a pensar no futebol e em poucas outras modalidades com um grande número de Clubes e de praticantes, não se adequa à dimensão da nossa Federação e às características da nossa modalidade.
A eventual implementação desse modelo, na FPB, iria causar grandes danos e, no meu entender poderá mesmo conduzir à extinção do Bridge Federativo.
Cabe à Federação zelar pelo bom funcionamento da modalidade e, como tal, não permitir que essa situação se verifique. Mas a Federação, na prática somos todos nós: Clubes, praticantes e dirigentes.
Lanço pois daqui dois apelos:
- Aos dirigentes federativos, que se empenhem na defesa das bases do actual modelo federativo;
- Aos Clubes e aos seus dirigentes, que participem na discussão e nas decisões que terão de ser tomadas sobre este assunto e que façam valer os vossos interesses e os interesses dos vossos praticantes.
Muito obrigado pela vossa atenção.