Realização de vazas com naipes
assimétricos
ª AR3
© DV9
¨ A52
§ V743 |
Alterámos, ligeiramente,
o diagrama da página anterior, ficando com dois naipes
assimétricos - Espadas e Copas. As respostas às
2 primeiras questões são iguais. Quanto à
3ª questão, para perceber melhor o que se alterou,
suponha que ganha a vaza de saída com o «A»,
realiza as 4 vazas no naipe de Paus que, por ser simétrico,
não traz grandes preocupações quanto à
forma de o jogar (desde que não "atropele" cartas
mestres das 2 mãos) e que, finalmente, vai à procura
das suas 3 vazas em Espadas. Se começar por jogar 1 carta
mestre do morto e uma pequena carta da mão, em seguida,
vai ter de jogar uma pequena carta do morto para a carta mestre
(agora isolada) da mão. A vaza é ganha em Sul mas
não tem uma pequena carta para "ir buscar" a
carta mestre que ficou em Norte. Quando tal acontece, diz-se
que o naipe ficou bloqueado e, a uma situação como
esta, corresponde, quase sempre, um resultado negativo. A forma
de resolver este problema é começar por jogar as
cartas mestres da mão mais curta, no caso de naipes assimétricos.
No nosso exemplo, começa com uma pequena carta do morto
para a ªD da mão, seguida de
uma pequena carta da mão para uma das cartas mestres do
morto. Ganha a vaza no morto e pode, assim, dispor da sua 3ª
vaza no naipe. O que nos leva ao seguinte princípio: |
|
ª D9
© R1084
¨ 763
§ ARD2 |
Para realizar todas as vazas de um naipe assimétrico é
necessário que, no momento em que a mão curta joga
a sua última carta, a vaza seja ganha pela mão
comprida. |
O
bloqueio dos naipes: diagnóstico e soluções
R7
¨
ADV2 |
Num naipe assimétrico
existe sempre o risco de bloqueio. Para o evitar, o declarante
tem de jogar primeiro as cartas mestres da mão curta.
Neste exemplo, terá de ser jogado, em primeiro lugar o
«R» (carta mestre da mão curta) para uma pequena
carta da mão comprida, o «2» e, depois, a
pequena carta da mão curta, o «7» para uma
das cartas mestres da mão comprida, que ganha a vaza.
Agora poderá dispor das restantes vazas, porque está
na mão certa! |
No entanto,
existem situações de bloqueio que não dependem
da perícia do declarante:
AR
¨
D52 |
3 cartas mestres, 3
cartas na mão comprida, logo 3 vazas. No entanto, mesmo
seguindo todas as recomendações já apresentadas
sobre naipes assimétricos, o naipe está, irremediavelmente,
bloqueado, já que 2 das 3 cartas mestres estão
isoladas na mão curta. |
AR
¨
DV85 |
4cartas mestres, 4
cartas na mão comprida, mas problema idêntico ao
do exemplo anterior para realizar 4 vazas no naipe. |
RD82
¨
AV |
4cartas mestres, 4
cartas na mão comprida, o mesmo problema, apesar de, neste
caso, ser possível cobrir o «V» da mão
curta com uma das cartas mestres da mão comprida. Só
que, esta manobra, irá custar 1 vaza. |
Identificado
o problema, há que tentar encontrar soluções.
Estas podem existir no próprio naipe ou em naipes laterais.
Vamos ver:
RD
¨
AV104 |
5 cartas mestres, 4
cartas na mão comprida, logo 4 vazas disponíveis.
O que significa que, havendo mais cartas mestres que cartas na
mão comprida, podemos "despromover" uma carta
mestre da mão curta. Joga-se uma carta mestre da mão
curta para a carta pequena da mão comprida e a outra carta
mestre da mão curta é coberta pela carta mestre
de ranking superior, o «A» da mão comprida,
que ganha a vaza e tem 2 cartas mestres para reclamar as vazas
restantes. |
ªAR
©954
¨
ªDV85
©A |
4cartas mestres em
espadas, 4 cartas na mão comprida, 4 vazas no naipe. Mais
uma carta mestre em copas, para uma vaza. No entanto, dada a
assimetria do naipe de espadas e estando 2 cartas mestres isoladas
na mão curta, o naipe está bloqueado. A solução
passa por desbloquear (jogar) as cartas mestres da mão
curta em espadas, comunicar com a outra mão através
da carta mestre existente no naipe lateral (copas) e realizar
as 2 restantes vazas em espadas. |
Como
veremos, detalhadamente, ao longo do curso este problema, que
poderemos denominar por GESTÃO DE COMUNICANTES, é de fundamental importância
para o bom desempenho do declarante na sua tarefa de fazer vazas.
As
vazas do campo defensivo
Até
agora temos olhado para o objectivo de fazer vazas como uma tarefa
exclusiva do declarante o que constitui, apenas, meia verdade.
Com efeito, o campo adversário (flanco ou defesa) tem
objectivos semelhantes. Se o declarante joga um contrato de 3ST,
tem como objectivo realizar 9 vazas. A defesa, por sua vez, tem
como objectivo realizar 5 vazas, caso em que impede o campo adversário
de cumprir o seu contrato. Simbolicamente, podemos considerar
um jogo de bridge como uma corrida. O campo do declarante tem
a vantagem de ter mais e melhores ferramentas (cartas mestres
e pontos-honra) para cumprir os seus objectivos. Mas a meta (número
de vazas a realizar) é, proporcionalmente, mais ambiciosa.
No campo defensivo, para além de objectivos mais modestos,
em número de vazas, existe ainda a vantagem da carta de
saída, de que falaremos mais tarde, em pormenor. Com base
na Tabela de Decisão, podemos estabelecer um quadro onde
é nítida esta disputa entre os dois campos:
Contrato
marcado |
Número
de vazas a realizar |
Pelo declarante para
ganhar o contrato |
Pela defesa para
derrotar o contrato |
7ST |
13 vazas |
1 vaza |
6ST |
12 vazas |
2 vazas |
5ST |
11 vazas |
3 vazas |
4ST |
10 vazas |
4 vazas |
3ST |
9 vazas |
5 vazas |
2ST |
8 vazas |
6 vazas |
1ST |
7 vazas |
7 vazas |
Existem, no entanto, algumas diferenças importantes entre
o campo do declarante e o da defesa. Uma das principais é
o facto do declarante, após a carta de saída e,
perante o aparecimento do morto, poder contar todas as cartas
mestres do seu jogo. Um defensor não conhece nem a quantidade
nem a qualidade das cartas existentes no parceiro, em cada um
dos naipes.
ª ARD9
© V42
¨ 1083
§ D75 |
ª A2
© ARV9
¨ 1075
§ D752 |
ª RDV4
© 1086
¨ R985
§ A2 |
Este defensor possui
3 vazas certas, correspondentes às 3 cartas mestres em
espadas |
Também 3 vazas
certas - 1 em espadas e 2 em copas. |
Apenas 1 vaza certa
em paus |
Para além desta simples contagem de vazas, o defensor
pode e deve efectuar o seu plano de jogo:
ª A74
© 95
¨ 10832
§ RDV2 |
Apenas 1 vaza certa,
em espadas. Que cartas preciso de encontrar no parceiro para
aumentar o meu potencial defensivo? Se o parceiro tiver o ªR, existem 2 vazas no naipe, se tiver ªRD existem 3 vazas no naipe, se tiver o §A, existem 4 vazas no naipe. Quando, com apenas
uma determinada carta no parceiro, o nosso potencial defensivo
aumenta desta forma, parece evidente que a escolha deve recair
sobre o naipe de paus. |
Este raciocínio é particularmente importante na
escolha da carta de saída. A questão para o jogador
que sai é: em que naipe tenho hipóteses de realizar
mais vazas, mesmo que não imediatamente? Depois da carta
de saída, o número de cartas mestres da mão
de um defensor pode alterar-se, por força da análise
ao jogo do morto.
|
ª RV43
© D10
¨ AV53
§ 1082 |
Oeste, a quem compete
a escolha da carta de saída, tem 3 vazas certas no seu
jogo, resultantes de outras tantas cartas mestres - 1 espada
e 2 copas. A carta de saída deve ser, naturalmente, o
©A. Ao ver o morto, verifica
que o naipe de copas passou a ter 4 cartas mestres. Sob o ©A e o ©R, o morto vai ter de assistir
com o ©10 e a ©D,
promovendo o ©V e o ©9
a cartas mestres. |
ª A2
© ARV9
¨ 1086
§ D743 |
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ª 843
© A872
¨ RV
§ 9843 |
Saída ao ªA, tendo o defensor 3 vazas certas, correspondentes
às 3 cartas mestres existentes em espadas. As vazas em
espadas vão correr da seguinte maneira:
1ª vaza - ªA - ª3
- ª5 - ª6;
2ª vaza - ªR - ª4
- ª7 - ª9;
3ª vaza - ªD - ª8
- ª10 - ªV
3 vazas no naipe, com todos os jogadores a assistirem, logo foram
jogadas 12 cartas no naipe. O que quer dizer que o ª2 é, agora, uma carta mestre |
ª ARD2
© V43
¨ 1083
§ D75 |
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