A
descoberta do trunfo
Tal como
muitos outros jogos de cartas, no bridge confere-se, por vezes,
poderes especiais a determinado naipe - o trunfo. A escolha do
naipe de trunfo é feita pelos próprios jogadores
do campo, durante o leilão.
No jogo de ST, apenas se pode ganhar uma vaza com uma carta mais
alta do naipe que está a ser jogado.
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ªR
©RV98
¨D982
§AD62 |
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Com as ferramentas
de leilão de que dispúnhamos, até agora,
a linha Norte-Sul, com um total de 35HL, iria marcar um contrato
de 6ST. Com a saída natural ao ªV,
a defesa iria realizar as primeiras 7 vazas. Seria injusto que,
mercê de factores alheios aos jogadores, estes estivessem
condenados a insucessos desta natureza. A solução
para estancar esta hemorragia, está em conferir a um determinado
naipe, escolhido pelo campo, o poder de ganhar a vaza, cortando,
sempre que não tenha cartas para assistir no naipe que
está a ser jogado. Claro que este poder funciona para
o campo do declarante mas, também, para o campo defensivo.
O naipe com estes poderes chama-se TRUNFO.
Neste nosso exemplo,
se esse poder fosse conferido ao naipe de copas, a linha Norte-Sul
poderia realizar as suas 12 vazas, cedendo apenas 1 vaza em espadas,
em vez das 7 concedidas no contrato em ST. |
ªV1098642
©2
¨1076
§43 |
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ªA753
©43
¨V53
§V1098 |
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ªD
©AD10765
¨AR
§R75 |
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Trunfo é
um naipe escolhido pelo campo do declarante que tem o poder de
cortar e ganhar uma vaza, sempre que não existam cartas
para assistir ao naipe que está a ser jogado. |
Uma nota
para dizer que o naipe de trunfo obedece a todas as regras existentes
para os restantes naipes - obrigatoriedade de assistir e hierarquia
das cartas.
O
corte
Cortar
é jogar uma carta do naipe escolhido para trunfo, tendo
a possibilidade de ganhar a vaza, quando não se tem cartas
para assistir ao naipe que está a ser jogado.
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ª9863
©RDV9
¨R
§A875 |
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Através de mecanismos
que estudaremos a seguir, a linha Norte-Sul atingiu um contrato
de 6ª, isto é, um contrato
de nível 6 (pequeno cheleme) com o trunfo espadas. A saída
foi à ¨D e,
ao contrário de um contrato em ST, em que o flanco faria
as 5 primeiras vazas, o declarante pode cortar a continuação
a oiros com uma espada do morto. Suponha agora que o declarante
decide continuar com §A e outro pau. Agora "volta-se
o feitiço contra o feiticeiro", sendo Oeste a cortar
a 2ª vaza de paus. Da mesma forma que assistir é
um dever que obriga os 4 jogadores, cortar é um direito
que, igualmente, lhes assiste. Outra noção importante
é que um jogador não é obrigado a cortar
uma vaza, não tendo carta para assistir.
Então, o que teria de ser feito no nosso exemplo para
evitar o corte de Oeste em paus? A solução era
destrunfar, ou seja, jogar o naipe de trunfo o número
de vezes necessário para eliminar os trunfos dos adversários.
No nosso caso, bastaria jogar 2 vezes o naipe de trunfo. |
ª107
©65432
¨DV1098
§2 |
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ª2
©V76
¨A7542
§9643 |
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ªARDV54
©A
¨62
§RDV10 |
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ªD
©9764
¨AV2
§RDV87 |
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Sul joga o contrato
de 6©. Oeste saiu ao ªA e continuou com o ªR.
O declarante cortou no morto, mas foi recortado por Este.
Recortar significa utilizar um trunfo mais alto que o do adversário
que o antecedeu se não possuir cartas do naipe originalmente
jogado para a vaza. Tal como no caso do corte, nenhum jogador
é obrigado a recortar uma carta cortada por um adversário
podendo, em alternativa, baldar uma carta de outro naipe não
podendo, no entanto, ganhar a vaza. |
ªAR5432
©8
¨7643
§62 |
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ªV
©1053
¨D1098
§109543 |
|
ª109876
©ARDV2
¨R5
§A |
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Um
novo procedimento para determinar o contrato final
Nas situações
analisadas no início deste capítulo, vimos a necessidade
de evitar jogar contratos de ST em determinadas mãos.
É, por isso, necessário criar os mecanismos para
a escolha do tipo de contrato a jogar e, caso se opte por um
contrato trunfado, de como escolher o naipe de trunfo. Dadas
as características do trunfo, é óbvio que
no naipe eleito o campo do declarante possua, nitidamente, mais
cartas que o campo defensivo. Regra geral, um naipe com, no mínimo,
8 cartas entre as duas mãos do campo tem condições
para ser designado trunfo. Significa isto que, para além
da força da mão o leilão tem também
de transmitir informações sobre a distribuição.
Tal como aconteceu, nos primeiros capítulos, para o leilão
de ST, vamos começar com um leilão simplificado.
Nas aulas práticas, aos alunos serão fornecidos
uns pequenos papéis onde, após a abertura do parceiro,
eles vão escrever o número de pontos e a distribuição
das cartas pelos diferentes naipes. O formato será qualquer
coisa como:
Aqui regista o número
de cartas em cada naipe |
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Aqui regista o número
de pontos honra |
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Depois de preenchido, o papel é entregue ao abridor e
este irá decidir o contrato final escolhendo, se for caso
disso, o naipe de trunfo. Tal como nos contratos de ST, o contrato
final é resultado da força combinada dos 2 jogos,
tendo por referência a Tabela de Decisão. Mas agora
existe um novo dado para avaliação. Para os contratos
que serão jogados em trunfo, existe agora a capacidade de realizar
vazas em corte, com pequenas cartas. Nascem, assim, os PONTOS DE DISTRIBUIÇÃO.
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PONTOS
DE DISTRIBUIÇÃO (D) |
(noutros
naipes que não o naipe de trunfo) |
Doubleton
( 2 cartas num naipe) |
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1D |
Singleton
( 1 cartas num naipe) |
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2D |
Chicana
(0 cartas num naipe) |
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3D |
(no
naipe de trunfo) |
Pela
9ª carta de trunfo no campo |
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2D |
Por
cada carta de trunfo acima da 9ª |
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1D |
Algumas
notas de destaque se impõem, nesta altura:
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Os pontos
de distribuição são contabilizados, A PARTIR
DO MOMENTO EM QUE FOI DESCOBERTO O FIT.
Até lá, aos naipes compridos (5 ou mais cartas)
são atribuídos pontos de comprimento, mas não
pontos de distribuição, que pretendem medir a capacidade
de um campo realizar vazas por corte. Mas, para isso, é
necessário que o contrato final seja trunfado, logo que
exista fit ! |
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No procedimento
para a escolha do naipe de trunfo, a qualidade do naipe não
serve de critério. A questão é muito simples:
há fit = joga-se em trunfo, não há fit =
joga-se em ST. |
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Pode acontecer
que, num determinado jogo, um campo possua mais do que um naipe
em condições de ser escolhido para trunfo. Para
além do número de cartas, vai utilizar-se outro
critério, que se prende com questões de estratégia,
atendendo às diferentes pontuações atribuídas
às vazas realizadas em contratos em que o trunfo é
um dos naipes ricos (copas ou espadas) ou em naipes pobres (paus
e oiros) |
A
escolha do trunfo
Na altura
de escolher o naipe de trunfo, o campo do declarante deve eleger
um naipe em que detenha mais cartas que o campo da defesa. Sendo
certo que havendo 7 cartas em linha, num determinado naipe, sobram
apenas 6 cartas para o campo adversário, esta vantagem
é tão reduzida que, tirando situações
muito especiais, a escolha de um contrato trunfado não
oferece grandes vantagens. Desta forma, considera-se que existe
fit sempre que um campo
tem, pelo menos, 8 cartas em linha.
Para a
escolha do trunfo, o número de cartas em linha não
é, no entanto, o único factor a considerar. Com
efeito, por questões de estratégia, relacionadas
com a pontuação obtida para cada tipo de contrato,
as vazas realizadas com trunfo em espadas ou em copas são
mais valorizadas que as realizadas com trunfo em paus ou em oiros.
Surge assim a noção de NAIPES RICOS (ª
e ©) e NAIPES POBRES
(§ e ¨). |